sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Cuidados ao abrir um escritório de contabilidade

Anderson Hernandes
Artigo publicado em http://www.administradores.com.br/

Com o mercado contábil aquecido, a valorização do profissional de contabilidade está em alta. Baseado nesse cenário, quais os cuidados ao abrir um escritório de contabilidade? Nesse artigo vou explanar alguns deles.

A profissão contábil sofreu mudanças que a tornaram hoje muito diferente do que dez anos atrás. Mesmo para profissionais que pretendem abrir um escritório de contabilidade para atender micro ou pequenas empresas, o perfil do contabilista adequado também mudou significativamente.

Falando especificamente de novos escritórios posicionados no mercado de micros e pequenas empresas, destaco o atual cenário desses empresários: aumento da responsabilidade técnica face às novas obrigações acessórias, nível de qualificação profissional exigido mais elevado, dificuldades de adotar a escrita contábil regular nos termos da legislação aplicável e problemas em adequar os clientes para atenderem critérios de controles financeiros necessários para suporte aos serviços contábeis. Tudo isso confronta diretamente com outra realidade: honorários relativamente baixos.

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Como um novo escritório vai concorrer diretamente com um mercado já atendido por profissionais e empresas de contabilidade já atuantes há anos, existe o pressuposto que para formar uma carteira de clientes seja necessário adotarem uma estratégia de preço mais baixo do que o praticado pelo mercado. Além das questões éticas envolvidas, essa estratégia é arriscada, pois formar uma carteira de clientes que buscam preço e não diferenciais não é duradoura. No momento que a empresa contábil decidir readequar os honorários a realidade de mercado a maior parte desses clientes vão migrar para novos entrantes com estratégia semelhante.

Se todas as empresas contábeis exigissem de seus clientes o cumprimento da obrigatoriedade legal de adoção da escrituração contábil, com plena certeza haveria uma valorização profissional acentuada para todos e seriam necessários muitos mais profissionais para atender essa demanda. No entanto, isso não é o que pensam alguns profissionais e isso tem impactado num número elevado de empresas que encaram o contabilista como agente do fisco, cuidando apenas de aspectos tributários e fiscais e não como um profissional atuante na contabilidade. Aliás, se perguntarmos a essas empresas que não escrituram os livros contábeis obrigatórios, a maior parte dirá que tem serviços de contabilidade, quando na verdade desconhecem o que é na verdade a contabilidade.

Os profissionais entrantes nesse mercado tem que ter plena consciência de um fator importante: quer o cliente pague pouco ou muito pelos serviços ele vai cobrar por qualquer erro cometido pelo profissional ou por seus prepostos. Por isso, leve em conta o risco envolvido na hora de determinar o preço dos serviços. Nesse respeito o profissional poderia perguntar-se: Os honorários são compatíveis com os valores das multas por erros ou atrasos nas obrigações acessórias? Estou prevendo a necessidade de investir em melhorias contínuas em minha estrutura, consultoria de apoio técnico e qualificação permanente minha e da equipe?

Outro erro comum é o de atender todo o tipo de serviço ou cliente. Com isso forma-se uma carteira de clientes desalinhados ou pouco rentáveis para a empresa contábil. O profissional contábil precisa saber dizer não para serviços dessa natureza. Buscar uma especialização dos serviços aumenta o foco, o que diminui o mercado-comprador, mas também diminui a concorrência, podendo ser uma alternativa atraente para novas empresas contábeis.

Diante de tantos desafios para os novos profissionais da contabilidade, deixo um último conselho: cuidado em atuar sozinho no mercado. Ninguém é bom em tudo, o máximo que alguém sem foco de especialização consegue é tornar-se mediano, o que é um perigo profissional. Compor uma sociedade com alguns profissionais poderá permitir ter uma estrutura mínima necessária, troca de experiências, divisão de responsabilidades e foco na qualificação dos sócios, permitindo maior segurança na prestação de serviços.

Diante da importância desse assunto não posso dar por esgotado os conselhos pertinentes a ele, sendo que em breve publicarei novos artigos complementares.

* Anderson Hernandes é empresário contábil, palestrante e escritor especializado em mercado contábil. http://www.andersonhernandes.com.br/

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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Alemães estão animados com perspectivas de investimentos no Brasil

Chico Santos
Valor Econômico
http://www.valor.com.br/

RIO - Se no terreno europeu a Alemanha sofre com o quebra-cabeças de garantir a sobrevivência da Zona do Euro, do lado de cá do Atlântico os investidores alemães estão eufóricos com as perspectivas de investimentos, especialmente no Rio de Janeiro, geradas pela exploração de petróleo no pré-sal, pela Copa do Mundo de 2014 e pelos Jogos Olímpicos de 2016.

O 29º Encontro Econômico Brasil-Alemanha (EEBA), marcado para os dias 19 e 20 (segunda e terça-feira da próxima semana) deverá reunir 15 delegações empresariais alemãs, praticamente o dobro das oito que participaram do encontro no ano passado.

Hoje à tarde, o número de participantes previsto já alcançava 2.200, ultrapassando a previsão inicial de 2.000 feita pelos organizadores. Um dos participantes será o escritório de arquitetura alemão GMP, especializado em projetos urbanos e de arenas multiuso.

Com nove escritórios espalhados pelo mundo, a empresa chegou ao Brasil há três anos, de olho na construção dos estádios para a Copa de 2014, tendo participado dos projetos das arenas de Manaus, Brasília e da reforma do Mineirão. Foi também responsável pelo projeto da reforma do Morumbi, estádio que inicialmente iria sediar o jogo de abertura da Copa.

Segundo Ralf Amann, diretor do escritório, a GMP, que tem no seu portfólio o projeto de uma cidade inteira para 800 mil habitantes na China, está tratando de ampliar seu leque de opções e garantir a permanência do mercado, já tendo desenvolvido o conceito para um centro de exposições em São Paulo e o projeto pré-básico para o novo aeroporto de Natal. As obras para os Jogos Olímpicos de 2016, incluindo hotéis, estão também no foco do escritório alemão.

A EEBA é organizada pela Federação das Indústrias Alemãs (BDI, na sigla em alemão), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e pela Câmara Brasil-Alemanha.

O evento será no Pier Mauá, região portuária do Rio, e discutirá temas como logística, inovação, mobilidade urbana, infraestrutura, saúde e perspectivas para o comércio Brasil-Alemanha.

A corrente de comércio Brasil-Alemanha saltou de US$ 6,95 bilhões em 2000 para US$ 20,69 bilhões em 2010. O Brasil foi deficitário em US$ 4,41 bilhões. A Alemanha foi no ano passado o quinto maior comprador de produtos brasileiros e a Alemanha foi o quarto maior fornecedor das importações brasileiras.

Os principais produtos exportados pelo Brasil são minério de ferro e café em grãos. Da Alemanha para o Brasil as maiores vendas em 2010 foram de automóveis, cloreto de potássio e partes e acessórios para veículos.

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Banco do Brasil atinge R$ 1 bilhão em operações do Fies

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil 
http://agenciabrasil.ebc.com.br/

Brasília - O Banco do Brasil (BB) atingiu esta semana a marca de R$ 1 bilhão em operações do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), com empréstimos para mais de 25 mil estudantes de instituições privadas. 

