sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Cobrar dívidas ruins se torna bom negócio no Brasil

Por ROGERIO JELMAYER, de São Paulo
Matéria publicada no The Wall Street Journal

"Boas Festas e Feliz 2012!", diz um cartão de Natal que, sem dúvida, vai levar aos que o receberem mais alívio que alegria.

"Para você que mudou o rumo de sua vida e conseguiu acertar velhas pendências, desejamos um 2012 repleto de conquistas, sucesso e tranquilidade financeira", escreve a Recovery do Brasil, empresa de cobrança de dívidas, em um e-mail aos clientes que quitaram suas dívidas. 
                                                                                                                                     
Os bancos brasileiros têm emprestado muito nos últimos anos, e esse boom traz muitas novas oportunidades para a cobrança de dívidas, atividade que pela primeira vez começa a tornar-se um grande negócio no Brasil. 

Pode-se dizer que o aumento da cobrança de dívidas é o preço do crescimento. Depois de anos de instabilidade econômica e hiperinflação, o volume de crédito no Brasil quase dobrou nos últimos dez anos, e agora corresponde a quase 50% do PIB. O total de empréstimos atingiu R$ 2 trilhões em novembro, segundo o Banco Central. E 5,6% desse total, ou cerca de R$ 112 bilhões, tinham mais de 90 dias de atraso. 

O rápido crescimento vem trazendo algumas preocupações de que possa haver uma bolha de crédito no Brasil, especialmente nos empréstimos a pessoas físicas, onde a taxa de inadimplência é muito maior do que para empréstimos empresariais. A inadimplência para pessoas físicas subiu para 7,3% em novembro, enquanto para as empresas o índice foi de 4%. 

Mesmo sem superaquecimento, são abundantes as oportunidades para as empresas de cobrança de empréstimos vencidos. 

Salvatore Milanese, sócio da firma de auditoria e contabilidade KPMG, disse que o crescimento dos empréstimos no Brasil "não é preocupante agora, mas a taxa de inadimplência está se deteriorando em algumas áreas, principalmente a das pessoas físicas". 

Segundo a KPMG, o total das dívidas em atraso no Brasil pode alcançar R$ 330 bilhões; desse total, os bancos já disseram que não vão recuperar cerca de R$ 180 bilhões, tornando essa quantia potencialmente disponível para ser vendida aos cobradores de dívidas. 

O Banco Santander Brasil S.A. vendeu cerca de R$ 16 bilhões em créditos inadimplentes em 2011, quase quatro vezes a quantia vendida em 2010. Esses empréstimos, equivalentes a cerca de 9% do total de empréstimos do Santander Brasil, são a pior parte da sua carteira – aqueles que não receberam nenhum pagamento por mais de um ano. 

Segundo comunicado enviado à agência Dow Jones, o Santander informou que "as condições atuais do mercado explicam a aceleração da venda de suas carteiras [de créditos inadimplentes], resultando em maior eficiência". 

Os bancos costumavam vender carteiras de créditos com mais de cinco anos de atraso, mas com o crescimento do mercado de cobrança de dívidas, estão começando a vender carteiras mais recentes. 

"Agora é possível comprar carteiras de empréstimos que têm três anos de atraso", disse Bruno Bossi, um executivo da Palato Velum Credit Management, firma brasileira especializada em recuperação de créditos inadimplentes. 

A Velum, fundada em janeiro de 2009, comprou mais de R$ 3 bilhões em carteiras de crédito inadimplentes até agora, segundo o site da empresa. "A tendência é que esse segmento continue a se expandir em um ritmo semelhante ao dos empréstimos no Brasil", disse Bossi. 

Segundo Milanese, da KPMG, os bancos vendem os créditos inadimplentes por cerca de 1% a 6% do valor de face. As empresas de cobrança de dívidas podem ganhar até cinco vezes seu investimento dentro de dois ou três anos, muitas vezes recebendo muito menos que o montante total do empréstimo. 

Os princípios econômicos desse boom da cobrança de dívidas também são atraentes para os devedores, que muitas vezes estão ansiosos para retirar seu nome das listas negras compiladas pelas firmas brasileiras de proteção ao crédito. 

Um professor de São Paulo devia R$ 500 reais, incluindo capital e juros vencidos, e acabou pagando menos da metade desse valor. "Paguei para tirar meu nome dos arquivos do serviço de proteção ao crédito", disse o professor. 

Por enquanto, os bancos internacionais como Santander Brasil têm sido os mais inclinados a vender suas carteiras de créditos inadimplentes, segundo a KPMG. Os bancos brasileiros, que têm redes maiores, preferem cobrar suas dívidas por conta própria. 

"Essa é uma decisão estratégica tomada por cada banco", disse Antonio Bornia, vice-presidente do terceiro maior banco do país, o Bradesco. "Nós preferimos fazer a recuperação de empréstimos inadimplentes usando a nossa própria estrutura, enquanto outros bancos preferem terceirizá-la."

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Vendas de micro e pequenas empresas para União crescem 44,5%

Só no primeiro semestre, governo federal comprou R$ 5,2 bilhões em produtos e serviços desses produtores - R$ 1,6 bilhão a mais que o gasto no mesmo períododo de 2010

Daiene Cardoso, da Agência Estado 

SÃO PAULO - As micro e pequenas empresas brasileiras descobriram no governo federal um cliente valioso: só no primeiro semestre de 2011, a União comprou R$ 5,2 bilhões em produtos e serviços destes produtores. A partir de dados divulgados pelo Ministério do Planejamento, o Sebrae calcula que o total de vendas nos primeiros seis meses do ano foi R$ 1,6 bilhão superior ao mesmo período de 2010, o que representa um aumento de 44,5%. "A União está fazendo sua parte de forma exemplar", elogiou Júlio César Durante, gerente de políticas públicas do Sebrae. 

A guinada das micro e pequenas empresas começou em 2006 com a instituição da Lei Complementar 123, conhecida como Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, que criou cotas e facilitou a participação do segmento em licitações do governo. A lei, que entrou em vigor em 2009, concede benefícios às micro e pequenas empresas, como permitir que elas deem novo lance caso sua oferta seja até 5% superior à da empresa vencedora da licitação e possam concorrer entre si nas licitações de até R$ 80 mil. De acordo com o Sebrae, nas concorrências de até R$ 80 mil, as micro e pequenas empresas abocanharam 60% das compras da União em 2011, o equivalente a mais de R$ 1 bilhão. 

