quinta-feira, 7 de junho de 2012

As lições do Rei da Banana

Por Rich Cohen
Matéria publicada no The Wall Street Journal

Samuel Zemurray, conhecido por amigos e inimigos como Sam, o Homem Banana, fez sua primeira fortuna nas "maduras", as bananas que os grandes negociantes de frutas consideravam maduras demais para chegar ao mercado a tempo para a venda. A regra prática do ramo era: "Uma mancha, está amadurecendo; duas manchas, madura demais" — e assim relegavam toneladas de frutas a uma enorme pilha malcheirosa à beira do cais, onde era jogada ao mar ou simplesmente deixada apodrecendo.

Quando Zemurray, um jovem imigrante russo, viu pela primeira vez aquela triste montanha de bananas maduras — por volta de 1895, no porto de Mobile, no Estado americano do Alabama — reconheceu ali a sua oportunidade. Para quem havia passado a juventude em uma desolada plantação de trigo na Bessarábia, havia um valor óbvio até mesmo em uma fruta com a casca manchada. Em 1903, ele já era um pequeno magnata, com US$ 100.000 no banco. 

A partir daí, Sam partiu para as bananas amarelas, e até mesmo verdes. Em 1909, foi para Honduras, onde comprou e mandou limpar grandes áreas de florestas virgens. Trabalhando com um exército de mercenários recrutados nos Estados Unidos, em Nova Orleans, derrubou o governo hondurenho e o substituiu por outro mais do seu agrado. Fundou ali uma grande empresa bananeira e acabou por assumir o controle da United Fruit, em dezembro de 1932. Ao morrer em 1961, na mansão mais grandiosa de Nova Orleans, já tinha sido caminhoneiro e vaqueiro, agricultor, comerciante, combatente político, revolucionário, filantropo e diretor-presidente. 

Estudando as aventuras de Sam, podemos extrair algumas lições básicas — as regras que lhe permitiram enxergar uma mina de ouro naquela pilha de bananas podres. É o tipo do raciocínio de que os Estados Unidos de hoje, vítima do tédio econômico, precisa mais do que nunca. 

1. Vá ver por si mesmo. 

Quando Sam decidiu tornar-se produtor de bananas, ele se mudou para a selva em Honduras. Ele mesmo plantou mudas, caminhou pelas plantações e carregou bananas nos barcos. Ele acreditava que essa era a sua grande vantagem sobre os executivos da gigante United Fruit, a líder do mercado, com quem ele concorreu por mais de uma década. A U.F. era maior, porém administrada a partir de um escritório em Boston. Sam tinha os pés no chão, no local; ele compreendia os trabalhadores, como eles se sentiam, o que eles temiam, e no que acreditavam. Ao explicar para os chefões das empresas bananeiras, em Boston, por que sabia mais do que eles, Sam soltava um palavrão e dizia: "Vocês estão aí; eu estou aqui". 

2. Não tente ser mais esperto do que o problema. 

No fim dos anos 20, a United Fruit e a empresa de Sam estavam tentando comprar o mesmo pedaço de terra, uma área fértil que se estendia dos dois lados da fronteira entre Honduras e Guatemala. Mas a terra parecia ter dois donos legítimos, um em Honduras e outro na Guatemala. Enquanto a U.F. contratou advogados e encomendou estudos para tentar definir quem era o dono legítimo, Zemurray simplesmente comprou a terra duas vezes, uma de cada proprietário. Um problema simples merece uma solução simples. 

3. Não confie nos especialistas. 

Na década de 30, com a United Fruit abalada pela Grande Depressão — sua ação caiu de US$ 100 para apenas US$ 10 — os executivos da empresa, em busca de um plano estratégico, consultaram especialistas, pediram relatórios e entrevistaram economistas. 

Zemurray queria saber as respostas para as mesmas perguntas — na época, já era o maior detentor de ações da United Fruit —, mas em vez disso foi para as docas de Nova Orleans, onde conversava pessoalmente com os capitães do mar e os carregadores que realmente entendiam o que se passava no local. 

Ficou sabendo, por exemplo, que os capitães dos barcos bananeiros tinham recebido ordens para atravessar o Golfo do México a meia velocidade, para economizar combustível. Também descobriu que, durante esses dias extras no mar, grande parte da carga passava de amarela para madura. Uma das primeiras ordens de Sam quando assumiu a U.F. em 1932 foi: não reduza a velocidade, diminua o número de travessias. Seis meses após a ascensão de Sam, a ação da empresa tinha se recuperado, batendo em US$ 50. 

4. Pode-se recuperar um prejuízo, mas uma reputação perdida se vai para sempre. 

No início da carreira, Sam entrou numa parceria com a United Fruit. A gigante das frutas deu dinheiro e ajuda para distribuir o produto de Sam; em troca, Sam deu à empresa o uso de seus navios. Em um certo ano, quando os trabalhadores da banana entraram em greve na Nicarágua e bloquearam os rios do país, a U.F. rompeu o bloqueio com barcos de Zemurray, com o logotipo da sua empresa pintado em letras grandes no casco. Isso tornou o nome de Zemurray odiado na Nicarágua. Foi um dos eventos que convenceram Sam a dissolver sua parceria com a UF, por mais que dependesse dos grandes recursos da empresa. Quem não controla seu próprio nome e a sua própria imagem, não possui nada. 

Cohen é o autor do livro "The Fish That Ate the Whale: The Life and Times of America's Banana King" ("O Peixe que Comeu a Baleia: A Vida e a Época do Rei da Banana na América", em tradução livre), que deve ser publicado esta semana nos EUA.

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Tags: Rei-Banana, Honduras, United-Fruit, Corporações-Frutas, Crise-29, Grande-Depressão

domingo, 3 de junho de 2012

Apartamento tem área igual a 50 casas populares e vale R$ 22 mi

Empreendimento em São Paulo tem suíte de 230 metros quadrados e 12 vagas na garagem, mas está com um terço dos imóveis desocupados

Bianca Pinto Lima
Matéria publicada em http://economia.estadao.com.br

SÃO PAULO - A planta chega a quase dois mil metros quadrados de área útil, o equivalente a cerca de 50 apartamentos do programa habitacional "Minha Casa Minha Vida". No imóvel de laje única de maior metragem da cidade de São Paulo, apenas a suíte principal ocupa 230 metros quadrados, espaço superior a apartamentos de classe média.