A participação do BB subiu de aproximadamente 4% do total de contratos do Fies em 2010 para cerca de 20% do valor financiado no início deste mês. A Caixa Econômica Federal, atualmente, lidera o volume de operações. 

O BB quer chegar à liderança dos empréstimos. Para isso, a ideia é aproveitar a capilaridade da rede de cerca de 5 mil agências no país e também divulgar o Fies aos estudantes de ensino superior. A estratégia é iniciar o relacionamento com os alunos na fase universitária para que seja mantido ao longo de toda a vida financeira. 

O banco tem atualmente cerca de 1,2 milhão de contas universitárias. “O BB acompanha o passo a passo desse cliente desde o momento em que ele entra na universidade. Queremos ser o maior banco dos jovens no Brasil”, diz o vice-presidente de Negócios de Varejo do BB, Paulo Rogério Caffarelli, em nota. 

O Banco do Brasil atua como agente financeiro do Fies desde o final de agosto de 2010. Pelo programa, o universitário pode financiar até 100% do valor da graduação, com prazo de três vezes o período financiado mais 12 meses para quitar o empréstimo, com juros de 3,4% ao ano. Segundo o BB, o estudante começa a pagar o empréstimo 18 meses após se formar.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Brics cogita comprar dívida da zona do euro--fontes

Por Raymond Colitt e Patrícia Duarte
BRASÍLIA (Reuters) - Os países do Brics estão em conversas iniciais a respeito de um aumento das compras de títulos denominados em euros em um esforço para amenizar a crise da dívida na Europa, afirmou uma fonte do governo brasileiro nesta terça-feira. 

As conversas ainda estão em "estágio preliminar", disse a fonte, que pediu para não ser identificada porque as conversas ainda estão acontecendo. A fonte disse que qualquer ação não envolveria "a maioria" das reservas dos países, mas não deu detalhes adicionais. 

O Brics é formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. 

Outra fonte do governo disse que o Brasil não pretende usar as reservas internacionais, hoje em torno de 355 bilhões de dólares, para comprar títulos da dívida europeia, mas poderia utilizar o Fundo Soberano do Brasil, que em tese pode "correr mais riscos" . 

Em agosto, segundo dados publicados no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o fundo tinha patrimônio líquido de 15,374 bilhões de reais. Desse total, no entanto, quase 85 por cento estão aplicados em ações da Petrobras e do Banco do Brasil, posições que o governo não tem interesse de se desfazer. 

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que os ministros de Finanças e os presidentes de bancos centrais do Brics vão discutir a crise da zona do euro num encontro em 22 de setembro em Washington. 

"A gente vai se reunir semana que vem em Washington e vai discutir como fazer para ajudar a União Europeia a sair dessa situação", disse Mantega a jornalistas em Brasília. 

O ministro da Fazenda, Guido Mantega quer, antes do encontro da próxima semana, conversar com seus pares dos países do Brics para afinar as eventuais propostas que possam ajudar a zona do euro, informou nesta terça-feira uma fonte próxima ao assunto. 

O jornal Valor Econômico informou nesta terça-feira que as compras poderiam ser limitadas a dívida de países europeus financeiramente mais sólidos. 

A segunda fonte pôs em dúvida a habilidade do Brics de coordenar um plano de assistência. "Como é que vai se coordenar uma ação do Brics se lá na União Europeia não tem?", questionou a fonte. 

A crise de dívida na zona do euro têm sacudido os mercados globais há mais de um ano, com o aumento das especulações recentemente de que a Grécia poderia declarar moratória ou mesmo deixar o bloco monetário, formado por 17 países. 

Os bancos centrais de Brasil e África do Sul não comentaram o assunto. 

(Reportagem de Raymond Colitt e Tiago Pariz em Brasília, Luciana Lopez e Brad Haynes em São Paulo e Phumza Macanda na África do Sul)

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Afinal, o que é Terapia Financeira?

Por Odelmo Diogo - Blog TRADE-OFF

Apesar das reclamações do competente estagiário sobre a grande quantidade de escritos referentes à educação e planejamento financeiro, é válido voltar ao tema abordando o conceito de “terapia financeira”.

O termo “terapia financeira” tornou-se mais conhecido a partir do lançamento do livro do educador financeiro Reinaldo Domingos*. No livro, ele faz referência a sua atuação como educador financeiro e mostra que seu trabalho equivale a uma espécie de terapia que incluí, antes de qualquer coisa, a análise comportamental das pessoas na relação com o dinheiro.

Dessa forma, a “terapia financeira” é uma espécie de tratamento para aqueles que estejam ameaçados ou acometidos de distúrbios financeiros. A referida terapia também se mostra eficiente como instrumento de planejamento e controle das finanças dos indivíduos que planejam efetuar investimentos, almejam realizar alguns sonhos e até para aqueles que buscam viver de forma tranquila a terceira idade.

A “terapia financeira” contempla a descoberta do “eu financeiro” das pessoas, tornando assim possível a construção de um planejamento voltado para as singularidades de cada situação, respeitando assim os orçamentos, os anseios e os sonhos de cada indivíduo.

É possível afirmar que a “terapia financeira” é uma extensão da educação financeira. Enquanto esta última tem a preocupação de construir e compartilhar conhecimentos sobre finanças e produtos financeiros, a “terapia financeira” inclui a análise comportamental dos indivíduos sugerindo caminhos a serem trilhados ou construídos!

* Reinaldo Domingos é educador financeiro e autor do livro Terapia Financeira publicado em 2011

Europa triplica investimento no Brasil

Com a crise na zona do euro, empresas europeias se voltaram para o Brasil e investiram US$ 23,4 bilhões no País de janeiro a julho

Iuri Dantas, de O Estado de S. Paulo
http://economia.estadao.com.br/

Diante da crise fiscal da zona do euro, empresas europeias quase triplicaram os investimentos produtivos na economia brasileira neste ano. Dados do Banco Central indicam que o Investimento Externo Direto (IED) oriundo dos países que adotam a moeda única subiu para US$ 23,4 bilhões nos primeiros sete meses deste ano, contra US$ 7,9 bilhões no mesmo período de 2010.

Além da perspectiva, para os próximos anos, de crescimento econômico nos trópicos e estagnação nos países desenvolvidos, as empresas europeias tentam participar de programas do governo brasileiro como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e aproveitar o boom imobiliário vitaminado pelo programa Minha Casa Minha Vida.

A estabilidade democrática do Brasil gera vantagens comparativas em relação a outros países dos Brics, composto ainda por Rússia, China e Índia, segundo Paulo Vicente, professor de estratégia da Fundação Dom Cabral. "Muitos têm medo de estar superinvestidos na China, devido à instabilidade do país; em algum momento eles vão parar de crescer e podem se dividir em outros países devido a movimentos separatistas", avaliou. "Comparativamente, a corrupção é menor aqui." O IED da Europa nos primeiros sete meses deste ano, com desconto dos recursos enviados via Luxemburgo, um centro financeiro, já superam o volume de todo o ano passado, segundo dados do Banco Central. A instituição não realiza o cruzamento de dados por país de origem e setor de destino no Brasil, porque isso poderia comprometer o sigilo comercial de algumas empresas com grande volume de investimentos.