Só o governo federal gastou aproximadamente R$ 400 bilhões em 2011 com produtos e serviços, aponta o Sebrae. Cinco anos atrás, essas concorrências ficavam restritas às empresas de médio e grande portes, embora as micro e pequenas empresas representem 99% das empresas do País e são responsáveis por 50% dos postos de trabalho formais. O que até então dificultava a entrada deste setor no consumo do poder público era o excesso de burocracia nas exigências da concorrência, a ausência de diferenciação de preços por escala, além da restrita disseminação dos processos licitatórios. Estima-se que os governos federal, estaduais e municipais gastem R$ 254 bilhões por ano com a compra de bens e serviços para a manutenção de sua estrutura operacional. 

Apesar de as micro e pequenas terem faturado no Estado de São Paulo R$ 4 bilhões no primeiro semestre em 2010, contra R$ 6 bilhões no mesmo período deste ano, o sucesso do setor na esfera federal não se repete maciçamente em outros Estados e municípios. "Não existe uma cultura deste nível de se comprar de micro e pequena empresa", explicou Durante. Outro fator que impede o crescimento do setor é a falta de regulamentação local do quinto capítulo da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, que dispõe sobre as compras de micro e pequenas empresas. Até hoje, apenas metade dos municípios brasileiros regulamentaram a lei.


Tags: MPEs-micro-pequenas-empresas, vendas-união,
licitações, Governo-Federal, municípios, estados, compras



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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Acordo entre Japão e China amplia papel do yuan no comércio


Por LINGLING WEI e BOB DAVIS, de Pequim, e TAKASHI NAKAMICHI, de Tóquio
Matéria publicada pelo The Wall Street Journal

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Um acordo cambial abrangente entre a China e o Japão deve dar ao yuan, a moeda chinesa, um papel mais preponderante no comércio internacional, mas Pequim ainda precisa fazer mudanças substanciais na maneira como administra sua economia antes de o yuan se tornar uma potência monetária na mesma escala do dólar e do euro. 

Os problemas econômicos na Europa e nos Estados Unidos enfraqueceram a confiança do mercado em suas moedas, mas os investidores em busca de um porto seguro para seus ativos têm poucas opções para aplicar. A China, entre outros países, tem criticado a primazia do dólar no comércio internacional e já sugeriu outras maneiras de administrar o sistema monetário mundial, inclusive com um papel maior para o Fundo Monetário Internacional e o yuan. 

A maioria dessas discussões tem sido de cunho teórico. Mas durante uma visita do primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, encerrada na segunda-feira, a China e o Japão anunciaram uma série de acordos para promover o uso do yuan no comércio e no investimento entre a segunda e a terceira maiores economias do mundo, o que levaria a alguma limitação no uso do dólar na Ásia, a região de crescimento mais rápido do planeta. Os dois países aceitaram promover especificamente o comércio direto com yuans e ienes, em vez de converter primeiro as moedas em dólar, e também que o Japão aplique em yuans para suas reservas internacionais, concentradas atualmente no dólar. 

O Japão "parece que está reconhecendo implicitamente que só existirá uma única moeda dominante na Ásia, e que não será o iene", disse Barry Eichengreen, historiador da economia que ensina na Universidade da Califórnia em Berkeley. O economista Jeffrey Frankel, da Universidade Harvard, disse que "isso acelera o surgimento de um mundo com várias moedas, mas ainda é apenas um dos 100 passos necessários". 

Uma autoridade do governo japonês disse que as moedas asiáticas "podem se tornar mais importantes do que são atualmente". Mas o Japão não decidiu necessariamente comprar títulos de dívida do governo chinês com base na visão de que o yuan provavelmente se tornará mais popular e importante que o iene. "O papel do iene na verdade se tornará mais importante para outros países se aprofundarmos o nosso relacionamento com eles", disse a autoridade. 

O pacto sino-japonês surge num momento em que o yuan enfrenta pressão de desvalorização, à medida que as caem as expectativas de investidores e empresários sobre a continuidade da valorização da moeda. Os acordos sugerem que a China quer acelerar seus esforços para incrementar o perfil do yuan no exterior. Isso é especialmente evidente em face da decisão de Tóquio de comprar até US$ 10 bilhões em títulos do governo chinês para suas reservas. Embora isso represente apenas 1% do US$ 1,3 trilhão que o Japão detém em reservas internacionais — a segunda maior do mundo depois da China — é mais importante simbolicamente, como sinal de que o Japão pretende diversificar suas reservas para além do dólar. 

Mas a mudança provavelmente receberá discretas boas-vindas do governo americano, que tem incentivado a China a ampliar a importância do yuan. O motivo é que as autoridades dos EUA sabem — bem como os reformistas chineses — que para o yuan ter um papel maior, a China precisará reformar amplamente suas políticas para o setor financeiro. Morris Goldstein, economista do Instituto Internacional Peterson de Economia Internacional, em Washington, disse que entre as reformas necessárias para que o yuan circule livremente nos mercados mundiais estão uma forte redução das intervenções governamentais no câmbio, a liberalização dos juros, a diminuição das restrições dos fluxos de capital e tornar seu sistema bancário "mais orientado para o mercado". Os acordos com o Japão também estão dentro das metas do G-20, o grupo de 20 países industrializados e em desenvolvimento, de flexibilizar o yuan.


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sábado, 24 de dezembro de 2011

Rede virtual que simplificará abertura e fechamento de empresas começa a funcionar em 2012

Daniel Lima
Matéria publicada pela Agência Brasil

Brasília – O processo de abertura, fechamento, alteração e legalização de empresas deverá ser totalmente integrado em um único ambiente virtual a partir de 2012, informou à Agência Brasil a Receita Federal. É que está prevista para o próximo ano a entrada em funcionamento da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Redesim). Criada pela Lei nº 11.598, a Redesim é composta por órgãos federais, estaduais e municipais que estejam direta e indiretamente ligados aos registros de empresas. 

“O empresário irá se comunicar com esse ambiente em que todos os órgãos estarão interligados: juntas comerciais, cartórios de registro de empresas, administração tributária federal, estadual, meio ambiente, órgão de regulação e controle, entre outros”, informa subsecretário de Arrecadação e Atendimento da Receita Federal, Carlos Roberto Occaso. 

De acordo com Occaso, bastará o empresário fazer o cadastro na junta comercial, que seria uma das “portas de entrada” à rede, para passar a ter acesso a todos serviço disponíveis em uma página na internet. Embora a rede seja gerida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a Receita Federal é parceira no projeto com todos os sistemas informatizados integrado ao ambiente do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), explica Occaso. 

“Imagine que o empresário procure a junta comercial. Ele formaliza o contrato de constituição da empresa e depois tem acesso a todos os aplicativos para órgãos de meio ambiente, de postura, das administrações federal, estaduais, municipais etc”, detalha Occaso. 

As informações serão distribuídas pelos sistemas integrados de forma a permitir que cada órgão receba os dados do interessado, além de formalizar a abertura, regularização, fechamento de uma empresa de forma direta e com a apenas uma comunicação do empresário com a administração pública. 

