segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Argentina flerta com o Irã e preocupa os EUA

Por Louis Charbonneau

NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - A Argentina está discretamente se aproximando do Irã, o que preocupa os EUA e seus aliados, envolvidos num esforço para isolar o governo iraniano por causa do seu programa nuclear, disseram à Reuters diplomatas na ONU.

As relações da Argentina com o Irã estavam praticamente congeladas desde 2007, quando o país conseguiu que a Interpol (a polícia internacional) emitisse mandados de prisão de cinco iranianos e um libanês acusados de participação num atentado que matou 85 pessoas, em 1994, num centro judaico de Buenos Aires.

O Irã negou envolvimento no incidente, mas em julho se ofereceu para conversar com o governo argentino e "lançar luz" sobre o caso.

Dois anos antes do atentado a bomba na entidade judaica Amia, um grupo chamado Organização da Jihad Islâmica, supostamente ligado ao Irã e ao grupo xiita libanês Hezbollah, assumiu a autoria de um ataque que deixou 29 mortos na embaixada de Israel em Buenos Aires.

Durante mais de uma década, a Argentina pareceu ter pouco empenho na investigação. Isso mudou em 2003, quando Néstor Kirchner tomou posse como presidente e prometeu reabrir os processos, qualificando a negligência dos anos anteriores como uma "desgraça nacional".

Anos depois, o ex-presidente iraniano Ali Rafsanjani estaria na lista de pessoas indiciadas por promotores argentinos e procuradas pela Interpol.

Mas agora há sinais de uma reaproximação. As exportações argentinas para o Irã, que haviam despencado durante o afastamento, cresceram 70 por cento no ano passado, chegando a 1,5 bilhão de dólares. O Irã é o maior comprador do trigo argentino, cultivo essencial para a economia do país sul-americano, que luta para aumentar seu superávit comercial.

"Enquanto o resto de nós trabalha para pressionar o Irã a acabar com seu programa de armas nucleares e parar de apoiar o terrorismo, o governo da Argentina tem considerado avançar na direção contrária", disse um diplomata europeu, pedindo anonimato.

Em público, a posição argentina parece ter mudado pouco. Em maio, o procurador Alberto Nisman, chefe de uma unidade especial dedicada exclusivamente à investigação do atentado de 1994, conseguiu a renovação dos mandados de prisão da Interpol.

No mês passado, a Argentina votou com a maioria dos países participantes do comitê de direitos humanos da Assembleia Geral da ONU numa resolução que condenava a situação dos direitos humanos no Irã.

Por outro lado, a presidente Cristina Kirchner disse em setembro na Assembleia Geral que seu país está disposto a dialogar com o Irã, desde que a República Islâmica cumpra sua promessa de colaborar nas investigações do atentado. "Essa é uma oferta de diálogo que a Argentina não pode e não deve rejeitar", disse a presidente em seu discurso.

Diplomatas ocidentais disseram que o embaixador argentino na ONU, Jorge Arguello, causou perplexidade entre seus colegas ao permanecer sentado durante o discurso do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, na Assembleia Geral.

Ahmadinejad é conhecido por fazer ataques a Israel, Europa e Estados Unidos nos seus discursos. Em anos anteriores, o representante argentino boicotou o discurso, a exemplo de diplomatas de outros países ocidentais.

O Irã tem todas as razões para querer se reaproximar da Argentina. Enfrentando sanções e um crescente isolamento devido ao seu programa nuclear, o país tem poucos aliados e precisa de amigos. A Argentina é um dos 35 países que compõem a direção da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU), onde o programa nuclear iraniano é exaustivamente discutido.

Diplomatas dizem que a motivação argentina é menos clara. Alguns diplomatas dizem que, além de ampliar o comércio, os argentinos querem adotar uma política externa mais afinada com a do Brasil, que enfatiza as relações com nações não-alinhadas.

"Em geral, vemos um terceiro mundismo na política externa da Argentina - afirmando a independência em relação às grandes potências, e buscando novas relações com países como o Irã", disse uma autoridade israelense à Reuters, em Jerusalém.

