quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Por que socorrer somente a indústria automobilística?

Matéria publicada originalmente em http://www.cofecon.org.br/

O anúncio da elevação de 30 pontos percentuais na alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados sobre veículos importados, adotada como uma medida de proteção à indústria instalada no País, ainda que no primeiro momento possa ser percebida como uma reação ao processo de desindustrialização e de dessubstituição de importações, suscita uma série de dúvidas e possíveis contestações.

Ressalte-se, primeiramente, que, dada a enorme concentração de renda neste País, dificilmente os importados mais caros sofrerão significativo abalo em suas respectivas demandas. Neste sentido, a medida parece estar dirigida mais dirigida principalmente para os carros chineses, bem como para os de menor conteúdo tecnológico, valendo lembrar que um automóvel estrangeiro já custa, no Brasil, muito mais do que nos mercados dos EE. UU. e da Europa, e o custo de transporte tem muito pouco a ver com isto.

Trata-se, na realidade, de mais um benefício concedido às montadoras, em alguns casos instaladas há mais de 50 anos no País, e já vimos em nossa História o resultado do atraso tecnológico da produção interna – em todos os setores – quando o mercado é protegido contra a concorrência externa.

Paralelamente, entretanto, não se pode ignorar o fato de que vários outros setores enfrentam dificuldades idênticas ou até maiores diante da concorrência estrangeira. Por que, então, se continua a praticar uma política discriminatória, que a cada momento favorece um determinado segmento, em resposta a cada pressão, ou por conveniência ou oportunismo? Por que não estabelecer critérios gerais, objetivos e transparentes?

A propósito, há oucos dias foi noticiado que em dezoito de vinte setores da indústria de transformação as importações cresceram mais que a produção interna, nos sete primeiros meses do ano; em seis deles, o volume importado cresceu, enquanto a produção interna caiu.

Ora, é notório que as dificuldades são de ordem mais geral, e tudo indica que se está tentando encontrar uma solução fácil diante da incapacidade ou da falta de determinação para enfrentarem-se questões muito mais amplas e duradouras, como, por exemplo, as relativas à valorização do câmbio, aos juros estratosféricos e à estrutura tributária ineficiente e injusta. Se, deste modo, a ideia for a de oferecer uma compensação ao câmbio, a medida pode ser extemporânea ou desnecessária, diante da grave crise mundial, que vem provocando um ajustamento progressivo da taxa cambial nas últimas semanas. Em tais circunstâncias, a providência adotada, com vigência até dezembro do ano que vem, teria vindo tarde, constituindo-se em verdadeiro privilégio injustificável.

Em contrapartida, pouco se tem cobrado da indústria automobilística instalada no Brasil, num esforço compatível com seus ganhos, em termos de melhoria da eficiência, aumento da segurança, desenvolvimento da tecnologia. De tal modo que argumentar que essa indústria teria o compromisso de utilizar míseros 0,5% de sua receita bruta com essa última finalidade soa como pífio. Além do mais, que outras contrapartidas a indústria automobilística estaria disposta a oferecer? A própria experiência do passado demonstra que, nos inúmeros casos de renúncias fiscais, com redução do IPI, os consumidores não se beneficiaram de reduções de preços, nem os empregados com aumentos de salários. Pelo contrário, nas circunstâncias atuais, o espaço a ser criado em termos de diferencial de preços é de tal magnitude que o cenário mais provável – até mesmo por eliminação de parte da concorrência – é o de novos aumentos de preços, com expansão da produção e elevação das margens de lucros. A grande diferença em relação às várias situações do passado é que, em vez de o governo abrir mão de receita, irá arrecadar ainda mais, seja pelo aumento das vendas internas, seja pelo tributação adicional das importações.

A indústria automobilística não pode pretender continuar produzindo e vendendo no pico, nem o governo insistir em estimular a utilização de transporte individual de passageiros, com o consequente caos urbano e respectivas intercorrências. Custos de toda a ordem não estão sendo contabilizados, como, por exemplo, os ambientais, os provenientes dos congestionamentos e conseqüentes tempos improdutivos, os que justificam obras viárias faraônicas, e todos os relacionados à saúde pública, ao stress e à violência no trânsito das grandes e médias cidades.
Seja por meio de Medidas Provisórias, seja por meio de decretos – como no caso presente -, a sociedade exige uma discussão democrática e uma reflexão aprofundada sobre o caráter de medidas que, como a elevação de trinta pontos percentuais do IPI sobre a importação de veículos, afetam a economia do País com reflexos amplificados e duradouros sobre o dia-a-dia de cada cidadão brasileiro.

Comissão de Análise da Política Econômica
Conselho Federal de Economia

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terça-feira, 27 de setembro de 2011

China lança caixa electrónica dispensadora de ouro

Matéria publicada originalmente em http://diariodigital.sapo.pt/

A China já conta com a sua primeira caixa electrónica que dispensa ouro numa rua do centro de Pequim, pioneira de uma série de até dois mil que a empresa Gongmei Gold Trading pretende instalar nos próximos dois anos no país asiático, informou esta terça-feira o jornal China Daily.

«Os asiáticos têm um gosto único pelo ouro, principalmente na China e na Índia, e os canais de investimento na China são muito restritos actualmente», afirmou o presidente da empresa, Zheng Ruixiang.

A caixa contém 320 barras, além de moedas de ouro e tem limite por transacção fixada em 2,5 quilos e barras avaliadas em 156,2 mil dólares com preços do mercado, que são actualizadas a cada 10 minutos.

Cada barra tem um código de reconhecimento que poderá detectar o tipo de produto solicitado e determinar o seu preço.

No mesmo dia em que começou a funcionar, no fim-de-semana passado, o serviço acabou por ser suspenso por não estar a emitir recibos, embora os seus responsáveis esperem que esteja pronto para as férias chinesas pelo Dia Nacional da China, a 1 de Outubro.

A empresa espera que a caixa electrónica tenha uma boa aceitação na China, o segundo maior consumidor mundial de ouro, atrás da Índia, que se une ao restrito grupo de países que contam com este tipo de caixa, do qual fazem parte a Alemanha, os Estados Unidos, a Itália e os Emirados Árabes Unidos.

Segundo o Conselho Mundial do Ouro, a procura de investimento em ouro poderá alcançar 200 toneladas métricas este ano na China, acima das 187 toneladas métricas de 2010, quando aumentou 70%.

Os futuros preços do ouro, um valor seguro no actual contexto de instabilidade económica, aumentaram 29% este ano por causa da crise da dívida nos Estados Unidos e na União Europeia.


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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Brasil corre risco de desindustrialização mesmo com economia sólida para enfrentar crise mundial, dizem economistas

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O Brasil ainda corre o risco de se desindustrializar, mesmo com a economia apresentando boas condições de reagir a um acirramento da crise econômica mundial, disseram hoje (26) economistas que participaram da abertura do 8º Fórum de Economia, promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

A desindustrialização é o processo pelo qual a produção local é substituída pelos importados, enfraquecendo a indústria nacional e afetando as contas externas.