“Será liberado tudo. Alvarás, agendamento das vistorias dos bombeiros. Tudo estará nesta estrutura. O [sistema] integrado nacional passará a ser gerido pela Receita, com mais 27 integradores estaduais que, por sua vez, terão integração com sistemas nos municípios”, explica o subsecretário. 

Occaso afirma que, além de ser um dos maiores problemas quando se trata de abertura ou fechamento de empresas no país, a burocracia é um dos fatores que elevam o chamado custo Brasil. Com as mudanças, a Receita Federal espera que o tempo de registro de uma empresa seja de cinco dias úteis. 

Inicialmente prevista para março de 2012, a data para a Redesim ser disponibilizada para pessoas jurídicas ainda não está, entretanto, prevista pela Receita. Segundo Occaso, a Receita se empenhará para que a rede passe a funcionar no ano que vem. Ele assegura que muitos integradores estaduais estão prontos, com sistemas já desenvolvidos por empresas privadas de tecnologia da informação e só esperam um sinal verde do governo federal para participar da integração. 

“Muitos estados já estão preparados e aguardam que Receita finalize o projeto do integrador nacional com os demais núcleos regionais de integração para ter todo o modelo integrado ao CNPJ”, concluiu.


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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Toyota deve perder a coroa de maior montadora do mundo

Por Yoshio Takahashi
Matéria publicada no The Wall Street Journal

A Toyota Motor Corp. parece prestes a ser derrubada do posto de maior montadora do mundo em vendas, após informar na quinta-feira que calcula uma queda de 6% nas suas vendas mundiais em 2011, prejudicadas pelos desastres naturais no Japão e na Tailândia.

As vendas menores que as esperadas provavelmente deixarão a montadora japonesa atrás da General Motors Co. e da Volkswagen AG este ano, encerrando assim o reinado de três anos da Toyota em vendas mundiais. Embora a montadora espere uma forte recuperação em 2012, há dúvidas se ela conseguirá recuperar o posto mais alto ano que vem, diante da alta do iene, que continua enfraquecendo sua vantagem competitiva no mercado mundial. 

Para 2012, a montadora prevê que as vendas crescerão 20%, para 8,48 milhões de veículos, à medida que a produção volte ao normal. Mas tanto a rival alemã quanto a americana querem manter o volume de vendas que conquistaram recentemente. 

A GM já vendeu 6,79 milhões de veículos nos primeiros nove meses do ano, uma alta de 9,2% em relação ao mesmo período do ano passado, e pode chegar a 9 milhões no ano se manter o ritmo de crescimento. A Volkswagen conseguiu elevar as vendas em 14%, para 7,51 milhões, nos primeiros 11 meses do ano e espera vender mais de 8 milhões de veículos este ano. 

O provável rebaixamento da Toyota no ranking mundial das montadoras surge num momento em que a maior fabricante de veículos do Japão enfrenta mais um ano difícil, causado pelo terremoto e tsunami de 11 de março, no Japão, e também por enchentes gigantescas na Tailândia. No ano passado, a Toyota foi duramente prejudicada pela crise mundial provocada por um enorme recall de seus veículos. 

O cenário desafiador também parece que vai continuar, já que a valorização excessiva do iene corrói a margem de lucro dos veículos produzidos no Japão. 

Mas a Toyota continua preparando planos ambiciosos, com uma meta de vender 8,95 milhões de veículos no mundo e produzir 8,98 milhões em 2013. 

Os números de 2011 incluem as vendas de suas subsidiárias Daihatsu Motor Co., de carros compactos, e a montadora de caminhões Hino Motors Ltd. Mas as metas para os próximos dois anos só refletem os planos para a Toyota e não levam em conta as duas subsidiárias.


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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Só sobreviverá a pequena empresa que souber reter talentos

Pequeno empresário precisa, como nunca, achar e manter bons funcionários para ser competitivo e lucrativo 

Ligia Aguilhar, Estadão PME 
Matéria publicada em http://pme.estadao.com.br

O bom desempenho da economia brasileira após a crise de 2008 e o crescimento acelerado observado durante o ano passado contribuíram para que o Brasil chegasse muito perto de um cenário de pleno emprego. É claro que esse panorama começa a mudar por conta dos efeitos no Brasil da crise internacional. Mas mesmo que demissões precisem ser feitas, encontrar e reter talentos passa a ser fundamental para que os pequenos e médios negócios enfrentem sem sobressaltos esse período de turbulência. 

Os empreendedores perceberam essa necessidade faz algum tempo – dados do Anuário do Trabalho, elaborado pelo Sebrae em parceria com o Dieese, indicam que as pequenas empresas aumentaram os salários em um ritmo três vezes maior do que as grandes e médias corporações brasileiras. Mesmo assim, ainda está difícil lidar com a escassez de mão de obra qualificada e, ao mesmo tempo, competir por ela com grandes empresas. Há queixas por todas as partes. E se contratar já estava difícil, reter esses talentos se tornou tarefa ainda mais complicada. Para especialistas, porém, não há outro jeito: o empreendedor precisa mudar a postura.

“Nenhuma empresa vai encontrar no mercado pessoas preparadas, nem reter os trabalhadores, sem oferecer ao menos os benefícios básicos”, diz Wilson Amorim, professor do programa de gestão da Fundação Instituto de Administração. “O empresário terá de aceitar que para o trabalho dele ficar melhor, será necessário investir.” 

Salário compatível com o mercado e a oferta de benefícios como auxílio alimentação e plano de saúde, inclusive, deixaram de ser diferenciais na hora de contratar. Para atrair e reter talentos, a empresa precisa agora moldar os benefícios conforme o perfil dos funcionários. 

Os mais jovens preferem que a empresa ofereça qualidade de vida, não altos salários. Profissionais que ainda têm nível médio de formação gostam de desafios profissionais associados com remuneração variável.Já os mais experientes, encontrarão estímulo se receberem uma participação do negócio. “Não pode é pensar que por ser pequena a empresa não tem calibre para contratar um bom funcionário”, analisa o professor do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV, Tales Andreassi. 

Mas nenhuma política de benefícios deve ser gratuita. O empresário precisa estabelecer metas claras para extrair o melhor de sua equipe, afinal, será essa força de trabalho que sustentará o bom desempenho dos pequenos negócios daqui pra frente. 

Confira abaixo as estratégias adotadas por empreendedores como você para solucionar o problema da falta de talentos. Investindo de 1% a 5% do faturamento em benefícios, eles tornaram seus empreendimentos mais atraentes e, principalmente, multiplicaram o lucro.

