terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Empresários doam dinheiro ao Ocupar Wall Street

Matéria publicada no The Wall Street Journal

Um grupo de empresários de destaque, incluindo Ben Cohen e Jerry Greenfield, da cadeia de sorveterias Ben & Jerry's, e o ex-manager do Nirvana, Danny Goldberg, estão planejando doar quantias substanciais ao movimento Ocupar Wall Street, na esperança de manter os protestos acesos e promover mudança política. 

O objetivo deles é fornecer algum lastro a um movimento amorfo que capturou a atenção do mundo com protestos ininterruptos em dezenas de cidades, mas que vem tendo dificuldades para manter o impulso inicial. 

Os mais recentes patrocinadores do Ocupar Wall Street se intitulam Grupo de Recursos para o Movimento e já conseguiram levantar cerca de US$ 300.000, que serão divididos em doações para os manifestantes, disse Cohen. O objetivo dos empresários é captar US$ 1,8 milhões. 

Um pouco mais de dois terços foi doado pela Fundação Ben & Jerry's e membros do comitê diretor do grupo, que inclui Dal Lamagna, fundador da empresa Tweezerman, Richard Foos, executivo da indústria entretenimento, e Judy Wicks, fundadora do White Dog Café em Filadélfia, além de Cohen, Greenfield e Goldberg. 

O restante, cerca de US$ 60.000, veio de doadores individuais, incluindo Norman Lear, produtor de televisão e filantropo, e Terri Gardner, ex-diretor geral e executivo principal da empresa de produtos para cabelo Soft Sheen. 

"Muitos de nós vêm trabalhando em prol de uma mudança social progressista", disse na segunda-feira Cohen, um proeminente defensor das causas liberais. "Está faltando um ingrediente crítico." 

Desde o início, o movimento popular gerou críticas em alguns círculos devido à sua mensagem ambígua. Além disso, alguns locais onde os manifestantes acamparam tiveram episódios de violência e levantaram questões de saneamento e segurança pública. 

"Não creio que o movimento Ocupar tenha apresentado um programa específico. O que ele não tem sido é uma força capaz de unir", disse Josh Barro, de 27 anos, membro graduado do Instituto Manhattan, um centro de estudos de Nova York sobre política governamental que promove o livre mercado. 

O grupo vai fazer doações de até US$ 25.000 a manifestantes de todo o país, depois de um processo de seleção dos pedidos, que começa em março. O grupo, juntamente com cinco ativistas do Ocupar, vai examinar os pedidos. 

Cohen e outros membros do grupo se reuniram com manifestantes em uma igreja de Manhattan domingo à noite para lançar a ideia para os ativistas mais dedicados. Nem todos tiveram boa impressão, argumentando que isso iria apenas acrescentar mais burocracia. 

"Basicamente, este é um grupo de pessoas muito ricas que escolheram alguém para lidar com o movimento Ocupar Wall Street", disse Ravi Ahmed, de 34 anos, um manifestante que trabalha como administrador acadêmico. "Eles recriaram o que há de errado com as estruturas das organizações filantrópicas e sem fins lucrativos." 

Goldberg, de 61 anos, disse que concorda com a mensagem do movimento. 

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

‘Economist’ aponta sinais de perda da hegemonia dos EUA

Sílvio Guedes Crespo
Matéria publicada no Blog Radar Econômico

A revista britânica “The Economist” enumerou, em um artigo, alguns dados indicando que os Estados Unidos estão perdendo espaço no mercado mundial. Veja abaixo. 

. De 1999 a 2009, a participação dos EUA na indústria aeroespacial mundial caiu 36%. No mesmo período, o país também teve perda nos mercados de tecnologia da informação (queda de 9%), equipamentos de comunicação (8%) e carros (3%); 

. As multinacionais dos EUA têm escolhido outros países para gerar emprego e inovar. Em 1989, 21% dos empregados dessas companhias estavam fora dos EUA; em 2009, essa proporção já estava em 32%. Em 1999, só 9% dos investimentos de multinacionais americanas em pesquisa e desenvolvimento eram feitos fora dos EUA; em 2009, 16% o eram; 

. A Harvard Business School fez recentemente uma pesquisa com seus alunos. Perguntou a eles, entre outras coisas, se as empresas em que eles trabalham têm preferido investir nos EUA ou fora. Os EUA perdiam em dois terços das respostas; 

É verdade que esses dados não dizem tudo sobre a economia americana. Por exemplo, a revista não analisou a evolução da produtividade nos EUA. Sobre a transferência de empregos para outros países, não disse se os funcionários contratados no exterior ganham mais ou são mais qualificados. 

