quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O que o Goldman vê de errado na China?

Por Tom Orlik
Matéria publicada no The Wall Street Journal

Quando os mais espertos procuram a porta da saída para o seu dinheiro, é hora de prestar atenção. Essa é a mensagem da decisão do banco americano Goldman Sachs de vender a baixo preço sua participação no Banco Industrial e Comercial da China.

As vendas por parte de importantes investidores estrangeiros são um sinal dos tempos para os bancos chineses. A decisão do Goldman de reduzir sua participação no BICC de 2,9% para 2,4% segue o exemplo do Bank of America Merrill Lynch, que vendeu em agosto cerca de metade da sua participação de 10% no Banco de Construção da China.

Para os bancos americanos, os problemas domésticos são parte da motivação. O US$ 1,1 bilhão que o Goldman obteve com a venda vai ajudar a cobrir perdas potenciais de US$ 2,6 bilhões com processos legais relativos a sua atuação no colapso das hipotecas nos Estados Unidos. O Bank of America precisava levantar fundos para reforçar sua base de capital.

Mesmo assim, a decisão de vender a baixo preço sua participação em um banco chinês de primeira linha decerto não foi tomada de maneira leviana, dado o potencial para azedar as relações com Pequim. Parte da motivação para a venda é, sem dúvida, a preocupação com as perspectivas do setor bancário chinês. A principal delas: o risco de um surto de empréstimos inadimplentes, causados pela exposição aos veículos de financiamento dos governos locais e pela desaceleração do setor imobiliário.

O risco não quantificável dessas exposições, mais a possibilidade de uma onerosa rodada de aumento de capital, teve mais peso do que os lucros sólidos apresentados pelos bancos este ano até agora. Antes da notícia da decisão do Goldman de vender, a ação do BICC estava 10% mais baixa no ano até aquela data, apesar de um aumento nos lucros de 27% no terceiro trimestre em relação a um ano antes – o mais recente de uma série de fortes resultados.


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