Um pomar lá no quintal
É hora do almoço na Apdata, empresa que desenvolve soluções de tecnologia na área de recursos humanos. Enquanto um grupo de funcionários faz fila em frente ao refeitório, gerenciado pela própria empresa para que a alimentação seja a mais parecida possível com as refeições caseiras, outros dois trabalhadores conversam deitados em redes, em meio a um pomar. Desde 2002, o negócio investe em qualidade de vida como estratégia para atrair e reter mão de obra qualificada. 

Entre os benefícios oferecidos pela Apdata, estão salas de relaxamento, cromoterapia, sonoterapia, área para estudos e churrasqueira. A empresa investiu R$ 1 milhão e gasta cerca de 1% do faturamento – estimado em R$ 26 milhões para 2011 – com a manutenção dos equipamentos. 

A estratégia funcionou e a Apdata reduziu o turnover de 25% para menos de 1%. Além disso, aumentou a produtividade em 60% logo no primeiro ano das mudanças. O número de afastamentos médicos diminuiu, assim como o de fumantes, como consequência das ações de combate ao estresse. “Os gestores ainda não entenderam que esse tipo de investimento traz resultados”, diz a presidente da empresa, Luiza Nizoli. “Se as pessoas sentem que têm espaço para elas, se envolvem e percebem que se a empresa crescer, elas também vão crescer.” 

Ganho com a formação
O empresário Silvino Geremia desconhece o problema de reter talentos. Há onze anos no comando da Higra, fabricante de bombas hidráulicas de Porto Alegre (RS), ele viu apenas três pessoas pedirem demissão. O motivo está em uma política de benefícios que cobre 90% dos custos de qualquer curso que o funcionário pretenda fazer até a pós-graduação, mesmo sem relação com o negócio. 

Atualmente, 30% dos 45 funcionários recebem o subsídio, que consome menos de 1% do faturamento da empresa – estimado em R$ 21 milhões para este ano. “O custo não pesa no orçamento e, ao mesmo tempo, melhora os resultados e a produtividade”, diz. Ao terminar um curso, a maioria dos funcionários é promovida. 

Quando isso não é possível, o empreendedor recomenda o profissional para vagas em outras empresas. “O que importa para mim é saber que enquanto a pessoa trabalhava e estudava aqui vestia a nossa camisa. E que outro funcionário terá a mesma oportunidade quando começar a trabalhar aqui”, afirma. Ele só lamenta que outros empresários não compartilhem a mesma visão. “Se toda empresa investisse até 2% do faturamento em educação, o Brasil se tornaria em pouco tempo um país de primeiro mundo e não teria problemas com mão de obra.” 

Casa para o funcionário
Cansado de lidar com os atrasos dos funcionários, Erick Vils, fundador da WebSoftware, pequena empresa de tecnologia da informação do Rio de Janeiro, resolveu ter uma conversa franca com a equipe. Com isso, descobriu que o trânsito e a distância de casa para o trabalho eram as causas do problema. 

Dessa forma, para não perder funcionários qualificados e ao mesmo tempo acabar com os atrasos, criou uma espécie de república corporativa. A empresa subsidia entre 70% e 80% do aluguel de uma casa em Jacarepaguá, onde hoje moram seis dos 18 funcionários. Para facilitar o deslocamento até o escritório, ainda colocou à disposição da equipe uma van gratuita. Assim, Erick conseguiu não apenas que todos cheguem no horário. Nos últimos quatro anos, apenas uma pessoa pediu demissão do empreendimento. 

A empresa criou também uma linha de crédito com parcelamento em doze vezes sem juros e ainda oferece premiações mensais de até R$ 300. “Percebemos que para as gerações mais novas, ter qualidade de vida pesa mais do que recompensas financeiras”, afirma. No total, o investimento em benefícios equivale a uma fatia de 3% a 5% do faturamento. “Mudamos até a forma de contratação. Sou menos rigoroso na avaliação, mas em troca posso cobrar mais resultados.”

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Turistas brasileiros batem recorde de compras nos EUA

Por JOHN LYONS de São Paulo e PAULO TREVISANI de Nova York
Matéria publicada no The Wall Street Journal

Ana Ligia Paladino viajou 8.000 quilômetros de sua casa no sul do Brasil no mês passado para se acotovelar atrás das promoções da "Black Friday" na Macy's, na cidade de Nova York. Na fila de espera às 5h da manhã, ela logo fez as primeiras das compras planejadas por 10 dias. "Foi uma bagunça!", ela lembrou descrevendo a cena. 

Os compradores brasileiros estão tomando os Estados Unidos nesta temporada de Natal, um impulso bem-vindo para varejistas dos EUA que enfrentam uma economia lenta. Armados com uma moeda forte, um acesso mais fácil ao crédito e um apetite para compras aparentemente inesgotável, os brasileiros têm deposto nações mais ricas, como o Reino Unido, como os maiores gastadores estrangeiros em mercados-chave dos EUA, como Nova York e Flórida. 

Os brasileiros se tornaram os clientes internacionais mais lucrativos na Flórida, depois de gastarem US $ 1 bilhão nos primeiros seis meses do ano, um aumento de 61% sobre 2010 e mais do que o dobro do segundo maior grupo gastador, o dos britânicos. 

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Xinhua/Zuma Press
Promoções da "Black Friday" na Macy's, na cidade de Nova York. 

Cerca de 700.000 brasileiros devem visitar Nova York neste ano, mais do que o dobro de 2009. Isso é menos do que o total de britânicos e alemães, mas os brasileiros devem gastar mais do que os dois grupos somados, segundo autoridades locais. 

"Os consumidores brasileiros agora estão no topo da lista de todos os varejistas e, se não, eles estão no topo de suas listas de desejo", disse Fred Dixon, vice-presidente sênior de desenvolvimento do turismo da NYC & Co., autoridade de turismo da cidade. A organização está fazendo campanha no Congresso americano para acelerar o processo de visto para brasileiros, e, eventualmente, acabar com a exigência dele. 

A nova influência global do comprador brasileiro reflete a ascensão da maior economia da América Latina, enquanto os EUA e a Europa permanecem atolados em crises. Uma década de estabilidade monetária e de bons preços das commodities ajudou a tirar milhões de pessoas da pobreza. Para muitos recém-classificados como classe média no Brasil, uma maratona de compras nos EUA é um importante rito de passagem. 

Mas a grande razão para os brasileiros comprarem nos EUA é que tudo, desde os iPads, da Apple, até as camisas da Polo custam metade do preço cobrado no Brasil. Com altos impostos, o aumento da inflação e uma moeda sobrevalorizada, a economia relativamente fechada do Brasil se tornou um lugar extremamente caro para fazer ou comprar produtos — não necessariamente uma coisa boa para o crescimento a longo prazo. Os brasileiros economizam tanto comprando nos EUA em vez do Brasil que muitas vezes isso cobre o gasto com a passagem e as contas de hotel. 