Enfim, não é um estudo completo sobre a perda da hegemonia dos EUA, mas já diz algo. O país perde mercado em setores de ponta, como o aeroespacial e a tecnologia da informação. Isso vai de encontro ao lugar comum segundo o qual o capital só sai dos EUA quando busca mão de obra barata e pouco qualificada. 

Trunfos e dificuldades 

Para o semanário, os EUA têm “trunfos enormes” e alguns empecilhos para enfrentar esse cenário. Os trunfos citados pela publicação são as “universidades imbatíveis” e um mercado altamente diversificado. 

Os problemas seriam a imprevisibilidade da política. Ou, de “Sem um consenso dos partidos [sobre o desequilíbrio nas contas públicas], ninguém pode conter os imensos programas sociais que crescem automaticamente, como o Medicare (de saúde) e a Seguridade Social (aposentadoria e pensão)”, diz. “Dessa forma, os déficits se escancaram e o estado de bem-estar social continuam aumentando, mesmo que as estradas americanas se desfazem. Essa não é uma receita para o dinamismo”, disse a publicação.

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Tags: The-Economist, hegemonia-americana, Economia-americana, potências-econômicas, pesquisa-desenvolvimento, geopolítica-econômica

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Nos EUA, bancos pagam para devedores venderem casas

Sílvio Guedes Crespo
Matéria publicada no Blog Radar Econômico



A economia dos Estados Unidos já está produzindo mais do que em 2007, antes da crise, e também teve uma leve melhora no mercado de trabalho nos últimos meses. Mas o setor imobiliário, que gerou a bolha americana, ainda vai muito mal. 

Isso pode ser constatado de longe, em indicadores como preço de moradias, em queda livre desde 2006, ou de perto, observando as mais inusitadas tentativas dos bancos de se livrarem desse problema. 

A mais recente bizarrice foi noticiada pelo site CNN Money nesta sexta-feira. Os bancos estão pagando para que seus devedores vendam rápido suas casas. Assim, as instituiçoes financeiras recuperam pelo menos parte do que haviam emprestado. Em alguns casos, elas oferecem até US$ 35 mil para os inadimplentes. 

O dinheiro é ofertado a pessoas cuja dívida vale mais do que a própria casa. Em situações normais, o banco tomaria a casa dos devedores. No entanto, durante a atual crise os inadimplentes aprenderam diversas formas de resistir a isso. Há quatro anos, o processo de execução de hipotecas levava 253 dias; hoje, demora 674, segundo uma pesquisa citada pelo CNN Money. 

Há devedores que conseguem segurar suas casas por mais de três anos sem pagar. Para os bancos, isso representa uma perda considerável, porque, além de demorar para receber o imóvel, ainda precisam pagar as taxas referentes ao tempo em que a residência ficou nas mãos do inadimplente. 

“Para os bancos, executar hipotecas torna-se uma opção cada vez mais difícil e cara”, afirma a reportagem do CNN Money. 

Mesmo depois que conseguem tomar as casas dos devedores, os bancos continuam tendo perdas. No ano passado, o “Washington Post” noticiou que algumas instituições financeiras estavam demolindo as residências, para vender mais rápido. São soluções tão exóticas quanto as operações financeiras feitas a partir de empréstimos imobiliários de alto risco e que em 2008 se revelaram na forma de “ativos tóxicos”

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Tags: crise-imóveis-americana, EUA-queda-preços-imóveis, crise-hipotecas, bolha-imobiliária, bancos

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Há uma bolha imobiliária?

Escrito por Frederico Porto

Muito se debate sobre a existência de uma bolha no mercado imobiliário do Brasil. Em geral, as bolhas imobiliárias surgem em economias onde há ambiente permanente de juros baixos. Nada mais distante da realidade brasileira. Apesar dos cortes na Selic, a taxa de juros real ainda é das mais altas do mundo, e os percentuais praticados pelo mercado são muito superiores aos observados em países que passaram por esse processo de valorização insustentável do preço dos imóveis. 

Outra característica de mercados suscetíveis à formação de bolhas é a atuação intensa de "flippers", ou seja, investidores que alocam recursos para o mercado imobiliário objetivando um lucro rápido. Eles exploram o setor como alternativa ao mercado de capitais ou como uma fonte de investimento meramente especulativo. Essa atividade aumenta artificialmente o valor do imóvel com o consequente desequilíbrio entre oferta e demanda. 