São 12 vagas à disposição na garagem, além de um terraço com piscina de 15 metros quadrados. Lançado em 2006, o empreendimento Adolpho Carlos Lindenberg ainda não conseguiu vender quatro de seus doze andares, incluindo o maior deles, avaliado em R$ 22,3 milhões.

Construído para ser um marco da capital paulista, o imóvel coleciona inúmeras extravagâncias. Além do tamanho faraônico, possui tratamento acústico das áreas privativas, sistema central de aspiração de ar e travas biométricas nos elevadores. As seis suítes ainda dividem espaço com uma sala de cinema.

O prédio, contudo, está localizado em uma rua fechada do Morumbi, bairro que teve a menor valorização dentre os cinco mais caros da cidade, segundo levantamento da FipeZap. De janeiro de 2008 a dezembro de 2011, o metro quadrado da região subiu 71%, ante 165% do Jardim Paulistano, por exemplo.

A alta no preço do imóvel também ficou aquém da média do mercado. Em 2006, o metro quadrado era vendido por R$ 5.500, enquanto hoje a média está em R$ 11.240, segundo o banco de dados do site 123i, referência no setor. A construtora Adolpho Lindenberg admite, porém, que as negociações estão girando atualmente em R$ 8 mil. Na Vila Nova Conceição, hoje o bairro mais nobre da capital, apartamentos de alto luxo chegaram a se valorizar 160% no mesmo período.

O público deste tipo de empreendimento está em busca de três coisas fundamentais: localização, objeto de desejo e bom investimento. Este último quesito, portanto, deixou a desejar. Mas essa não é uma constante no mercado de altíssimo padrão. Aliás, pelo contrário. A perspectiva de bons lucros voltou a atrair empresas para esse seleto nicho.

"O setor ficou carente desse tipo de produto nos últimos anos, mas agora há outro movimento. Com o juro em queda e a Bolsa em baixa, o imóvel passa a ter grande importância como fonte de renda e patrimônio", afirma Roberto Coelho da Fonseca, diretor de novos negócios da imobiliária Coelho da Fonseca.

A empresa, que desde 1989 possui um departamento de private brokers, tem bons motivos para estar otimista. No ano passado, vendeu em um único final de semana as 14 unidades do empreendimento Vitra, no Itaim Bibi, por até R$ 15 mil o metro quadrado. O prédio, que deve ser entregue em 2013, é revestido de vidro e leva a assinatura do arquiteto Daniel Libeskind, responsável pela revitalização do Marco Zero, em Nova York.

"Esse é um tipo de negócio para especialistas. Tem que saber exatamente o tamanho do apartamento, a localização e o tipo de público", alerta Marcos Goggi, diretor-presidente da imobiliária Vnc Pronto, responsável por um dos prédios mais caros da cidade de São Paulo. Localizado na Vila Nova Conceição, o L' Essence Vnc tem 726 metros quadrados, vendidos em média por R$ 29.500.

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quinta-feira, 31 de maio de 2012

7 dicas para evitar endividamento na hora de comprar a casa própria

Financiar uma casa própria é uma ótima alternativa. Entretanto, é fundamental saber que com isso se estará contraindo uma dívida de valor

Por Reinaldo Domingos,
Matéria publicada em www.administradores.com.br

A realização do sonho da casa própria nunca foi tão real para milhões de brasileiros, principalmente com facilitadores, como o programa Minha Casa Minha Vida. Mesmo com isso, é sabido que o déficit habitacional já era e continua sendo um dos grandes problemas para as famílias brasileiras.

Isto é decorrência de um problema histórico, e entre os pontos que levaram a ele está a falta de educação financeira. Pois, culturalmente, desde nossos primeiros ganhos sempre aprendemos a consumir e nunca a poupar, e quando poupamos somente pensamos a curto prazo e não a médio e longo. Com isso as alternativas para que este sonho seja uma realidade ficam restritas ao financiamento pelo sistema de habitação.

Financiar uma casa própria é uma ótima alternativa. Entretanto, é fundamental saber que com isso se estará contraindo uma dívida de valor, que deverá ser honrada mensalmente. Também é necessário ter em mente que quando se faz um financiamento existem os juros que, somados ao longo do contrato, podem significar o pagamento de duas ou até três casas.

No caso de pagar aluguel, o financiamento pode ser uma ótima alternativa, deixando de pagar esse valor sem retorno futuro para pagar a prestação de algo que será seu. Se a pessoa não pagar aluguel, uma ótima alternativa é guardar o valor da prestação do financiamento, em qualquer tipo de investimento conservador. Assim, em sete ou oito anos poderá comprar a casa à vista e não pagar juros. É preciso entender que o dinheiro aplicado rende juros, enquanto que o financiamento se paga juros.

Um grande problema enfrentado para a realização do sonho de uma casa própria são as dívidas sem valor, aquelas contraídas nas compras de produtos e serviços que muitas vezes não agregam valor. Estas acabam desequilibrando o orçamento financeiro mensal e com isso perde o foco no bem de valor que é a casa.

Veja alguns passos para se adquirir uma casa própria:

1. Reúna a família e converse sobre este tema, definindo o lugar, valor e as reais condições em que se encontram.

2. O melhor caminho para adquirir é poupar parte do dinheiro que se ganha. Faça uma simulação em qualquer banco de quanto custaria a prestação deste imóvel e comece a guardar em um investimento conservador como poupança, CDB ou tesouro direto.

3. Analise o valor do aluguel que está pagando e se for o mesmo valor da prestação de um financiamento, poderá ser uma opção financiar o imóvel.

4. Lembre-se de que o financiamento de um imóvel é considerado dívida de valor. Por isso deve ser protegida e garantida antes de sair pagando as despesas mensais.

5. Cuidado com o valor do imóvel que comprará e veja se o seu valor adéqua-se a seu verdadeiro padrão de vida. Muitas vezes não respeitamos nosso padrão.

6. Tenha sempre uma reserva estratégica, em caso de qualquer eventualidade não deixará de honrar este importante compromisso.

7. Caso não esteja conseguindo pagar a prestação da casa própria, é preciso rever imediatamente os gastos, em especial as pequenas despesas que somadas podem levar uma família ao desequilíbrio financeiro.

* Reinaldo Domingos – é educador financeiro, autor dos livros Terapia Financeira, Livre-se das Dívidas, O Menino do Dinheiro – Sonho de família, O Menino do Dinheiro – Vai a escola, Ter Dinheiro não tem segredo, O Menino o dinheiro e os três cofrinhos e da primeira Coleção Didática de Educação Financeira para o Ensino Básico, Presidente do Instituto DSOP de Educação Financeira.