"Você pode encontrar tudo isso no Brasil, mas muito mais caro", disse Hélida Geber, uma brasileira em sua primeira viagem à região de Nova York. Ela estava tomando um ar entre as compras de cosméticos, roupas e "presentes para todo mundo", incluindo iPods, da Apple, bolsas e relógios no shopping Jersey Gardens, na cidade de Elizabeth, no Estado de Nova Jersey. 

Localizado a poucos minutos do aeroporto de Newark, na região metropolitana de Nova York, o Jersey Gardens foi descrito como o lugar "que muitos visitam antes mesmo de fazer o check-in nos hotéis", em um guia de compras de 84 páginas para Nova York e Miami que veio de graça com uma edição recente da revista "Veja". As mecas comerciais incluem o Sawgrass Mills Outlet Mall, em Sunrise, na Flórida, que agora oferece culinária brasileira na praça de alimentação. 

Para muitos brasileiros, as coisas nos EUA parecem tão baratas que não é difícil comprar tudo que está à vista. Considere a experiência de Vladimir Lúcio Martins, um funcionário judicial em férias na região de Nova York, em outubro, com sua esposa e filha de 7 anos de idade. Um motociclista ávido, Martins comprou um capacete Shoei por US $ 587, um quarto do que custaria em sua cidade natal, Presidente Prudente, disse ele. 

Mais tarde, num clube de compras em Nova Jersey, ele não pode acreditar no preço do queijo parmesão ralado: US$ 7 por uma embalagem de 680 gramas de queijo parmesão Kraft, uma fração do custo no Brasil. Ele comprou. Seu único arrependimento: Não ter voltado para comprar queijo brie da marca President que estavam por US$ 5. "Foi um sonho de consumo que não se realizou", disse ele mais tarde.


Martins ajudou a economia de Nova Jersey. Mas no Brasil, nem todo mundo acha tão bom que os brasileiros viajem até os EUA para as compras. 

A presidente Dilma Rousseff tem tentado conter a alta do real, com resultados limitados. Nos últimos meses, o governo anunciou vários pacotes de incentivos e outras medidas para tornar a fabricação local e o varejo mais competitivos. Para pagar por eles, o Brasil também estabeleceu um imposto de 6% para compras com cartão de crédito no exterior. 

Até agora pouco tem dado resultado. A moeda caiu um pouco, mas permanece 25% acima do que estava no início de 2009. Os brasileiros estão a caminho de gastar 60% a mais no exterior do que no ano passado, que já foi um recorde. Ao longo do caminho, o consulado dos EUA em São Paulo se tornou o mais movimentado em processos para o visto. 

Por enquanto "boa parte das nossas vendas estão concentradas em coisas que você não pode trazer de volta no avião, como carros e televisores", disse Fabio Pina, economista da associação de varejistas do Brasil, a Fecomércio. Sua filha tinha acabado de voltar dos EUA com um carrinho de bebê e outros objetos para bebês, disse ele.

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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Brasil é prioridade para o Santander, diz presidente

Marcial Portela diz que participação do País no lucro do banco espanhol deve passar de 25% este ano para 30% no próximo ano

Glauber Gonçalves, de O Estado de S. Paulo
Matéria publicada em http://economia.estadao.com.br

RIO - Prioridade para o banco espanhol Santander, o Brasil deve ampliar sua participação no lucro global da instituição de 25% para 30% nos próximos dois anos, previu nesta segunda-feira, 19, o presidente da instituição no País, Marcial Portela. O executivo fez a avaliação depois de retornar de uma reunião do Conselho de Administração do grupo, que vê a importância do Brasil crescer num momento de crise em mercados tradicionais da Europa.

"Cheguei hoje de uma reunião no conselho de administração do Grupo Santander e toda a atenção está dedicada ao Santander Brasil", declarou o executivo durante entrevista à imprensa na inauguração de uma agência bancária na Vila Cruzeiro, zona norte do Rio. Ele acrescentou que, enquanto o cenário se agrava na Europa, a situação do Brasil é "privilegiada". Para Portela, embora não esteja imune às turbulências, o País está bem protegido.

Sobre o aumento dos custos de captação pelos bancos, resultado do agravamento da crise no Hemisfério Norte, Portela afirmou que essas operações ficaram mais caras em dólar e outras moedas estrangeiras, mas não em real. "O custo de captação em real é semelhante ao de antes da crise", revelou.

A agência inaugurada nesta quinta é a segunda do Santander em uma favela. A primeira foi instalada no Complexo do Alemão, no ano passado. Desde a implantação, quando a comunidade ainda era dominada por traficantes armados, o banco atingiu a marca de 1,2 mil clientes e 100 pequenas empresas atendidas.

Com o plano de intensificar a atuação na concessão de crédito a pessoas físicas e pequenas empresas, a instituição já estuda outros mercados, no Rio e em São Paulo, similares ao Alemão e à Vila Cruzeiro. Mas os executivos do banco não dão mais detalhes desses planos. "Vamos continuar com uma atividade muito intensa em microcrédito, não só em comunidades, mas em todo o Brasil", disse Portela.

Questionado sobre o potencial que uma eventual aquisição da financeira Losango traria ao Santander para crescer entre as classes C, D e E, o presidente do banco evitou comentar as informações de que estaria negociando com a financeira do HSBC no Brasil. "Quanto à Losango, eu não sei. Não tenho relacionamento com eles", esquivou-se. 

Novo Mercado. Até outubro do ano que vem, o Santander Brasil pretende ter 25% de suas ações negociadas no mercado. O patamar é uma exigência da BM&F Bovespa às empresas que integram o Novo Mercado, ambiente de mais alto nível de governança da bolsa. Portela revelou que, embora a instituição possa recorrer a uma permissão especial para prorrogar o prazo por mais dois anos, a intenção é cumprir o prazo acertado inicialmente. 

"Não havendo condições suficientes para colocar esses 3% e atingir os 25% que devemos ter de free float na bolsa, teríamos de pedir uma permissão especial para prorrogar essa obrigação por mais dois anos", declarou. "Mas a intenção é ficar dentro do período comprometido com o regulador da bolsa."

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‘FT’: Com Bolsa Verde, Rio pode virar polo financeiro alternativo

Sílvio Guedes Crespo
Matéria publicada no blog Radar Econômico

O jornal britânico “Financial Times” destacou na primeira página de seu site, no domingo (19), a notícia de que o Rio de Janeiro lançará amanhã a primeira bolsa de valores da América Latina voltada para ativos relacionados ao meio ambiente. 

A Bolsa Verde do Rio de Janeiro, que será conhecida pela sigla BVRio, terá negociações de produtos já conhecidos, como créditos de carbono, mas também terá novidades, como papéis relacionados ao código florestal brasileiro, que exige de fazendeiros manter certo espaço de floresta dentro de sua propriedade. 