Segundo fontes do Banco Central ouvidas pelo Estado, os europeus investem na economia de forma diversificada, sem concentração num ou noutro segmento. Neste ano, 13 setores receberam mais de US$ 1 bilhão em investimentos europeus: energia elétrica, comércio varejista, produtos alimentícios, extração mineral, metalurgia, petróleo e gás, minerais não metálicos, seguros, metalurgia, farmacêutico, equipamentos de informática, educação e infraestrutura. Empresas como Orange, Louis Vuitton, Cassino, Publicis, Citröen, Shell integram a lista de novos investimentos neste ano.

Equipes do Itamaraty monitoram o interesse dos europeus desde a eclosão da crise financeira internacional, em setembro de 2008.

O que chama atenção dos diplomatas brasileiros nos últimos meses, período em que cresceram as dúvidas sobre a solvência de países como França e Itália, são os alvos dos empresários do Velho Continente. Os gargalos brasileiros agora são vistos como oportunidade. Energia e aeroportos lideram a lista de interesse.

Mas há dificuldades até mesmo para isso. Segundo Paulo Vicente, o País precisa modificar alguns marcos regulatórios para ampliar a participação de estrangeiros em alguns setores e atrair mais investimentos.

O IED é cada vez mais importante para o País, que acumula déficits no setor externo em torno de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos cinco anos. O Brasil financia este déficit com investimentos produtivos, os dólares que ingressam para construção de fábricas, por exemplo. O dólar barato ajuda a aprofundar o buraco nas contas externas via aumento das importações, gastos de brasileiros no exterior e remessa de lucro de multinacionais para matrizes lá fora. O BC espera déficit externo de US$ 60 bilhões neste ano e IED de US$ 55 bilhões. A Europa deve contribuir com um terço destes investimentos.

Preço alto. "Está preparado para pagar a um diretor de filial no Brasil um salário maior do que o presidente da empresa na matriz?" A pergunta sintetiza o alto custo de fazer negócios no País, num momento de inflação alta e moeda valorizada. "Os espanhóis caem da cadeira, mas mesmo assim decidem investir", relata Nuria Pont, diretora executiva da Câmara Oficial Espanhola de Comércio.

O Brasil ocupa a 127º posição no ranking de ambiente de negócios do Banco Mundial, atrás da China, que ocupa o 79.º lugar, e da Rússia, na 123.ª posição. A Índia vem atrás, como a 134.ª economia da lista. A instituição elogiou o País neste ano pela maior sincronização de dados entre a Receita Federal e os fiscos estaduais.

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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Especialistas debatem o consumo e o consumismo

Matéria publicada originalmente em http://www.previ.com.br/

O consumo está presente na rotina de todos. Permanentemente uma parte da renda dos indivíduos é destinada à aquisição de bens ou serviços, seja por razões de ordem prática ou simbólica. O fato é que todos consomem. No Brasil, em particular, o consumo aumentou junto com o poder aquisitivo de classes que ascenderam economicamente. Nesta segunda-feira, a matéria da coluna Saúde Financeira é um convite à reflexão sobre os hábitos de consumo, as razões que nos levam a consumir, o apelo da mídia e a importância da educação financeira.

Segundo dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), nos últimos anos, cerca de 30 milhões de pessoas passaram da classe D para a classe C. Nesse sentido, os especialistas em finanças são unânimes em afirmar que a educação precisa crescer lado a lado com a economia, a fim de evitar problemas que possam comprometer o crescimento do país, como a inadimplência.

Consumo x consumismo
O antropólogo e professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Everardo Rocha, explica que o consumo é cultural e que os produtos e serviços possuem significados. "Mesmo que não tenhamos consciência, quando compramos algo estamos falando para o outro sobre nós mesmos. Através da compra enviamos mensagens e significados. Por isso, só tem sentido se for público". Para ele, o consumismo no país é visto de maneira negativa e se caracteriza quando o indivíduo compra mais do que pode, quando há exagero e falta limite.

"O consumismo tem um apelo ideológico e é rotulado como similar a um vício. Há certa superioridade moral entre a produção e o consumo. Como se a produção possuísse alguma nobreza e o consumo, algo superficial", explica.

Marcelo Silva Rocha, pesquisador do Observatório de Comportamento e Consumo do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial/Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (Senai/Cetiq), vai ao encontro das colocações de Everardo Rocha. Para Marcelo, em nossa sociedade, que é capitalista, existe uma tendência em se valorizar a produção e a se desvalorizar os gastos. Algo como uma acusação e um julgamento permanentes de que o consumo é uma espécie de vilão da história, como se o indivíduo gastasse com futilidade dentro de um comportamento irracional.

"O interessante, como estudioso, é relativizar e compreender a prática do consumo dentro de um determinado contexto e não sair acusando. Cada pessoa elabora suas necessidades de uma forma. Todos precisamos dormir, por exemplo, mas onde e em quais condições irá variar de pessoa para pessoa", comenta Marcelo.

Mídia e consumo
Para Everardo Rocha, a mídia é o próprio sistema de consumo e o anúncio, o principal suporte. "É através da narrativa midiática que se dá o compartilhamento de valores e a construção de uma espécie de senso comum", diz o antropólogo.

O pesquisador do Senai/Cetiq, Marcelo Silva Rocha, afirma que a mídia tem um poder quase mágico capaz de influenciar o comportamento de consumo e chama atenção para o fato de as empresas estarem cada vez mais conscientes da importância de entenderem as necessidades dos consumidores e saberem usar as diversas formas de comunicação. "As empresas utilizam elementos de conquista como usar artistas de sucesso para vender um determinado produto ou serviço", explica.

O papel da educação
Para Everardo Rocha, a educação tem um papel fundamental na questão do consumo. "Infelizmente, a educação ainda é o calcanhar de Aquiles do Brasil. E na questão da educação financeira não é diferente, afinal, os conceitos de finanças não chegam sozinhos".

Marcelo Silva Rocha alerta para uma impressão que os indivíduos têm no momento da compra, independentemente do grau de instrução. "As pessoas, quando saem para consumir, se enxergam como autônomas, mas não percebem que o que é desejável vem de um critério coletivo, pois está diretamente ligado à construção cultural".

"Afirmar que o grau de instrução reflete na crítica da compra me parece muito determinista. O que eu acredito é que há diferentes tipos de consumo conforme a classe, e me refiro à renda. A formação escolar pode aproximar ou afastar um determinado tipo de consumo, mas não determinar". Nesse sentido, Marcelo comenta que as pesquisas têm mostrado que os desejos de consumo entre as diferentes classes econômicas são similares e o que difere é o tipo. Como também o padrão está sendo alterado.

"Se antes as pessoas queriam casas e carros, hoje há uma valorização da educação, da cultura do entretenimento, da saúde e do bem-estar que me parece interessante, pois é uma oportunidade para o Brasil se transformar e se desenvolver", comenta Marcelo.

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Brasil pode ter juro de um dígito em 2012

Bancos refazem cálculos com os modelos de previsão do BC e chegam a inacreditáveis 5%

Adriana Fernandes e Fernando Nakagawa - O Estado de S.Paulo

Resignado com o novo comportamento do Banco Central, o mercado refez cálculos e ampliou a percepção que o Brasil pode voltar a ter juro de um dígito em breve. Usando modelos de previsão semelhantes aos adotados pelo Comitê de Política Monetária (Copom), alguns economistas preveem Selic abaixo de 10% no início de 2012. E, se a crise externa piorar muito, a taxa poderia cair rapidamente para perto de 5%. 