Vários diplomatas europeus observaram que Cristina é aliada de líderes esquerdistas sul-americanos como o venezuelano Hugo Chávez e o boliviano Evo Morales, que mantêm estreitas relações com o Irã.

A chancelaria argentina não respondeu aos pedidos da Reuters para comentar o assunto.


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Tags: relações-internacionais, comércio-internacional, diplomacia-internacional, terrorismo, economia-argentina, Irã-Argentina

sábado, 3 de dezembro de 2011

BB entra forte no mercado imobiliário e financia mais de R$ 7 bilhões no ano

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Publicada pela Agência Brasil 

Brasília – Com atuação recente no setor de financiamento habitacional, o Banco do Brasil (BB) vê, desde 2008, a sua carteira de crédito imobiliário crescer a passos largos, embora o setor como um todo tenha perdido um pouco o ritmo forte em 2010, disse à Agência Brasil o vice-presidente de Cartões e Novos Negócios do banco, Paulo Rogério Caffarelli. 

Segundo ele, a carteira de crédito imobiliário do BB atingiu a marca de R$ 7,02 bilhões em financiamentos este ano, até sexta-feira da semana passada (25). Um crescimento de 105% em relação aos R$ 3 bilhões financiados em 2010. Os créditos para pessoa física somaram R$ 5,56 bilhões e para empresas R$ 1,46 bilhão. 

A expectativa, segundo ele, é ultrapassar os R$ 7,5 bilhões ainda este ano e chegar a R$ 13,5 bilhões de financiamentos imobiliários em dezembro de 2012. A estratégia para o ano que vem já está montada, com atuação mais contundente na liberação de créditos para a compra de moradias e para atender as necessidades das construtoras. 

“Queremos chegar ao fim de 2012 entre as três maiores financiadoras do setor imobiliário”, disse ele. Hoje, o mercado tem participação majoritária da Caixa Econômica Federal, seguida, de longe, pelos bancos Itaú, Santander e Bradesco. 

Caffarelli informou que o BB já atua no financiamento de moradias do Programa Minha Casa, Minha Vida para as faixas de renda familiar entre R$ 1,6 mil e R$ 5 mil, e a partir do dia 2 de janeiro o banco vai entrar também na faixa de menor renda, até R$ 1,6 mil, que tem atuação exclusiva da Caixa até agora. A previsão inicial, acrescentou, é financiar em torno de 97 mil unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida no ano que vem.


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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Crise nos EUA leva famílias inteiras a morar dentro de carro

Sílvio Guedes Crespo 

O desemprego duradouro nos Estados Unidos tem forçado famílias inteiras a morar dentro de carros, mostra o programa 60 Minutes, da rede de televisão americana CBS. 

Em apenas uma escola na Flórida, a reportagem encontrou 15 crianças que moram em veículos. Uma delas, de oito anos, vive com os pais, dois cachorros e um gato dentro de um carro. 

Mas o repórter acompanhou mais de perto uma outra família, composta por um pai viúvo e seus dois filhos, que vivem em um caminhão há cinco meses. Carpinteiro desempregado, ele comprou o veículo com os últimos US$ 10 mil que lhe sobraram depois de perder sua casa, que estava hipotecada. 

Os dois filhos (loiros e de olhos azuis, não custa frisar) frequentam a escola e preenchem o tempo livre com atividades gratuitas. Por exemplo, atuam no teatro da comunidade ou passam horas na biblioteca, onde têm, inclusive, acesso à internet. 

Segundo a reportagem, “nunca o desemprego permaneceu tão alto (hoje em torno de 9% da população ativa) durante tanto tempo” nos EUA. 

Segundo uma assistente social entrevistada, o problema de moradia continua aumentando ao mesmo tempo em que o desemprego persiste. Aos poucos, a poupança das famílias vai acabando e, “quando você menos espera, elas já estão morando no carro”. 

Nos EUA, de acordo com o 60 Minutes, existem hoje 16 milhões de crianças consideradas pobres, um quarto do total. 

O vídeo foi indicado ao Radar Econômico pela leitora Tereza Guedes. Caso tenha visto alguma notícia interessante ou curiosa na imprensa internacional, sobre economia, participe enviando o link para o Radar Econômico.


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