Na avaliação do “FT”, o lançamento da Bolsa Verde é mais um sinal de que o Rio de Janeiro está em um ponto de virada. A cidade, que vinha perdendo importância para São Paulo no mercado financeiro, agora busca um nicho para se estabelecer como um polo alternativo à capital paulista. 

No mês passado, a Direct Edge, quarta maior operadora de bolsa dos Estados Unidos, anunciou que abriria uma unidade no Rio. Ainda, a agência de classificação de risco Moody’s elevou a nota de crédito da cidade, apesar da crise mundial. 

O “FT” afirma que a Bolsa Verde do Rio terá dois desafios. Primeiro, terá que lidar com o esfriamento do mercado de crédito de carbono. Segundo, precisará enfrentar a concorrência da BM&FBovespa, que já tem um programa de negociação de carbono e não permite que outras empresas usem seu sistema liquidação e custódia de ativos.


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domingo, 18 de dezembro de 2011

BID lança linha de crédito para bancos que desejam expandir empréstimos a setores de alto impacto social

Matéria publicada no Portal Fator Brasil

BICE do Chile e Bicbanco do Brasil foram os primeiros a usar a instalação access2services. 

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) lançou uma linha de crédito piloto para bancos latinoamericanos visando ampliar o crédito a setores de alto impacto social. O Banco BICE S/A do Chile e o Banco Industrial e Comercial SA do Brasil (Bicbanco) foram as primeiras instituições financeiras a utilizar os recursos da instalação acess2services para aprovar empréstimos na área de saúde e educação. 

“Há uma oportunidade de mercado muito importante para que os atores do setor privado complementem os serviços de educação e saúde pública com o intuito de aumentar o acesso das pessoas de baixo poder aquisitivo a serviços de alta qualidade”, disse Daniela Carrera-Marquis, chefe da Divisão de Mercados Financeiros do Departamento de Financiamento Estruturado e Corporativo (SCF) do BID. “As instituições financeiras participantes do mercado estão bem posicionadas para canalizar o crédito a estes setores estratégicos.” 

A nova linha faz parte do programa beyondBanking do BID, que promove princípios de sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa entre os intermediários financeiros da região através de cooperações técnicas e financiamento. 

Além de acessar os recursos da nova linha, BICE e Bicbanco também receberão financiamento do BID para impulsionar os empréstimos a setores empresariais estratégicos, incluindo projetos de sustentabilidade ambiental e as pequenas e médias empresas (PME) respectivamente. 

“O impacto dessas operações no desenvolvimento é significativo”, afirmou Marcelo Paz, chefe da equipe de projeto do BID. “A expansão do crédito para os setores sociais, como saúde e educação, junto com o aumento de investimentos para reduzir os efeitos da mudança climática no Chile e promover o acesso das PMEs ao crédito nas regiões menos favorecidas do Brasil, está diretamente relacionada com as metas de desenvolvimento do BID e se espera que se reproduza na região.” 

O BID vai conceder ao Banco BICE um empréstimo sem garantia de US$ 50 milhões. Os recursos serão utilizados para apoiar a expansão dos créditos à saúde e à educação, bem como projetos ambientalmente amigáveis, tais como energia renovável e eficiência energética, entre outros. 

Para o Bicbanco, o BID aprovou um empréstimo sem garantia de US$ 50 milhões que será complementado com outro empréstimo sindicalizado no mercado internacional. Esses recursos vão apoiar a expansão do Bicbanco no financiamento às PMEs brasileiras, especialmente nos municípios menos desenvolvidos do Centro-Oeste e Nordeste do país e, em seguida, desenvolver e aumentar os empréstimos para projetos de educação e saúde. 

Departamento de Financiamento Estruturado e Corporativo -O Departamento de Financiamento Estruturado e Corporativo (SCF, na sigla em inglês) é responsável por todas as operações do BID sem garantia soberana para projetos de grande escala, grandes empresas e instituições financeiras da América Latina e do Caribe. Através de seu programa de empréstimos sindicalizados, SCF desempenha um papel catalisador, ajudando na mobilização de recursos de terceiros mediante associação com bancos comerciais, investidores institucionais, co-garantidores e outros co-emprestadores para projetos com um alto grau contribuição para o desenvolvimento. [www.iadb.org].

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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Município baiano apresenta o maior PIB per capita do país em 2009

Alana Gandra
Matéria publicada pela  Agência Brasil 

Rio de Janeiro - O maior Produto Interno Bruto (PIB) per capita, isto é, por habitante, no Brasil foi apresentado em 2009 pelo município de São Francisco do Conde, na Bahia. O PIB per capita anual desse município totalizou R$ 360.815,83, segundo revela a pesquisa Produto Interno Bruto dos Municípios 2005-2009, divulgada hoje (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Seguem-se Porto Real (RJ), com PIB por habitante de R$ 215.506,46, Triunfo (RS), com R$ 211.964,79, e Confins (MG), com R$ 187.402,18 por ano. 

A estatística Sheila Zani, gerente da pesquisa do IBGE, revelou à Agência Brasil que a característica comum a todos esses municípios é que eles têm baixa densidade demográfica. “A população é muito pequena”. São Francisco do Conde, por exemplo, tinha em 2009 um total de 31.699 moradores. Em Porto Real, Triunfo e Confins, o total de habitantes naquele ano era, respectivamente, 16.253, 25.374 e 6.072 pessoas. 

No município baiano, o elevado PIB per capita anual decorre da existência da segunda maior refinaria em capacidade instalada do país. A presença de uma grande indústria automobilística explica o PIB em Porto Real, enquanto em Triunfo a alta geração de renda da população se deve ao importante polo petroquímico local. Já Confins ganhou posição devido à transferência da maior parte dos voos para o aeroporto internacional localizado na cidade. 

Sheila Zani informou que o PIB per capita nacional, em 2009, foi R$ 16.917,66. Em metade dos municípios brasileiros, o PIB per capita era inferior a R$ 8.394,97, o que confirma a distribuição irregular da renda. 

O menor PIB por habitante no ano de 2009, equivalente a R$ 1.929,97, foi encontrado no município de São Vicente Ferrer (MA), cuja atividade principal é a agropecuária. “Em 2009, por causa das chuvas, praticamente acabou a produção de mandioca”. O município teve perda de 77,6% da quantidade produzida e de 83,4% do valor bruto de produção daquela raiz. 

A pesquisa mostra ainda que metade dos municípios com menor PIB per capita foi encontrada na Região Nordeste. “Ainda no Nordeste, fora o estado de Sergipe, a gente viu que mais de 90% dos municípios de cada estado estão com PIB per capita abaixo de R$ 8.394,97”. Sheila revelou que 96% dos municípios do Piauí, Ceará e da Paraíba têm PIB por habitante menor do que esse valor. 

