quarta-feira, 28 de março de 2012

BNDES apoiará estudos da UERJ e da UFPB sobre microempreendedor individual

Matéria publicado no Portal Fator Brasil

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apoiará com R$ 200 mil dois estudos acadêmicos sobre a lei 128/08, que instituiu a figura do microempreendedor individual (MEI). Os recursos irão para a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), através da sua Fundação de Apoio à Pesquisa e à Extensão da Paraíba (FUNAPE-PB). 

Os estudos, que serão conduzidos de maneira independente por cada instituição, têm o objetivo de diagnosticar a adesão de trabalhadores informais como microempreendedores individuais nos primeiros anos de vigência da Lei Complementar e avaliar o impacto dessa formalização sobre a demanda de crédito, a receita fiscal e a geração de emprego. 

Pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Economia da UFPB tratarão dos nove Estados da região Nordeste, enquanto o Instituto de Matemática e Estatística da UERJ cobrirá os 92 municípios do Rio de Janeiro. Os dois projetos apoiados pelo BNDES foram selecionados a partir de Chamada Pública desenvolvida por meio de cooperação técnica entre o Banco e o Ministério da Previdência Social. 

Os recursos, não reembolsáveis, são provenientes do Fundo de Estruturação de Projetos (BNDES FEP), constituído com parte do lucro do Banco e destinado a fomentar pesquisas ou estudos que contribuam para a formulação de políticas públicas ou a geração de projetos de desenvolvimento econômico e social no Brasil e na América Latina. 

Em vigência desde 1º de julho de 2009, a lei 128/08 institui a figura do microempreendedor individual, que tem direito à inclusão no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), mas fica isento de praticamente todos os tributos, à exceção de taxas simbólicas de ICMS (caso indústria ou comércio) e ISS (caso serviço). 

Outra vantagem é a alíquota reduzida na contribuição previdenciária, de apenas 5% (R$ 29). Até janeiro de 2012, a Receita Federal registrou 1,8 milhão de MEIs cadastrados, aumento de 134% em relação a janeiro de 2011.

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segunda-feira, 26 de março de 2012

Banco adota no cheque especial taxa de consignado

Juro mais baixo do País nessa modalidade só está disponível para clientes do Sofisa e seu braço online Sofisa Direto; analista vê estratégia de marketing

ROBERTA SCRIVANO - O Estado de S.Paulo
Matéria publicada em www.estadao.com.br

O Sofisa Direto coloca hoje à disposição dos seus clientes um cheque especial com taxa menor que a de crédito consignado - o mais barato do mercado. Chamado Saque Especial, o produto cobrará 1,95% ao mês. A média do mercado para o cheque especial é de 9,5% mensais. O consignado cobra, também em média, 2% ao mês.

O banco, braço totalmente online do já conhecido Sofisa, iniciou em junho do ano passado as suas operações com a venda de CDBs que pagam, no mínimo, 100% do CDI (taxa de juros de referência do mercado financeiro nacional). O porcentual vale para qualquer valor investidor - um diferencial em relação à prática de outros bancos, que dão melhor rentabilidade para quem tem valores mais altos.

Agora, o Sofisa quer desmanchar a imagem de banco de atacado e mostrar ao cliente que pode oferecer mais. O lançamento do Saque Especial é o primeiro passo nessa direção, explicou Bazili Swioklo, diretor do Sofisa Direto. Embora não tenha antecipado detalhes, o executivo disse que a partir do segundo semestre mais novidades virão.

Para que o uso do cheque especial não seja indiscriminado, sobretudo porque a taxa é baixa, o banco só disponibilizará o limite pré-aprovado para quem já é cliente e, portanto, tem investimentos na instituição. "O risco para nós é muito baixo porque já temos esse cliente na carteira, com dinheiro aplicado aqui", comentou Swioklo para justificar como o banco conseguiu alcançar os 1,95% de taxa por mês.

Competição. Oferecer produtos mais atrativos também é uma forma de atrair a atenção dos clientes e ganhar competitividade diante dos tradicionais grandes bancos. Alcides Leite, professor da Escola de Negócios Trevisan, avalia que oferecer o limite de crédito pré-aprovado pode ser exclusivamente uma jogada de marketing do Sofisa. 

"O perfil do cliente deles não é de tomador de empréstimo. Mas, sem dúvida, ter o limite pré-aprovado é um atrativo."