Mesmo sem terem sido convencidos pelas explicações para o corte do juro, analistas passaram os últimos dias refazendo contas para entender o que deve acontecer com a economia comandada por esse "novo BC". Nesse cálculo, foi preciso aumentar a dose da influência da crise global, colocar uma porção da promessa do governo de rigor com os gastos, além de incluir uma inédita pitada de ousadia do BC. Feitas as contas, alguns resultados causam espanto. 

Uma das estimativas mais surpreendentes é a do banco Credit Suisse, de que a Selic deve cair de 12% para 9% em dezembro - 1,5 ponto a cada uma das duas próximas reuniões, em outubro e novembro. O corte continuaria em janeiro de 2012, quando o juro recuaria para 8,5%. 

"Assumindo que a avaliação do Copom sobre o cenário global seja confirmada, mantemos a leitura que a resposta de política monetária mais adequada seria a de implementar um corte de juros expressivo de forma acelerada", diz o economista-chefe do Credit Suisse, Nilson Teixeira, em relatório. Estimativas como essas ainda são minoria no mercado, dominado por previsões que a Selic deve ficar entre 10% e 11% na virada do ano. 

A hipótese de redução mais forte presume inflação mais próxima de 6,5% para favorecer o crescimento da economia. E avança no mesmo ritmo em que piora o quadro internacional. Na ata, o BC explica que cortou o juro para reagir ao efeito da turbulência externa, que já equivale a um quarto da crise de 2008. O raciocínio dos analistas é: se piora a tensão na Europa e nos EUA, será preciso uma resposta mais forte, um corte maior do juro. 

Na LCA Consultores, o economista-chefe Braulio Borges estima que a possibilidade de o Brasil ter juro de um dígito no início de 2012 é de um terço, mas tende a crescer. "Se houver calote na Grécia ou se a resistência alemã em ajudar outros países ganhar força, a hipótese aumenta bastante." 

Estudioso dos modelos de previsão usados pelo BC, o professor de economia da USP Fabio Kanczuk admite que ficou impressionado com o resultado da projeção feita para o juro caso os problemas externos piorem. "Se o Brasil sofrer o mesmo baque, seria preciso derrubar o juro para cerca de 5% para impedir uma depressão profunda da economia. É impressionante", diz ele. 

Mercado. Um BC mais imprevisível e disposto a correr riscos ganhou forma depois da surpreendente decisão de reduzir a Selic em 0,5 ponto porcentual. O ambiente de incerteza no mercado global e as dificuldades fiscais nos países da zona do euro, a estagnação da economia dos EUA e a fase aguda da crise na Grécia fundamentaram a decisão da diretoria do BC, mas desnortearam economistas e analistas. 

Essa dificuldade pode ser evidenciada no descompasso entre a grita do mercado contra a decisão do BC e as apostas no mercado futuro. Os juros com vencimento em 2021 estão com taxas em torno de 11,25% e 11,3%, nível bem inferior aos de antes da decisão do Copom, quando giravam em 12,4% e 12,6%. Para integrantes do governo, esse seria um sinal que o mercado teria "comprado" a aposta que o juro real cairá mais do que a inflação vai subir. 

Queda 

11,3% é a taxa para os juros no mercado futuro com vencimento para 2021 
12,6% era a mesma taxa há cerca de dez dias, antes da decisão do Copom de reduzir a taxa Selic em 0,5 ponto porcentual

domingo, 11 de setembro de 2011

Governo se prepara para inclusão da China como economia de mercado

Luciene Cruz
Repórter da Agência Brasil
http://agenciabrasil.ebc.com.br/

Brasília – O governo federal começa a se preparar para a inclusão da China como economia de mercado, para fins de defesa comercial. Segundo regras estabelecidas pela Organização Mundial do Comércio (OMC), a partir de 2016, todos os países serão obrigados a reconhecer a China como economia de mercado. Na prática, a mudança significa que vai ficar bem mais difícil aplicar medidas antidumping contra os produtos chineses.

Das 81 medidas antidumping aplicadas pelo Brasil, a metade é contra produtos chineses. Para se preparar para essa mudança, o governo estuda como irá combater o "ataque chinês” ao mercado brasileiro. Segundo a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Tatiana Prazeres, o país já está preocupado com a questão.

“Isso vai fazer com que seja muito mais difícil a aplicação de antidumping contra a China. É um momento em que há mudança radical em defesa comercial porque a China é o principal player (negociador), principal objeto das nossas investigações, por isso terá que receber tratamento distinto. Estamos nos preparando para esse momento, analisando como outros países estão se preparando para isso”, informou Tatiana à Agência Brasil.

Atualmente, apesar de a China ser considerada economia emergente, é tratada como economia de não mercado. Com isso, ao abrir um processo de investigação na OMC, os países não precisam considerar os preços dos produtos chineses. Quando a China é alvo de denúncia, o governo ou o setor produtivo tem que indicar um terceiro país que seja parâmetro para o produto, a fim de o governo definir se existe dumping (preço abaixo do praticado no mercado) nos preços.

Há duas semanas, técnicos do MDIC estiveram nos Estados Unidos para compartilhar medidas de proteção comercial. O país norte-americano tem realizado investigações na China, com o objetivo de conhecer os processos de precificação e composição do custo. “O Brasil terá que fazer cada vez mais isso [investigações in loco] porque não poderá usar dados de outros países. A tarefa não será fácil porque no interior da China, a contabilidade não segue padrões ocidentais. Não falam inglês, será desafio na operação e no entendimento dos cadernos de contabilidade”, comentou.

A China é o maior parceiro comercial do país. Dados da balança comercial de agosto apontam que no acumulado de oito meses foram exportados US$ 29,050 bilhões frente a US$ 19,914 bilhões no mesmo período do ano passado. As importações somaram US$ 20,947 bilhões, de janeiro a agosto, ante US$ 15,485 bilhões no mesmo período de 2010.

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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Dívida de bancos que quebraram na década de 90 foi abatida pelo Refis da Crise, diz Banco Central

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
http://agenciabrasil.ebc.com.br/

Brasília – O Banco Central (BC) contestou hoje (8) a informação de que teria perdoado dívida, no valor de R$ 18,6 bilhões, para que bancos inseridos no Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer) quitassem seus débitos. 

A edição de hoje do jornal O Estado de S. Paulo trouxe reportagem dizendo que o BC abriu mão do montante para que os bancos Econômico, Banorte, Mercantil de Pernambuco e Nacional que, nos anos 1990, quebraram, quitassem a dívida. 

De acordo com a procuradoria-geral do BC, o que permite o abatimento da dívida é o Artigo 65 da Lei 12.249, de junho do ano passado, conhecida como Refis da Crise. A lei, lembrou a procuradoria, prevê abatimentos de débitos públicos em diferentes situações. 

