domingo, 25 de outubro de 2015

Capital da Noruega planeja abolir os carros da zona central até 2019


Oslo pode ser a primeira capital europeia a adotar uma política permanente de proibição de carros
Foto: Mariano Mantel/Flickr/CC

Fonte: matéria publicada em http://www.ecodesenvolvimento.org/

Enquanto a Prefeitura de São Paulo enfrenta forte resistência para restringir o uso de carros na Avenida Paulista, mesmo que somente aos domingos, Oslo, a capital da Noruega, anunciou recentemente que irá livrar sua zona central do tráfego de carros e construirá ao menos 60 quilômetros de faixas para bicicletas até 2019.

A informação é do recém-eleito conselho da cidade, que é formado por membros do Partido Trabalhista Norueguês, Partido Verde e Partido da Esquerda Socialista.

“Queremos um centro livre de carros e melhorar a região para pedestres, ciclistas”, explicou à agência de notícias Reuters Lan Marie Nguyen Berg, que pertence ao Partido Verde do país e é uma das líderes dessa proposta.

Embora não tenham sido detalhados, os investimentos no transporte público local estão previstos - ônibus e bondes devem continuar funcionando normalmente. Um plano específico para atender ao comércio local e pessoas com deficiências também será desenvolvido.

Redução de CO2

A medida tem a meta de reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) em 50% até 2020, em relação aos níveis emitidos em 1990. Até 2019, o novo conselho estima uma redução geral de 20% no tráfego de carros por toda Oslo. Em 2030, esperam atingir 30%.

Uma vez aplicada, Oslo será a primeira capital europeia a adotar uma política permanente de proibição de carros. Em caráter temporário, medida similar virou realidade em Paris no mês passado, quando as ruas de 11 bairros foram fechadas para automóveis. Na ocasião, foi registrada a redução de 20 a 40% nas emissões de gases poluentes.

Estabelecimentos comerciais

Contudo, a ideia de abolir os carros da zona central não foi bem vista pelos donos de estabelecimentos comerciais da capital norueguesa. Segundo informou o The Guardian, 11 dos 57 shoppings centers de Oslo estão localizados justamente nessa região.

Oslo tem uma população de cerca de 620 mil pessoas. Na região central, estima-se que o número de habitantes não ultrapasse a marca dos mil. Todavia, a área é diariamente frequentada por 90 mil pessoas que trabalham em escritórios e estabelecimentos comerciais lá baseados. A cidade conta com 350 mil carros e a maioria deles está registrada nos seus arredores.

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Tags: Oslo-Noruega, redução-CO2, modais-transporte-cidades, carros-bicicletas-São-Paulo

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Conheça o plástico orgânico comestível desenvolvido por pesquisadores brasileiros

Matéria publicada originalmente em http://www.ecodesenvolvimento.org

Depois de duas décadas de trabalho, os pesquisadores da Embrapa Instrumentação desenvolveram uma série de películas comestíveis que funcionam como plástico biodegradável e podem ser utilizadas no preparo de alimentos.

O processo de produção do “plástico comestível” é considerado simples. Primeiro, a matéria-prima, como frutas e verduras (espinafre, mamão, goiaba, tomate, entre outros) é transformada em uma pasta. Em seguida, os pesquisadores adicionam componentes para dar liga no material e o colocam em uma forma transparente, que é levada a uma câmara que emite raios ultravioleta. Após poucos minutos, a película sai da máquina pronta para ser consumida.

Quando descartado, este tipo de plástico se decompõe em até três meses e ainda pode ser utilizado como adubo ou lançado na rede de esgoto sem causar danos ao meio ambiente. A inovação ainda tem capacidade para conservar os alimentos pelo dobro do tempo do plástico convencional, que tem como agravante o fato de demorar cerca de 400 anos para se decompor na natureza.

Reaproveitamento de alimentos

De acordo com o pesquisador José Manoel Marconsini, a produção deste material favorece o reaproveitamento de alimentos que seriam rejeitados por não apresentarem bom aspecto visual, mesmo estando em condições de consumo. “Além disso, como vantagem ambiental tem a redução do desperdício de alimentos, pois auxilia no aumento da produtividade”, explica ao portal Web Rádio Água.

O material tem características físicas semelhantes aos plásticos convencionais, como resistência e textura. Em laboratório, o plástico orgânico se mostrou mais resistente ao impacto, além de ser três vezes mais rígido que os plásticos sintéticos.

Ainda não há previsão de comercialização, entretanto várias empresas já entraram em contato com a Embrapa Instrumentação a fim de demonstrar interesse na inovação.