Fazer a "venda casada" de investimento e crédito também ajuda a assegurar o empréstimo, frisa Leite. Colocar o limite à disposição, diz o professor, não provoca suspeitas contra a instituição. "Mesmo se o banco quebrar, quem estará com o dinheiro é o cliente que, mesmo nesse caso extremo, terá de pagar a dívida", explica. O cuidado, diz ele, deve ser sempre em relação ao investimento. O Fundo Garantidor de Crédito (FGC) assegura aplicações de até R$ 70 mil em CDBs. Portanto, investimentos dentro do limite não têm risco.

O Sofisa Direto não abre conta corrente com cartão de débito, por exemplo. Isso também impede que o limite de cheque especial seja usado com tanta facilidade quanto no banco de varejo. Quem quiser usar o Saque Especial precisa, pela internet, solicitar a transferência do dinheiro para outra conta e, em seguida, fazer o saque. "Não é um empréstimo para consumo, mas para aproveitar oportunidades", detalha Swioklo.

Desta forma, completa o executivo, não há necessidade de o investidor sacar os seus recursos que estão aplicados e desfazer a estratégia inicialmente traçada. "Queremos facilitar a vida do nosso cliente".

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Fuga de capitais enfraquece o yuan

Matéria publicado no The Wall Street Journal

Para saber quais as perspectivas para a China, siga o rastro do dinheiro. 

Operadores nos mercados de câmbio da China estão relatando duas semanas de vendas de yuans — sugerindo que o capital está saindo do país. Cálculos baseados em dados do banco central chinês sugerem que muito capital especulativo deixou o país em quatro dos últimos cinco meses, totalizando uma fuga de capital de mais de 200 bilhões de yuans (US$ 31,7 bilhões). 

As expectativas menores para a valorização do yuan formam grande parte do quadro. O banco central fixou a cotação do yuan em uma alta recorde frente ao dólar na sexta-feira e na segunda-feira. Apesar disso, a moeda chinesa registrou alta de apenas 0,2% contra o dólar no primeiro trimestre. Isso se compara com uma valorização de 5,1% em 2011. Com poucas esperanças de lucros fáceis por meio da taxa de câmbio, o capital especulativo está rumando para a porta da saída. 

Há implicações políticas importantes. Um êxodo de fundos do sistema financeiro chinês ameaça exaurir a liquidez dos bancos e torna mais provável que o banco central afrouxe sua política, provavelmente reduzindo a proporção de reservas bancárias compulsórias. Não é coincidência que a primeira queda nessa proporção – uma iniciativa que libera os depósitos bancários para empréstimos – ocorreu em novembro, depois de dois meses de fuga de capital. 

Ações destinadas a aumentar a flexibilidade do regime cambial da China podem ser adiadas. O yuan atualmente é negociado contra o dólar em uma faixa de 0,5% acima ou abaixo da cotação fixada diariamente. O banco central deseja ampliar essa faixa para permitir maior flexibilidade nos dois sentidos, reduzindo os estímulos aos investidores que fazem apostas de mão única na apreciação do yuan ao trazer capital especulativo para o país. 

Mas o banco central chinês ainda vive sob a grande sombra da crise financeira asiática, quando repentinas fugas de capital deixaram países vizinhos de joelhos. Ampliar a faixa num momento em que o capital especulativo já está saindo do país poderia provocar uma pressão ainda maior para a venda de yuans. Isso significa que a mudança na política cambial, há muito aguardada, provavelmente ficará em suspenso pelo menos por um pouco mais de tempo.


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quarta-feira, 21 de março de 2012

Doenças por fumo custam US$ 185 milhões aos brasileiros, diz pesquisa



Sílvio Guedes Crespo
Matéria publicada no Blog Radar Econômico

Os brasileiros gastaram US$ 185 milhões (R$ 340 milhões, na cotação atual) tratando de doenças relacionadas ao uso do tabaco, segundo o mais recente relatório da Fundação Mundial do Pulmão. Esse valor inclui as despesas dos setores público e privado com o problema. 

O número é relativamente baixo se comparado com outros países. Nos Estados Unidos, cuja população é apenas 64% maior que a brasileira, o chamado “custo direto do tabaco”, nas palavras da fundação, somou US$ 96 bilhões. 

O estudo inclui diversos outros dados sobre a indústria de tabaco, entre eles um cálculo curioso: para cada US$ 6 mil que as empresas de fumo lucram, uma pessoa morre em decorrência do tabagismo. 

O dado resulta de uma divisão do lucro estimado das seis maiores companhias de tabaco do mundo em 2010 (US$ 35 bilhões) pelo número de pessoas que morreram de doenças causadas pelo fumo (6 milhões). 