Para Benjamin Steinbruch, vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e presidente da Companhia Siderúrgia Nacional (CSN), a indústria brasileira sofre um grande risco de desindustrialização, não por incompetência da indústria, mas porque o país está muito caro. Ele disse que tem sido especialmente difícil para a indústria exportar. “Hoje, nenhum produto brasileiro industrial manufaturado tem condições de ser exportado, não por deficiência da indústria, mas por causa dos juros distorcidos, com carga fiscal absurda, salários irreais e atraso nas mudanças”.

Steinbruch elogiou a decisão do BC em reduzir a taxa básica de juros, a Selic, antevendo os efeitos da crise econômica mundial na economia brasileira, decisão que foi tomada no final do mês passado. “Acho que o BC tomou uma atitude corajosa que poderia ter tomado muito antes. A verdade é que o fez, sob críticas, mas deve continuar fazendo”, observou o vice-presidente da Fiesp, referindo-se à próxima reunião do colegiado que define a taxa, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, marcada para outubro.

Ele considera que o “Brasil nunca esteve tão bem, enquanto os outros [países] nunca estiveram tão mal”. Steinbruch avalia que a economia brasileira é apoiada num modelo que prioriza emprego, renda, consumo e desenvolvimento e, atualmente, não se pode prescindir de nenhum desses fatores. “Estamos hoje sob ameaça severa de diminuição de atividade econômica e um eventual começo de diminuição do emprego, que quebraria essa corrente, o que seria muito prejudicial”, disse Steinbruch.

Análise semelhante foi feita pelo presidente do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Pedro Luiz Barreiras Passos. Ele destacou que o “Brasil está muito melhor diante do cenário” de crise mundial, com a possível recessão e afundamento da economia norte-americana e com os problemas da União Europeia, e lembrou que a redução dos juros pode ajudar a diminuir os efeitos da crise aqui. “O Banco Central fez uma redução expressiva de juros, antevendo e anunciando o que seria a crise internacional. Foi uma medida bastante acertada que pode ajudar a mitigar efeitos da crise internacional no país e pode retomar uma trajetória de queda na taxa de juros recolocando os preços mais importantes da economia no lugar”, disse.

No entanto, Passos enfatizou que o governo precisa ampliar esforços para melhorar a situação da indústria nacional, que “é crítica” pelo fato da indústria vir perdendo competitividade. Para ele, o governo tem sido sensível ao apoiar indústria nacional, mas ainda é necessário que se adote uma política industrial mais consistente, de mais longo prazo e com melhor orientação de investimentos.

“O setor manufatureiro já não cresce há algum tempo. O problema continua grave [apesar das medidas tomadas pelo governo]. Em médio prazo, não vejo como restabelecer a capacidade do produto manufaturado nacional concorrer com o produto produzido no exterior se não tiver, definitivamente, um forte incentivo à inovação, um aumento e um forte impulso à produtividade e uma ação consistente para redução de custos sistêmicos no país. O Brasil é país muito caro. Precisamos trabalhar fortemente na redução de custos porque, senão, estamos diante de inevitável perda da indústria nacional”, observou o presidente do Iedi.

Para o professor de economia da FGV e ex-ministro da Fazenda Luiz Carlos Bresser-Pereira, que coordena o fórum, a crise mundial pode afetar o Brasil, mas o país está preparado para enfrentá-la. “O fato de que estamos com uma situação de reservas elevadas e com dívida pública em relação ao PIB [Produto Interno Bruto] baixa, [acredito] que a economia brasileira não será muito atingida. Deveremos continuar crescendo enquanto a Europa está em uma dificuldade muito grande.”

Bresser destacou que esta não é a primeira crise financeira no mundo moderno. De acordo com o ex-ministro, a crise atual teve início com a crise da Bolsa de Nova York, em 1987, e novas crises foram, então, se sucedendo, até 2008, com a quebra do banco de investimentos norte-americano Lehman Brothers. “Evidentemente a crise de 2008 não terminou”, disse.

A crise do momento, em que os Estados Unidos têm que cortar os gastos públicos e rever sua dívida e a Europa tem vários países igualmente endividados, colocou, na opinião de Clemente Ganz Lúcio, diretor do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), um novo problema para o qual ninguém tinha antes atentado, a sustentabilidade. “Isso vai exigir urgência nas decisões políticas.”

Brics cogita comprar dívida da zona do euro--fontes

Tags: desindustrialização-Brasil, comércio-Brasil-China, importações-brasileiras, consumo-interno, indústria-nacional, gargalos-infra-estrutura

sábado, 24 de setembro de 2011

China precisa combater inflação e afastar choques, diz Zhou

Por David Lawder e Frank Tang
http://br.reuters.com/

WASHINGTON (Reuters) - O cenário econômico da China é positivo, mas o país precisa continuar batalhando contra a inflação e estar preparado para repelir qualquer choque externo, afirmou o presidente do banco central do país, neste sábado.

O presidente do BC chinês, Zhou Xiaochuan, afirmou que a China precisa continuar flexível sobre suas políticas econômicas, um sinal de que pode considerar novas medidas de estímulo.

"Alta inflação continua sendo a principal preocupação", disse Zhou em declarações em reunião do Fundo Monetário Internacional.

"Medidas mais flexíveis serão tomadas em resposta a mudanças imprevisíveis na economia mundial e desdobramentos financeiros", afirmou Zhou. "Esforços serão promovidos para reduzir a inflação no curto prazo sem grandes perturbações ao crescimento, enquanto facilitamos a transformação do padrão de crescimento no médio e longo prazos", acrescentou.

A importância da China como motor do crescimento econômico global foi amplificada nas reuniões desta semana do grupo das 20 maiores economias do mundo e o FMI.

Autoridades pediram para a China e outros grandes mercados emergentes para impulsionarem o consumo doméstico e ajudarem a manter o crescimento mundial em meio às turbulências na Europa e fraqueza econômica dos Estados Unidos.

Zhou disse na quinta-feira que os principais mercados emergentes devem encontrar maneiras de aumentar a demanda interna.

Autoridades do G20 e do FMI, em reuniões neste fim de semana, discutiram a necessidade da China de ampliar o consumo doméstico para ajudar a manter o crescimento mundial.

Com 3,2 trilhões de dólares em reservas, Pequim tem amplo poder de fogo se decidir gastar mais, mas precisa ter cuidado para evitar efeitos como aumento da inflação e excesso de investimento em alguns projetos.

Representantes do FMI afirmaram neste sábado que Pequim estaria melhor servida se qualquer novo pacote de estímulo for voltado aos consumidores, não ao aumento de investimento e crédito bancário.

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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Aprendam com o Brasil, diz Eike Batista aos EUA

Por Brian Ellsworth e Daily Matt
http://br.reuters.com/

NOVA YORK (Reuters) - O homem mais rico do Brasil tem uma mensagem para os Estados Unidos -- sigam o nosso exemplo.

Os Estados Unidos devem exigir que uma parcela maior dos produtos que os norte-americanos consomem seja produzida internamente para estimular o crescimento do emprego, como o Brasil tem feito, disse à Reuters o bilionário Eike Batista nesta sexta-feira.

