quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Parceria da CNI com o Google vai permitir que micro e pequenos empresários façam negócios na rede

Luciene Cruz
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Os micro e pequenos empresários ganharam reforço extra para aderir ao meio digital e fazer negócios por meio da internet. O Clube Indústria de Benefícios, portal de negócios do setor industrial, gerido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), firmou parceria com o Conecte Seu Negócio, programa do Google. A proposta é incentivar os pequenos empreendedores a aproveitar os benefícios da internet para negociar serviços e produtos. 

Para celebrar a parceria, amanhã (1º), haverá a abertura de sites gratuitos para as primeiras mil empresas interessadas. Além disso, os associados do portal de negócios da CNI e as empresas cadastras no site do Google passarão a ter acessos a ofertas exclusivas dos dois parceiros. 

Segundo o coordenador do projeto na CNI, Uirá Menezes, ainda existe resistência por parte dos pequenos empresários em fazer parte da web. Por esse motivo, a CNI focou o projeto nesses empreendedores. Após o primeiro contato com os empresários, a ideia é fidelizá-los a manter os negócios na rede. “É um desafio para nós, forçarmos esse primeiro contato com o mundo digital. Mas nossa proposta é, uma vez criado o site, que o empresário passe a dar publicidade à sua empresa na internet. Com esse primeiro entendimento, vai ficar mais fácil se relacionar, comprar e vender por meio digital”, explicou. 

A parceira vai beneficiar diretamente os micro e pequenos empreendedores, que correspondem a 97% do total das 600 mil indústrias cadastradas. “A grande maioria dos empreendedores não despertou para os benefícios que a internet pode oferecer aos negócios. Queremos ser esse canal inicial para inserção dessa base”, disse Menezes. 

Lançado em maio, o portal Clube Indústria de Benefícios tem o mesmo princípio dos clubes de compras coletivas na internet: reunir um grande número de compradores para reduzir os preços dos fornecedores. A diferença é que as compras não são concluídas no próprio portal e não é necessário juntar um número mínimo de participantes. Cada ofertante tem uma regra própria de compra. Ao imprimir o cupom de oferta, o interessado passa a negociar diretamente com o anunciante.


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terça-feira, 29 de novembro de 2011

O computador de US$ 25

Por Ben Rooney
Matéria publicada pelo The Wall Street Journal

Um computador do tamanho de um maço de cartas de baralho, mas poderoso o suficiente para rodar aplicações em tamanho real, que oferece até reprodução de vídeo de alta definição com qualidade de Blu-ray, está sendo projetado por pesquisadores em Cambridge, no Reino Unido. 

Vai custar apenas US$ 25.

Batizado de Raspberry Pi, o computador é destinado principalmente a crianças em idade escolar, para ajudá-las a gostar de computadores e se divertir brincando de programação, de acordo com Robert Mullins, cofundador e professor do Departamento de Ciências da Computação da Universidade de Cambridge, 

"Queríamos algo que desse a sensação de ser um brinquedo", disse. "Queríamos torná-lo barato o suficiente para que mesmo aqueles que só tenham um pouco de dinheiro no bolso possam comprar um." 

O computador é apenas uma placa-mãe. Para usá-lo como um computador normal, é preciso acoplar um teclado, mouse e monitor. 

De acordo com Mullins, um tutor no processo de admissão da Universidade de Cambridge, os candidatos ao curso de ciências da computação já não têm a experiência de programação. "Temos visto um declínio no número de pessoas que desejam fazer uma licenciatura em ciências da computação", disse, e aqueles que se candidatam tem apresentado "pouca experiência de programação." 

"Muitas pessoas têm medo de seus computadores. Nós não queremos que as pessoas sejam escravas das máquinas, queremos que sejam capazes de compreendê-las e, mais importante, de se divertir com elas." 

Ele relembra o sucesso do Spectrum Sinclair, um computador barato que era popular no Reino Unido no início de 1980, que muitos consideram como responsável pela criação de uma geração de entusiastas que viria a fundar o setor de jogos para computadores do Reino Unido. 

"Nosso sonho é que o Raspberry Pi seja adquirido por um grande número de crianças em idade escolar e que uma fração delas aprenda a programar. Eles se tornarão a próxima geração de inovadores que irá estimular a economia", disse. 

Embora apenas do tamanho de um cartão de crédito, o Raspberry Pi tem um processador Arm 700 Mhz, e até 256 MB de memória flash. Ele irá rodar uma versão do popular sistema operacional Linux, embora Mullins afirme que o pacote final de programas ainda não foi finalizado. 

O desenvolvimento do Pi Raspberry começou há três anos, disse, e eles esperavam ter um produto para venda em meados de 2012. Existe atualmente uma lista de espera de mais de 10.000 pessoas. 

E o nome?
"Surgiu porque inicialmente iríamos fazer com que o computdor se iniciasse diretamente com o Python (uma linguagem de programação), ao estilo de um micro BBC ou Spectrum — daí o Pi (de Phyton). A parte "Raspberry" (framboesa) foi meio de brincadeira, mesmo — acho que alguém mencionou outra empresa com nome de uma fruta ... Também soou bem britânico, e nosso plano é projetar e construir tudo no Reino Unido.


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sábado, 26 de novembro de 2011

Para especialista, Reforma Tributária pode não ter o efeito esperado e trazer novos dilemas

Matéria publicada no Portal Fator Brasil

Segundo Sergio Gegers, da consultoria Actual Brasil, Reforma Tributária seria desnecessária se o atual sistema fosse mais claro, objetivo e organizado. 

O Brasil caminha para uma imprevisível e fatiada Reforma Tributária, que, independentemente de seus rumos, impactará a população brasileira, os empresários e governos. Ao menos na teoria, uma série de novas medidas será adotada para proporcionar ao país estabilidade econômica, competitividade à indústria, contenção da guerra fiscal entre os Estados, maior racionalidade nos recursos destinados à manutenção dos serviços públicos, investimentos privado e desenvolvimento regional. 

Mas, de acordo com o advogado tributarista Sergio Gegers, sócio-diretor da Actual Brasil, empresa especializada em consultoria e assessoria tributária, é difícil saber o que tem por trás dessa proposta. “Há muitos questionamentos que os brasileiros devem fazer. Ela, incondicionalmente, trará benefícios para todos? Existem garantias de que muitas das propostas não sofrerão desvios de finalidade para atender interesses de poucos? O fato é que a probabilidade de não acontecer o que todos esperam é algo que não deve ser ignorado” afirma o especialista. 

Para Gegers, o país possui exemplos de muitas medidas implementadas que, por um lado, geraram benefícios para alguns e, ao mesmo tempo, prejuízos e empecilhos para muitos, especialmente ao empresariado. “A questão é que mudanças dessa magnitude sempre despertam mobilizações em torno de interesses e disputas de recursos públicos e, neste caso, não será diferente”, observa. “Ou seja, uma reforma pode não ter o efeito esperado e, no fim das contas, aliviar de um lado e sufocar de outro”. 