Além de aumentar a possibilidade de parcelamento para pagamento das dívidas, estimada em 60 vezes pela Lei 10.522/2002 e agora podendo chegar a 180 parcelas mensais, o Refis da Crise permite, no caso dos bancos, reduções de 60% das multas de mora e de ofício, mais 25% dos juros de mora e isenção de encargos legais. Segundo a autoridade monetária, foram esses abatimentos que permitiram a redução de R$ 18,6 bilhões na dívida total dos bancos Nacional, Econômico, Mercantil e Banorte. 

Inscritos no Proer, programa criado em 1995, esses bancos registraram débitos de R$ 54,2 bilhões, que evoluíram para R$ 61,7 bilhões em dezembro de 2010, com a incorporação de juros, correção e demais encargos. Com a aplicação dos benefícios da lei, a redução total chega a R$ 18,6 bilhões pelas contas do BC, mas os representantes dos bancos insistem que o Refis da Crise permite abater ainda mais: R$ 25,1 bilhões. 

Pela regulamentação da lei, a opção pelo parcelamento importa em “confissão irrevogável e irretratável dos débitos”. Portanto, os devedores confessos perdem o direito a qualquer contestação administrativa ou judicial. E, se não concordarem com o credor, no caso a autoridade monetária, perderão o direito aos descontos previstos pelo Refis da Crise, que estabeleceu dezembro de 2010 como data-base para efeito de cálculos.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Contabilidade própria ou terceirizada: qual é a melhor opção?

Contador é um dos principais profissionais na gestão empresarial por ser responsável por toda rotina fiscal, tributária e trabalhista.

Matéria publicada originalmente em http://www.incorporativa.com.br/

A melhora no cenário econômico do Brasil, haja vista as diversas crises que passam diversos países, onde o sistema financeiro internacional atravessa mudanças significativas que afetam diretamente o comércio nacional e internacional, vem impulsionando a abertura de novas empresas. De acordo com uma análise realizada pelo Departamento Nacional de Registros do Comércio, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), só no ano passado foram constituídas 1.370.464 empreendimentos, um crescimento extremamente expressivo em relação a 2009, quando 680.861 organizações foram abertas. 

Na opinião do consultor empresarial Gabriel Jacintho, da G. Jacintho Consultoria e da Espaço Certo, abrir e gerir uma empresa exige uma série de cuidados, habilidades e conhecimentos. Segundo ele, é imprescindível que aqueles que desejam entrar no ramo do empreendedorismo entendam muito bem o mercado e o público que será atingindo. “Além disso, é preciso planejar bem o negócio”, explica. “Quando se pensa na abertura de uma empresa de qualquer porte ou segmento, o primeiro profissional que vem na nossa mente é o contador. Ele será responsável por toda função fiscal, tributária e trabalhista, além das rotinas estratégicas na formação e no desenvolvimento do negócio, uma vez que o contabilista ficará também a cargo da apuração de receitas, despesas e lucros”. 

O atual ambiente dos negócios, caracterizado por acirrada concorrência em todos os segmentos, tem exigido de todos os envolvidos um “repensar” a respeito dos procedimentos que até então eram adotados. Há alguns anos, cada empresa tinha seu próprio departamento de Contabilidade, contudo, o cenário hoje é bem diferente: muitas organizações estão buscando a terceirização “para assegurar a qualidade e eficácia às atividades. Esse é um dos motivos que faz com que o profissional da Contabilidade seja um dos mais procurados no mercado atualmente”, explica Jacintho. 

De acordo com o consultor, a economia em expansão e o aumento da inserção de empresas no mercado são os principais fatores que fazem da Contabilidade uma das profissões mais promissoras do Brasil. “Muitas organizações ainda mantêm seu próprio departamento contábil, mas a terceirização para esse serviço ampliou demasiadamente”, explica o especialista, ressaltando que independentemente de escolher entre a contabilidade própria ou terceirizada, o empresário deve ter em mente que o novo profissional contábil deve ter habilidades pessoais, entendimento do negócio e participação ativa no processo de gestão. “A função do contabilista, antes de mais nada, é evitar que a empresa quebre. Se a mesma estiver no vermelho, é sua função identificar um recurso para reverter a situação”. 

Benefícios da terceirização 

A terceirização consiste em transferir para terceiros a execução de tarefas para as quais a relação custo/benefício de realizá-las internamente não é das mais vantajosas, seja do ponto de vista de qualidade, finanças ou até mesmo de especialidade. Ao terceirizar seus serviços, a empresa torna desnecessária a contratação e manutenção de equipe própria, que envolve salários, treinamento, espaço ocupado dentro da organização, equipamentos, encargos sociais, entre outros custos. 

O consultor empresarial Gabriel Jacintho afirma que a terceirização tem proporcionado o surgimento de novos negócios e a melhora na qualidade de produtos e serviços, tornando-os mais competitivos. “Ao adotar a terceirização, a empresa poderá concentrar seus recursos e esforços em sua área produtiva. Isso faz com que haja uma significativa redução de custos, principalmente no que diz respeito aos custos fixos. Logo, o lucro aumentará, o que irá acarretar em eficiência e economia das ações empresariais”, relata, pontuando ainda que outro aspecto importante é a diminuição de espaço. “Sem dúvida, a terceirização contribui para a geração de emprego, aperfeiçoamento de mão-de-obra, especialização no serviço, concorrência e produtividade para o mercado e sociedade”. 

Além disso, com a expansão de negócios em todo o mundo, fica difícil abrir filiais em diversas cidades sem despender dinheiro com manutenção, infra-estrutura, mão de obra, trâmites burocráticos e administrativos. Recentemente, Jacintho inaugurou na cidade de Santos (SP) o Espaço Certo, uma empresa de escritórios virtuais que vem suprir a demanda dos empresários que necessitam de uma estrutura móvel para a empresa. Os escritórios virtuais são destinados a empreendedores que precisam reduzir os custos iniciais de um escritório: corretores, advogados, contadores, profissionais que trabalham com vendas e representações cujas atividades não exijam presença constante no escritório e que não necessitem de um espaço em tempo integral. “O Espaço Certo, um verdadeiro hotel de empresas, é ideal para empreendedores que estejam iniciando suas atividades ou que realizem muitas viagens de negócios. A preocupação com manutenção e administração de pessoal é zero e sobrará mais tempo disponível para dedicação ao próprio core business”, finaliza.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

ANÁLISE-Falta de indicadores ofusca rumos do setor imobiliário

Por Vivian Pereira
Reuters - http://br.reuters.com/

SÃO PAULO (Reuters) - Contrariando a robusta demanda por imóveis, escassez ainda é a palavra que rege o setor imobiliário no Brasil. Escassez não apenas de mão de obra e terrenos adequados para construção, mas carência de estatísticas sobre um mercado que, há cerca de cinco anos, apresenta crescimento constante.

Após quase duas décadas em que esteve subvalorizado, o setor imobiliário passa a ter agora a necessidade de consolidar dados estatísticos em nível nacional e contar com indicadores oficiais, tanto de vendas quanto de preços, capazes de permitir prever e avaliar movimentos de estabilização, queda ou alta.

O primeiro entrave para se chegar a dados oficiais, na visão de quem acompanha o setor, esbarra no fato do setor ser formado, em grande parte, por empresas familiares, de porte menor, dificultando a obtenção de números confiáveis.