As regras de "conteúdo nacional" na produção brasileira estão ajudando a expandir a construção naval do país e os serviços de petróleo, segundo Eike. Ele disse que empresas como a gigante varejista Wal-Mart devem exigir que os fornecedores chineses produzam parte dos produtos dentro dos Estados Unidos.

"Eu acho que vocês fariam bem, vocês trariam as fábricas de volta à América", disse Eike em entrevista no edifício da Reuters em Nova York. "Se eu fosse americano, eu ficaria bravo com Wal-Mart. Por que 68, 70 por cento dos produtos vem da China?".

Eike disse que, se produtos como vassouras que o Wal-mart terceiriza para a China fossem em grande parte feitos nos Estados Unidos, os maiores custos para os consumidores seriam compensados pelos benefícios mais amplos da criação de empregos locais.

Ele disse que os EUA têm levado ao limite seu modelo econômico, concentrando esforços em lucro a curto prazo às custas de necessidades mais amplas da sociedade, e sem conseguir corresponder aos interesses dos acionistas de empresas norte-americanas.

Enquanto a Europa enfrenta uma crise de dívida e os Estados Unidos podem entrar em recessão, as indústrias de commodities em expansão no Brasil e o forte mercado interno do país devem impulsionar o crescimento econômico brasileiro para cerca de 3,5 por cento este ano.

O Brasil "poderia viver em isolamento esplêndido", disse Eike.

O empresário, considerado a oitava pessoa mais rica do mundo pela Forbes, é o acionista controlador do grupo EBX, cujas empresas operam na mineração, energia e construção naval, entre outros setores.

Regras de conteúdo local podem não criar indústrias mundialmente competitivas imediatamente e os custos podem ser elevados a curto prazo, mas são compensadas por benefícios de longo prazo para o crescimento, disse Eike.

"Você emprega muita gente - é imposto, é criação de empregos e preservação de empregos", acrescentou.

Os Estados Unidos também perderam terreno econômico para países como Brasil ou Alemanha porque suas melhores e mais brilhantes mentes têm buscado trabalho no setor financeiro, em vez de engenharia ou inovação e desenvolvimento, segundo Eike.

Muitas empresas norte-americanas têm sofrido com lideranças ruins que procuram copiar o que outros têm feito ao invés de assumir riscos e responder às mudanças. Executivos das empresas são muitas vezes focados em fazer seus bônus ao invés de inovar, afirmou.

"Há uma desconexão na América, eu sinto, com a falta de alinhamento de interesses", disse ele.

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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

China protesta contra a venda de armas dos EUA para Taiwan

Por Lucas Xu
Matéria publicada originalmente em http://portuguese.cri.cn/

Nesta quarta-feira (21), o vice-ministro das Relações Exteriores da China, Zhang Zhijun, chamou o embaixador norte-americano no país, Gary Faye Locke, para uma reunião de emergência. Zhang apresentou um protesto formal contra o plano norte-americano de vender US$5,852 bilhões em armamentos para Taiwan. Esses planos incluem modernizar os aviões taiwaneses de combate F-16A/B, vender componentes de aviões militares e oferecer treinamento.

Zhang Zhijun indicou que o ato norte-americano desobedece a três comunicados conjuntos sino-americanos, especialmente o Comunicado Conjunto de 17 de augusto de 1982, interferindo seriamente nos assuntos internos da China. Isso, segundo ele, prejudica seriamente a segurança nacional chinesa, a reunificação pacífica da China e a relação entre a China e os EUA. Zhang ainda disse que este plano é contrário à tendência de paz no Estreito de Taiwan e que a China se opõe à negociação.

Zhang Zhijun sublinhou que a China pede que os EUA reconheçam a sensibilidade do assunto e o grave prejuízo que a venda de armamentos para Taiwan vai causar. Ainda pede que os norte-americanos tratem com seriedade a posição chinesa, honrem os compromissos assumidos e cancelem imediatamente a negociação e as comunicações militares com Taiwan.

O porta-voz do Ministério de Defesa Nacional da China, Geng Yansheng, apontou que as tropas chinesas estão com uma posição sólida e explícita na defesa da soberania nacional e integridade territorial. Para ele, de venda de armas dos EUA para Taiwan influencia inevitavelmente as relações entre as tropas dos dois países.

O porta-voz do Gabinete para Assuntos de Taiwan do Conselho do Estado da China disse nesta quinta-feira (22) que a parte continental da China deseja que Taiwan reconheça a situação e não faça ameaças à estabilidade do Estreito de Taiwan e ao desenvolvimento pacífico das relações entre os dois lados do Estreito.

Além disso, chineses que vivem em Washington, nos EUA, condenaram este ato norte-americano. Eles desejam que o governo dos EUA compreenda o desejo dos chineses e apoiam a reunificação pacífica da China.


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Câmara aprova aviso prévio de 90 dias

Além dos 30 dias proporcionais aos empregados que tenham um ano trabalhado, o projeto garante o acréscimo de três dias a mais para cada ano; projeto vai para a sanção da presidência

Denise Madueño, da Agência Estado
http://economia.estadao.com.br/

BRASÍLIA - A Câmara aprovou hoje projeto aumentando o prazo de concessão do aviso prévio nas demissões sem justa causa. A proposta concede ao trabalhador o direito de receber até o máximo de 90 dias proporcionalmente ao tempo de serviço prestado na mesma empresa. Além dos 30 dias proporcionais aos empregados que tenham um ano trabalhado, o projeto garante o acréscimo de três dias a mais por cada ano.

Dessa forma, o trabalhador que estiver na mesma empresa por dez anos terá o direito a receber dois meses de aviso prévio - um que já tinha direito mais os 30 dias referentes aos dez anos de serviço. Para obter o máximo de 90 dias, o funcionário terá de ter 20 anos ou mais de serviço. Atualmente, o aviso prévio é concedido no máximo por 30 dias, a partir do primeiro ano de trabalho ou proporcionalmente aos meses de serviço. O projeto já foi aprovado pelo Senado e, para tornar lei, precisa agora da sanção da presidente Dilma Rousseff.

Segundo o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), a proposta não é retroativa, isso significa que o pagamento não deve ser estendido para os que já foram demitidos antes da publicação da lei.

Mas o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical, vai orientar os sindicatos a recorrerem à Justiça. Segundo o dirigente sindical, a legislação atual garante o prazo de dois anos para que o trabalhador reclame perdas trabalhistas na Justiça, portanto, na avaliação dele, os demitidos neste período poderiam entrar com ações. Paulinho afirmou que cerca de 30 milhões de trabalhadores perderam emprego nos últimos dois anos.

Em junho, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou o julgamento, suspenso desde então, de ações sobre o aviso prévio proporcional, especialistas ouvidos pelo Estado afirmaram que a regra deve ser aplicada apenas ao empregador e não deve atingir o funcionário que pede demissão. De acordo com esse entendimento, o artigo da Constituição, regulamentado pela lei, fala de direitos dos trabalhadores e não do direito dos empregadores.

O projeto foi aprovado pelo plenário em votação simbólica, sem o registro dos votos no painel eletrônico, em um acordo entre os líderes partidários. Os senadores aprovaram a proposta em 1989 e, depois de duas décadas, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), decidiu tirá-lo da gaveta para não deixar o Legislativo a reboque do Supremo Tribunal Federal. Recentemente, Marco Maia obteve a clara sinalização do ministro Gilmar Mendes, relator das ações no Supremo, de que o tribunal não iria segurar a conclusão do julgamento suspenso no final de junho.