A carga tributária brasileira é uma das mais pesadas do mundo. No Brasil, a arrecadação de impostos representa cerca de um terço das riquezas produzidas no país e, para piorar a situação, a legislação tributária brasileira é extremamente complexa, repleta de variáveis e de difícil interpretação – fato que foi agravado ao longo de muitos anos. “Por isso, uma ampla Reforma Tributária seria desnecessária se um esforço efetivo tivesse sido dispensado por muitos governos para ajustar o sistema, deixá-lo mais claro e menos subjetivo e poluído”, defende o diretor da Actual Brasil. 

Desafios e alternativas-Atualmente, o grande gargalo do setor tributário nacional é a dificuldade de saber o que pode e o que não deve ser realizado. Esse cenário é o principal responsável por fazer com que muitas empresas apurem de forma equivocada seus impostos, pagando valores acima ou abaixo do que deveriam. Segundo Sergio Gegers, com vontade política, essa questão poderia ter sido resolvida há muito tempo, dispensado reformas complexas que possam dar margens à manipulações, ocultação de arrecadação e jogos de interesse. 

Para o advogado tributarista, juntamente com o trabalho de simplificar a lei, a criação de um imposto único também poderia ter sido uma solução adotada e que estaria gerando muitos benefícios para a economia brasileira. “Tal medida neutralizaria falhas na apuração dos tributos, aumentaria a arrecadação e reduziria as obrigações acessórias e outras diversas burocracias”, afirma. 

“De acordo com o Ministério da Fazenda, o crescimento da economia brasileira neste ano deve ficar em torno de 5%, uma margem satisfatória e que manterá a estabilidade do país. Mas se esses ajustes tributários tivessem sido realizados no passado, essa porcentagem seria ainda maior, o que desencadearia uma série de benefícios, como aumento de renda, ampliação dos investimentos e diminuição dos índices de desemprego. De fato vivemos um bom momento, mas a realidade brasileira era para estar bem melhor”, ressalta Gegers.




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Equador diz que negocia nova linha de crédito com China

Matéria publicada pela Agência Reuters

QUITO (Reuters) - O Equador negocia uma linha de crédito de cerca de 1,7 bilhão de dólares com o Banco do Desenvolvimento da China, além dos empréstimos que o país andino já tem com o gigante asiático, disse neste sábado o presidente do Equador, Rafael Correa. 

A China se converteu no principal sócio financeiro do Equador, o menor membro da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), com a entrada de mais de 7 bilhões de dólares em linhas de crédito de livre disponibilidade, financiamento de centrais hidrelétricas e compra de petróleo com recursos antecipados. 

"Estamos negociando um financiamento adicional de 1,7 bilhão de dólares", disse Correa em seu informe semanal de atividades. 

"A China vê o Equador com muita expectativa, temos uma aliança estratégica com a China", acrescentou o presidente, sem explicar o destino do novo crédito. 

O líder equatoriano defendeu o nível de endividamento de seu governo nos últimos anos com a China, argumentando que contribuiu para o desenvolvimento econômico do país pelos diferentes projetos que se desenvolveram com esses recursos. 

Atualmente, o governo promove a construção da central hidrelétrica Coca Codo Sinclair, a maior do país, com recursos chineses. 

"A China respeita muito o governo equatoriano, por isso nos tem dado tanto financiamento e isso é apenas o começo, porque podem nos dar muito mais e, de fato, temos que seguir aprofundados esta relação", concluiu Correa. 

Recentemente Pequim desembolsou 1,4 bilhão de dólares de um empréstimo aprovado de 2 bilhões de dólares negociados no meio do ano pelo governo, com o que o Equador financiou parte do Orçamento para 2012. 


(Reportagem de Alexandra Valencia)




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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Bancos têm as marcas mais valiosas do País

Estudo mostra que Bradesco, Itaú e Banco do Brasil lideram ranking, superando empresas como Petrobrás, Casas Bahia e Vivo

Altamiro Silva Junior, de O Estado de S. Paulo
Matéria publicada em http://economia.estadao.com.br

Apesar do crescimento de outros setores, como varejo e telefonia, os grandes bancos brasileiros mantêm a liderança em marcas mais valiosas do País, superando empresas como Petrobrás, Casas Bahia, Vivo e Walmart. Das dez marcas com maior valor que operam no mercado, cinco são de instituições financeiras, de acordo com ranking da Brand Finance/Superbrands, obtido com exclusividade pela Agência Estado. 

As três primeiras colocações no ranking de 2011 ficaram com Bradesco, Itaú e Banco do Brasil, nessa ordem. Santander, na sétima posição, e Caixa, na décima, são os outros bancos do ranking, que será divulgado ao mercado em evento na próxima terça-feira.

O levantamento inclui 130 empresas de diversos setores, mas as dez primeiras posições estão concentradas em três setores (financeiro, varejo e telefonia), além da Petrobrás. Ao todo, a soma do valor dessas marcas aumentou 16,4% em 2011 na comparação com o ano passado, chegando a R$ 320 bilhões. 

O Bradesco tem valor de marca de R$ 31,2 bilhões e foi, pelo sexto ano consecutivo, líder do levantamento. A novidade no ranking de 2011 foi a entrada do Santander, que pela primeira vez aparece entre os 10 primeiros por conta da conclusão da incorporação de suas operações com as do Banco Real, que aumentou o tamanho e a atuação do banco espanhol no País.

Efeito Crédito. Na avaliação do CEO e sócio da Brand Finance/Superbrands América do Sul, Gilson Nunes, a presença maior dos bancos é justificada pelo tamanho que estas instituições têm no Brasil, pela maior oferta de crédito e pela ampliação da presença no território nacional. 

"É um setor desenvolvido tecnologicamente e que tem chegado à população de baixa renda", disse Nunes. "A presença dos bancos no ranking reflete a melhoria de seus serviços, da reputação e do relacionamento com clientes." 
Nunes diz que empresas de outros setores, como de telefonia celular, poderiam ter marcas mais valiosas. Mas, por conta da qualidade ruim de alguns serviços prestados, fator que pesa na avaliação para a elaboração do ranking, acabam tendo valor menor de suas marcas. As duas operadoras que aparecem no levantamento são a Vivo e a Oi. "Em outros países, as empresas de telefonia têm posições melhores", afirmou Nunes. 

Além dos bancos e das operadoras de telefonia, o varejo é outro setor que aparece entre as dez marcas mais valiosas. 

O Walmart subiu três posições e aparece em oitavo lugar no ranking. A Casas Bahia vem em seguida. De acordo com Nunes, a presença do segmento se deve aos investimentos em expansão de lojas. Com o aumento da renda, a população passou a consumir mais no varejo. 