Não custa dizer que essa constatação vale apenas como curiosidade. Logicamente, não pode ser interpretada ao pé da letra, como se cada pessoa morresse após gastar US$ 6 mil em cigarros, ou seja, após consumir 2 mil maços de R$ 5 cada.

Íntegra 
Clique aqui para baixar o relatório da Fundação Mundial do Pulmão

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Uma boa conversa é a chave da saúde financeira de um casal


Matéria publicada no The Wall Street Journal

Quando os casais vêm pela primeira vez consultar Bruce Helmer, do Wealth Enhancement Group (Grupo para Aumentar a Riqueza), em Minneapolis, no Estado americano de Minnesota, ele costuma dar a eles um baralho de cartas. Cada carta tem uma palavra que representa um valor, como família, espiritualidade ou aventura, e Helmer pede a cada cônjuge que selecione entre as 50 cartas as 15 que julga mais importantes para si. Por fim, cada um deve reduzir sua seleção para 10 e depois para 5 cartas. Nesse ponto, os dois mostram suas cartas.

Os resultados muitas vezes surpreendem os casais, pois um dos cônjuges talvez nunca tenha imaginado que o outro tem o sonho de escalar o Monte Evereste ou fundar uma ONG. E também indicam uma das maiores dificuldades do planejamento financeiro: conseguir que marido e mulher conversem e expressem o que é mais importante para cada um. 

O trabalho do assessor financeiro é fazer com que a conversa passe de objetivos vagos, como "economizar o suficiente para a aposentadoria", a metas bem reais e concretas, como definir qual o legado que o casal quer deixar na vida. Não é uma tarefa fácil, e exige muito planejamento — e às vezes criatividade — por parte do assessor. 

Kimberly K. Maez, consultora particular para gestão de fortunas na Ameriprise Financial Inc., em Colorado Springs, no Estado do Colorado, dá uma tarefa aos clientes: criar o que ela chama de "livro dos sonhos", usando uma série de perguntas para ajudá-los a desenvolver uma visão para as suas vidas. As perguntas incluem: Como você quer que a sua vida seja daqui a cinco anos? O que é importante para você em relação à família? O que você quer que o seu dinheiro faça para você, para a sua família ou para o legado que você vai deixar? 

Cada cônjuge responde a essas perguntas individualmente e depois conversa sobre o que escreveu. "Eu digo aos clientes que é realmente importante que eles saiam da roda-viva do cotidiano e conversem um com o outro", diz Maez. "Se essas conversas não acontecem ao longo do relacionamento, quando os filhos vão para a universidade a relação tem uma tendência maior a se desintegrar." 

Um casal com quem Maez trabalhou chegou à conclusão de que suas vidas estavam indo em direções diferentes: ele queria viajar para a China e ela queria trabalhar para uma organização de caridade, prestando assistência médica gratuita a pessoas de baixa renda. Antes de discutir de que forma eles poderiam financiar esses objetivos, Maez primeiro pediu ao casal que pensasse se cada um poderia dar apoio ao outro nesses caminhos separados. 

Não foi fácil. No início, ela notou que a mulher ficava de braços cruzados e o homem parava de se envolver na conversa. Mas Maez continuou a fazer perguntas e deixou o casal passar por momentos incômodos de silêncio. Ela então lhes disse para voltar para casa e pensar sobre seus objetivos, individualmente. "Eles perceberam que estão juntos há 25 anos e nunca conversaram sobre a visão de cada um para essa fase da vida", diz Maez. 

Um mês depois, o casal voltou e teve uma conversa aberta, onde cada um teve permissão de dizer o que queria, sem que o outro ficasse na defensiva. 

A mulher, de 60 anos, agora trabalha para uma organização sem fins lucrativos. O marido, de 62 anos, faz periodicamente viagens de duas semanas para o exterior. "Foram as conversas que surgiram a partir do livro dos sonhos que lhes permitiram compreender que cada um tinha que fazer o que queria", diz Maez. Isso, por sua vez, lhes permitiu chegar a um planejamento financeiro mais realista, diz ela. 

Stacy e Barry Johnson, que trabalham juntos em uma consultoria financeira em Casper, no Estado de Wyoming, dizem que o fato de serem um casal os ajuda a entender melhor o funcionamento interno de um relacionamento, quando o assunto é o planejamento das finanças. 