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Tags: meio-ambiente, inovação, educação, pesquisa, ciência-tecnologia

domingo, 28 de junho de 2015

Energias renováveis devem saltar de 14% para 51% no Brasil até 2040

Matéria publicada em http://www.ecodesenvolvimento.org/

Até 2040, o Brasil deverá atrair US$ 300 bilhões em investimentos para geração de energia elétrica — a maior parte desses recursos (70%) irá para projetos solares e eólicos, prevê o estudo Energy Outlook (NEO), feito pela Bloomberg New Energy Finance (BNEF).

O país vai adicionar 250 gigawatts (GW) de nova capacidade nos próximos anos, chegando a 383GW, um aumento de 189% em sua capacidade total. Cerca de 89% disso, prevê o estudo, serão compostos de energias renováveis, inclusive de pequenas e grandes hidrelétricas.

No entanto, a grande mudança vem participação das renováveis eólica, solar e biomassa, que deverá saltar do atuais 14% de capacidade instalada para nada menos do que 51% em 2040.

"A crise no setor energético nos últimos meses, agravada pela seca, destacaram a necessidade de o país diversificar sua matriz energética", destacou à Exame Lilian Alves, analista da Bloomberg New Energy Finance.

"E o grande potencial de diversificação está nas fontes renováveis, não necessariamente em termelétricas a óleo combustível", enfatiza lilian.

À medida que o país expande a capacidade e a geração a partir de fontes alternativas, ele aumenta sua segurança energética e a resiliência frente a fenômenos extremos.

Boom solar

De acordo com a especialista, a energia eólica receberá R$ 84 bilhões; outros US$ 26 bilhões vão para biomassa, enquanto projetos de grandes e pequenas hidrelétricas receberão US$ 23 bilhões.

Um terço dos US$ 300 bilhões esperados até 2040 (US$ 125 bilhões) será destinado a energia solar. Projetos de grande escala, com mais de 1 Megawatt (MW), receberão R$ 31 bilhões.

Já a geração distribuída deverá atrair US$ 93 bilhões, tornando-se a grande estrela dessa nova revolução energética.

"Independência energética"

Instalar sistemas fotovoltaicos no telhado de casa e em edifícios residenciais e comerciais deve virar um ótimo negócio, seguindo tendência mundial.

"Com a previsão de queda acentuada de custo nas próximas duas décadas, a população vai começar a olhar para a energia solar em busca de independência energética", avalia Lilian.

Algumas mudanças pavimentam essa transformação. Medidas adotadas pela Aneel na resolução 482, há dois anos, são um grande passo nesse sentido.

Além de regulamentar a produção de energia solar no país, as regras vislumbraram um sistema de compensação de créditos a favor do consumidor, o que ajuda a viabilizar economicamente os sistemas de energia solar.


Tags: energias-renováveis, inovação, energia-eólica, energia-hidrelétrica

domingo, 24 de maio de 2015

NOVO SERVIÇO DA AMAZON ALUGA CABRAS PARA COMER O RELVADO

Matéria publicada em http://www.sapo.pt/ 

A Amazon tornou-se num gigante global devido à forma rápida e barata como permitia – e permite – encomendar livros, mas há muito que é um verdadeiro retalhista global e diversificado, onde se podem comprar mercearias, roupa, brinquedos, ver filmes ou adquirir todo um leque de produtos necessários e desnecessários.

O novo serviço da empresa, porém, está a surpreender o mercado. A Amazon vai alugar grupos de cabras, que irão até às casas das pessoas para comer a relva, aparando o local.

A empresa norte-americana diz que esta é uma alternativa sustentável ao cortador de relva. E não andará muito longe da verdade, ainda que o serviço esteja apenas disponível em áreas específicas do território norte-americano. Sobretudo rurais, diríamos.

Por outro lado, avança o Inhabitat, os dejectos deixados por estes animais acabam por enriquecer o terreno e melhorar a qualidade do relvado. Segundo o site, a Amazon não é a primeira empresa a reconhecer a utilidade das cabras para aparar os relvados: Google e Yahoo utilizam os animais para manter os relvados das suas sedes em bom estado, ao invés de máquinas.

De acordo com o Inhabitat, a Amazon é o único sítio onde podemos reservar uma equipa de cabras especialistas em cortar relvados. “É isso que elas fazem melhor, na verdade: comer tudo o que encontram no seu caminho”.

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Tags: amazon, inovação, cabras, mundo-verde, idéias

domingo, 19 de abril de 2015

Desperdício do alimento mundial é de um terço

Publicado em http://www.ecodesenvolvimento.org

Por Marcus Eduardo de Oliveira*

Dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, na sigla em inglês) comprovam que o nível do desperdício de alimento mundial é de um terço.

O rastro de desperdício de alimentos em escala global é da ordem de 1,3 bilhão de toneladas (excluindo peixes e frutos do mar), ocasionando, além de significativas perdas econômicas (750 bilhões de dólares por ano), também forte impacto ambiental, pois essa enorme perda, excetuando China e EUA, se fosse um país, seria a terceira maior emissora de gases causadores de efeito estufa (são 3,3 bilhões de toneladas de gases nocivos).