Metodologia. Para elaborar o ranking, foram analisados fatores técnicos e outros mais subjetivos a partir de pesquisa de campo em nove capitais (como São Paulo, Rio e Belo Horizonte), ouvindo 16,3 mil pessoas sobre a percepção das marcas.

Entre os indicadores, 35 foram avaliados e incluem o valor de mercado da empresa, taxa de crescimento histórica e estimada das vendas e o Índice de Força da Marca. 

O Índice de Força da Marca é obtido a partir de avaliações de vários pontos, como preço do produto ou serviço da empresa, marketing, canal de venda/atendimento, governança corporativa e serviços no pós-venda (assistência técnica, atendimento ao cliente etc). 

A Brand Finance/Superbrands é uma empresa inglesa com sede em Londres e conta com escritórios em mais de 21 países, incluindo Estados Unidos, Brasil, países da Europa e Ásia. É uma das maiores do mundo em avaliação de marcas e ativos intangíveis.


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Brasil será 4ª economia do mundo em 2025

Avaliação da BRAiN mostra que País tem tudo para se tornar o grande polo de atratividade no mundo, mas ainda precisa desenvolver os quesitos 'Talentos' e 'Capital Humano'

Francisco Carlos de Assis, da Agência Estado
matéria publicada em http://economia.estadao.com.br

O Brasil será a quarta maior economia do mundo em 2025. O país já é uma realidade como potência econômica, tem um sistema financeiro estruturado e possui boa colocação no ranking mundial que avalia ambientes econômico e institucional. O prognóstico é da Brasil Investimentos e Negócios (BRAiN), associação formada pela Ambima, BM&FBovespa, Febraban, Fecomercio, Bradesco, Banco do Brasil, Santander, Banco Votorantim, BTG Pactual, Cetip, Citibank, HSBC e Itaú Unibanco, autora do relatório "Atratividade do Brasil como polo de investimentos e negócios na América Latina".

Apesar de aparecer na frente de nações como Japão, França, Grã-Bretanha, Alemanha, México, Rússia, Coreia e Hong Kong no quesito crescimento econômico, o Brasil ainda está longe de manter uma boa integração com seus vizinhos na América Latina. De acordo com o relatório da BRAiN, o País encontra-se nas últimas colocações no quesito distribuição de renda, tem uma fraca política fiscal e uma complexa estrutura tributária. O processo de abertura de uma empresa no Brasil demora, em média, quatro meses e o encerramento, três anos.

A despeito desses tópicos que demandam melhora, o Brasil tem tudo para se tornar o grande polo de atratividade no mundo, avalia o presidente da BRAiN, Paulo Oliveira. Ele observa que, "para se firmar como um grande polo de atratividade no mundo, o País precisa ser reconhecido mundialmente como um grande prestador de serviços."

O documento define indicadores para o acompanhamento dinâmico da posição do País e identifica possíveis passos e iniciativas para fomentar este posicionamento. Estabelece e detalha sete pilares que constituem a visão da associação em relação aos pré-requisitos para a formação e a excelência de um polo atrativo de investimentos: ambiente econômico, ambiente institucional, talentos humanos, infraestrutura financeira, infraestrutura física, conectividade e imagem do País. Para cada um destes tópicos foi estabelecido uma avaliação: crítico, bom a desenvolver e excelente.

Mesmo nos pilares em que o Brasil se apresenta em vantagem na comparação com outras economias, há fragilidades que precisam ser corrigidas. No ambiente econômico, por exemplo, se o Brasil se encaixa nas graduações "excelente" no que diz respeito a crescimento econômico e volatilidade econômica, "bom" no que tange à estabilidade monetária, registra "a desenvolver" na solidez fiscal e vulnerabilidade externa e encontra-se no estágio "crítico" nos quesitos desenvolvimento humano e distribuição de renda.

No quesito conectividade, o Brasil tem que melhorar muito porque, segundo o estudo da BRAiN, "por definição, um polo está no centro de uma malha de conexões ou fluxos. Quanto mais conectado, mais atrativo, pois maior valor terá sua rede para os agentes com quem interage. Tradicionalmente, as conexões de um polo são de dois tipos: regionais (intrarregionais) e globais (extrarregionais), ambas fundamentais para o desenvolvimento de um polo de investimentos e de negócios."

O Brasil lidera na América Latina a atração de empresas da Europa, Ásia e América do Norte, mas tem pouca relação com seus vizinhos, com exceção da Argentina. "A América Latina não está integrada", lembra Oliveira. De acordo com ele, é mais fácil para investidores da América Latina comprar o Brasil através dos Estados Unidos do que vir direto para cá. "É mais fácil você comprar um ADR da Petrobras do que vir comprar a própria ação aqui no Brasil. Então, não existe integração", diz.

Mas são nos pilares Talentos e Capital Humano que o Brasil se encontra mais atrasado em relação aos países que já atingiram o status de polo internacional de atratividade. Mesmo tendo a favor a disponibilidade demográfica (bônus demográfico) de população economicamente ativa e atingido o nível próximo da universalização do ensino fundamental, com 93% das crianças matriculadas, o Brasil ainda sofre com a escassez de mão de obra qualificada. Isso porque as universidades brasileiras resistem em mudar sua grade curricular.

Os alunos, segundo o presidente da BRAiN, saem da faculdade sem as qualificações demandadas pelas empresas. "As universidades ainda estão muito voltadas para a barreira da ciência, para a grande produção acadêmica e pouco voltadas para a formação de tecnólogos", diz Oliveira. Ele acredita que a solução deste problema terá que passar pela criação ou alteração na legislação que regulam a prática do ensino.


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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Contra a crise, varejo importa ‘Black Friday’

Redes brasileiras de varejo promovem dia de descontos que é tradicional nos EUA, tentando antecipar as vendas de Natal

Marina Gazzoni e Renato Cruz, de O Estado de S. Paulo
Matéria publicada em http://economia.estadao.com.br

SÃO PAULO - A desaceleração da economia e a redução da intenção de compra dos consumidores motivaram as varejistas brasileiras a promoverem amanhã uma versão local da Black Friday (sexta-feira negra), dia de grandes descontos realizado nos Estados Unidos na última sexta-feira de novembro. 

Em 2010, os brasileiros já tinham "importado" a data do varejo americano, mas limitada a lojas da internet. Com perspectivas mais pessimistas sobre a economia, a Black Friday ganhou mais adesões no Brasil. As empresas querem aproveitar a data para desovar estoques e antecipar as vendas de Natal. 

As novas perspectivas da economia levaram o grupo Pão de Açúcar a reforçar sua ação para a Black Friday. No ano passado, o grupo participou com ofertas na loja virtual do Ponto Frio. Mas, neste ano, será a primeira rede a oferecer o dia de promoções em lojas físicas no Brasil. 
Os cerca de 330 supermercados da marca Extra oferecerão descontos de até 70% em produtos eletrônicos, têxteis e da ceia de Natal, como panetone e frutas secas. 