As mulheres muitas vezes se sentem inclinadas a trabalhar com Stacy, e os homens com Barry. "Como casal, temos dois pares de olhos e ouvidos distintos e perspectivas diferentes, o que ajuda os casais a quebrar essas barreiras", diz Stacy, consultora de gestão de investimentos na firma Raymond James Financial Services Inc. 

Os assessores financeiros se lembram de um casal cujo marido tinha guardado muito dinheiro e havia separado as economias em diferentes categorias: viagens e diversão, despesas mensais e despesas para a educação futura dos netos. 

O problema era que a esposa não havia sido envolvida no processo de planejamento financeiro. "Ele sempre pensou em economizar para suas próprias categorias de atividade e não tinha levado as necessidades da mulher em consideração", diz Johnson. "Pedimos que ela expressasse seus desejos." 

Foi a primeira vez que alguém lhe perguntou sobre seus próprios planos de aposentadoria e serviu para lembrá-los que o casamento é uma parceria, na qual ambos os cônjuges merecem ser ouvidos.

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quarta-feira, 14 de março de 2012

Gustavo Franco diz que Brasil deve se acostumar a real valorizado



A abundância cambial no Brasil não é produto de guerras cambiais mundiais ou resultado de um tsunami financeiro como afirma o governo, disse Gustavo Franco, antigo presidente do Banco Central do Brasil, que também é sócio e diretor executivo da firma Rio Bravo Investimentos. 

"As autoridades no Brasil parecem estar querendo se eximir da culpa pela valorização da moeda", disse Franco em uma entrevista ao The Wall Street Journal. 

O ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega, cunhou o termo "guerra cambial" para descrever as políticas de dinheiro fácil do mundo desenvolvido, enquanto a presidente Dilma Rousseff referiu-se recentemente a um "tsunami financeiro" para reclamar do efeito do dinheiro barato disponibilizado pelos bancos centrais da Europa e dos Estados Unidos. 

Para Franco, que na década de 90 era defensor do regime de taxa de câmbio fixa no Brasil, é uma "perda de tempo" para o governo brasileiro culpar fatores externos e deixar de olhar para os problemas estruturais que permanecerão mesmo depois que o "tsunami" passar, pois a "saúde da economia brasileira" trará mais investimentos ao país. 

"As melhorias na economia são melhorias na moeda... É melhor não lutar contra isso, mas acostumar-se com isso", disse Franco. 

Embora admitindo que intervenções do governo proporcionam algum alívio de curto prazo para o real, ele afirmou que estas ações têm impacto limitado, pois as forças do mercado prevalecerão. Na sua opinião, as mudanças estruturais criam um novo desafio para os líderes da indústria brasileira, que tinham "ideias românticas sobre uma indústria completamente nacionalizada", e que agora precisam aceitar que o conceito de uma indústria autossuficiente, com índices de conteúdo nacional de 95%, é inconsistente com a economia global. 

"Você precisa ser capaz de usar as melhores importações do mundo, capaz de exportar sua atividade; ter plantas na China e Índia e comprar máquinas da Alemanha", disse Franco. 

O antigo presidente do Banco Central acredita que o Brasil está passando por uma transformação parecida àquela já vivenciada pelo Japão e pela Coreia, quando esses países fizeram sua transição para se tornar economias desenvolvidas. Para Franco, o que o Brasil precisa fazer — e já está fazendo — é reduzir o custo de capital, baixando a taxa de básica de juros, a Selic, e também buscar níveis mais altos de produtividade.

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domingo, 11 de março de 2012

O mercado de trabalho do economista

Por Fernando de Aquino Fonseca Neto (*)
Artigo publicado em http://www.cofecon.org.br

O espaço do economista no mercado de trabalho no Brasil tem sido restringido pela visão que se formou desse profissional. As definições de economia, dentre as quais uma mais inteligível seria “a ciência que trata dos fenômenos relativos à produção, distribuição e consumo de bens e serviços”, evocam uma disciplina de natureza acadêmica, aplicável apenas às discussões da atuação dos governos no ambiente econômico, ou ainda às perspectivas de diversos mercados, em escala global, nacional ou local. É analisando esses temas e eventos que o economista tem tido frequente exposição na mídia, o que faz parecer que o seu espaço seria apenas o de estudioso acadêmico. Outro espaço de atuação reconhecido pela opinião pública seria como especialista em mercado financeiro – habilitado a identificar as melhores oportunidades de compra e venda de ações e títulos, assim como as mais adequadas opções de aplicações financeiras e de financiamentos para indivíduos e empresas. 