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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Empresas terão prejuízo com disparada do dólar

Até terça-feira, efeito da alta da moeda na dívida de companhias que não se protegeram da variação já representava 44% do lucro no segundo semestre

Renée Pereira, de O Estado de S. Paulo
http://economia.estadao.com.br/

A escalada do dólar nos últimos dias deverá provocar prejuízos para as empresas que têm dívidas em moeda estrangeira. Até terça-feira, o efeito do dólar no endividamento das companhias já representava 44% do lucro (antes de juros e impostos, Ebit) obtido no segundo trimestre deste ano - isso considerando que as empresas não fizeram hedge para se proteger da variação cambial.

Em menos de três meses, o volume da dívida externa subiu R$ 11,38 bilhões, segundo levantamento feito pela Economática, com 241 empresas negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&F Bovespa). Apenas foram incluídas na pesquisa companhias que informaram o endividamento em moeda estrangeira nos dois períodos (2008 e 2011).

Além disso, para não distorcer o resultado, o trabalho excluiu dados da Vale e Petrobrás. No caso da petroleira, considerando que a estatal não tenha feito nenhuma operação de hedge, a variação cambial dos últimos dias significaria um impacto de 87% no Ebit do segundo trimestre(a dívida da empresa em moeda estrangeira é de US$ 46 bilhões até junho), afirma Einar Rivero, da Economática.

Na avaliação de Ricardo Torres, professor da BBS Business School, as companhias que não fizeram hedge cambial vão ter seus balanços e lucratividade afetados neste ano, mesmo que o dólar volte aos níveis dos últimos meses. O cenário do professor, no entanto, não mostra queda na cotação da moeda americana tão rapidamente. Nas projeções dele, o câmbio deve alcançar os níveis da crise de 2008, próximos de R$ 2,20. "Estamos vivendo agora o repique do estresse do mês passado", destaca. Com a volta dos executivos, que estavam de férias, as contas foram refeitas e o resultado é o que o mercado está vendo agora.

De acordo com o levantamento da Economática, um dos setores que podem sofrer mais com o avanço do dólar é o de papel e celulose. Entre junho e setembro, o endividamento das companhias cresceu R$ 1,6 bilhão, ante um Ebit de R$ 147 milhões no segundo trimestre. O setor de energia elétrica, tradicionalmente uma das áreas com maior volume de dívida em moeda estrangeira, está em situação um pouco melhor, mas ainda assim pode apresentar fortes prejuízos nos resultados trimestrais. Se o balanço das empresas fosse fechado agora, a variação cambial seria equivalente a 35% do lucro Ebit no segundo trimestre.

Segundo especialistas, as companhias estão mais preparadas do que em 2008. Além de reduzir a fatia da dívida externa no total (de 33,4% para 23,2%), elas alongaram o perfil da dívida. Boa parte das captações no exterior foram feitas com prazos de dez anos. Ainda assim, elas não estão livres do contágio cambial. Até porque a maioria não tem hedge para se proteger das variações do dólar por se tratar de operação muito cara.

"O hedge tem de ser obrigatório e em tempo integral", avalia Ricardo Torres. Segundo ele, as decisões na Europa sobre a Grécia podem arrefecer um pouco a pressão sobre o câmbio. Mas os problemas não acabam aí. Para o economista, o mercado americano talvez seja mais grave que a questão da Grécia. "Só espero que as companhias tenham aprendido com a crise de 2008 e estejam fora das operações de derivativos cambiais, que causaram prejuízos em 2008."

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Afinal, o que é um negócio rentável?

Isaac Rincaweski
Matéria publicada originalmente em http://www.classecontabil.com.br/

Muitas pessoas têm uma visão distorcida sobre o que é uma empresa rentável. Tudo vai depender das expectativas de cada sócio, como também do padrão de vida que pretende levar.

Não adianta a pessoa abrir um negócio pequeno e esperar grandes resultados. E isso acontece muitas vezes por absoluta falta de compreensão e conhecimentos básicos de administração.

Ou seja, qualquer empresa, grande ou pequena, pode ser lucrativa desde que os sócios administradores respeitem a sua capacidade de geração e distribuição de lucros.

Em nossa empresa contábil atendemos desde pequenas empresas, onde trabalha somente o sócio, como também empresas maiores com vários funcionários e, às vezes, o que se vê é o pequeno cliente satisfeito com a empresa e com o rendimento que ela lhe proporciona e, do outro lado, um cliente insatisfeito com os resultados da sua empresa, maior, mas amargando prejuízos contínuos.

Então, para o empreendedor inexperiente cabe sempre a consulta a um profissional contábil antes de escolher o tipo de empresa que irá investir. Só que em muitos casos acontece o contrário, ou seja, o empresário identifica o tipo de empresa que deseja abrir ou até mesmo adquirir, e, somente após o negócio efetuado é que ele procura um profissional contábil para fazer os trâmites legais de transferência ou registro e legalização, quando se tratar de abertura de nova empresa. Aí já é tarde demais, pois mesmo que o contador lhe mostre que o negócio não é rentável, ao menos para os padrões exigidos pelo empreendedor, dificilmente reverterá a sua decisão.

Outro dia uma pessoa procurou-me para registrar uma lavação de veículos. Na verdade a ideia era terceirizar a lavação de uma empresa de transportes. Ou seja, a transportadora estava querendo reduzir custos e ofereceu esta possibilidade a dois funcionários.

O problema é que eles não tinham a mínima noção de administração, mas a empresa solicitou-lhes que fizessem uma proposta de prestação de serviços.

Perguntei-lhes qual o valor que tinham em mente para verificarmos se era viável e fizemos um breve levantamento dos custos e despesas e um cálculo aproximado da receita, já que eles sabiam quantos caminhões e outros veículos de pequeno porte seriam lavados mensalmente. Imediatamente verificamos que aquele valor não seria suficiente para cobrir todos os custos e despesas da futura empresa.

Em seguida fizemos o cálculo do valor adequado, com valores diferenciados para os diversos tipos de veículos. Com uma proposta realista em mãos eles retornaram à empresa mas já não mais com a mesma confiança de que iriam fechar o negócio. O que de fato não aconteceu, pois a contraproposta da transportadora foi muito inferior.

Esse foi só um exemplo bem simples, mas que reflete a realidade de muitos candidatos a empresário. Sempre que tivermos a oportunidade, temos o dever de ajudar essas pessoas a visualizarem o futuro negócio de maneira realista.

Resumindo, podemos dizer que um negócio rentável é aquele que atende às expectativas dos sócios, colaboradores, clientes e fornecedores.


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terça-feira, 20 de setembro de 2011

Carteira do crédito imobiliário do Banco do Brasil vai aos R$ 6 bilhões

Matéria publicada originalmente em http://www.revistafator.com.br/

O volume de negócios da carteira de crédito imobiliário do Banco do Brasil acaba de atingir a marca de R$ 6 bilhões. Esse número representa um incremento de 75,5% em 2011 e de 125,6% em comparação com o mesmo período de 2010. 