"A ideia (de lançar a promoção nas lojas) começou quando recebemos da imprensa e dos nossos fornecedores notícias negativas sobre o fim de ano", afirma o diretor de Operações do Extra, Jorge Faiçal Filho. Ele diz que a rede não sentiu uma desaquecimento de suas vendas, mas, diante do cenário econômico mais pessimista, quer usar a promoção para antecipar as vendas de fim de ano. "Queremos aproveitar a primeira parcela do décimo terceiro salário", diz. 

Para driblar o aumento da inadimplência, que atingiu em outubro o maior patamar desde novembro de 2009, o Extra também vai estender o prazo de pagamento em um mês para compras feitas amanhã. A expectativa do grupo Pão de Açúcar é vender de 70% a 100% mais amanhã do que no mesmo período de 2010. 

Como destacou o consultor Claudio Felisoni, o varejo precisa criar eventos que ajudem a alavancar as vendas. "Desde maio as vendas vêm desacelerando e, em relação ao ano passado, a disponibilidade do consumidor para novas dívidas diminuiu", disse Felisoni. 

Segundo ele, o crescimento médio das vendas do varejo deve ficar em 8% este ano. Mas a expansão passou de 15% em janeiro para 4,7% em setembro, numa curva descendente. Diante desse cenário, é interessante antecipar as vendas. 

E-commerce 

A versão brasileira da Black Friday nasceu no ano passado por iniciativa do site Busca Descontos, que reuniu promoções de 15 varejistas virtuais na data. A edição deste ano ganhou o reforço de sites de compras coletivas, com a participação de cerca de 50 empresas, como Walmart, Magazine Luiza, Americanas.com e Netshoes. A expectativa é somar R$ 15 milhões em vendas na sexta-feira, cinco vezes mais que em 2010. 

"Neste ano, as lojas prometem dar descontos maiores. Muitas se prepararam para uma venda maior durante o ano, que não aconteceu, e agora querem girar o estoque", disse o fundador do Busca Descontos, Pedro Eugenio. Para acessar as promoções, os clientes devem se cadastrar no site. Outras varejistas, como o Carrefour, farão promoções por conta própria em seus sites.


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‘Financial Times’: brasileiros causam ‘boom’ imobiliário na Flórida


Sílvio Guedes Crespo



Os brasileiros são apontados como os atores principais de um “boom” imobiliário na Flórida, processo que já aumentou em 50%, desde 2009, os preços na região, informa o “Financial Times“. 

Os canadenses ainda compram mais imóveis nesse Estado americano do que os brasileiros. No entanto, os investidores do Brasil estão aumentando mais rápido sua participação no mercado imobiliário americano e também têm comprado imóveis mais caros. 

Em média, os brasileiros gastam mais de US$ 200 mil por moradia, um número superior ao de investidores de qualquer outra nacionalidade. 

Ainda, 8% das compras de imóveis na Flórida são feitas por brasileiros, mais que o dobro dos 3% registrados há um ano. 

Bem-vindos 

A associação dos corretores dos EUA considera que os brasileiros que compram imóveis na Flórida são particularmente bem-vindos porque em 85% dos casos eles pagam à vista. 

O “FT” lembra que, enquanto o mercado imobiliário de Miami está em crise há três anos, o de São Paulo e o do Rio de Janeiro estão em alta. Para o jornal, os brasileiros buscam fora do País oportunidades de comprar imóveis não tão caros. 

Segundo especialistas, o mercado imobiliário na Flórida poderá desaquecer novamente se as economias da América Latina tiverem problemas. “Se o real cair mais 15%, acho que os brasileiros ficarão estimulados a vender suas propriedades [nos EUA]“, disse ao “FT” William Hardin, professor na Florida International University.


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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

BTG quer captar até R$ 3 bilhões em fundo de infraestrutura

Por Vinícius Pinheiro

SÃO PAULO - O BTG Pactual entrou com pedido na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para captar até R$ 3 bilhões em um fundo de investimentos em participações (FIP) voltado a projetos de infraestrutura. O próprio banco é o coordenador líder da oferta. Trata-se da segunda incursão da instituição na área. O primeiro fundo, chamado Brasil Energia, reuniu R$ 1,1 bilhão em recursos de fundos de pensão e de capital próprio. 

Caso atinja a meta de captação, o fundo do BTG será o maior já constituído no país para a área de infraestrutura, que tem atraído a atenção dos investidores em razão da demanda por recursos prevista para os próximos anos, quando o calendário trará grandes eventos no país, como Copa do Mundo e a Olimpíada. 

O prospecto do fundo do BTG não especifica em quais áreas ocorrerão os investimentos. Conforme o documento, a intenção é adquirir ações e títulos conversíveis em ações que permitam a participação no processo decisório das companhias investidas. 

O objetivo do fundo é obter rentabilidade equivalente à variação do IPCA mais 15% ao ano. A taxa de administração é de 2% ao ano, mais performance de 20% sobre o que ultrapassar a variação do IPCA mais 8% ao ano. O prazo do FIP é de dez anos. 

O fundo é destinado a investidores considerados qualificados, que possuem pelo menos R$ 1 milhão para investir. A expectativa é de que o BTG também entre como cotista, embora não haja nenhuma informação a esse respeito no prospecto. Os fundos soberanos que ingressaram no capital do banco há um ano também poderiam ser cotistas. Além dos investimentos em infraestrutura, o BTG fechou em junho deste ano a captação de US$ 1,6 bilhão em fundo de private equity — que compra participações em empresas. Procurado, o banco não se manifestou.


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domingo, 20 de novembro de 2011

FIDC surge como alternativa a crédito bancário

Matéria publicada em http://www.dci.com.br

São Paulo - Como alternativa ao crédito bancário, as médias empresas têm a opção no mercado brasileiro pela captação de recursos por meio de Fundos de Investimentos de Direitos Creditórios (FIDCs). De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), os FIDCs possuem R$ 52,759 bilhões em patrimônio líquido até outubro de 2011 e a participação no mercado de capitais evolui a cada ano, de 3,9% em outubro de 2010 para 10,8% no mesmo mês de 2011. Apesar de ter sido criado em 2003, o mecanismo é pouco conhecido entre as companhias, que recorrem às linhas bancárias tradicionais. 

Segundo Pedro Mac Dowell, presidente da Quatá Investimentos, os fundos funcionam como uma maneira mais vantajosa de funding para as companhias. "Nasceu em 2003 no sentido de trazer mais competitividade, principalmente no Brasil, cuja indústria bancária está consolidada". O executivo explica que além da possibilidade de entrada no mercado de capitais, a captação por meio de FIDCs possui menos custos, já que não há cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), de 1,5% mais 0,38%. 

Mac Dowell ressalta, porém, que o potencial de crescimento é superior se comparado a outros países. "Os EUA, por exemplo, possui um fundo com estrutura semelhante que movimenta em torno de 10 trilhões de dólares. O empresário tem que saber que há a possibilidade de acessar este mercado também no Brasil". 