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domingo, 27 de maio de 2012

Empresas brasileiras empregam dez vezes menos físicos em pesquisa que concorrentes inglesas e americanas

Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
Matéria publicada em http://agenciabrasil.ebc.com.br

Brasília – Por falta de “política industrial coercitiva” e cultura empresarial, o número de físicos atuando em atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação (P.D&I) em companhias brasileiras é dez vezes menor do que nos Estados Unidos e na Inglaterra, segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Física (SBF), Celso Pinto de Melo.

Para o presidente da SBF, a questão é ainda mais preocupante devido aos desdobramentos do Programa Ciência sem Fronteira, lançado ano passado pela presidenta Dilma Rousseff. “O que vamos fazer para absorver os 100 mil estudantes no mercado de trabalho, daqui a três ou quatro anos? Vão ser operadores de telemarketing com formação no exterior?”, pergunta.

“Existe uma enorme carência na interface com a indústria”, lamenta Melo, para quem “o Brasil nunca teve um projeto de autonomia como nação”, o que repercutiu na falta de inovação. Por causa da distorção, a SBF investigou o problema e apresentou estudo recente mostrando que não chega a 270 o número de físicos com mestrado ou doutorado que trabalham em empresas públicas ou privadas brasileiras em atividades de P.D&I.

Em termos percentuais, o número equivale a 10,1% do total de mestres e doutores titulados em física no Brasil entre 1996 a 2009 e que estavam empregados em 31 de dezembro de 2009. Celso Melo fez questão de frisar que as recomendações contidas no estudo (cerca de 25 propostas) são dirigidas à comunidade científica e “não ao governo”.

Segundo Celso Melo, até os anos 1990 a proteção à indústria nacional não estimulava a inovação por causa do mercado garantido. A partir da abertura econômica deflagrada naquela década, de outro lado, não foi exigido que as empresas multinacionais que se instalavam no Brasil investissem em centros de tecnologia no Brasil e desenvolvessem produtos e processos inovadores nas filiais locais.

Além da ausência de uma “política industrial coercitiva” que estimulasse à inovação, ainda falta cultura empresarial, segundo o dirigente. “Ficou claro que há desconhecimento da importância do físico para a empresa”. O estudo, disponível no site da SBF, descreve que “apesar de receptivos à ideia de contratar físicos, os empresários brasileiros ainda não exploram todo potencial desta comunidade”.

Apesar da crítica, o estudo reconhece que, “para promover a inserção dos físicos nas empresas, é necessário que as comunidades da física brasileira articulem suas qualificações perante o setor empresarial”. Por isso, recomenda um mapeamento das competências da física nacional e dos setores industriais prioritários do Plano Brasil Maior do governo federal.

O estudo foi encomendado pela SBF ao Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE, ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação), que promoveu reuniões entre empresas e a comunidade física para colher informações qualitativas e utilizou dados quantitativos da própria SBF, do Ministério do Trabalho, do Ministério da Educação e do IBGE.

O número total estimado de físicos no Brasil (em todos os níveis de formação) é de 10 mil pessoas, porém, apenas 350 estão trabalhando em empresas públicas e privadas em diversas atribuições (P.D&I e outras).

Segundo conclusão do estudo, 35% dos físicos brasileiros são físicos experimentais (trabalham com física médica, física nuclear, física de plasmas, matéria condensada, ótica e fotônica); 26% se dedicam ao ensino; 20% são teóricos (lidam com física biológica, astronomia e astrofísica, física atômica e molecular, física de partículas e campos) e 15% cuidam de física estatística e computacional.

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terça-feira, 22 de maio de 2012

Empresa chinesa compra salas de cinemas nos EUA e vira líder mundial

Sílvio Guedes Crespo 
Matéria publicada no Blog Radar Econômico

A indústria americana de cinema, que está mais acostumada a se expandir rumo a outros países do que a ser engolida por concorrentes externos, teve nesse fim de semana uma experiência de inversão de papéis. 

A AMC Entertainment, rede com 5.028 salas de cinema nos Estados Unidos e Canadá e público anual de 200 milhões de espectadores, foi comprada por um conglomerado privado chinês, o Dalian Wanda Group, por US$ 2,6 bilhões. A companhia americana é a segunda maior de seu país no setor; a chinesa é líder na Ásia e, com o negócio, tornou-se a maior rede de salas de cinema do mundo. 

O grupo chinês disse que vai usar parte do dinheiro para pagar dívidas e ainda investirá mais US$ 500 milhões na empresa dos EUA, elevando o valor do negócio para US$ 3,1 bilhões. 

O jornal Los Angeles Times notou que esse foi o maior investimento já feito por uma empresa chinesa na indústria de entretenimento dos EUA. 

Normalmente, nesse setor o capital faz o caminho inverso: sai dos EUA e vai para a Ásia. Por exemplo, as americanas News Corp, Walt Disney e DreamWorks fizeram investimentos na China recentemente. 

Para o LA Times, o negócio entre o grupo Wanda e a AMC vai aumentar o poder de barganha da China nas negociações com os estúdios de Hollywood “ávidos por se expandirem em um mercado de crescimento rápido como o chinês”. 

Os grandes estúdios de cinema dos EUA tentam aumentar a exibição de seus filmes na China, país com 1,3 bilhão de habitantes. Porém, os chineses ainda têm restrições a esse movimento. Uma reportagem recente do New York Times informava que o governo dos EUA estava investigando pelo menos três empresas de Hollywood suspeitas de subornar autoridades chinesas. 

‘Filmes seguem a bandeira’ 

O investimento do grupo Wanda não representa simplesmente mais dinheiro no caixa de uma empresa asiática, mas, principalmente, a possibilidade de levar filmes chineses a outros países. 

No anúncio oficial da compra da AMC, o grupo Wanda frisou que investe fortemente na indústria cultural, inclusive na produção de filmes. Agora, terá mais salas para exibir suas produções. Como já foi dito nos EUA, e o chineses certamente não ignoram isso, “films follow the flag” (os filmes seguem a bandeira), ou “aonde vão nossos filmes chegam nossos produtos“.


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domingo, 13 de maio de 2012

A Contabilidade nunca esteve tão Gerencial!

Por Nelson Henrique Pereira
Matéria publicada em http://www.administradores.com.br

Acabou! Quem pensava que poderia haver duas contabilidades, agora tem que se adaptar. 