Considerado apenas o segmento de pessoas jurídicas, o crescimento foi ainda mais significativo: avanço de 143% em 2011, passando de R$ 470 milhões em dezembro de 2010 para R$ 1,15 bilhão em setembro de 2011. 

O volume de negócios com pessoas físicas cresceu 64,6% no ano, de R$ 2,94 bilhões em dezembro de 2010 para R$ 4,85 bilhões em setembro de 2011. Em agosto, o Banco contratou cerca de 2,4 mil operações com pessoas físicas, com desembolso de R$ 361 milhões. 

O BB ocupa agora a 5º posição em market share, com participação de mercado de 3%. De acordo com o vice-presidente de Negócios de Varejos, Paulo Rogério Caffarelli, a previsão do Banco do Brasil para este ano é mais que dobrar sua carteira imobiliária em relação ao valor consolidado do final de 2010 e chegar a R$ 7,5 bilhões até o próximo mês de dezembro. 

A estratégia do Banco para alcançar esse objetivo é ampliar a oferta do crédito para médias e grandes construtoras e incorporadoras para obter ganho em escala, além de ampliar o portfólio de produtos lançando novas linhas de financiamento para pessoa física, como o financiamento à construção de imóveis e o financiamento de imóveis na planta. 

Minha Casa, Minha Vida 2-O Banco do Brasil ampliou sua participação na segunda fase do Programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal. O BB, que já atuava no âmbito do programa com a oferta de linhas de crédito com recursos do FGTS destinadas para o público com renda entre R$ 1.600,01 e R$ 5.000 para aquisição de moradias, na planta ou concluídas, se prepara para atender, já a partir de janeiro do próximo ano, também aos mutuários com renda familiar de até R$ 1.600, valor equivalente à faixa de renda de até três salários mínimos. 

Os recursos para essa faixa de renda são do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) e os projetos terão origem em iniciativas dos estados, prefeituras ou das próprias construtoras.

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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

EXCLUSIVO - Brasil proporá a Brics ajuda à Europa via FMI

Por Brian Winter
http://br.reuters.com/

SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil vai propor aos outros países do Brics que disponibilizem bilhões de dólares em recursos ao Fundo Monetário Internacional (FMI) como forma de aliviar a crise na zona do euro, disse uma fonte à Reuters nesta segunda-feira.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, apresentará a proposta nesta semana durante reunião do Brics em Washington, disse a fonte sob condição de anonimato. O Brics é composto por grandes países emergentes: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

"Dar mais recursos ao FMI parece uma das opções mais atraentes que nós temos para ajudar a Europa", disse a fonte.

O Brasil poderia disponibilizar até 10 bilhões de dólares de seus próprios recursos para ajudar a Europa através de vários canais, incluindo o FMI ou a compra de títulos soberanos da dívida, acrescentou fonte.

A contribuição do Brasil, sozinha, certamente seria muito pequena para fazer diferença. Mas um esforço coordenado que inclua China e Rússia, em particular, poderia ter um impacto maior no momento em que os investidores olham para as reservas internacionais dos países emergentes como esperança de ajuda.

Um consenso a respeito de uma ação coordenada parecia ganhar corpo na segunda-feira. O ministro das Finanças da Rússia, Alexei Kudrin, disse a jornalistas que os países com reservas substanciais poderiam ajudar a socorrer as nações da zona do euro sob "certas condições."

Os países do Brics já compram títulos europeus emitidos pelo Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira, reportou o jornal Valor Econômico nesta segunda-feira.

Mantega havia proposto anteriormente que os Brics fizessem compras coordenadas de bônus europeus, mas a ideia encontrou resistência em outros integrantes do grupo, que temem a compra de ativos de risco ou duvidam ter capacidade para poder ajudar. O FMI seria um veículo mais "seguro" para uma ação coordenada, disse a fonte.

IDEIA SATISFAZ AMBIÇÕES BRASILEIRAS

A proposta atenderia a dois desejos do Brasil. A ajuda poderia aliviar o impacto da crise sobre economias da zona do euro em dificuldades --especialmente Portugal e Espanha, que têm grandes investimentos no país.

Uma participação maior no FMI também poderia aumentar o poder do Brasil dentro da instituição. Integrantes do governo da presidente Dilma Rousseff têm dito que veem a crise na Europa e nos Estados Unidos como uma oportunidade para que o Brasil e os países do Brics ganhem uma importância maior nos assuntos globais.

Uma forma de os países do Brics disponibilizarem mais recursos para o FMI poderia ser por meio de "Novos Acordos de Empréstimo" --tipo de fundo de crise que atualmente tem cerca de 591 bilhões de dólares disponíveis, segundo o FMI.

O Brasil recebeu consultas diretas de países europeus a respeito da compra de títulos soberanos, disse a fonte, mas as reservas internacionais somente podem ser usadas para a compra de papéis com grau de investimento.

Um porta-voz do Ministério da Fazenda do Brasil não estava imediatamente disponível para comentários.

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domingo, 18 de setembro de 2011

Afinal, cadê o Gerente Financeiro das MPEs?

Por Odelmo Diogo - Blog TRADE-OFF

Corriqueiramente são divulgadas informações sobre o elevado índice de fechamento de micro e pequenas empresas no Brasil. Vários analistas e estudiosos já estudaram o tema e sinalizaram as principais causas para a alta mortalidade precoce das MPEs. E, na maioria dos casos, é fácil observar a relevância do grau de qualificação dos administradores e de sua equipe para a continuidade das organizações. 

O gerenciamento financeiro é uma das funções determinantes para a manutenção da “saúde financeira” das empresas. No entanto, observa-se no dia a dia, que as micros e pequenas empresas visualizam a função de gerenciamento financeiro apenas como um mero “contas a pagar e contas a receber”. Sob a ótica dos micros e pequenos empresários, as atividades de gerenciamento financeiro não são tão complexas e podem ser desenvolvidas por funcionários com um grau de qualificação básico. 

Assim, a inexistência de profissionais qualificados atuando no gerenciamento financeiro das MPEs contribuí para que estas incorram em erros e em estratégias equivocadas. Muitas vezes essas micros e pequenas empresas são administradas apenas pelo proprietário e, quando atingem um determinado porte, enfrentam graves crises em decorrência das dificuldades da transição de uma administração centralizada e amadora para uma administração profissional e descentralizada. É o dilema daquele empresário que viu sua empresa crescer e em determinado momento já não consegue administrá-la sozinho. 

Afinal, qual a solução para o gerenciamento financeiro das MPEs? 

A administração financeira deve ser vista por micro e pequenos empresários como essencial para a sobrevivência de suas empresas. A função é complexa e envolve desde atividades mais simples como o gerenciamento do “contas a pagar e a receber” até as mais complexas como é o caso da captação eficiente de recursos junto a Bancos e Fornecedores e a gestão tributária em conjunto com o Contador. 

Uma administração financeira profissional evitará que a empresa pague juros bancários em excessos, impedirá o pagamento de multas e juros por atrasos a fornecedores, contribuirá para uma gestão tributária eficiente, fornecerá informações fidedignas para amparar a tomada de decisões da diretoria, além de outras inúmeras situações que contribuirão para o equilíbrio financeiro da empresa. 