A Quatá Investimentos é uma das poucas companhias a atuar no setor, segundo Mac Dowell, e tem, atualmente, R$ 200 milhões de ativos sob gestão, com um movimento que varia entre R$ 90 milhões e R$ 100 milhões ao mês. Na carteira de clientes, há cerca de 90 empresas e 350 investidores. 

O executivo diz que entre os investidores o fundo está consolidado, mas ainda é desconhecido das empresas. "Precisam sair do mercado tradicional dos bancos e entrar no mercado de capitais, não ficando somente no funding. O investidor contribui com riqueza para a empresa e ganha na rentabilidade". 

Outra possibilidade do FIDC está no alongamento dos prazos, que no sistema bancário fica restrito ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). "Há a possibilidade de alongar os prazos sim", diz o presidente da Quatá, que revela o desenvolvimento de um fundo com prazo de sete anos, mas com funding internacional. "Até quatro anos tem mercado nos veículos de FIDCs atuais". 

O FIDC Multisetorial, criado em 2008 pela Quatá, possui em outubro de 2011 patrimônio líquido de R$ 98,045 milhões e, por meio da aquisição de direitos creditórios de curto prazo (de um a seis meses), busca superar a rentabilidade do Certificado de Depósito Interbancário (CDI). No atual momento, o retorno do fundo está em 1,39% ao mês e 14,70% ao ano, com prazo médio de 33 dias. A taxa de administração é de 2% ao ano sobre o patrimônio líquido do fundo. 

Com prazo médio de quitação da dívida para as empresas de até 1 ano e meio, o PRASS FIDC tem patrimônio líquido de R$ 43,959 milhões até o décimo mês do ano. Para o investidor, a rentabilidade das cotas seniores é de 130% do CDI, com taxa de administração de 1,5% ao ano. 

Já o IPCA FIDC Juros Real é um fundo indexado à inflação, com rentabilidade de 7% acima do IPCA e taxa de administração de 1,5% a.a. O patrimônio líquido totaliza R$ 50,873 milhões, com prazo de até três anos para as empresas que cedem debêntures, notas promissórias, recebíveis e CRIs entre os ativos. 

O diretor-comercial da Quatá Investimentos, Dario Alexandre, explica que o custo para as empresas varia entre 1,3% e 1,9% ao mês, dependendo do risco. "O banco tem o produto de prateleira (capital de giro, antecipação de recebíveis, conta garantida, entre outros) e nós procuramos avaliar a necessidade de cada cliente". Para evitar atrasos e riscos ao fundo, o diretor afirma que ocorre uma análise criteriosa do balanço anual, de três períodos, documentação, faturamento mensal, sazonalidade e patrimônio dos sócios da empresa.


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sábado, 19 de novembro de 2011

J&F consolida união dos Bancos JBS e Matone e oficializa o lançamento do Banco Original

Matéria publicada no Portal Fator Brasil

Com forte estrutura de capital, instituição atuará nos segmentos de agronegócio, varejo e mesa clientes. 

São Paulo– O Banco Original, fruto da união entre os bancos JBS e Matone, surge com a missão de ser ‘referência de dinamismo na entrega de soluções no mercado financeiro’ e já nasce com uma estrutura de capital robusta, com patrimônio líquido de R$ 1,872 bilhão, carteira de crédito de R$ 2,350 bilhões, total de ativos de R$ 4,303 bilhões e índice de Basiléia de 28,05. 

No processo de expansão o Banco está empenhado em manter o foco e a excelência nos mercados em que atua sem comprometer a agilidade e a expertise, que são os seus diferenciais competitivos. “No segmento agropecuário isso se dá através da manutenção de uma equipe de agrônomos, zootecnistas e especialistas financeiros que atuam em conjunto a fim de estruturar soluções específicas para cada cliente. No varejo, o Banco possui sistemas e processos desenvolvidos para agilizar a avaliação de crédito, aprovação de limite e liberação de recursos em até duas horas”, afirma Emerson Loureiro, presidente do Banco Original. 

A partir de agora, o Banco Original passa a oferecer, além de operações estruturadas para o setor de agronegócio, serviços e produtos para o varejo através da Rede Bem-Vindo Serviços Financeiros, adquirida na integração com o Banco Matone. Com pelo menos uma unidade por capital, a rede Bem-Vindo é composta por mais de 70 lojas distribuídas em todo o Brasil, especializadas na oferta de crédito consignado para aposentados e pensionistas do INSS, funcionários públicos e servidores das Forças Armadas e conta com uma carteira de mais de 600 mil clientes ativos. Em sua estratégia de crescimento, as lojas Bem-Vindo serão exploradas também para levar novos produtos e serviços ao mercado. “Aproveitaremos o contato das lojas com o público para expandir nossa atuação junto aos clientes pessoa física, oferecendo novas modalidades de crédito pessoal, títulos de capitalização, diferentes modalidades de seguros, etc.”, reforça Loureiro. 

O Banco Original conta também com uma mesa de operações voltada para o atendimento a clientes, realizando operações estruturadas, derivativos em bolsa, câmbio pronto e câmbio físico, e posições proprietárias. 

Nome e logomarca - O Banco será lançado com novo nome e logomarca, que traduzem a evolução da instituição e sua visão futura. “O diferencial de agilidade na entrega de soluções remonta a um princípio fundamental da atividade dos Bancos em sua relação com clientes: a de que para estes, tempo é dinheiro. A associação do diferencial do Banco a um aspecto ligado às origens da própria atividade bancária foi parte da inspiração para o nome ‘Original’. Ao mesmo tempo, o símbolo da logomarca busca refletir fluidez e crescimento de negócios, valores importantes para o Banco”, afirma José Marinho, Diretor Comercial do Banco. 

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Empresas precisam se preparar para atender nova classe média, conclui estudo

Daniel Mello
Matéria publicada na Agência Brasil 

São Paulo – As empresas precisam se preparar melhor para atender às necessidades e aos desejos da nova classe média, camada que detém a maior parte do poder de compra no país. Segundo estudo divulgado pelo Data Popular, 53,9% da população brasileira está na chamada classe C, com renda per capita mensal entre R$ 324 e R$ 1,4 mil. A classe C será responsável por 44,3% dos gastos das famílias este ano, com um poder de compra de R$ 2,3 trilhões. 

“É uma massa enorme de consumidores que vêm de um passado de pobreza e que, agora, estão conseguindo consumir e já se tornaram maioria em vários segmentos”, disse o pesquisador do Instituto Data Popular João Paulo de Resende. “Essas empresas têm que entender que agora elas estão lidando com um público que não é o mesmo que sustentava o negócio delas há dez anos”. Em 2001, a classe C representava 38,6% da população e 25,8% do consumo. 