"No Brasil é muito complexo obter dados com precisão. O processo de levantamento de dados exatos exige ronda nos cartórios --e ainda existe ilegalidade em registros--, além da composição de todos bancos que têm carteira hipotecária", afirma o economista e professor de Finanças Ricardo Torres, da BBS Business School.

Diferentemente de muitos países desenvolvidos, que têm dados sobre a indústria imobiliária muitas vezes fornecidos pelo governo, no Brasil a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) vem buscando consolidar pesquisas dos principais mercados do país. Essas pesquisas, entretanto, são resultado de iniciativas isoladas de sindicatos e associações.

O Secovi-SP, por exemplo, sindicato que representa o setor na capital paulista, divulga mensalmente dados de vendas e lançamentos de imóveis residenciais novos na cidade de São Paulo. Os números, contudo, parecem conflitantes quando se comparam aos resultados das principais construtoras e incorporadoras do país, que têm forte atuação na cidade.

Para o analista Marcos Paulo Fernandes Pereira, da Votorantim, esse tipo de dado acaba por não refletir a realidade das empresas grandes. "São dados muito pulverizados, de associações. Por considerar empresas familiares e menores, representa uma base ruim de comparação para empresas listadas na bolsa e distorce a capacidade financeira das grandes".

Segundo o Secovi, no primeiro semestre deste ano as vendas de imóveis residenciais novos na cidade de São Paulo recuaram 31,3 por cento na comparação com igual intervalo de 2010.

Por outro lado, se considerados os dados divulgados pelas seis construtoras e incorporadoras que integram o Ibovespa, as vendas cresceram 13,6 por cento no mesmo período.

"As pesquisas têm margem de erro muito grande porque dependem de entrevistas com empresas, que podem ter interesses pessoais", acrescenta Torres.

O levantamento do Secovi, que inclui tanto imóveis na planta quanto prontos, depende, de fato, da colaboração das empresas --de todos os portes-- que não são obrigadas a fornecer os números regularmente.

"Imóvel não é um produto padronizado e uma série de fatores, como localização, área útil ou infraestrutura, dificultam as comparações", diz o gerente de economia e estatística do Secovi-SP, Roberto Akazawa. "Não existe nenhuma regra ou lei que determine aos Estados fazer essa medição."

Prova disso é que o Secovi no Rio de Janeiro, uma das capitais com mercado imobiliário mais aquecido, não contabiliza as vendas de moradias mensalmente, como ocorre em São Paulo.

NOVOS INDICADORES

A pedido do governo, institutos de pesquisa estão em fase de preparação de dois novos índices para acompanhar a valorização de imóveis residenciais.

Um deles está sendo desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), enquanto o outro vem sendo elaborado por Fundação Getulio Vargas (FGV) e Abecip, que representa as entidades de crédito imobiliário e poupança. Ambos não devem ser lançados antes de 2012.

"A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) também está em contato com o Secovi para analisar a viabilidade de um indicador nacional para imóveis novos, mas ainda em fase inicial, sem previsão (de lançamento)", afirma Akazawa.

Atualmente, a Fipe divulga todos os meses um índice de preços de imóveis residenciais que considera apenas unidades anunciadas, na maioria usadas, em parceria com o Zap Imóveis. Já a FGV pesquisa a valorização dos imóveis comerciais trimestralmente.

"Essas instituições farão um bom trabalho, pela credibilidade que possuem, mas terão dificuldade em obter dados confiáveis", afirma Torres, que não acredita no lançamento de um indicador nacional oficial para o setor no curto prazo.

"É urgente a necessidade de um índice confiável para nortear o rumo do setor, evitando visões distorcidas e infundadas. Mas isso só vai acontecer com o movimento consolidado das instituições do governo", acrescenta ele.

Brasil exporta 568 mil empregos

Desde o início da crise, País perde vagas na indústria por conta da queda nas exportações e da alta nas importações de manufaturados

Raquel Landim, de O Estado de São Paulo
SÃO PAULO - A crise global provocou profundas mudanças na balança comercial da indústria. Desde o início da turbulência, a queda nas exportações e o aumento nas importações de manufaturados custou 568 mil empregos industriais no País, conforme estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). 

A Fiesp estimou os empregos diretos e indiretos gerados pelas exportações e perdidos via importações. O cálculo aponta que, em 2008, o comércio internacional rendia à indústria 388 mil empregos. De janeiro a junho deste ano, o resultado foi negativo em 180 mil vagas. O número acima é a soma dos dois valores. 

"São as duas faces da mesma moeda, que é a perda de competitividade. O real forte prejudica capacidade exportadora da indústria e eleva a concorrência no mercado local", diz Paulo Francini, diretor do departamento econômico da Fiesp. Em 2008, os manufaturados respondiam por 48% das exportações. No primeiro semestre deste ano, a participação caiu para 38%. 

Para Júlio Sérgio Gomes de Almeida, consultor do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), o Brasil se tornou alvo para empresas ao redor do mundo, que desenvolveram canais de venda desde o início da crise e agora colhem os frutos. "O marco da entrada de importados no Brasil é 2011." 

O saldo de empregos no comércio exterior piorou em relação a quase todos os parceiros comerciais, com exceção de Mercosul e África. A China foi a responsável pela maior perda de vagas. No primeiro semestre, o Brasil exportou 236 mil empregos industriais para o gigante asiático. 

Com a crise global, exportadores europeus e americanos também elevaram suas vendas para o Brasil. O País exportou 64 mil vagas para os EUA e 35 mil vagas para a UE de janeiro a junho deste ano. O comércio com o Mercosul, no entanto, gerou um saldo positivo de 62 mil empregos. 

Setores. O levantamento da Fiesp aponta que o setor têxtil e o de confecção é o mais prejudicado pelo comércio exterior. No primeiro semestre, a queda das exportações e o aumento das importações custou 186 mil vagas. 

É o dinamismo do mercado local que mantém a geração de empregos no setor, embora em ritmo bem mais lento que no ano passado. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as tecelagens e confecções geraram 5 mil novos empregos no primeiro semestre, contra 17 mil no mesmo período de 2010. Em maio e junho, no entanto, o saldo foi negativo em 600 vagas. 

"Deveríamos já ter começado as contratações de fim de ano, mas não foi possível", disse Aguinaldo Diniz, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit). "O mercado interno desacelerou um pouco, acompanhando a redução do crédito, mas outro problema é a concorrência dos importados." 

No setor calçadista, foram perdidas 1,5 mil vagas entre maio e julho - comparado à geração de 9,5 mil vagas no mesmo período em 2010. Os empresários reclamam do descompasso entre o desempenho do varejo e a produção da indústria local. 

A produção de calçados caiu 10,7% em junho em relação a junho de 2010, enquanto as vendas no varejo subiram 12%. "O mercado interno segue forte, mas as exportações caíram e as importações cresceram muito", disse Milton Cardoso, presidente da Associação Brasileira da Indústria Calçadista (Abicalçados). 

No setor de máquinas, o nível de emprego é parecido com o de 2008. Carlos Pastoriza, diretor-secretário da Associação Brasileir da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), diz que estão sendo perdidas vagas nas empresas terceirizadas que fabricam peças. 