Com a criação dos Speds, Contábil, Fiscal, Contribuições, Nfe, entre outros controles fiscais, o empresário se vê obrigado a fugir de certas práticas mágicas para melhorar seu resultado. Hoje é tudo amarrado. E ai daquele que não se adaptar! 

Mas olhando para o lado bom, a contabilidade, como nunca, vai ter que ser elaborada dentro dos padrões internacionais, e o profissional de contabilidade também não vai mais ficar ouvindo o empresário achar que ele é o salvador da pátria inventando maracutaias para pagar menos tributos. Agora ainda se faz mais necessário a elaboração de Planejamento Tributário bem feito e acompanhado, pois sempre há uma maneira, dentro da lei, para abrandar a carga tributária. 

Alguns requisitos citados a seguir para abrandar a carga tributária. 

- Pagar certo: Tem gente que pensa que para pagar certo tem que pagar mais tributos. Engano! Pois, através de um bom controle das operações, um cadastro bem feito dos produtos e mercadorias, dentro da correta NCM. Pode sim pagar menos tributos e muito bem protegido pela legislação. 

- Treinamento: Todos os dias, todas as horas, em algum lugar está sendo criada ou modificada uma lei tributária, seja ela, federal, estadual ou municipal, ou ainda uma contribuição ou taxa, que venha a influenciar nas obrigações tributárias da empresa. Por essas razões o profissional tem que estar constantemente estudando e e interpretando a legislação. 

- Um Bom Sistema ERP: Não dá mais para ficar dando atenção a vários fornecedores de sistemas. Com a amarração citada acima, a empresa deve ter um bom Sistema ERP onde concentre todas as operações em um único banco de dados. Nada de fazer o Fiscal num, a contabilidade noutro, financeiro noutro, o Imobilizado noutro, os Estoque, e assim por diante. Como tudo é amarrado é melhor ter um único sistema que faça tudo. Assim fica mais fácil de administrar as operações. 

- Uma Controladoria: A Controladoria é a Contabilidade infiltrada em todos os departamentos da empresa, administrando in loco as operações. Desta forma ela consegue executar o Planejamento Tributário na sua origem, com tempo necessário para ajustar as operações na origem, substituindo, se necessário, documentos com erros de tributos, antes do seu registro efetivo. Isso se torna mais fácil ainda com a Nfe, pois você recebe o XLM da nota antes de receber a mercadoria, ou seja, antes de efetivar a operação. 

- Um bom Sistema de Informações: Nada adianta fazer tudo isso, se os interessados não tomarem conhecimento. Cada gestor dentro da sua categoria, deve obter as informações necessárias para sua gestão. A administração deve ter em mãos as informações econômicas e financeiras da empresa, em tempo hábil para ajustá-las ao Plano Estratégico. 

Os requisitos acima não se esgotam, tudo que seja prático e operacional deve ser implantado e utilizado de forma que auxiliem na boa administração da empresa, e no melhor entendimento e execução do Planejamento Tributário.

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quinta-feira, 10 de maio de 2012

Maioria das executivas de finanças ganha mais de R$ 150 mil por ano

Por: Karla Santana Mamona
Matéria publicada em http://www.infomoney.com.br

SÃO PAULO - O núcleo feminino do IBEF-SP (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de São Paulo) analisou o perfil das executivas que atuam no setor de finanças. As entrevistadas são associadas à entidade.

Ao analisar a remuneração anual, os dados revelam que 57,5% das executivas recebem mais de R$ 150 mil por ano, sendo que 45% ganham entre R$ 150 mil e R$ 499 mil e 22,50% acima de meio milhão.

Outros 10% ganham entre R$ 110 mil e R$ 149 mil, 7,50% até R$ 84 mil por ano e 2,5%, entre R$ 85 mil e R$ 109 mil. Já 22,50% não quiseram informar.

Formação

Ao analisar a formação das mulheres, nota-se que 34% são graduadas em Administração, 20% em Ciências Contábeis e Economia e 16% em Direito. Cursos como Marketing, Comunicação Social, Química, Letras e Filosofia também foram citados por 10% das executivas.

Entre elas, 77,5% cursaram pós-graduação, sendo que 46,67% na área de Finanças, 15,56% em Controladoria e Economia (6,67%). Cerca de 31,10% das entrevistadas escolheram outras áreas para a especialização, como por exemplo, Marketing, Direito, Liderança e Gestão Empresarial.

Áreas

Ao analisar as empresas em que as executivas atuam, 58,54% atuam na área de Serviços. Outras 14,63% trabalham em entidades financeiras, 12,20%, na Indústria e 7,32%, no Comércio.

Em relação aos cargos de direção, 20% das profissionais são gerentes nas empresas em que trabalham. Elas também são CFO’s (15%), consultoras (7,50%), sócias, advogadas, seniores e superintendentes financeiras.

Em suas empresas, a maior parte das entrevistadas atua ou tem interesse na área Financeira (31,03%). Depois, são citadas as áreas de Controladoria (19,54%), Contabilidade (12,64%), Economia (10,34%), Riscos, Administração, Recursos Humanos, Tributos, Auditoria Interna (todas com 9,20%) e Relações com Investidores (8,05%).

Sobre as principais habilidades para o sucesso na área financeira, 22,22% das executivas apontaram a liderança como sendo a principal. Na sequência, experiência (20,63%), boa formação (17,46%), postura crítica (12,69%), dedicação (11,14%), networking (9,52%), criatividade e inovação (6,34%).


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Marcas como Rolls-Royce, Ferrari e Jaguar já consideram o país asiático como seu principal mercado nos próximos anos


Matéria publicado em http://economia.ig.com.br

O balanço das principais fabricantes de carros superluxuosos do mundo está mostrando que a China está emergindo como o maior mercado para esses automóveis que não raro custam US$ 1 milhão. De acordo com dados de fabricantes como Rolls-Royce e Bentley, por exemplo, o mercado chinês já compra mais carros de luxo do que os Estados Unidos. Outras marcas, como a Ferrari e a Aston Martin, viram as vendas crescerem de forma recorde no último ano e já estimam que o país asiático será o principal destino de seus carros nos próximos anos.

Até meados da década de 90, os Estados Unidos eram indubitavelmente o maior mercado do setor automobilístico do mundo. Não importava se os carros eram fabricados no Japão, na Europa ou mesmo em Detroit, a Meca dos automóveis americanos, todos os caminhos levavam para as concessionárias dos Estados Unidos. Nos últimos anos isso vem mudando de forma acelerada e em 2012 a China vai vender mais carros (18 milhões de unidades) do que os Estados Unidos (14,5 milhões). 