Para atender a essa demanda, o pesquisador sugere que as empresas não busquem apenas novos produtos e serviços para oferecer a esse novo público, mas que mudem, também, a forma de atendimento. “Para alguns mercados é muito importante ter uma clareza, um simplicidade maior do que se tinha antes para se relacionar com esse cliente”. Resende lembra que muitas dessas pessoas têm origem humilde e nunca viajaram de avião, por exemplo. 

Além disso, a classe C tem aspirações próprias e não busca simplesmente repetir o padrão de compra das classe mais altas. “As empresas precisam entender isso para conseguir criar estratégias eficientes para atrair esse público”, assinala o pesquisador. 

O problema é que há um descompasso entre o que pensam esses novos consumidores e as estratégias das empresas, que se revela nos dados da pesquisa do Data Popular. De acordo com o levantamento, 26% das empresas acreditam que o preço é o fator mais importante na escolha de um produto, um pensamento compartilhado por apenas 17% dos consumidores populares. No entanto, enquanto 44% dos entrevistados desse grupo de consumo disseram dar mais importância à qualidade do que ao preço, só 18% das empresas defenderam esse ponto de vista. 

O pesquisador destacou que o consumo da classe média ascendente deverá se expandir para serviços como alimentação fora de casa, lazer e viagens. De acordo com Resende, com a melhoria de vida, as famílias primeiro buscaram comprar itens básicos que não tinham, como eletrodomésticos. Agora, além de buscar outros bens e serviços, também querem melhorar a qualidade dos itens que já consomem, "Elas não vão passar a comer mais, mas comer melhor”, explicou o pesquisador.


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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Mineração já paga US$ 200.000 por ano para operários

Por John W. Miller de Mandurah, Austrália
Plubicada pelo The Wall Street Journal

Um dos custos que mais crescem no setor de mineração, em todo mundo, é o de trabalhadores como James Dinnison: o jovem australiano de 25 anos, que abandonou os estudos no ensino médio, ganha US$ 200.000 por ano operando uma broca em minas subterrâneas para extrair ouro e outros minérios. 

Todo tatuado, Dinnison começou a trabalhar nas minas há sete anos ganhando US$ 100.000, tem um carro modelo Chevy Ute azul, de 2009, que lhe custou US$ 55.000 – antes de uma reforma no motor de US$ 16.000 – e uma moto personalizada de US$ 44.000. O preço pago pelo seu cachorro chihuahua, Dexter, que late a seus pés: US$ 1.200. 

Ele próprio pode ser considerado uma preciosa commodity. Dinnison pertence a uma classe de novos ricos em ascensão em lugares remotos – e ricos em minerais – como o Estado da Austrália Ocidental, onde companhias mineradoras estão investindo pesadamente para desenvolver e expandir minas de ferro. A jornada é dura: exige 12 horas por dia, muitas vezes em condições perigosas, enquanto passam semanas morando em cidades pequenas e poeirentas. 

"É uma escassez histórica", diz Sigurd Mareels, diretor global da área de mineração da McKinsey & Co. Não apenas na Austrália. No Canadá, por exemplo, o Conselho para o Setor de Mineração prevê um déficit de 60.000 a 90.000 trabalhadores até 2017. O Peru, por sua vez, precisará encontrar 40.000 novos mineiros até o final da década. 

Por trás dessa procura por trabalhadores em minas está o boom da construção civil na China e em outras economias emergentes, que tem impulsionado a demanda por minério de ferro, usado para fazer aço, e outros metais com aplicação na construção de imóveis. 

A escassez de recursos humanos tem um preço alto. "As pressões inflacionárias estão aumentando os custos e os salários em locais de mineração como Austrália Ocidental, Chile e África", disse Tom Albanese, diretor-presidente da Rio Tinto PLC, a terceira maior mineradora do mundo em vendas. "Há um crescimento de dois dígitos nos salários dos mineiros, em várias regiões". 

A escassez é particularmente grave na Austrália, a maior fonte mundial de minério de ferro e segundo maior produtor de ouro do mundo. 

O Conselho de Minérios da Austrália estima que o país precise de um contingente adicional de 86.000 trabalhadores até 2020, para complementar a atual força de trabalho estimada em 216.000. "É um mercado de trabalho difícil, e com custos ambientais complicados", disse Ian Ashby, presidente da divisão de minério de ferro da BHP Billiton Ltd.. Para atrair trabalhadores, a BHP e outras empresas estão criando centros de recreação, quadras de esportes e galerias de arte nas miseráveis cidades onde se instalam. A BHP disse que o aumento dos custos com força de trabalho e capital reduziu seus ganhos em US$ 1,2 bilhão durante o primeiro semestre deste ano, quando a empresa registrou lucro de US$ 11,2 bilhões. 

Alguns trabalhadores na Austrália vêm das Filipinas e Nova Zelândia. "Faz sentido para mim", diz Ricky Ruffell, 47 anos. O neozelandês, que opera uma niveladora em Port Hedland, no nordeste da Austrália, voa de volta para casa uma vez por mês, pagando ele mesmo pelas passagens que custam US$ 1.200, ou 1% do seu salário anual de US$ 120.000. 

A empresa onde Ruffell trabalha, a australiana NRW Holdings Ltd., paga as tarifas apenas em voos domésticos. A companhia não quis comentar casos individuais como os de Ruffel, mas diz que paga o que o mercado exige. 

O salário médio no setor de mineração na Austrália estava em torno de 108.000 dólares australianos, ou cerca de US$ 110.000, em 2010 – o valor inclui trabalhadores menos qualificados e os que cumprem jornadas parciais, e ainda assim está bem acima da média de 66.594 dólares australianos para todos os trabalhadores no país, de acordo com o governo da Austrália. 

William Boal, professor na Universidade de Drake, nos Estados Unidos, que estuda economia do trabalho no setor de mineração, disse que os salários mais altos refletem, em parte, o custo de vida mais elevado nessas áreas isoladas. 

"Há também a inflação – essas pessoas nunca viram tanto dinheiro antes, e estão gastando". Os mineiros estão comprando casas, carros e bens de consumo, pressionando os preços locais.


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terça-feira, 15 de novembro de 2011

Nordeste supera Sudeste em consumidores com 1º cartão de crédito, aponta pesquisa inédita da Serasa Experian

Matéria publicada no Portal Fator Brasil

A maioria dos novos clientes de cartão de crédito são jovens trabalhadores de baixa renda com pouca qualificação e estudantes de periferia e famílias que recebem assistência do Estado. Em 2009, 21,75% do total de solicitantes de cartões no Brasil pertenciam a esse segmento. Em 2011, essa porcentagem chegou a 25,54% 

São Paulo – O Nordeste superou o Sudeste no número de consumidores com seu primeiro cartão de crédito no Brasil. Pesquisa inédita da Serasa Experian sobre esse mercado mostra que a região concentra hoje 43% das novas adesões de todo o país, enquanto que o Sudeste responde por 36%. Em 2009, a situação era inversa: 48,28% eram do Sudeste e 29,31%, do Nordeste. Como consequência, a distribuição geográfica das propostas de novos cartões também aponta um crescimento da participação do Nordeste (de 19,14% em 2009 para 26,42% neste ano). 