Segundo Rafael Bacciotti, analista da Tendência Consultoria, a geração de empregos pela indústria está acompanhando a sua capacidade de produção, que "vem andando de lado há um bom tempo". Ele afirma que os brasileiros continuaram consumindo neste início de ano, mas a indústria perdeu espaço para as importações.

sábado, 3 de setembro de 2011

Brasil é o país mais empreendedor do G20

Matéria publicada originalmente pela Revista Fator
http://www.revistafator.com.br/

O Brasil é o país mais empreendedor do G20 – grupo das 20 nações mais ricas do mundo, onde 17,5% da população está a frente de um negócio. O índice coloca os brasileiros a frente dos chineses, que ocupa a 2ª colocação, com 14%. Os dados foram divulgados ontem, dia 1º, pelo gerente de Inovação e Tecnologia do Sebrae Nacional, Ênio Pinto, durante o Seminário Gestão da Micro e Pequena Empresa – Desafios, Cenários e Perspectivas, realizado na sede do Conselho Regional de Administração do Espírito Santo (CRA-ES). 

Este resultado é alcançado basicamente pelo alto número de empreendimentos de micro e pequeno porte no país, que representam 99,1% dos negócios formais. No Estado, são mais de 118 mil negócios formais que se enquadram nesta categoria, o que significa 99% dos empreendimentos legais. 

“As MPEs possuem ampla participação na economia brasileira, representando 25% do PIB nacional. Elas também cumprem um papel importante econômico social, já que absorve quase 60% da força de trabalho do setor formal urbano. Além disso, o Espírito Santo possui cerca de 35.300 empreendedores individuais”, analisa o presidente do CRA-ES, Marcos Félix Loureiro. 

Gargalos-Apesar de estar em plena expansão e desenvolvimento, o Brasil ainda lida com alguns gargalos, como a carência de investimentos em inovação e tecnologia, principalmente os destinados a empreendimentos de pequeno porte. 

No Espírito Santo a situação é semelhante. Além disso, ainda falta capacitação para os gestores, o que contribui para aumentar a mortalidade das empresas no Estado. Atualmente, 68% dos empreendimentos fecham as portas por causa de falhas gerenciais. “A maioria dos novos empreendedores não fazem pesquisa e não possuem pensamento de crescimento e inovação. É necessário investir em gestão, qualificação e estratégias para avançarmos”, ressalta o gerente de Inovação e Tecnologia do Sebrae Nacional, Ênio Pinto. 

Para Enio, as pessoas criam as empresas para suprirem necessidades financeiras, enquanto não possuem outra fonte de renda. “Elas não investem no negócio como empreendimento e, assim que arrumam um emprego, fecham a empresa por não terem visão de crescimento e gestão”, disse. 

“Durante muito tempo, o desenvolvimento do Estado foi pensado a partir das grandes indústrias. Hoje, entendemos que os pequenos empreendimentos são muito bem-vindos e crescem cada vez mais. Dessa forma, queremos pensar estratégias para a recuperação e a redução da mortalidade das empresas”, afirmou o vice-governador, Givaldo Vieira. 

O Espírito Santo-Os capixabas se destacam nacionalmente quando o assunto é empreendedorismo. As empresas do Estado possuem a maior taxa de sobrevivência até dois anos (85,8%) e o CRA do Espírito Santo foi o que mais registrou Pessoas Jurídicas nos primeiros seis meses de 2011, em comparação aos CRA’s de outros Estados. Foram 179 novos registros, crescimento de 12,83% em relação ao final de 2010. 

No Espírito Santo, existe uma empresa de micro ou pequeno porte para cada grupo de 30 habitantes. Esta é a conclusão tirada a partir do cruzamento de dados do MpeData, com dados habitacionais do Censo 2010 do IBGE.

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Tags: empreendedorismo, micro-pequenas-empresas, brasil, g-20, empreendedor, inovação, tecnologia, gestão, tomada-decisões, sebrae

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Pague Menos pede registro de companhia aberta à CVM

Em 2009, o presidente da companhia na época já havia afirmado que pretendia realizar um IPO; ainda não foram divulgados maiores detalhes sobre operação que empresa pretende fazer

Luciana Collet, da Agência Estado 
SÃO PAULO - A Empreendimentos Pague Menos SA entrou com pedido de registro de companhia aberta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Até o início desta tarde, não há detalhes sobre o tipo de operação que a empresa pretende fazer, mas é conhecido pelo mercado o interesse da empresa, uma das maiores redes de varejo farmacêutico no País, de realizar uma Oferta Inicial de Ações (IPO, na sigla em inglês).

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Em outubro de 2009 o então presidente da Pague Menos, Deusmar Queirós, afirmou à Agência Estado que pretendia realizar um IPO, o que poderia acontecer até o ano que vem. "Ainda não temos escala para abrir o capital, mas vamos manter nosso ritmo de crescimento e acredito que possamos realizar um IPO em 2012", disse o executivo na ocasião. Para viabilizar a abertura de capital, explicou o executivo na época, a Pague Menos já tinha contratado a KPMG para fazer a auditoria dos balanços e a Ernst & Young para providenciar os ajustes necessários em relação às práticas de governança corporativa adotadas na companhia. 

Conforme informações disponíveis no site da empresa, a Pague Menos possui faturamento anual de US$ 2 bilhões e mais de 400 lojas em todo País. Segundo o ranking da Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), as cinco maiores redes em faturamento no ano passado foram Drogaria São Paulo (após incorporação da Drogão), em primeiro lugar, Pague Menos, em segundo, Drogasil, na terceira colocação, Pacheco, em quarto, e Droga Raia, em quinto lugar. 

Em número de lojas, a ordem ficou em Pague Menos, Droga Raia, Drogaria São Paulo, Pacheco e Drogasil. Desde então, porém, Droga Raia e Drogasil anunciaram a fusão de suas operações, no início de agosto, e esta semana foi a vez de Drogaria São Paulo e Drogarias Pacheco fazerem o mesmo.

Banco do Brasil rebate parecer do Cade sobre exclusividade no crédito consignado

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Banco do Brasil (BB) emitiu nota hoje (1º) na qual rebate manifestação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), do Ministério da Justiça, que determinou a suspensão imediata, pelo banco, de qualquer contrato de crédito consignado com cláusula de exclusividade. 

A diretoria do BB ressalta que tomou conhecimento da divergência por notícias da imprensa e diz que aguarda comunicação formal do Cade para analisar todos os aspectos da situação para adotar as providências jurídicas cabíveis. 

O banco alega que segue o entendimento da Advocacia-Geral da União (AGU), de que o assunto é objeto de regulamentação do Banco Central (BC), efetivada na Circular 3.522, de janeiro deste ano. Até então, o BC não estabelecia restrições para esse tipo de convênio. 

O BB admite que os contratos anteriores previam exclusividade e diz que pretende “exercer zelo pelo cumprimento das cláusulas pactuadas”, mas enfatiza que, de janeiro em diante, nenhum contrato traz cláusula de exclusividade para o crédito consignado. 

A nota do BB esclarece que “o consignado é parte dos benefícios fornecidos pelos bancos, sob demanda, aos contratantes – estados e municípios. É o agente pagador, portanto, quem contrata o banco e determina as condições de operação do consignado”. 