Em que pese o argumento de que certos compradores de imóveis na planta possam estar especulando, vale notar que a natureza desse tipo de financiamento no Brasil é muito distinta de mercados como o americano pré-crise de 2008. Aqui, via sinal e parcelas mensais, o comprador capitaliza por vezes até 30% do valor do imóvel antes da entrega. Lá, compradores na planta investiam valores muito menores. Muitas vezes, sequer pagavam pela opção do direito de compra. E, quando da entrega do empreendimento, caso houvesse redução do valor de mercado do imóvel, muitos não exerciam a opção de compra, aumentando a oferta de imóveis no mercado. 

Outro aspecto que se observa é a ausência de produtos no mercado de crédito imobiliário brasileiro, onde o devedor possa financiar mais do que o valor de mercado do imóvel, pagar apenas a parcela referente aos juros da parcela (amortização negativa) ou/e obter crédito sem apresentação de documentação comprobatória de renda. Além disso, o arcabouço regulatório brasileiro é menos fragmentado que o americano. O BC regula e fiscaliza as entidades que concedem crédito imobiliário, diferentemente dos Estados Unidos, onde uma sistemática regulatória complexa possibilitava a existência dos chamados "bancos sombra", que concediam créditos sem avaliação devida da capacidade de pagamento do contratante, e operavam alheios à supervisão do regulador. 

No que tange ao mercado de securitização, nota-se que as estruturas existentes no mercado brasileiro não atingiram a complexidade dos instrumentos mobiliários dos Estados Unidos. As estruturas dos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) brasileiros (sênior/subordinado, por exemplo) são claras e chegam a ser consideradas até mesmo pueris quando comparadas aos instrumentos de seguro mobiliário ("monoliners") e as complexas estruturas de "collateralized debt obligations" (CDOs), que contavam com mais de 50 séries e títulos respaldando uma única emissão, fato que inviabilizava uma precificação adequada do instrumento. 

Nota-se ainda que, embora o mercado de capitais brasileiro esteja evoluindo como instrumento de financiamento da produção imobiliária (vide o sucesso e popularização dos fundos imobiliários), não há o excesso de liquidez que provocou desequilíbrio nos mercados financeiro-imobiliário europeu e americano. 

Nesse sentido, dados de abril de 2011 do Banco Central do Brasil indicam que a porcentagem do mercado de crédito imobiliário em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) é de menos de 5%, muito inferior do que mercados como o espanhol (61%) e americano (70%). Mesmo crescendo, a disponibilidade do crédito imobiliário no Brasil seguirá sendo, por algum tempo, muito pequena quando comparada a outros países. 

Houve um inegável aumento nos preços dos imóveis, em especial nos maiores centros metropolitanos, como Rio de Janeiro e São Paulo. Aí reside a suspeita da existência de uma bolha. Todavia, em vez de especulativa, tal valorização reflete o crescimento e estabilização da economia brasileira, o gatilho da chamada janela demográfica e o crescimento da capacidade de consumo e tomada de crédito de uma parcela considerável da população, que até então estava alheia ao mercado financeiro-imobiliário. Além disso, a inflação, embora estável, ainda impacta no mercado da construção civil com aumentos nos custo da matéria prima e mão de obra. 

Sabe-se que as bolhas especulativas são inerentes ao capitalismo e infelizmente sua identificação normalmente ocorra apenas com o benefício da retrospectiva. Embora não se observe sinais de que o mercado brasileiro esteja sob a égide de um processo especulativo, é importante que haja instrumentos para avaliação quantitativa da evolução dos preços dos imóveis para que reguladores, autoridade monetária e demais participantes do mercado financeiro-imobiliário monitorem a apreciação dos ativos imobiliários e enderecem os excessos adequadamente. 

Os índices hoje existentes no Brasil muitas vezes refletem os preços de venda ofertados (ou pedidos) por construtoras e corretores imobiliários, carecendo de uma metodologia que corroborem uma análise robusta e precisa. Um bom exemplo seria a adoção de um índice semelhante ao Case-Shiller Index dos Estados Unidos, com metodologia de âmbito nacional, porém representando a oscilação de preço em milhares de localidades, respeitadas as peculiaridades de cada região. Tal índice é alimentado por todos os participantes do mercado financeiro-imobiliário americano e reflete operações efetivamente realizadas em uma determinada área ou cidade. Naturalmente, a mera existência de tal índice não significa uma proteção contra processo especulativo, como se depreende da própria experiência americana. Porém, a existência de instrumentos e réguas adicionais permitirá que se aprenda com os erros e eventualmente mitigando, ou mesmo evitando, um processo especulativo no Brasil. 