Para fazer esse mapeamento, a Serasa Experian usou informações de 300 mil CPFs e fez comparativos entre os primeiros trimestres de 2009, 2010 e 2011. Os números revelaram ainda um crescimento de adesões na classe E. No primeiro trimestre de 2009, 52% do total dos solicitantes pertenciam a esse grupo social. Em 2010, esse número cresceu para 54,8% e, em 2011, para 58,5%. 

O estudo da Serasa Experian mostrou também que a inadimplência nos primeiros quatro meses após a aquisição do cartão de crédito registrou uma pequena alta neste ano. Em 2009, 7,9% dos novos consumidores ficaram com pendências nesse período. No ano passado, esse índice caiu para 4,8%, e, neste ano, houve uma pequena elevação para 5,2%. 

Jovens trabalhadores lideram adesões- Aplicando-se a essa base de 300 mil CPFs a ferramenta Mosaic, que cruza dados da própria Serasa Experian e do IBGE, é possível saber quem são as pessoas que nos últimos três anos passaram a contar com a opção do cartão de crédito. 

Segundo o Mosaic, os brasileiros estão divididos em dez grupos e 39 segmentos em função da renda, geografia, demografia, padrões comportamentais e estilo de vida. Dentro desse espectro, a maioria dos novos clientes de cartão de crédito estão no segmento chamado Periferia Jovem. 

Esse grupo é formado por jovens trabalhadores de baixa renda com pouca qualificação e por estudantes de periferia e famílias que recebem assistência do Estado. Em 2009, 21,75% do total de solicitantes de cartões no Brasil pertenciam a esse segmento. Em 2010, essa porcentagem chegou a 23,43% e, em 2011, foi para 25,54%. 

Já o grupo denominado Aspirantes Sociais está em segundo lugar no ranking de adesões a cartões, mas já percebe-se uma redução na demanda. Em 2009, 19,78% dos brasileiros que fizeram proposta para adquirir cartão de crédito pertenciam a esse nicho. Em 2010, esse número foi para 15,89% e, neste ano, para 15,33%. Fazem parte deste segmento profissionais em ascensão social, donos de pequenos negócios, jovens em busca de oportunidades e também consumidores indisciplinados. 

“O levantamento mostra que os públicos emergentes prevalecem, refletindo o maior acesso ao consumo de bens e serviços, inclusive financeiros. O estudo é também um alerta. Como a maioria dos novos entrantes no mercado de cartões são os jovens da periferia, o risco de inadimplência precisa ser adequadamente monitorado, pois estes consumidores normalmente não possuem vivência no mercado de crédito. Ou seja, estariam começando a aprender a lidar com crédito justamente numa modalidade em que os juros são altos. Assim, o risco de terem uma primeira experiência frustrante de crédito não é desprezível.”, aponta o presidente da Serasa Experian e Experian América Latina, Ricardo Loureiro. [www.serasaexperian.com.br]. [www.experianplc.com].

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Que economia está pior, a dos EUA, Europa ou China?

Por Ian Bremmer e Nouriel Roubini
Plubicada pelo The Wall Street Journal

Não admira que os mercados globais estejam tão nervosos. As três maiores economias do planeta não podem continuar pelo mesmo rumo de suas trajetórias atuais, e todo mundo sabe disso. Os investidores procuram nervosamente sinais de que a China está caminhando para um desaquecimento brusco, que os Estados Unidos vão afundar de novo na recessão, e que a zona do euro vai simplesmente implodir. 

Nos três casos, empurrar com a barriga tem mitigado o desastre até agora, mas a tarefa está cada vez maior e mais pesada. Qual economia será a primeira a tropeçar nos seus problemas? 

Na Europa, as decisões mais difíceis foram adiadas porque os principais protagonistas não concordam sobre como e por que os problemas começaram. A Alemanha e outros países mais ricos põem a culpa na farra de gastos da Grécia, Portugal e Itália, e temem que um resgate concedido logo venha aliviar a pressão sobre esses perdulários para que mudem seu comportamento. Os países devedores, por sua vez, julgam que toda a zona do euro está fora de equilíbrio e que os países mais prósperos como a Alemanha deveriam exportar menos e consumir mais, para endireitar a situação.

Outros europeus dizem que uma moeda comum não pode sobreviver indefinidamente quando a política monetária é administrada por uma entidade central, mas cada governo decide quanto cobrar de impostos e quanto gastar. Outros ainda alertam que o acesso ao mercado de capitais exige algum tipo de seguro coletivo, de preferência sob a forma de um título em euros. Não surpreende que a Alemanha resista a essa solução, pois implica uma transferência gradual da riqueza das economias mais fortes para a periferia do euro, uma "união de transferência" dos países ricos para os mais pobres. 

No entanto, outro ponto de vista europeu sustenta que os planos de austeridade agora concebidos pela Alemanha e o Banco Central Europeu são piores do que a própria doença. O continente precisa de crescimento, não apenas de reformas e de um aperto de cintos, argumentam eles, e apenas uma onda de estímulos em toda a área do euro pode conseguir isso. 

Os 17 países e quatro instituições europeias agora enredados na crise do euro vão continuar empurrando com a barriga, mas essa procrastinação não pode ser sustentada. Os mercados já estão perdendo a confiança em uma reforma feita em pequenas etapas. As dúvidas sobre a Itália, uma economia grande demais para ser resgatada, só vão aumentar a volatilidade. 

A Europa será a primeira a parar de procrastinar e empurrar com a barriga: espere uma moratória desordenada da Grécia, mais problemas para os bancos europeus e uma recessão acentuada em todo o continente. 

Na China, a necessidade de reformas econômicas também é óbvia. Já são quatro anos desde que o premiê Wen Jiabao advertiu pela primeira vez que o modelo econômico do país é "instável, desequilibrado, descoordenado e, em última análise, insustentável", e os três anos desde que a crise financeira deixaram claro que o crescimento chinês continua perigosamente dependente das exportações para a Europa, Estados Unidos e Japão. 

Para garantir a expansão econômica (e a estabilidade política) de longo prazo, o governo chinês tem que descobrir uma maneira de incentivar os consumidores do país a comprar mais produtos de fabricação local. Isto exigirá uma transferência maciça de riqueza do Estado e das empresas estatais para as famílias do país. 

Mas Pequim está rumando para a direção oposta. A liderança reagiu à turbulência dos mercados ocidentais não impulsionando o consumo, mas sim aumentando as despesas estatais e privadas em investimentos fixos, que hoje respondem por quase a metade do crescimento da China. O resultado foi um boom no setor imobiliário residencial e comercial, maiores gastos governamentais em infraestrutura e mais empréstimos baratos dos bancos estatais para empresas estatais. 