Esse resultado já era esperado pelo mercado principalmente por conta da diferença absurda de população entre os dois países e da entrada constante de milhões de chineses no mercado de consumo. Mas o que tem surpreendido os especialistas do setor é o fato de que a China também está se tornando um dos principais mercados para os carros mais luxuosos do planeta nesse momento. 

É uma mudança de paradigma, que promete mudar também a maneira como esses fabricantes desenvolvem seus automóveis. Alguns deles já estão produzindo modelos exclusivos para o mercado chinês.


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sábado, 5 de maio de 2012

Após redução de juros, participação do BB no financiamento de carros quase dobra

Bruno Bocchini
Matéria publicada pela Agência Brasil

São Paulo – A participação do Banco do Brasil (BB) no mercado de financiamento de automóveis leves quase dobrou depois que o banco anunciou redução dos juros para o setor. Dados apresentados hoje (4) pelo banco, baseados em informações da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), mostram que a cota de mercado do BB cresceu de 4%, em março, para 7%, no final de abril, quando o banco começou a reduzir os juros. 

A carteira Crédito Veículo do banco era R$ 10,8 bilhões no dia 2 de abril e passou para R$ 38,2 bilhões no dia 30 do mesmo mês. A primeira redução de juros do BB foi anunciada no dia 8. 

As taxas antigas variavam entre 1,24% e 2,3% por mês. Hoje, são oscilam entre 0,95% e 1,99%. Segundo a direção do banco, a redução dos juros, além de aumentar a carteiras de crédito, ainda atrai clientes menos inadimplentes. 

“Nós entendemos que na hora que a taxa de juros cai, trazemos para tomar crédito um cliente prudente. Creio que o aumento no financiamento de veículos fala por si só. O cliente não tomava antes o empréstimo porque a taxa de juros era alta. Quando ele entra na nossa massa de clientes, a tendência da inadimplência é cair”, disse o vice-presidente de Negócios do Varejo, Alexandre Abreu. 


Os clientes que tiverem conta salário no BB e aderirem ao programa Bom pra Todos [programa de redução de juros nas principais linhas de crédito do banco] não pagarão mais que 3,94% ao mês em nenhuma modalidade de crédito pessoal, segundo o banco. Para esses clientes, os juros do cheque especial foram reduzidos de 8,31% para 3,94% ao mês, à taxa única. Essa nova tarifa vale a partir do dia 10 de maio. 

Outra redução no âmbito do programa Bom pra Todos se refere aos juros de linhas de crédito pessoal (CDC automático e CDC renovação), que tinham taxa máxima de 5,79% e passarão a ser 3,94% ao mês. 

Para clientes que não recebem salário pelo banco e, portanto, não podem aderir ao pacote, a instituição anunciou uma linha de crédito para pessoas físicas com garantia de imóvel próprio, com juros reduzidos [entre 1,52% e 1,6% ao mês] e prazo de pagamento de até 180 meses. 

Essa linha de crédito estará disponível apenas para quem tem renda acima de R$ 6 mil. Os clientes podem financiar até 50% do valor do imóvel que está em seu nome. 

Edição: Carolina Sarres

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domingo, 29 de abril de 2012

Indústria da burocracia fatura R$ 1,2 bi no Brasil

Setenta empresas dedicadas a alugar espaço para guardar documentos estocam 40 milhões de caixotes

Marcelo Rehder
Matéria publicada no O Estado de São Paulo

SÃO PAULO - Em plena era digital, a burocracia produz uma quantidade impressionante de papel e alimenta um negócio que cresce sem paralelos no mercado brasileiro. No ano passado, 70 empresas dedicadas a guardar documentos de outras companhias dividiram um faturamento de R$ 1,2 bilhão no País, 20% mais que em 2010. Esse grupo mantém 40 milhões de caixas de papelão de padrão arquivo lotadas de informações de setores como financeiro, hospitalar e jurídico. 

Os números são astronômicos. Pelos cálculos da Associação Brasileira de Gestão de Documentos (ABGD), as caixas armazenadas nas empresas do setor guardam algo como 120 bilhões de documentos. Se a papelada fosse enfileirada, daria para fazer 40 viagens de ida e volta para a Lua, cuja distância da Terra é de aproximadamente 385 mil quilômetros. 

Além das caixas que congestionam os galpões das firmas especializadas, estima-se que existam mais 50 milhões arquivadas nas empresas e instituições que ainda não terceirizaram a gestão de documentos - a maioria delas de pequeno e médio portes. 

Como a burocracia brasileira só cresce, a estimativa é que, para cada caixa destruída, após o término do prazo legal dos documentos, quatro novas são armazenadas. 

As empresas são obrigadas a guardar um número gigantesco de papéis como parte de suas operações ou para cumprimento legal. Não existe nenhuma lei que dê subsídios para que as companhias possam digitalizar os documentos e jogar fora o papel, afirma Eduardo Coppola, presidente da ABGD e gerente-geral da Keepers do Brasil, uma das maiores empresas do setor. 

"O mercado acabou migrando para TI para prover soluções que facilitem a vida das empresas na consulta e na preservação digital desses documentos", diz Coppola. Segundo ele, uma empresa com o acervo mal organizado pode levar de uma semana a um mês para achar um documento. 

Nas empresas especializadas, o processo é turbinado. O cliente recebe o documento original em até quatro horas, ou leva só cinco segundos para obter a informação via internet. "Mas, se precisar de documento para uma ação, auditoria ou fiscalização, ele tem de ser o original", lembra Coppola. 

A burocracia é tão enraizada na cultura empresarial que nem mesmo a implantação da nota fiscal eletrônica, a partir de 2006, foi capaz de eliminar o papel, embora tenha reduzido o volume de documentos trafegados entre as companhias. Em muitos casos, conta o executivo, as empresas continuam imprimindo e guardando as notas fiscais, apesar de não ser mais obrigatório. 

Custos 

Além de evitar dores de cabeça, uma administração bem estruturada dos documentos legais permite ganhos de produtividade, com significativa redução de custos. 

A empresa paulista de biotecnologia SuperBac percebeu isso no seu caixa. Dedicada a pesquisar e reproduzir bactérias que possam ser usadas em processos industriais ou até em tarefas do dia a dia de forma sustentável, ela não fazia ideia dos ganhos que poderia obter ao terceirizar a guarda e administração dos seus documentos. 

Logo de cara, reduziu um gasto fixo de R$ 20 mil por mês, referente à área útil que perdia no escritório para poder abrigar a documentação, para R$ 5 mil, valor pago mensalmente à prestadora do serviço. 