Portanto, caberá aos micros e pequenos empresários dar um passo adiante contratando pessoas qualificadas para o exercício do gerenciamento financeiro de suas empresas. Afinal, desembolsar R$ 4 mil para o pagamento de salário de um profissional qualificado poderá evitar dores de cabeça no futuro.

Petrobras e UFC inauguram Laboratório de Corrosão no Nordeste

Matéria publicada originalmente em http://www.revistafator.com.br/

A Petrobras e a Universidade Federal do Ceará (UFC) inauguraram no dia 16 de setembro (sexta-feira), em Fortaleza, o Laboratório de Corrosão do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da UFC, o primeiro desse porte na região Nordeste. O laboratório faz parte da Rede Temática de Tecnologia de Materiais e Controle de Corrosão da Petrobras, e recebeu investimento de R$ 2,7 milhões na sua implantação.

Construído numa área de 1,472m² no campus da universidade, o laboratório irá se dedicar ao estudo da corrosão em equipamentos e estruturas metálicas, contribuindo fortemente com o setor produtivo nacional. Além disso, será importante ponto de apoio para as atividades da Petrobras na região Nordeste, através dos empreendimentos das refinarias Premium, no Pecém, e da Unidade de Operações do Rio Grande do Norte e Ceará (UO-RNCE).

A Petrobras investiu no período de 2006 a 2011 R$ 38,5 milhões na implantação de infra-estrutura laboratorial e em projetos de pesquisa & desenvolvimento no estado do Ceará. Deste total, R$ 36 milhões foram destinados à Universidade Federal do Ceará (UFC).

Redes Temáticas- O modelo das Redes Temáticas foi criado pela Petrobras em 2006, voltado para o relacionamento com as universidades e institutos de pesquisas brasileiros. Hoje já são 50 redes operando em parceria com mais de 100 universidades e instituições de pesquisas de todo o Brasil, que, organizadas em redes temáticas coordenadas pelo Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), um dos maiores centros de pesquisas do mundo, desenvolvem soluções tecnológicas para os principais desafios da indústria de energia.

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sábado, 17 de setembro de 2011

Invasão de produtos chineses tem provocado fechamento de indústrias no Brasil, aponta levantamento

Luciene Cruz
Repórter da Agência Brasil
http://agenciabrasil.ebc.com.br/

Brasília – Produtores nacionais estão preocupados com a desindustrialização provocada pela invasão dos produtos chineses nos últimos anos. Levantamento da Comissão de Defesa da Indústria Brasileira (Cdib) aponta que, na última década, várias indústrias fecharam as portas após o avanço das importações chinesas.

No segmento de escovas, por exemplo, das 40 empresas que há dez anos estavam no mercado, apenas duas mantêm as atividades industriais. Para o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Vassouras, Escovas, Pincéis e Similares (ABVEP) e membro fundador da Cdib, Manolo Canosa, a desativação do parque industrial significa a “morte” do setor com perdas irreparáveis, incluindo de empregos.

“Quando se desativa uma indústria, independentemente do setor, perde-se toda a mão de obra técnica porque o setor morreu. Daqui a pouco não vai existir indústria para gerar empregos. A cada produto comprado da China, se exclui um emprego aqui [no Brasil] e se cria um na China”, lamenta.

Das três empresas brasileiras produtoras de ímã de ferrite (material utilizado na fabricação de alto-falante), apenas uma continua com as atividades industriais. Segundo o diretor da companhia Roberto Barth, a valorização do real diante da desvalorização do yuan (moeda chinesa) torna a concorrência impraticável e desleal. “As nossas indústrias não têm como concorrer com essa invasão predatória chinesa. A defasagem cambial inviabiliza qualquer tipo de concorrência”, comenta.

Na tentativa de reduzir a entrada ilegal dos produtos chineses, Barth denunciou ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) a manobra feita por indústrias da China que declaravam produzir em Taiwan para driblar o pagamento de taxas antidumping. “O próprio exportador chinês me ofereceu a compra desses produtos com entrada ilegal a preços mais baratos”, conta.

Após investigação da denúncia, pela primeira vez, o governo federal proibiu a entrada de um produto estrangeiro utilizando as medidas de defesa comercial que fazem parte do Plano Brasil Maior, política industrial do governo federal lançada no início de agosto. “Já é um começo. Quando pensarem em burlar a lei, vão pensar mais de uma vez”, completa.

Para o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto Castro, a desindustrialização provocada pelo aumento das importações chinesas representa uma tendência. Com o dólar em baixa, os produtos importados ficam mais baratos e as mercadorias nacionais perdem espaço no mercado interno. “O governo deixou claro que a preocupação maior é manter a inflação baixa e não com o comércio exterior. As medidas de estímulo são bem-vindas, mas são insuficientes”, avalia.

Castro destacou ainda que o problema cambial é agravado pela falta de apoio governamental às indústrias nacionais. “O câmbio é um problema por causa da nossa infraestrutura insuficiente e onerosa. O sistema tributário arcaico, a elevada tributação, o alto custo financeiro e a burocracia são fatores que tornam o problema cambial ainda maior”, afirma.

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CARTA DE BONITO/MS

CONGRESSO BRASILEIRO DE ECONOMIA - 07-09/09/2011
DESENVOLVIMENTO: INOVAÇÃO, TECNOLOGIA E SUSTENTABILIDADE

Por ocasião da comemoração dos 60 anos de regulamentação da profissão, os Conselhos de Economia, como instância de representação múltipla da Categoria, visando esclarecer e promover uma reflexão sobre o assunto central do Congresso, vêm manifestar-se à opinião pública a respeito do debate recente sobre desindustrialização no Brasil.

Os critérios e as circunstâncias com base nos quais se caracteriza o que é em geral entendido como desindustrialização são diversos. O processo não é novo na História Econômica, mas, de modo geral, pode ocorrer em países que já alcançaram um alto grau de desenvolvimento. Sua caracterização vai desde a redução do nível e da capacidade de produção em termos absolutos até à perda de participação relativa da atividade industrial na geração de renda. Desindustrialização também pode ser entendida como redução da abrangência e da complementaridade dos setores industriais entre si e com o restante da economia. Assim, a inexistência ou fragmentação das cadeias produtivas pode ser vista como uma limitação ao ciclo da industrialização e como uma restrição à alavancagem do desenvolvimento consistente.

Numa perspectiva de longo prazo, o Brasil não pode continuar com o atual processo de aumento da dependência da importação de produtos industrializados. A atual substituição da produção interna por produtos importados ocorre antes que o país tenha alcançado o domínio dos processos tecnológicos estratégicos para assegurar a sustentabilidade de seu desenvolvimento soberano.

A questão se reveste de mais riscos ainda quando à situação antes descrita se associa uma recomposição das pautas de exportação, dependentes, crescentemente, da demanda internacional por produtos primários e de modesto valor agregado. Como é sabido, estes produtos são mais facilmente substituíveis, têm baixo conteúdo tecnológico e as cotações são muito mais voláteis. Esta crescente especialização do padrão de exportação é a chamada reprimarização.