Frederico Porto é executivo da BFRE-Brazilian Finance & Real Estate. Graduado em direito pela PUC-SP, mestrado na University of Pennsylvania Law School.

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Tags: bolha-imobiliária, mercado-imobiliário, mercado-crédito, construção-civil, incorporação-imóveis

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Gabrielli deixa para trás uma Petrobras transformada

Por MICHAEL J. CASEY
Matéria publicada no The Wall Street Journal

Depois de quase sete anos à frente da Petróleo Brasileiro SA, José Sergio Gabrielli vai deixar em breve a estatal, uma gigante petrolífera que, sob a sua liderança, aumentou enormemente a produção brasileira e criou um novo modelo de exploração e produção. 

Com sua arrojada incursão na perfuração em águas ultra-profundas dando altos dividendos, a Petrobras ofereceu algo que seu executivo principal, que este mês será oficialmente desligado da empresa para assumir uma secretaria no governo da Bahia, descreve como uma "visão de como as petrolíferas podem crescer no futuro". A empresa também provavelmente vai colocar o Brasil no ranking dos principais países exportadores de petróleo. E como sua produção de gás natural deve aumentar, é provável que também alcance a tão cobiçada auto-suficiência de combustíveis para uma população de 195 milhões de habitantes. 

Respondendo por quase um quarto de todos os poços mundiais em águas de mais de 400 metros de profundidade, a Petrobras domina essa "nova fronteira" da produção petrolífera, disse Gabrielli em uma entrevista recente. Agora, seguindo sua liderança, outras empresas de prospecção estão perfurando em locais de águas profundas na costa ocidental da África, no Caribe colombiano, ao sul de Portugal, no Golfo do México e no Mar do Norte. 

Ao contrário de outras estatais do setor, como a venezuelana PDVSA, que encontra dificuldades de produção, a Petrobras costuma ser aplaudida pelas firmas de Wall Street, apesar de que o governo brasileiro, que detém 56% do capital votante, nomeia tanto o presidente do conselho como o executivo principal. 

Mas Gabrielli também deixa a Petrobras com desafios a enfrentar. Ela precisa investir a estoteante soma de US$ 225 bilhões nesta década a fim de quadruplicar sua produção em águas profundas e aumentar a distribuição em terra e sua capacidade no setor de refino e comercialização de combustíveis. O programa inclui alguns projetos monumentais em alto mar, como um terminal petroleiro flutuante e uma usina de liquefação de gás. Tudo isso faz parte do plano para mais que dobrar a produção brasileira de petróleo e gás, para 6.000 mil barris de óleo equivalente (BOE) diários. 

O programa prevê que o Brasil, que se tornou exportador líquido de petróleo em 2009, se torne também auto-suficiente em gás. A produção doméstica de gás deve aumentar de 40 milhões de metros cúbicos por dia para 70 milhões de metros cúbicos em 2014, superando o consumo atual de 50 milhões de metros cúbicos e permitindo que o Brasil dependa menos das importações da Bolívia. 

Até US$ 149 bilhões dos fundos necessários virão de lucros futuros, disse Gabrielli, citando o balanço de caixa da empresa do final de 2011, de US$ 26 bilhões, como um indicador positivo. Outros US$ 13,6 bilhões virão da venda de ativos de produção e exploração na Ásia, participações minoritárias em ativos não centrais e de direitos a alguns recebíveis. Para o restante, a empresa vai recorrer a instituições de crédito, tanto credores privados como o banco de desenvolvimento BNDES. 

Essas projeções se baseiam em preços médios de longo prazo do petróleo cru entre US$ 85 e US$ 95 o barril — um preço hipotético que está abaixo da previsão real da empresa, segundo a qual os preços vão oscilar, de modo volátil, em uma faixa entre US$ 105 e US$ 125 no futuro previsível. A base dessas projeções de preços, disse Gabrielli, é a crescente demanda de milhões de consumidores de mercados emergentes, bem como as compras especulativas estimuladas pela política monetária permissiva do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, e o Banco Central Europeu. 

Quanto à atual diretora da Petrobras para gás e energia, Maria das Graças Foster, nomeada pelo ministro das Finanças, Guido Mantega, como sucessora de Gabrielli, o executivo estima que ela seguirá a sua fórmula. "Ela é membro do conselho há quatro anos e está na empresa há mais de 40 anos", disse ele. "Ela está bem alinhada com o planejamento estratégico. Não prevejo grandes alterações para a empresa."

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