Considerando as capitais, o maior PIB per capita foi apurado em 2009 em Vitória (ES), R$ 61.790,59. A cidade apresenta, entretanto, o terceiro maior PIB por habitante em relação às unidades da Federação e o 45º em relação ao Brasil. “Para uma população de capital, a de Vitória é muito pequena”, ressaltou a gerente. “Isso faz com que esse coeficiente fique maior”, completou. 

O segundo maior PIB anual entre as capitais foi encontrado em Brasília (R$ 50.438,46). Seguem-se São Paulo, com R$ 35.271,93, o Rio de Janeiro (R$ 28.405,95) e Porto Alegre (R$ 26.312,45).


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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Itaú espera ter licença para atuar na Colômbia em junho de 2012

Matéria publicada em http://www.revistafator.com.br

São Paulo- O Itaú BBA, banco de investimento do Itaú Unibanco, pode iniciar suas operações na Colômbia na metade do ano que vem, entrando no mercado de consultoria de fusões e aquisições da quarta maior economia da América Latina, afirmou um alto executivo no dia 12 de dezembro (segunda-feira). 

O veterano argentino Ramiro Gonzalez Prandi chefiará a unidade, afirmou Alberto Fernandes, vice-presidente do banco de atacado do Itaú BBA, em entrevista. Gonzalez Prandi, atualmente diretor do Itaú BBA no Chile, liderará um grupo de 37 funcionários do setor financeiro e 200 milhões de dólares em capital na unidade colombiana. 

O Itaú BBA enfrentará competição das gigantes locais Bancolombia e Grupo Aval, cujos bancos de investimento costumam abocanhar grande parte das ofertas mais lucrativas de títulos e ações, assim como os serviços de consultoria de fusões. Gigantes globais, incluindo JP Morgan também possuem escritórios no país. 

"Queremos ser vistos como um banco local de capital brasileiro", disse Fernandes. "A Colômbia é importante para nós devido ao tamanho de seu mercado e à velocidade com que os mercados financeiros estão se desenvolvendo lá". 

No Brasil, o Itaú BBA está entre os três maiores que fazem consultoria de fusões e aquisições, e um dos cinco maiores coordenadores de ofertas de títulos e ações, segundo dados da Thomson Reuters. 

A decisão de abrir um banco de investimento antes de operações de banco de varejo ocorre após uma série de esforços mal-sucedidos de comprar credores colombianos de tamanho expressivo, disse Fernandes. A controladora Itaú Unibanco tem evitado fazer grandes aquisições na Colômbia principalmente porque bancos do país estão com avaliações muito altas. 

Executivos do Itaú Unibanco flertaram com a ideia de abrir um banco de investimento ao longo de 18 meses, segundo Fernandes. O Banco Central brasileiro aprovou a expansão do Itaú BBA para a Colômbia no mês passado. 

A unidade oferecerá serviços de crédito corporativo, consultoria de fusões e aquisições e reestruturação corporativa, assim como de coordenação de emissão de títulos do Tesouro, de empresas e de ações, disse Fernandes. 

O Itaú BBA possui operações no Chile e Argentina, além de representação no Peru.| Guillermo Parra-Bernal/Reuters


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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Pacote da Receita inclui fim da declaração anual do Simples em 2013

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil 

Brasília – A partir de janeiro de 2013, a Receita Federal deixará de exigir a Declaração Anual do Simples Nacional. Já a partir de janeiro de 2012 serão extintos o Demonstrativo de Notas Fiscais (DNF), a Declaração de Crédito Presumido de Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) e a Declaração do Imposto Territorial Rural (DITR) para imóveis imunes e isentos. Em 2014, será extinta a Declaração de Informações Econômico-Fiscais de Pessoa Jurídica (DIPJ). As medidas fazem parte de um pacote de medidas anunciadas pelo Fisco para facilitar a vida dos contribuintes cujas principais foram adiantadas pela Agência Brasil no sábado. 

Uma delas é que o Fisco vai passar a enviar aos contribuintes que tenham uma única fonte de renda uma cópia da Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física já preenchida. A Receita também vai deixar de exigir que pessoas jurídicas apresentem algumas declarações hoje obrigatórias. 

Segundo o secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto, o pacote visa a simplificar a vida dos contribuintes e não deve ocasionar um aumento na arrecadação ou mais rigor controle da sonegação. “É uma iniciativa do Governo Central para buscar simplificar a vida dos contribuintes no cumprimento de suas obrigações. Não haverá ganhos de eficiência no aspecto da arrecadação e nem na redução de erros que, hoje, já são bastante mitigados”, disse Barreto. 

O fornecimento da declaração para contribuintes que tenham uma única fonte de renda e que optarem pelo modelo simplificado deve entrar em vigor a partir de 2014 (relativo ao exercício fiscal 2013). De acordo com Barreto, cerca de 70% dos cerca de 25 milhões de contribuintes optam pelo modelo simplificado. Para os demais contribuintes, a declaração permanecerá da forma que já é hoje, com alguns aperfeiçoamentos. 

De acordo com o secretário, a melhor forma de enviar a declaração já preenchida para o contribuinte ainda está sendo discutida. O mais provável é que ela seja posta na página da Receita Federal na internet, por meio do Portal e-CAC (Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte), um portal eletrônico onde cada um pode ter acesso a serviços protegidos por sigilo fiscal. Caberá ao contribuinte confirmar ou corrigir as informações antes de enviá-las à Receita Federal. 

Outras duas medidas anunciadas para reduzir a burocracia darão ao contribuinte a possibilidade de pagar todos os impostos federais com cartões de crédito ou débito e parcelar as contribuições previdenciárias pela internet até o limite de R$ 500 mil. A previsão é tornar possível o pagamento dos tributos com cartão a partir de junho de 2012 e o parcelamento a partir de março de 2012. Inicialmente, somente serão aceitos pagamentos de tributos aduaneiros com cartões de débito. Caixas eletrônicos específicos deverão ser instalados nas unidades da Receita Federal de portos, aeroportos e pontos de fronteira. 

A medida, segundo o secretário, leva em consideração o aumento do movimento de usuários do transporte aéreo e marítimo por causa dos grandes eventos esportivos que o país irá sediar nos próximos anos. “Vai haver um afluxo muito grande de pessoas nos aeroportos. Pessoas nas casas de câmbio, desembaraçando mercadorias. Por isso, é preciso ter facilidades para o pagamento de tributos. É algo que atende a essa perspectiva de aumento do fluxo de passageiros nessas áreas”. 