Cabe apontar que os gases de efeito estufa (GEE) modificam o balanço atmosférico entre carbono e oxigênio, dos quais depende o equilíbrio ecológico e a reprodução da própria vida.

Junto com a produção de alimentos desperdiçados, perde-se também água, energia e produtos químicos usados na produção alimentícia. Somente o volume de água “perdido” nesse desperdício equivale ao fluxo anual do rio Volga, na Rússia, aponta o relatório da FAO.

Esse desperdício de alimentos consome cerca de 250 quilômetros cúbicos de água e ocupa cerca de 1,4 bilhão de hectares, grande parte de habitat natural transformado para tornar-se arável.

A conta monetária ao ano desse desperdício brasileiro gira ao redor de R$ 80 bilhões em alimentos, energia, água e demais recursos que simplesmente viram lixo

O relatório intitulou essa perda de “pegada do desperdício alimentar”, em alusão à pegada ecológica, ou seja, é a medida que traduz em hectares globais (ha) a quantidade de terra e água que seria necessária para sustentar o consumo de uma população. Num mundo em que quase 1 bilhão de pessoas sofre de profunda e crônica carência alimentar, o desperdício de alimentos chega a impressionante cifra de 1/3 de toda a produção mundial.
A redução de desperdício de alimentos não só evitaria a pressão sobre recursos naturais escassos, mas também diminuiria a necessidade de aumentar a produção de alimentos em 60%, a fim de atender a demanda da população em 2050, aponta o relatório da FAO.


A situação brasileira

Em matéria de desperdício, lamentavelmente o Brasil tem alcançado as primeiras posições no ranking dos países que não sabem fazer bom uso dos recursos naturais e, em especial, da produção agrícola. De toda a água produzida no país, por exemplo, 46% se perdem pelos ralos; o que equivale a quase 6 bilhões de m3 por ano. Em relação à energia elétrica desperdiçamos 43 terawatt-hora (TWh), dos 430 (TWh) consumidos.


Essa perda (exatamente de 10%) é superior ao que é consumido pela população do estado do Rio de Janeiro, de acordo com estudos elaborados pela Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco).

Já no que concerne aos alimentos, estimativas apontam um desperdício a cada ano de 26,3 milhões de toneladas de comida jogados fora: volume suficiente para distribuir 131,5kg para cada brasileiro ou 3,76kg para cada habitante do planeta. Toda essa comida alimentaria facilmente 13 milhões de brasileiros que ainda passam fome, nas contas da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

Nossa perda agrícola é de 44% de tudo o que é plantado: 20% durante a colheita, 8% entre o transporte e armazenamento, 15% na indústria de processamento e 1% no varejo. Somando-se as perdas decorrentes dos hábitos alimentares e culinários, tem-se mais 20% de alimentos que são estragados (incluindo o elevado consumo de carnes branca e vermelha que é de 94 quilos em média per capita/ano), o que faz subir então para 64% o nível de desperdício de alimentos.

A conta monetária ao ano desse desperdício brasileiro gira ao redor de R$ 80 bilhões em alimentos, energia, água e demais recursos que simplesmente viram lixo.

(*) Professor de economia. Especialista em Política Internacional e Mestre em Integração da América Latina (USP). 

prof.marcuseduardo@bol.com.br

Tags.: produção-alimentos-desperdício, consumo-consciente, economia, natureza, ecologia


sábado, 21 de fevereiro de 2015

O TODO É O MEIO AMBIENTE

Escrito por Marcus Eduardo de Oliveira (*)
Publicado no site do Cofecon

Escreve Andrei Cechin, em “A Natureza como Limite da Economia”, que “se a economia capta recursos de qualidade de uma fonte natural e devolve resíduos sem qualidade para a natureza, então não é possível tratar a economia como um ciclo isolado”.

Pelo pressuposto, a economia é apenas uma parte de um todo; o todo é o meio ambiente. Logo, não há como escapar da seguinte ponderação: à medida que acontece o crescimento econômico exponencial se dilapidam as bases da natureza, resultando em sensível diminuição do meio ambiente, agravando substancialmente os fundamentos naturais da vida.

Reforça-se assim a prerrogativa de que mais crescimento significa menos meio ambiente, tendo em vista que a biosfera é finita, não cresce (e jamais irá crescer), além de ser fechada (com exceção do constante afluxo de energia solar) funcionando regiamente sob as leis da termodinâmica.

Sintomaticamente, mais crescimento econômico responde pela exaustão dos recursos naturais e energéticos e pela depredação dos serviços ecossistêmicos.