Essa não foi a maior vantagem, diz Luiz Chacon Filho, fundador da SuperBac. Segundo ele, o que surpreendeu foi o ganho de tempo obtido com a agilização do processo. "Sem brincadeira, tínhamos casos em que o funcionário levava 15 dias para achar a porcaria de um documento no arquivo morto", diz. "Hoje, em questão de segundos, tenho a imagem do documento escaneado na tela do computador." 

Outro exemplo é mostrado por uma faculdade paulista que prefere ficar no anonimato. Como num passe de mágica, ela deixou uma situação em que a manutenção de arquivos próprios representava custos, e passou a faturar mais depois que o serviço foi terceirizado. 

O problema é que os arquivos ocupavam o espaço físico de cinco salas de aula. Como cada sala comporta cerca de 40 alunos, a um custo unitário de mensalidade ao redor de R$ 1,2 mil, passou a contar com uma receita extra de R$ 240 mil por mês. 

"Além de liberar mais espaço para salas de aula, o tempo gasto para localização de documentos, que antes chegava a quase uma semana, agora é de segundos, já que os prontuários foram todos digitalizados", ressalta um porta-voz da faculdade.

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quarta-feira, 25 de abril de 2012

Pesquisa aponta mandarim como 2ª língua mais importante para executivos

Sílvio Guedes Crespo
Matéria publicada no Blog Radar Econômico

O mandarim, língua falada na China e em outros países asiáticos, passou o Espanhol e já é o segundo idioma mais exigido dos executivos em multinacionais, mostra uma pesquisa da Economist Intelligence Unit, empresa irmã da revista The Economist. 

Os pesquisadores perguntaram a 572 profissionais qual o idioma mais exigido em sua companhia para executar os planos de expansão internacional. Mais de dois terços dos entrevistados (68%) responderam que era o inglês; 8% citaram o mandarim, e 6%, o espanhol. 

Os dados fazem parte de um estudo sobre as barreiras culturais que as empresas encontram quando se expandem internacionalmente. De todos os entrevistados, 64% disseram que diferenças culturais ou de idioma “atrapalham muito” ou “um pouco” os planos de expansão internacional da companhia; 20% afirmaram que isso não afeta e 17% declararam que até ajuda. 

No Brasil, a proporção dos que veem as diferenças culturais como barreira é maior: 70%. Os países nórdicos são os que disseram ter menos problemas com diferenças de idioma e cultura: só 36% afirmaram que isso prejudica os negócios. 


A pesquisa foi feita com profissionais de grandes empresas que atuam ou já têm planos concretos de atuar em outros países.


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terça-feira, 24 de abril de 2012

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Banco do Brasil agora quer status de banco global

Por Aluísio Alves
Matéria publicada pela Agência Reuters

SÃO PAULO (Reuters) - O Banco do Brasil está preparando uma guinada em seu projeto de internacionalização, com o objetivo de marcar posição como uma marca financeira global nos próximos anos. 

A ofensiva considera planos de expansão mais abrangentes na América Latina, podendo incluir o México, alternativas para entrada na África e uma possível joint venture com um sócio estrangeiro na área de banco de investimento. 

"A meta do BB é ser um banco global no médio prazo", disse nesta quarta-feira à Reuters o vice-presidente de Atacado, Negócios Internacionais e Private Bank do BB, Paulo Rogério Caffarelli. "Vamos ser a Petrobras financeira." 

O banco estatal deflagrou a campanha de expansão no exterior após a crise de 2008, comprando em 2010 o controle do Banco Patagônia, da Argentina, e adquirindo o Eurobank, há um ano, nos Estados Unidos, onde pretende ter 400 mil clientes. 

Além dos alvos já revelados pela instituição em países vizinhos, como Colômbia, Peru e Chile, o banco também enxerga possibilidades de atuação mais ampla, estendendo para toda a América Latina, incluindo o México, segundo o executivo. 

"Nosso foco é em países com perfil de expansão parecida com a do Brasil", disse Caffarelli. Devido a essa orientação, planos de entrar no varejo bancário da Europa, estão fora do radar. 

Fora da América Latina, o próximo destino para ter operações de varejo é a África. Mas o banco estuda alternativas ao acordo anunciado em agosto de 2010, que previa uma joint venture com Bradesco e o português Banco Espírito Santo. 

"Podemos entrar sozinhos ou com outro sócio", disse. 

BANCO DE INVESTIMENTO 

No caso do braço de banco de investimento, a expansão tende a vir necessariamente por meio de parceria, devido a regras estatutárias que inviabilizam o BB como controlador de um negócio nesse segmento. 

O interesse em fortalecer esse segmento tem a ver com a tendência de queda da taxa de juro de longo prazo no Brasil, o que deve fortalecer a demanda de investidores por instrumentos de mercado de capitais. 

Recentemente, o BB transferiu esse segmento da vice-presidência de Finanças para a área internacional chefiada por Caffarelli desde dezembro. 

Caffarelli, antes vice-presidente da área de Varejo, é forte aliado do presidente do BB, Aldemir Bendine, que está no posto há três anos e, segundo fontes do setor é forte candidato a sucedê-lo no banco. 

"O BB quer ser um protagonista em banco de investimentos e, por isso, revisitou sua estratégia no setor, para ganhar mais agilidade." 

Atualmente, Itaú BBA (do Itaú Unibanco), BTG Pactual e BBI (do Bradesco) são as grandes instituições domésticas nesse mercado, deixando para trás o BB, que é o maior banco de varejo do país.

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segunda-feira, 9 de abril de 2012

BB e Caixa têm “gordura” para queimar com juros e crédito, diz professor da UnB

Stênio Ribeiro
Matéria publicada pela Agência Brasil

Brasília – A redução dos juros nas operações de crédito para pessoa física e empresas de pequeno porte, a partir de hoje (9), na Caixa Econômica Federal, e na próxima quinta-feira (12), no Banco do Brasil (BB), é uma estratégia que busca compensar a perda de rentabilidade com ganhos na escala de mercado, viabilizados pelo aumento da clientela e consequente aumento do volume de operações, segundo o professor de economia da Universidade de Brasília (UnB), Roberto Piscitelli. 

Ele disse que tem observado “discreto” aumento da participação dos bancos oficiais na oferta de crédito, em relação aos bancos privados nacionais e estrangeiros, e lhe “parece que os bancos públicos têm gordura para queimar” na concorrência direta com os “bancões”, como são tratados no Sistema Financeiro Nacional (SFN), pela ordem de ativos, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e HSBC. 