O programa de simplificação tributária também inclui a extinção de outras cinco novas declarações (duas já haviam sido extintas no decorrer deste ano, o Demonstrativo de Exportação e a Declaração Especial de Informações Fiscais relativas à Tributação de Bebidas. 

A Receita ainda estuda a extinção de outras declarações. De acordo com Barreto, esta é mais uma etapa da reforma tributária anunciada pela presidenta Dilma Rousseff no início do ano. "Ela visa à simplificação. Esta seria a reforma tributária federal e começou com a ampliação dos limites do Simples Nacional e prossegue com a simplificação das obrigações tributárias", comentou Barreto, lembrando a elevação dos limites de enquadramento no regime simplificado de tributação (Simples) para as micro e pequenas empresas, anunciado em novembro último.


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sábado, 10 de dezembro de 2011

Impostos federais poderão ser pagos com cartão de crédito no ano que vem

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil 

Brasília - Os contribuintes poderão pagar todos os impostos federais com cartão de crédito ou de débito a partir do ano que vem. O Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf) passará a ser impresso com códigos de barra para facilitar a operação, informou à Agência Brasil o secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto. 

A medida permitirá o pagamento de impostos em qualquer equipamento como os caixas eletrônicos que tenham o leitor de código de barras, instalados em shoppings, postos de gasolina, supermercados, por exemplo. A operação estará disponível também para o contribuinte pagar as cotas do imposto de renda devido. 

“Isso é uma grande novidade um avanço que nós vamos colocar em 2012 permitindo, inclusive, que o viajante que chegue do exterior ou o estrangeiro que venha visitar o país, entre outros, possa fazer o pagamento de tributos, utilizando o cartão de débito e crédito”, disse Carlos Roberto Occaso, subsecretário de Arrecadação e Atendimento da Receita Federal. 

Atualmente o contribuinte pessoa física depois de fazer a declaração do imposto de renda e verificar se tem imposto a pagar necessita imprimir o Darf para pagar a dívida em uma única ou mais parcelas, mas sem o código de barras. Outra opção é autorizar o débito em conta-corrente ao preencher a declaração. 

Em 2011, um total de 24.370.072 de contribuintes enviou a Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física ao Fisco. O número superou a estimativa da Receita Federal, que esperava receber 24 milhões de formulários.







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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Espanha estuda meio rápido para limpar seus bancos


Para tentar reerguer o combalido setor bancário espanhol, o primeiro-ministro eleito, Mariano Rajoy, está considerando planos de limpeza cujo custo faria sombra ao de iniciativas anteriores. Isso incluiria criar um "banco ruim" financiado pelo Estado para adquirir ativos tóxicos ou obrigar os bancos a aumentar drasticamente provisões para perdas com empréstimos, dizem pessoas a par da situação. 

Rajoy disse que a intenção é acelerar o processo de gestão dos 176 bilhões de euros (US$ 236 bilhões) em ativos imobiliários tóxicos deixados pelo estouro da bolha da construção no país. Antes das eleições do mês passado, Rajoy havia minimizado o custo potencial desse plano. 

Esses ativos podres estariam estrangulando o fluxo de crédito e afugentando investidores internacionais da quarta maior economia da zona do euro. 

A arrumação nos bancos é um dos pilares do programa de reformas econômicas que Rajoy está apresentando ao presidente francês Nicolas Sarkozy, à chanceler alemã Angela Merkel e ao secretário do Tesouro americano Timothy Geithner durante um encontro do Partido Popular Europeu, uma agremiação de líderes de partidos de centro-direita de toda a Europa, em Marselha, nesta quarta e quinta-feiras. Líderes europeus estão tentando obter um compromisso claro com reformas da parte de países em dificuldades como Espanha e Itália antes da cúpula marcada para sexta-feira, quando se espera que definam novos mecanismos de governança e de apoio financeiro para sustentar o euro. 

"Faz sentido dar um empurrão na reestruturação com uma faxina nos balanços; é um sinal de que as coisas estão avançando", disse Tano Santos, professor de finanças da Universidade Columbia, em Nova York. "Foi uma das coisas mais nocivas na crise da Espanha: a falta de ação". 

Uma resposta mais agressiva não será barata. Analistas calculam que uma solução rápida como criar o tal banco ruim ou obrigar os bancos a aumentar drasticamente reservas para créditos podres e uma injeção de capital pelo Estado poderiam custar aos cofres públicos espanhóis até 100 bilhões de euros. Essa cifra levanta o temor de que a medida possa quebrar as finanças do governo — como ocorreu na Irlanda quando o governo recapitalizou os bancos e inflou o déficit para 32% do PIB em 2010. 

Mas um coro crescente de economistas e autoridades diz que se não houver uma ação decisiva agora, o risco só aumentará; uma nova recessão poderia abalar ainda mais os bancos, enquanto o nervosismo de investidores diante dos problemas de dívida da zona do euro ameaça inviabilizar a moeda comum. 

Iniciativas de faxina do governo anterior, chefiado pelo primeiro-ministro socialista José Luis Rodríguez Zapatero, deixaram a desejar em grande parte porque foram pensadas para distribuir o custo ao longo do tempo e evitar uma grande baque nos cofres públicos de uma só vez. 

A expectativa é que Rajoy só divulgue publicamente os planos para lidar com o estouro da bolha imobiliária da Espanha (que durou uma década) depois de tomar posse no cargo, na segunda quinzena de dezembro. Mas gente próxima da situação diz que a maneira mais rápida de resolver o problema seria criar um banco que comprasse, com desconto, ativos tóxicos de instituições financeiras, o que obrigaria essas instituições a reconhecer perdas. É provável que também derrubasse seu índice de solvência e criasse a necessidade de fundos adicionais para reforçar a base de capital. 

Segundo analistas do Morgan Stanley, a Espanha poderia comprar o estoque inteiro de ativos imobiliários tóxicos — 176 bilhões de euros no total — com o mesmo desconto de 58% aplicado pelo banco ruim da Irlanda, o que daria um custo de 73,9 bilhões de euros que poderia ser financiado com a troca de novos títulos de dívida do governo por ativos imobiliários podres dos bancos. 

Contudo, o Estado teria de levantar um volume suficiente de fundos no mercado para injetar nos bancos o total estimado de 28,5 bilhões de euros em capital novo para absorver perdas que os bancos assumiriam ao vender ativos com grande desconto. Ao todo, o custo do plano para o Estado espanhol poderia ser de 102,4 bilhões de euros, ou cerca de 10% do PIB espanhol. 

Se for difícil conseguir os 28,5 bilhões de euros de investidores privados, dada a situação atual do mercado, Rajoy já declarou estar aberto à ideia de pedir recursos do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira para ajudar a cobrir as novas necessidades de capital. Essa é uma das novas funções do fundo depois da reforma no início do ano.


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