Assim, é limitada a capacidade de o ecossistema terrestre suportar as pressões advindas do crescimento econômico. Os limites biofísicos constrangem o sistema econômico que, por sua vez, irrompe-se com força destrutiva, expondo o meio ambiente em constante degradação, comprometendo a capacidade de a vida humana prosperar com o equilíbrio desejável.

É necessário, por oportuno, não perder de vista que os recursos naturais são, essencialmente, um conjunto de matéria e energia de qualidade atuando (entrando) no processo econômico.

Na saída desse “cano econômico”, para usar aqui uma expressão do professor Clóvis Cavalcanti, sobra resíduo, poluição, calor e matéria dissipada. Do ponto de vista físico, o processo econômico não cria matéria e energia.

A questão ecológica mais preocupante está justamente no impacto dessa ação (a retirada de recursos naturais e a entrega de resíduos pós-produção) gerada pela atividade econômica.

Esse resíduo gerado deteriora o ambiente de várias maneiras: quimicamente, como no caso do mercúrio ou da chuva ácida; nuclearmente, como o lixo radioativo; ou fisicamente, como a acumulação de CO2 na atmosfera.

Razão pela qual o crescimento econômico - pelas bases da expansão da capacidade produtiva - entendido como condição para satisfazer as necessidades humanas, precisa urgentemente ser repensado, até mesmo porque o crescimento, per si, não atende em linhas gerais aos desejos ilimitados das pessoas.

Seguindo essa linha, o desenvolvimento humano (melhoria da qualidade de vida) dependerá, pois, da retração econômica, e não de seu crescimento. Ademais, qualquer subsistema - como é o caso da economia -, em algum momento necessariamente deve parar de crescer e adaptar-se a uma taxa de equilíbrio natural.

Posto isto, a economia tradicional precisa aceitar um fato inexorável: é impossível um crescimento ilimitado num sistema que depende da existência de recursos naturais finitos. Funda-se nesse argumento um fato imperioso: parar de crescer não significa parar de se desenvolver. É perfeitamente possível prosperar (se desenvolver) sem crescer; é factível, pois, avançar economicamente sem agredir o meio ambiente.

Por sinal, prosperidade econômica, em seu significado mais elementar, deve ser entendida como sinônimo de bem-estar, e não pode haver prosperidade – portanto, melhoria substancial na qualidade de vida das pessoas -, em ambientes constantemente expostos à degradação, reduzidos, por exemplo, à poluição decorrente da expansão produtiva que esgota o patrimônio natural (biomassa da floresta, fertilização do solo, disponibilidade de água, solo arável etc).

Decorre disso a necessidade de se promover a troca da busca incessante do crescimento (expansão quantitativa) pelo desenvolvimento (melhoria qualitativa).

Faz-se necessário, contudo, buscar um “novo modelo econômico” capaz de assegurar a preservação do espaço ecológico que responde pela continuidade da vida humana em bases mais sustentáveis, estando em conformidade com o conjunto teórico que embasa a Ciência Econômica – porém, com uma nova roupagem - voltada às ordens ecológicas, não às mercadológicas.

Para alcançar esse objetivo, é imprescindível condenar a busca pelo crescimento econômico exponencial que “passeia livremente” sobre as ruínas do capital natural (ar, floresta, solo, água) promovendo em seu rastro a mais agressiva destruição dos elementares serviços ecossistêmicos.

Faz-se oportuno ponderar que no linguajar dos economistas ecológicos crescimento econômico vai só até certo “ponto” (desconhecido). Uma vez ultrapassado esse “ponto” não há melhorias, mas sim perdas significativas (crescimento deseconômico), começando pela qualidade do ar que respiramos e pela completa destruição do espaço natural, afetando substancialmente o que se convenciona entender por qualidade de vida nas cidades, uma vez que os serviços ecossistêmicos são expostos à dilapidação.

Crescimento além dos limites é sinônimo de vida degradada, de ambiente natural destruído. Que fique claro: todo e qualquer crescimento que se expande de forma incontrolável gera consequentemente desequilíbrios ao meio ambiente.

A expansão da atividade econômica, usada como paradigma de ascensão (progresso econômico) no modo de consumir das pessoas, alimentada pela ideologia da propaganda “compre mais”, consubstanciada na obsolescência programada (desgaste dos produtos de forma induzida cujo único objetivo é acelerar o tempo de rotação do capital “forçando” assim novas vendas), tem produzido muito estrago no tocante aos serviços prestados pela natureza, configurando na expressão máxima: mais economia significa menos meio ambiente. Já passou da hora de abandonar esse modelo.

(*) Economista e professor, com pós-graduação em Política Internacional e mestrado em Integração da América Latina (USP).

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Tags: economia, meio-ambiente, ecologia, desenvolvimento-sustentável, crescimento-econômico