No entender de Piscitelli, “pode dar certo” o estratagema montado pelo governo para induzir os banqueiros a reduzir as margens de ganho definidas nos altos spreads (diferença entre os juros que o banco paga ao aplicador e os juros que cobra nos empréstimos). Embora desconheça qualquer sinalização dos bancos privados no sentido de acompanhar o BB e a Caixa, Piscitelli acredita que “de alguma forma [a redução dos juros e ampliação do crédito] terão reflexo na ponta”. 

A posição dos banqueiros será discutida amanhã (10) em reunião dos dirigentes da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), no início da tarde, com o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa. Até lá o assunto continuará envolto em mistério, mas o professor arrisca que os bancos vão prometer baixar o spread, desde que o governo diminua também os níveis de exigibilidade bancária (dinheiro dos depósitos à vista e a prazo que os bancos são obrigados a recolher ao Banco Central ). 

Piscitelli vê, porém, com “reserva e cautela”, a ampliação da oferta de crédito, e diz que não se pode ignorar a possibilidade de efeitos inflacionários com mais dinheiro no mercado para consumo. Segundo ele, “existe preocupação com uma certa liberalidade do crédito, que não pode ser promovido de forma indiscriminada”. 

Ele manifesta estranheza, por exemplo, em relação aos recursos tomados pelo Tesouro Nacional, via colocação de títulos públicos no mercado, a juros médios de 12%, e os repassa ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que empresta o mesmo dinheiro às grandes empresas com a taxa de juros de longo prazo (TJLP), de 6% ao ano. “Não dá para explicar o repasse a juros subsidiados”, ressaltou.

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domingo, 8 de abril de 2012

Cresce número de profissionais que planejam finanças pessoais no Brasil

Wellton Máximo

Brasília – A expansão de renda dos brasileiros, em muitos casos, traz um efeito colateral. O impulso que estimula as famílias a consumir também pode resultar na perda do controle das finanças pessoais e no envolvimento em dívidas cada vez maiores. Ao mesmo tempo, a população perde oportunidades de ampliar a riqueza, ao deixar de investir em aplicações rentáveis por puro desconhecimento. 

Para ajudar as famílias a administrar a renda, uma nova categoria de profissionais se expande no Brasil. O planejador financeiro pessoal orienta as famílias a gerenciar o orçamento e a investir o dinheiro. As estatísticas do próprio setor mostram que a demanda por esse serviço não para de crescer. 

De acordo com o Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF), 714 profissionais brasileiros obtiveram a certificação para atuar como planejadores financeiros pessoais em 2011, contra 485 em 2010. De um ano para outro, houve um salto de 47%. A entidade é a única no país autorizada a conceder certificados conforme os padrões do Financial Planning Standards Board (FPSB), entidade criada nos Estados Unidos para estabelecer normas de qualidade para o setor. 

Para o economista Fabiano Calil, diretor do IBCPF, o crescimento do número de planejadores financeiros pessoais está associado ao descompasso entre o aumento da renda dos brasileiros e a falta de informações sobre como administrar o orçamento doméstico. “O planejador financeiro diminui a lacuna entre o baixo nível de educação financeira e a grande oferta de serviços oferecidos pelo mercado financeiro”, diz. 

Calil esclarece que apenas profissionais autorizados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) estão autorizados a dar dicas de aplicações. Mesmo assim, os planejadores financeiros podem explicar as modalidades de investimento e ressaltar a importância de poupar. “O planejador financeiro não necessariamente pode recomendar produtos, mas sempre destaca a necessidade de fazer poupança ou aderir a um plano de previdência complementar”, declara. 

O planejador financeiro também fornece orientações sobre o tipo de crédito que a população deve contrair, evitando o cheque especial e o financiamento rotativo dos cartões de crédito, modalidades com juros mais altos. “O planejador ajuda a ver a necessidade de crédito de cada família e a contrair os empréstimos ou financiamentos mais baratos, evitando que a captação [de recursos] vire dívida”, explica. 

Segundo o IBCPF, o crescimento do setor no Brasil está acima da média mundial e até de outros países emergentes. Enquanto o número de profissionais financeiros certificados aumentou pouco mais de 40% no país, a expansão foi 22% na Índia, 20% na China e 14% na Indonésia. 

Em todo o mundo, o número de profissionais da área aumentou apenas 4,5% no ano passado. Na avaliação da entidade, o potencial de crescimento nos países emergentes continuará elevado nos próximos anos porque o número de profissionais da área ainda é pequeno na comparação com os países desenvolvidos.

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quinta-feira, 29 de março de 2012

Os estrangeiros estão chegando

(O Estado de São Paulo - São Paulo/SP - ESPECIAL - P. H12 - 29/03/2012) 

Investidores do exterior focam suas atenções no mercado brasileiro, que enfrentou alguns problemas, mas continua aquecido 

Marilena Rocha
ESPECIAL PARA O ESTADO 

Com a crise nos Estados Unidos e sua propagação por quase toda a Europa, o mercado imobiliário brasileiro passou, ao longo de 2011, por alguns ajustes, mas continuou aquecido. Tanto que os investidores estrangeiros estão mais e mais focando seus interesses por aqui e uma das maiores franquias americanas já planeja ter 500 imobiliárias espalhadas por todo o território nacional em quatro anos.

O otimismo do setor baseiase em estudos da evolução do mercado imobiliário, incluindo uma pesquisa da Associação de Investidores Estrangeiros no Setor Imobiliário (Afire, sigla em inglês), que dá como certo o fato de o Brasil estar bem próximo de ocupar a segunda colocação no ranking de melhor mercado imobiliário do mundo em termos de atração de investidores estrangeiros, ficando atrás somente dos Estados Unidos.

Nova York ainda é a primeira colocada no ranking das localidades que mais atraem investidores estrangeiros. Mas cidade de São Paulo deu um salto considerável, passando do 26º lugar registrado em 2011 para o quarto lugar este ano. Superou todas as capitais europeias e também dos países que integram os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Tal desempenho é atribuído às garantias legais em vigor e a eventos, sobretudo esportivos, além o seu crescimento econômico.