O banco destaca também que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reconhece ser prerrogativa do Poder Público autorizar, ou não, o consignado em folha de pagamento, uma vez que o empréstimo tem custo para a administração municipal, a quem cabe optar “pelo melhor critério de escolha das credenciadas, entre as que oferecem mais vantagem ao Erário público”. 

O BB reafirma, portanto, a legalidade e legitimidade dos contratos vigentes de exclusividade do consignado, realizados até janeiro, ao contrário do entendimento do Cade, órgão antitruste do Ministério da Justiça, que decidiu abrir investigação contra o banco para apurar “possíveis irregularidades” nos contratos em vigor. 

O Cade determinou ainda prazo de 15 dias para o BB apresentar defesa, mas estipulou que a suspensão da cláusula de exclusividade deve ser imediata. O cancelamento terá de ser comunicado a cada um dos servidores públicos que têm contratos com o BB, e deve ser dada a possibilidade de o correntista quitar o financiamento e levar sua intenção de crédito para outra instituição.

Afinal, o que é FIDC?

Por Odelmo Diogo - Blog TRADE-OFF

Os Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios – FIDC, conhecidos também como Fundos de Recebíveis, são uma espécie de comunhão de recursos que legalmente são obrigados a destinar, no mínimo, 50% de seu patrimônio líquido para a aplicação em direitos creditórios.

Regulamentados em 2001, os FIDCs foram utilizados inicialmente por grandes empresas e grupos empresariais com o objetivo de captar recursos para giro a um custo menor. Nos últimos dois anos empresas médias começaram a utilizar esse mecanismo de captação de recursos.

A captação de recursos através de FIDCs se dá por meio da venda de direitos creditórios para os referidos Fundos de Recebíveis, sem a necessidade de intermediação bancária, onde inexiste a incidência de IOF e outros tributos que tornam a operação mais atraente e menos onerosa que o tradicional desconto de recebíveis ofertados pelo sistema bancário.

Assim, se a sua empresa possui um valor significativo em faturas e deseja captar recursos com menor custo, poderá utilizar a opção dos Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios. É essencial analisar as condições de venda das faturas junto a um FIDC e, antes de fechar o negócio, comparar os custos da “operação de FIDC” com custos da contratação de operações de capital de giro nos Bancos.

Os recursos utilizados pelos FIDCs são captados através emissão de cotas que podem ser negociadas no mercado secundário, exclusivamente para investidores qualificados, ou seja, para investidores institucionais.

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terça-feira, 30 de agosto de 2011

Mercantil estreia em FIDC com captação de R$400 milhões

Reportagem de Aluísio Alves
http://br.reuters.com/

SÃO PAULO (Reuters) - O banco mineiro Mercantil do Brasil anunciou nesta terça-feira ter captado cerca de 400 milhões num Fundo de Investimentos em Direitos Créditos (FIDC) lastreado na concessão de crédito consignado a beneficiários do INSS.

A operação coordenada por Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, HSBC e Mercantil do Brasil Distribuidora teve nota "AAA" da Standard & Poor's. Os papéis oferecem ao investidor taxa de CDI mais 2,4 por cento ao ano. A participação em cotas subordinadas foi de 90 milhões de reais.

Segundo o diretor financeiro do Mercantil do Brasil, Cristiano Gomes, os papéis foram distribuídos entre 10 investidores institucionais. O prazo do fundo é de cinco anos.

O banco, que no final de 2010 venceu a licitação pela folha de pagamento dos aposentados e pensionistas do INSS no estado de Minas Gerais e no interior de São Paulo, tem 30 mil novos beneficiários a cada mês.

"Dependendo do desempenho dessa carteira, podemos fazer outras captações do tipo em 2012", disse Gomes à Reuters.

O crédito consignado foi uma das modalidades de empréstimos que o governo procurou esfriar com as medidas macroprudenciais tomadas no fim de 2010. Para Gomes, no entanto, essas medidas devem ter pouco impacto nos novos beneficiários.

A expectativa do banco é de que sua carteira de beneficiários do INSS atinja 1,8 milhão de pessoas até 2016.

O Mercantil do Brasil fechou o primeiro semestre deste ano com uma carteira de crédito total de cerca de 7,5 bilhões de reais, incluindo avais e fianças, distribuídos de forma paritária entre pessoa jurídica e varejo.

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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Aprenda a montar o seu Plano Estratégico de Despesas

Matéria publicada originalmente em http://www.previ.com.br/

O primeiro semestre do ano já acabou. Em geral, as revisões do que está dando certo e as criações de metas acontecem na virada do ano, mas os especialistas em educação financeira recomendam o planejamento em qualquer época. E já que o ano caminha para o final, que tal montar o seu Plano Estratégico de Despesas? 

Segundo o professor do Ibmec, Roberto Zentgraf, as pessoas acham que o importante para ter uma vida financeira saudável é ganhar mais, quando na verdade o fundamental é fazer sobrar algum dinheiro. Zentgraf comenta que aumentar o ganho quase nunca está em nossas mãos, sendo assim, a opção é controlar os gastos e, para isso, sugere a montagem do Plano Estratégico de Despesas (PED). 

Antes de receber o dinheiro 

A dica do professor é a criação de uma ferramenta estratégica que sirva para ajudar a planejar o seu dinheiro antes mesmo de tê-lo recebido. Como todo planejamento, é preciso detalhar as despesas do dia a dia, as obrigações assumidas, contas fixas e, ainda, o dinheiro que possivelmente você reservará para planos de curto e longo prazo. 

Em seguida, o Zentgraf recomenda estabelecer percentuais que serão gastos em determinado período em cada categoria do planejamento. Assim será possível, com o passar dos meses, saber se as metas foram atingidas e, se necessário, mudar atitudes para alcançá-las. 

Seis passos 

Para o especialista, um ciclo completo de implementação de um PED se faz em seis etapas. 

1) Perceber onde é possível controlar as despesas;
2) Valorizar suas experiências e aprender com elas;
3) Classificar as despesas;
4) Comparar as despesas (gastos) com as receitas (entradas de dinheiro);
5) Analisar os resultados; e
6) Estabelecer suas prioridades. 

No item 1, que fala sobre controle, Zentgraf recomenda anotar tudo ou em caderninho pessoal ou usar softwares específicos para finanças pessoais. 

No site da Associação Brasileira de Educação Financeira (Abef), por exemplo, é possível baixar uma planilha em Excel criada pelos profissionais da instituição. Basta visitar o site da Abef e, no menu vertical à esquerda, clicar em planilha de orçamento familiar. 

Por dentro dos gastos 

Para Zentgraf, só se pode melhorar aquilo que se conhece, por isso, anotar tudo é importante. Uma dica valiosa sobre registros dos gastos no cartão de crédito, ao invés de anotar o total, é interessante controlar cada uma das despesas assumidas. 

Hora de calcular 

Tomados esses devidos cuidados e já tendo feito a classificação, Zentgraf indica que se divida o total gasto em cada uma delas pela sua receita líquida mensal e multiplique cada resultado por 100. Depois, analise os gastos e some o percentual por categoria, se o valor for inferior a 100%, segundo o professor, é sinal de que se gasta menos do que se ganha. Caso a soma for superior a 100%, o gasto está maior do que o ganho e é preciso mudar em prol da saúde financeira.