Este é, presentemente, um dos grandes desafios da economia brasileira, ainda mais nas circunstâncias em que o binômio câmbio sobrevalorizado e juros elevadíssimos está fortemente associado, e pesadas resistências e interesses internos se opõem à desativação dessa armadilha, cujos efeitos a médio prazo podem ser devastadores para o projeto nacional de desenvolvimento autônomo, continuado e vigoroso, capaz de tornar o Brasil emergente, enfim, no País do presente.

No entanto, o problema da desindustrialização não se restringe à natureza das políticas macroeconômicas. A questão central é a escolha de estratégias de desenvolvimento que impliquem mudanças estruturais efetivas, inclusive quanto ao deslocamento da fronteira de produção. A simples correção do câmbio real e do juro real não impede, necessariamente, o redirecionamento dos investimentos na direção da “linha de menor resistência” que, no caso brasileiro, é na direção da produção de bens intensivos em recursos naturais.

A correção da gestão macroeconômica deve vir acompanhada de políticas estruturantes de novo padrão de acumulação e alocação de recursos. Os objetivos são impedir o viés na direção da especialização em produtos intensivos em recursos naturais e promover o deslocamento mais equilibrado e abrangente da fronteira de produção. Somente estruturas de produção mais abrangentes, robustas e competitivas permitem a melhora permanente de renda, consumo e distribuição, ou seja, o desenvolvimento econômico no longo prazo.

Nesta perspectiva, cabe considerar que os desafios das medidas macroeconômicas não sejam restritivos à sustentabilidade do desenvolvimento econômico.

Fonte: http://www.cofecon.org.br/

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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Cuidados ao abrir um escritório de contabilidade

Anderson Hernandes
Artigo publicado em http://www.administradores.com.br/

Com o mercado contábil aquecido, a valorização do profissional de contabilidade está em alta. Baseado nesse cenário, quais os cuidados ao abrir um escritório de contabilidade? Nesse artigo vou explanar alguns deles.

A profissão contábil sofreu mudanças que a tornaram hoje muito diferente do que dez anos atrás. Mesmo para profissionais que pretendem abrir um escritório de contabilidade para atender micro ou pequenas empresas, o perfil do contabilista adequado também mudou significativamente.

Falando especificamente de novos escritórios posicionados no mercado de micros e pequenas empresas, destaco o atual cenário desses empresários: aumento da responsabilidade técnica face às novas obrigações acessórias, nível de qualificação profissional exigido mais elevado, dificuldades de adotar a escrita contábil regular nos termos da legislação aplicável e problemas em adequar os clientes para atenderem critérios de controles financeiros necessários para suporte aos serviços contábeis. Tudo isso confronta diretamente com outra realidade: honorários relativamente baixos.

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Como um novo escritório vai concorrer diretamente com um mercado já atendido por profissionais e empresas de contabilidade já atuantes há anos, existe o pressuposto que para formar uma carteira de clientes seja necessário adotarem uma estratégia de preço mais baixo do que o praticado pelo mercado. Além das questões éticas envolvidas, essa estratégia é arriscada, pois formar uma carteira de clientes que buscam preço e não diferenciais não é duradoura. No momento que a empresa contábil decidir readequar os honorários a realidade de mercado a maior parte desses clientes vão migrar para novos entrantes com estratégia semelhante.

Se todas as empresas contábeis exigissem de seus clientes o cumprimento da obrigatoriedade legal de adoção da escrituração contábil, com plena certeza haveria uma valorização profissional acentuada para todos e seriam necessários muitos mais profissionais para atender essa demanda. No entanto, isso não é o que pensam alguns profissionais e isso tem impactado num número elevado de empresas que encaram o contabilista como agente do fisco, cuidando apenas de aspectos tributários e fiscais e não como um profissional atuante na contabilidade. Aliás, se perguntarmos a essas empresas que não escrituram os livros contábeis obrigatórios, a maior parte dirá que tem serviços de contabilidade, quando na verdade desconhecem o que é na verdade a contabilidade.

Os profissionais entrantes nesse mercado tem que ter plena consciência de um fator importante: quer o cliente pague pouco ou muito pelos serviços ele vai cobrar por qualquer erro cometido pelo profissional ou por seus prepostos. Por isso, leve em conta o risco envolvido na hora de determinar o preço dos serviços. Nesse respeito o profissional poderia perguntar-se: Os honorários são compatíveis com os valores das multas por erros ou atrasos nas obrigações acessórias? Estou prevendo a necessidade de investir em melhorias contínuas em minha estrutura, consultoria de apoio técnico e qualificação permanente minha e da equipe?

Outro erro comum é o de atender todo o tipo de serviço ou cliente. Com isso forma-se uma carteira de clientes desalinhados ou pouco rentáveis para a empresa contábil. O profissional contábil precisa saber dizer não para serviços dessa natureza. Buscar uma especialização dos serviços aumenta o foco, o que diminui o mercado-comprador, mas também diminui a concorrência, podendo ser uma alternativa atraente para novas empresas contábeis.

Diante de tantos desafios para os novos profissionais da contabilidade, deixo um último conselho: cuidado em atuar sozinho no mercado. Ninguém é bom em tudo, o máximo que alguém sem foco de especialização consegue é tornar-se mediano, o que é um perigo profissional. Compor uma sociedade com alguns profissionais poderá permitir ter uma estrutura mínima necessária, troca de experiências, divisão de responsabilidades e foco na qualificação dos sócios, permitindo maior segurança na prestação de serviços.

Diante da importância desse assunto não posso dar por esgotado os conselhos pertinentes a ele, sendo que em breve publicarei novos artigos complementares.

* Anderson Hernandes é empresário contábil, palestrante e escritor especializado em mercado contábil. http://www.andersonhernandes.com.br/

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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Alemães estão animados com perspectivas de investimentos no Brasil

Chico Santos
Valor Econômico
http://www.valor.com.br/

RIO - Se no terreno europeu a Alemanha sofre com o quebra-cabeças de garantir a sobrevivência da Zona do Euro, do lado de cá do Atlântico os investidores alemães estão eufóricos com as perspectivas de investimentos, especialmente no Rio de Janeiro, geradas pela exploração de petróleo no pré-sal, pela Copa do Mundo de 2014 e pelos Jogos Olímpicos de 2016.

O 29º Encontro Econômico Brasil-Alemanha (EEBA), marcado para os dias 19 e 20 (segunda e terça-feira da próxima semana) deverá reunir 15 delegações empresariais alemãs, praticamente o dobro das oito que participaram do encontro no ano passado.

Hoje à tarde, o número de participantes previsto já alcançava 2.200, ultrapassando a previsão inicial de 2.000 feita pelos organizadores. Um dos participantes será o escritório de arquitetura alemão GMP, especializado em projetos urbanos e de arenas multiuso.

Com nove escritórios espalhados pelo mundo, a empresa chegou ao Brasil há três anos, de olho na construção dos estádios para a Copa de 2014, tendo participado dos projetos das arenas de Manaus, Brasília e da reforma do Mineirão. Foi também responsável pelo projeto da reforma do Morumbi, estádio que inicialmente iria sediar o jogo de abertura da Copa.