Há quatro anos operando em solo brasileiro, a Century 21 Brasil Real Estate tem 693 corretores, 151 lojas (das quais 76 já comprando e vendendo imóveis), 75 em fase de instalação e outras 72 franquias podem ser confirmadas até dezembro. "Até 2016 teremos 500 lojas. Afinal, a média de crescimento da empresa em 2011 foi de 300% em relação a 2010", comemora o presidente da Century 21, Ernani Assis. Ele atribui o sucesso justamente ao fato de o mercado imobiliário brasileiro continuar em ascensão, de aumentarem as facilidades na obtenção de crédito e ao déficit habitacional ainda grande. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o País ganha a cada ano 1,5 milhão de novas famílias.

Presente em 73 países com um total de 8.804 agências e 121 mil corretores, a Century 21 já tem representantes em 21 estados brasileiros e no Distrito Federal, atuando sobretudo (60%) em áreas do interior, exceto em São Paulo, onde 16 das 31 franquias operam na capital. "A nossa grande preocupação é eliminar as operações informais no País, pois só erradicando esse formato é que conseguiremos dar maior segurança para um negócio financeiro rentabilizado, ou seja, elevar o nível das negociações." Segundo Assis, nos Estados Unidos, somente 14% das transações imobiliárias dispensam a participação de um corretor de imóveis. "Aqui, 60% das transações são feitas entre pessoas físicas. Então, o que a gente quer é incentivar uma legislação mais justa para proteger o consumidor. Na Espanha é crime fechar um negócio imobiliário sem a intermediação de um agente imobiliário."

O melhor negócio, entende o presidente da Century 21, é o que concilia os interesses das duas partes. "Não buscamos uma queda de preços, mas sim uma acomodação. Ou seja, ninguém deve sair prejudicado numa transação de compra e venda de um imóvel. Deve haver um equilíbrio. Nossos corretores representam os dois lados e é assim que funciona no mundo todo. Por isso, multiplicamos por dois o número de transações que realizamos. Foram 768 mil imóveis usados no ano passado, mas consideramos que atendemos a 1.536.000 famílias." A procura por imóveis usados cresce porque o preço do metro quadrado do lançamento cada vez mais se aproxima do valor cobrado pelo metro quadrado do imóvel pronto. A diferença de até 40% já é coisa do passado, o que se atribui à elevação dos preços dos terrenos e custos altos da mão de obra qualificada cada vez mais escassa. De maneira geral, os preços praticados ao longo do ano obedeceram às diferenças regionais preexistentes: o Sudeste registrou em média 29% de ajuste positivo em relação ao Nordeste e o Sul exibiu preços 12% mais baratos do que o Sudeste. Em São Paulo, o tíquete médio ficou em quase R$ 900 mil, mas, no Sudeste como um todo, a predominância foi de dois quartos por R$ 445 mil, ao passo que a preferência no Nordeste foi por três dormitórios por R$ 312 mil (tíquete médio) e, no Sul, três quartos por R$ 396 mil.

Assis destaca ainda o fato de a Century 21 ser a única franqueadora internacional que não cobra royalties. "A maioria cobra 7% sobre o faturamento bruto. Nós cobramos apenas uma pequena taxa fixa, mas não ficamos sem receita porque oferecemos uma série de serviços dentro do mesmo ponto de venda, de crédito imobiliário e seguros a leilão de imóveis privados. A pessoa compra um imóvel, por exemplo, e ali mesmo já contrata a mudança ou até mesmo profissionais para pequenas reformas. Com isso o lucro líquido de nossas imobiliárias é, em média, de 3,14% ante o 1,2% registrado por qualquer outra imobiliária no País. Isso é mágico, mas é na verdade fruto de um modelo de negócio inovador", argumenta.

Comprando lá fora.Outro movimento marcou o setor imobiliário em 2011: o crescente interesse de brasileiros na compra de um imóvel no exterior. Os preços baixos por causa da crise na zona do euro e nos Estados Unidos, o real valorizado em relação ao dólar e até a facilidade de financiamento em outros países são apontados como os principais fatores para essa disposição. Mas há também quem admita estar fugindo da ganância dos que embarcaram na cobrança de preços estratosféricos pelo metro quadrado tanto no Rio como em São Paulo: até R$ 50 mil o metro quadrado numa cobertura na Vieira Souto ou mais de R$ 32 mil o metro quadrado na Delfim Moreira ou entre R$ 20 mil e R$ 30 mil o metro quadrado em áreas nobres da zona sul de São Paulo.

O setor imobiliário confirma que o ritmo desses negócios em 2011 foi duas vezes maior do que o verificado em 2010 e até 30% superior ao registrado em 1997, quando real e dólar estavam nas negociações de agora é que a maioria de interessados é formada por brasileiros que buscam por um segundo imóvel, principalmente para passar as férias. Tanto que de 11 negócios fechados por brasileiros, dez ficam em Miami, com preços a partir de US$ 250 mil, e apenas um em NovaYork. Ou seja, não se trata tão somente de investimento, mas sim de algo para uso próprio junto a praias.

Dada a continuidade de consultas a corretores e bancos por parte dos interessados, analistas apostam no prosseguimento desta tendência. A maior parte paga à vista, mas há quem dê 40% de entrada e financie o restante, aproveitando os juros anuais, que não ultrapassam a casa dos 5%. Nesse sentido, alguns brasileiros chegaram a comprar vários imóveis, quase que alugando-os de imediato para pagar as dívidas assumidas com bancos.

O brasileiro também estende sua procura por imóveis no exterior aos países vizinhos. Destaque para a sua presença no Uruguai. Dos US$ 7 mil em negócios imobiliários fechados diariamente em Punta del Este, em 2011, 40% foram pagos por clientes do Brasil - 67% procedentes de São Paulo. "O interesse é tamanho que vamos abrir nossa primeira loja lá em maio, fazendo a conexão direta de São Paulo com Punta del Este", informa o presidente da Century 21.

La Barra, Jose Ignacio, Playa Brava, Bosque e Beverly Hills são as regiões que mais atraem brasileiros. "Nelas, 78% das transações são de novos empreendimentos e 22% de imóveis de revenda. Em Jose Ignacio, por exemplo, metro quadrado de mansões custa US$ 2.300." O dirigente destaca as facilidades que o governo uruguaio dispensa aos estrangeiros que lá queiram plantar raízes: só exige renda estável e não possuir antecedentes criminais.

Os estrangeiros têm direitos e proteções idênticos aos dos uruguaios para comprar e vender imóveis em todo o seu território. "A igualdade é garantida por lei e o seu sistema de registro de imóveis é sólido, bem como o sistema bancário, com leis de privacidade. O país é política, social e economicamente estável, possuindo economia aberta preços, fluxo de capital, convertibilidade de moeda e repatriamento de capital e dividendos livres", conclui.

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