De fato, um sério obstáculo às reformas é o fato de que a China continua tão investida em seu modelo de capitalismo com gestão estatal. Das 42 firmas chinesas listadas na edição de 2010 da "Fortune 500", 39 eram estatais, e três quartos das 100 maiores empresas de capital aberto do país são controlados pelo governo. Dirigentes do partido que têm interesse no sucesso das estatais acumularam um poder considerável na liderança, e resistem ferozmente aos esforços para transferir a riqueza das estatais para as empresas privadas e os cidadãos comuns. 

A China tem reservas disponíveis de caixa e moeda estrangeira para adiar a crise. Mas o crescimento do país já está encolhendo, as tensões financeiras estão aumentando, e há boas razões para temer que os dias em que a China ainda poderá empurrar com a barriga também já estão contados. 

E com isso, sobram os Estados Unidos. 

Ninguém pode restaurar a confiança na saúde fiscal americana de longo prazo sem um plano com credibilidade para cortar os gastos com benefícios governamentais e com a defesa, e ao mesmo tempo aumentar as receitas, que estão agora no ponto mais baixo em 60 anos como proporção do PIB. Mas que não se espere nenhuma solução imediata de Washington. A atual campanha presidencial só vai exacerbar o partidarismo mesquinho e o impasse político, ou seja, os problemas estruturais da economia norte-americana tendem a persistir. 

Mas a longo prazo, o futuro parece muito mais brilhante para os EUA do que para a Europa ou China. Os Estados Unidos ainda são o líder em tecnologia de ponta, do tipo que expande o potencial econômico de um país a longo prazo, desde energias renováveis e aparelhos médicos até a nanotecnologia e computação na "nuvem". Com o tempo, essas vantagens trarão um crescimento econômico mais robusto. 

Os EUA também têm uma vantagem demográfica. Na Europa, a queda nas taxas de natalidade e o crescente sentimento contra a imigração indicam que a população vai diminuir em até 100 milhões de pessoas até 2050. Na China, graças em parte à política do filho único, a população economicamente ativa já começou a se contrair. Em 2030, cerca de 250 milhões de chineses terão passado dos 65 anos, e proporcionar-lhes pensões e assistência médica será muito caro. 

Apesar do debate sobre a imigração ilegal, a população americana provavelmente aumentará de 310 milhões para cerca de 420 milhões até meados do século. Entre 2000 e 2050, segundo cálculos de Mark Schill, do Praxis Strategy Group, a força de trabalho americana deve crescer 37%. Enquanto isso, a chinesa vai diminuir em 10% e a europeia em 21%. 

Por fim, apesar da crescente exasperação do público americano, os EUA têm muito mais probabilidade do que a Europa ou a China de parar de empurrar as coisas com a barriga. Nada vai mudar muito em 2012, ano da eleição presidencial, mas 2013 abre a oportunidade de uma verdadeira reforma fiscal. 

No próximo mês de novembro os republicanos provavelmente ganharão o controle das duas casas do Congresso. Se um republicano for eleito presidente, o Partido Republicano enfrentará uma enorme pressão pública para implementar as reformas prometidas. Mesmo se o presidente Obama for reeleito, a perspectiva de um grande acordo é promissora. Ele estará liberado das demandas políticas imediatas e, tal como outros presidentes em segundo mandato, Obama poderá começar a considerar o seu legado presidencial. 

Que ninguém se engane: os desafios diante dos EUA são formidáveis, e um impasse político persistente pode atrasar as reformas fiscais e estruturais muito necessárias. Mas tudo é relativo, e neste momento a melhor aposta é sem dúvida os Estados Unidos. 

Bremmer é presidente do Eurasia Group e autor de "The End of the Free Market" (O fim do livre mercado, em tradução livre). Roubini é presidente da Roubini Global Economics e professor da faculdade de Administração Stern, da Universidade de Nova York.


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Setor financeiro detém mais da metade dos títulos do governo federal

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil 

Brasília – Mais da metade do que a União deve estão nas mãos do setor financeiro. Segundo o Tesouro Nacional, as instituições financeiras e os fundos de investimento detêm 56,6% da dívida em títulos do governo federal no mercado interno, o que equivale a quase R$ 1 trilhão. 

De acordo com o último relatório da dívida pública, a dívida mobiliária (em títulos) federal somava R$ 1,723 trilhão em setembro, dos quais R$ 976,28 bilhões estavam em poder do segmento financeiro. Desse total, R$ 524,85 bilhões (30,45%) pertenciam a bancos, corretoras e distribuidoras e R$ 451,43 bilhões (26,19%) estavam sob a posse de fundos de investimento. 

Em terceiro lugar entre os detentores da dívida mobiliária, estão os planos de previdência aberta e fechada, com R$ 267,36 bilhões (15,51%). Os estrangeiros detinham R$ 194,65 bilhões (11,29%). Por meio de fundos administrados pela União, como Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e o Fundo Soberano do Brasil (FSB), o governo federal possuía em setembro R$ 155,32 bilhões (9,01%). 

Apesar das iniciativas nos últimos anos, a proporção de pessoas físicas na dívida pública continua pequena. O estoque do Tesouro Direto, programa de venda de títulos públicos a pessoas físicas pela internet, somou R$ 6,722 bilhões em setembro, o que corresponde a apenas 0,4% da dívida mobiliária interna. 

Assessora política do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), Eliana Graça avalia que a predominância do setor financeiro entre os detentores dos títulos federais é estimulada pelos juros altos, que, segundo ela, tornaram-se fonte de lucro fácil para os bancos e fundos de investimento. “Observamos um círculo vicioso. Não é o cidadão que detêm os títulos da dívida, mas o mercado financeiro, que lucra com isso”. 

Para a especialista, essa postura dos bancos afeta o crédito, à medida que as instituições financeiras preferem comprar em títulos públicos a emprestarem dinheiro. “Os bancos querem ficar no mesmo circuito e especular com títulos públicos, em vez de emprestar para o setor produtivo”. 

Segundo o Tesouro Nacional, os investidores preferem tipos diferentes de títulos públicos de acordo com o perfil. As instituições financeiras têm 49,2% dos títulos públicos em sua carteira corrigidos por taxas prefixadas – definidas com antecedência. Os fundos de investimento possuem 54,1% de seus títulos vinculados à Selic, taxa básica de juros da economia. 

Em relação aos fundos de previdência, 69,3% dos papéis em seu poder estão atrelados a índices de preços. As pessoas físicas também preferem títulos indexados à inflação, que respondem por 50,55% do estoque do Tesouro Direito. 

Por meio da dívida pública, o governo pega emprestado recursos dos investidores para honrar compromissos. Em troca, se compromete a devolver os recursos com alguma correção, que pode ser definida com antecedência, no caso dos títulos prefixados, ou seguir a variação da taxa Selic (juros básicos), da inflação ou do câmbio.


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