Segundo Ralf Amann, diretor do escritório, a GMP, que tem no seu portfólio o projeto de uma cidade inteira para 800 mil habitantes na China, está tratando de ampliar seu leque de opções e garantir a permanência do mercado, já tendo desenvolvido o conceito para um centro de exposições em São Paulo e o projeto pré-básico para o novo aeroporto de Natal. As obras para os Jogos Olímpicos de 2016, incluindo hotéis, estão também no foco do escritório alemão.

A EEBA é organizada pela Federação das Indústrias Alemãs (BDI, na sigla em alemão), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e pela Câmara Brasil-Alemanha.

O evento será no Pier Mauá, região portuária do Rio, e discutirá temas como logística, inovação, mobilidade urbana, infraestrutura, saúde e perspectivas para o comércio Brasil-Alemanha.

A corrente de comércio Brasil-Alemanha saltou de US$ 6,95 bilhões em 2000 para US$ 20,69 bilhões em 2010. O Brasil foi deficitário em US$ 4,41 bilhões. A Alemanha foi no ano passado o quinto maior comprador de produtos brasileiros e a Alemanha foi o quarto maior fornecedor das importações brasileiras.

Os principais produtos exportados pelo Brasil são minério de ferro e café em grãos. Da Alemanha para o Brasil as maiores vendas em 2010 foram de automóveis, cloreto de potássio e partes e acessórios para veículos.

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Banco do Brasil atinge R$ 1 bilhão em operações do Fies

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil 
http://agenciabrasil.ebc.com.br/

Brasília - O Banco do Brasil (BB) atingiu esta semana a marca de R$ 1 bilhão em operações do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), com empréstimos para mais de 25 mil estudantes de instituições privadas. 

A participação do BB subiu de aproximadamente 4% do total de contratos do Fies em 2010 para cerca de 20% do valor financiado no início deste mês. A Caixa Econômica Federal, atualmente, lidera o volume de operações. 

O BB quer chegar à liderança dos empréstimos. Para isso, a ideia é aproveitar a capilaridade da rede de cerca de 5 mil agências no país e também divulgar o Fies aos estudantes de ensino superior. A estratégia é iniciar o relacionamento com os alunos na fase universitária para que seja mantido ao longo de toda a vida financeira. 

O banco tem atualmente cerca de 1,2 milhão de contas universitárias. “O BB acompanha o passo a passo desse cliente desde o momento em que ele entra na universidade. Queremos ser o maior banco dos jovens no Brasil”, diz o vice-presidente de Negócios de Varejo do BB, Paulo Rogério Caffarelli, em nota. 

O Banco do Brasil atua como agente financeiro do Fies desde o final de agosto de 2010. Pelo programa, o universitário pode financiar até 100% do valor da graduação, com prazo de três vezes o período financiado mais 12 meses para quitar o empréstimo, com juros de 3,4% ao ano. Segundo o BB, o estudante começa a pagar o empréstimo 18 meses após se formar.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Brics cogita comprar dívida da zona do euro--fontes

Por Raymond Colitt e Patrícia Duarte
BRASÍLIA (Reuters) - Os países do Brics estão em conversas iniciais a respeito de um aumento das compras de títulos denominados em euros em um esforço para amenizar a crise da dívida na Europa, afirmou uma fonte do governo brasileiro nesta terça-feira. 

As conversas ainda estão em "estágio preliminar", disse a fonte, que pediu para não ser identificada porque as conversas ainda estão acontecendo. A fonte disse que qualquer ação não envolveria "a maioria" das reservas dos países, mas não deu detalhes adicionais. 

O Brics é formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. 

Outra fonte do governo disse que o Brasil não pretende usar as reservas internacionais, hoje em torno de 355 bilhões de dólares, para comprar títulos da dívida europeia, mas poderia utilizar o Fundo Soberano do Brasil, que em tese pode "correr mais riscos" . 

Em agosto, segundo dados publicados no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o fundo tinha patrimônio líquido de 15,374 bilhões de reais. Desse total, no entanto, quase 85 por cento estão aplicados em ações da Petrobras e do Banco do Brasil, posições que o governo não tem interesse de se desfazer. 

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que os ministros de Finanças e os presidentes de bancos centrais do Brics vão discutir a crise da zona do euro num encontro em 22 de setembro em Washington. 

"A gente vai se reunir semana que vem em Washington e vai discutir como fazer para ajudar a União Europeia a sair dessa situação", disse Mantega a jornalistas em Brasília. 

O ministro da Fazenda, Guido Mantega quer, antes do encontro da próxima semana, conversar com seus pares dos países do Brics para afinar as eventuais propostas que possam ajudar a zona do euro, informou nesta terça-feira uma fonte próxima ao assunto. 

O jornal Valor Econômico informou nesta terça-feira que as compras poderiam ser limitadas a dívida de países europeus financeiramente mais sólidos. 

A segunda fonte pôs em dúvida a habilidade do Brics de coordenar um plano de assistência. "Como é que vai se coordenar uma ação do Brics se lá na União Europeia não tem?", questionou a fonte. 

A crise de dívida na zona do euro têm sacudido os mercados globais há mais de um ano, com o aumento das especulações recentemente de que a Grécia poderia declarar moratória ou mesmo deixar o bloco monetário, formado por 17 países. 

Os bancos centrais de Brasil e África do Sul não comentaram o assunto. 

(Reportagem de Raymond Colitt e Tiago Pariz em Brasília, Luciana Lopez e Brad Haynes em São Paulo e Phumza Macanda na África do Sul)

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Afinal, o que é Terapia Financeira?

Por Odelmo Diogo - Blog TRADE-OFF

Apesar das reclamações do competente estagiário sobre a grande quantidade de escritos referentes à educação e planejamento financeiro, é válido voltar ao tema abordando o conceito de “terapia financeira”.

O termo “terapia financeira” tornou-se mais conhecido a partir do lançamento do livro do educador financeiro Reinaldo Domingos*. No livro, ele faz referência a sua atuação como educador financeiro e mostra que seu trabalho equivale a uma espécie de terapia que incluí, antes de qualquer coisa, a análise comportamental das pessoas na relação com o dinheiro.

Dessa forma, a “terapia financeira” é uma espécie de tratamento para aqueles que estejam ameaçados ou acometidos de distúrbios financeiros. A referida terapia também se mostra eficiente como instrumento de planejamento e controle das finanças dos indivíduos que planejam efetuar investimentos, almejam realizar alguns sonhos e até para aqueles que buscam viver de forma tranquila a terceira idade.

A “terapia financeira” contempla a descoberta do “eu financeiro” das pessoas, tornando assim possível a construção de um planejamento voltado para as singularidades de cada situação, respeitando assim os orçamentos, os anseios e os sonhos de cada indivíduo.

É possível afirmar que a “terapia financeira” é uma extensão da educação financeira. Enquanto esta última tem a preocupação de construir e compartilhar conhecimentos sobre finanças e produtos financeiros, a “terapia financeira” inclui a análise comportamental dos indivíduos sugerindo caminhos a serem trilhados ou construídos!

* Reinaldo Domingos é educador financeiro e autor do livro Terapia Financeira publicado em 2011