domingo, 13 de novembro de 2011

Política bloqueia oferta de ajuda da China para a UE-FONTES

Por Benjamin Kang Lim e Nick Edwards 
Matéria publicada pela Agência Reuters

PEQUIM, (Reuters) - Um impasse diplomático está refreando a disposição da China de dar dinheiro para ajudar a acabar com a crise na zona do euro, depois que a Europa rejeitou a mais simples das três principais exigências feitas por Pequim, disseram duas fontes independentes à Reuters. 

A China ofereceu ajuda em troca do apoio europeu por mais influência no Fundo Monetário Internacional (FMI), status de economia de mercado na Organização Mundial do Comércio ou o fim de um embargo de armas europeu, disseram as fontes com conhecimento direto da questão, uma delas com laços com a liderança em Pequim. 

A rota do FMI teria sido a mais simples diplomaticamente, ainda mais depois que líderes da União Europeia esboçaram, no mês passado, um plano para levantar recursos de seu fundo de combate à crise através de um veículo de investimento apoiado pelo FMI. 

Mas as fontes em Pequim disseram que essa opção foi negada para a China de forma abrupta quando ficou claro para os políticos europeus que qualquer investimento chinês estaria condicionado a uma maior influência nas tomadas de decisões do FMI e a um caminho mais rápido para a inclusão do yuan na unidade monetária dos direitos especiais de saque (SDR) do FMI. 

Aumentar a influência da China no FMI significaria reduzir a representação da UE e possivelmente diluir a influência dos Estados Unidos, que desfruta de poder de veto por causa dos direitos de votação no Fundo. 

"Nós estamos dispostos a ajudar, mas não somos uma instituição de caridade," disse à Reuters a fonte com laços com a liderança chinesa, pedindo anonimato devido a sensibilidades políticas. 

"Os Estados Unidos e o FMI também impuseram condições (quando ajudaram países com problemas financeiros). Não é injusto a China fazer o mesmo. Eles podem sempre rejeitar (nossas exigências)," disse a fonte. 

Incluir o yuan na SDR é importante para a China porque a unidade do FMI é uma cesta de moedas na qual a maior parte do comércio global é feito - dólares norte-americanos, euros, ienes japoneses e libras esterlinas. 

Se o yuan estivesse nesta cesta, isso iria reduzir a influência mundial do dólar e ajudar a conter a inflação alimentada pelas entradas de capital estrangeiro que o banco central da China precisa esterilizar. Também seria um incentivo simbólico para o yuan, destacando o desejo de Pequim de um papel maior na administração do sistema monetário internacional.


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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Cuba pede ao Brasil crédito agrícola de US$200 milhões

Por Esteban Israel

SÃO PAULO (Reuters) - Cuba pediu um crédito de 200 milhões de dólares ao Brasil para a importação de máquinas agrícolas, com as quais pretende dobrar sua produção de arroz e feijão e reduzir a dependência crônica das importações de grãos, informou nesta sexta-feira uma autoridade brasileira. 

Um acordo de cooperação técnica por dois anos, que inclui um pagamento de 70 milhões de dólares para 2012, seria assinado na sexta-feira em Havana pelo ministro do Desenvolvimento Agrário do Brasil, Afonso Florence. 

"Cuba está pedindo 200 milhões de dólares referentes ao quadriênio 2012-2015", disse à Reuters o chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Francesco Pierri. 

Ele afirmou que o orçamento provavelmente seria aprovado pela Câmara de Comércio Exterior do Brasil. 

Cuba pretende usar o apoio do Brasil, a maior economia da América Latina, para estimular a produção de arroz, feijão, milho, soja e sorgo, e criar gado, disse Pierri em entrevista por telefone de Havana. 

"Cuba estima que atualmente tem uma suficiência de 50 por cento na produção de grãos e projetos. Com este programa, quer alcançar 100 por cento. São objetivos bastante ambiciosos", afirmou Pierri. 

A ajuda brasileira terá como alvo os pequenos agricultores, que produzem quase 70 por cento dos alimentos em apenas 40 por cento de terra arável. 

Cuba depende fortemente da importação de alimentos, valor que atinge entre 1,5 e 2 bilhões de dólares anualmente para sua economia frágil. 

O presidente cubano, Raúl Castro, tem tomado iniciativas para reduzir a exposição de Cuba à volatilidade das matérias-primas, fornecendo 1,6 milhão de hectares de terras ociosas. 

Segundo dados divulgados neste mês, a produção de arroz e feijão, produtos básicos da dieta cubana, aumentou nos primeiros nove meses de 2011, aparentemente revertendo um declínio de 2,5 por cento em 2010. Mas o plano de Raúl Castro entrou em choque com a falta de recursos e equipamentos. 

"Cuba tem uma grande capacidade técnica. O que faltam são máquinas e é exatamente nisso que o Brasil vai ajudar para alcançar as metas de produção", disse Pierri. 

A lista de equipamentos que o Brasil exportará para Cuba inclui tratores, colheitadeiras, cultivadores e sistemas de irrigação, entre outros. 

O crédito agrícola aprofunda a aliança de Brasil e Cuba. 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estendeu a mão ao governo comunista de Cuba ao oferecer financiamento para modernizar o porto de Mariel e outros projetos de infraestrutura. Também assinou empréstimos comerciais que levaram às lojas de Cuba alimentos e bens de consumo brasileiros. 

O programa brasileiro de assistência técnica "Mais Alimentos" foi originalmente projetado para ajudar os países africanos, como Gana e Zimbábue. Sua aplicação em Cuba foi repetidamente solicitada pelo governo da ilha.


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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O que o Goldman vê de errado na China?

Por Tom Orlik
Matéria publicada no The Wall Street Journal

Quando os mais espertos procuram a porta da saída para o seu dinheiro, é hora de prestar atenção. Essa é a mensagem da decisão do banco americano Goldman Sachs de vender a baixo preço sua participação no Banco Industrial e Comercial da China.

As vendas por parte de importantes investidores estrangeiros são um sinal dos tempos para os bancos chineses. A decisão do Goldman de reduzir sua participação no BICC de 2,9% para 2,4% segue o exemplo do Bank of America Merrill Lynch, que vendeu em agosto cerca de metade da sua participação de 10% no Banco de Construção da China.

Para os bancos americanos, os problemas domésticos são parte da motivação. O US$ 1,1 bilhão que o Goldman obteve com a venda vai ajudar a cobrir perdas potenciais de US$ 2,6 bilhões com processos legais relativos a sua atuação no colapso das hipotecas nos Estados Unidos. O Bank of America precisava levantar fundos para reforçar sua base de capital.

Mesmo assim, a decisão de vender a baixo preço sua participação em um banco chinês de primeira linha decerto não foi tomada de maneira leviana, dado o potencial para azedar as relações com Pequim. Parte da motivação para a venda é, sem dúvida, a preocupação com as perspectivas do setor bancário chinês. A principal delas: o risco de um surto de empréstimos inadimplentes, causados pela exposição aos veículos de financiamento dos governos locais e pela desaceleração do setor imobiliário.

O risco não quantificável dessas exposições, mais a possibilidade de uma onerosa rodada de aumento de capital, teve mais peso do que os lucros sólidos apresentados pelos bancos este ano até agora. Antes da notícia da decisão do Goldman de vender, a ação do BICC estava 10% mais baixa no ano até aquela data, apesar de um aumento nos lucros de 27% no terceiro trimestre em relação a um ano antes – o mais recente de uma série de fortes resultados.


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