De fato, a área acadêmica e o mercado financeiro são fortes áreas de atuação dos economistas – no Brasil e no mundo poucas áreas seriam comparáveis em quantidade e qualidade de mestres, doutores, periódicos científicos e instrumental metodológico; assim como em formação e habilidades para um desempenho diferenciado no mercado financeiro. Entretanto, em várias outras atividades o envolvimento de economistas é vantajoso não só por ampliar o seu campo de atuação, mas pelo seu potencial de prestar serviços mais adequados que outros profissionais, sempre que sua formação específica possibilitar, elevando a eficiência na utilização dos recursos, com implicações favoráveis sobre os resultados do contratante e, como a própria teoria econômica postula, sobre o bem-estar social. 

Mas qual seria esta formação específica? Muitos reclamam, sobretudo os próprios economistas, dos conteúdos dos cursos serem muito teóricos e abstratos, não lhes capacitando para atender às demandas do mercado. Em que pese a importância do aumento de conteúdos de aplicação mais direta, deve-se admitir que é justamente essa sólida formação teórica que permite um efetivo acompanhamento da conjuntura econômica, até em escala global, e uma correta interpretação do comportamento dos mercados de interesse. Agregue-se a essa formação o domínio de instrumentos bem específicos dos economistas, como cálculo financeiro, econometria e análise de insumo produto. Antes mesmo da reserva de mercado legal, disso resultam as suas vantagens em várias atividades. 

As demais profissões são dignas de todo respeito e reconhecimento nas atividades em que suas formações são mais adequadas. Dentre os que interagem com mais freqüência com os economistas, vale citar os administradores, os contadores e os engenheiros. Longe de querer rotular ou limitar a atuação de qualquer profissional, o foco do administrador seria a gestão das diversas áreas de uma instituição; do contador, o registro das alterações e levantamento de demonstrativos do patrimônio de uma instituição, e do engenheiro, a identificação das soluções mais adequadas para demandas no âmbito físico. Assim, o administrador se envolve na gestão de todas as áreas, o contador se apresenta para assumir as demandas de natureza financeira e o engenheiro é dotado de um treinamento que lhe confere grande habilidade para atividades de natureza analítica, mas esses profissionais não retiram a utilidade do economista para empresa, como funcionário e/ou como prestador de serviços. 

Embora com demanda consolidada no mercado financeiro e nas atividades de pesquisa, em universidades, instituições de pesquisa e consultorias, os economistas sofrem a concorrência de outros profissionais em atividades nas quais teriam a formação mais adequada. Nessa situação, vale citar três exemplos – planejamento, projetos e perícia. Deve-se esperar que equipes multiprofissionais tenham desempenho melhor em tais atividades, mas a presença de economistas seria indispensável para a obtenção de resultados de alto padrão, principalmente em função de sua formação voltada para entender o ambiente macro e microeconômico. Essa capacidade em outro profissional é improvável e tende a ser inadequada, podendo ser difusa, superficial ou representar mera opinião. 

Nas atividades de planejamento, seja no setor público ou privado, a elaboração de cenários macro e microeconômicos é indispensável. No mesmo sentido, a elaboração de projetos de viabilidade econômico-financeira exige a identificação de dimensões, momentos e ritmos dos projetos que demandarão pesquisas de mercado e correto acompanhamento da conjuntura e tendências econômicas. Enquanto na perícia econômico-financeira, a utilização de cálculos financeiros e econométricos, além da aplicação de indicadores econômico-financeiros, são requeridos, fazendo do economista o profissional mais habilitado. Observe-se que a perícia econômico-financeira é muitas vezes erroneamente denominada perícia contábil, o que não modifica a sua substância nem a torna privativa do contador. Em particular, essas três atividades citadas são bons exemplos das que seriam mais adequadas à formação do economista, mas muitas vezes são desempenhadas pelo contador, sobretudo por estarem mais próximos das empresas no exercício de suas atividades privativas de registros e elaboração de demonstrativos contábeis. 

Apenas para preencher planilhas e formulários não é preciso ser economista, assim como apenas para cortar alguém com o bisturi não é preciso ser cirurgião. Então, que tal fazer uma cirurgia plástica com um esteticista? Afinal de contas, os barbeiros, que já cortavam os cabelos dos clientes regularmente, eram aproveitados para eventuais extrações de dentes. Porém, nesse serviço nós já evoluímos. 
___________________________________________________
(*) Fernando de Aquino Fonseca Neto é doutor em economia pela Universidade de Brasília e presidente do Conselho Regional de Economia de Pernambuco (CORECON-PE)

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Dominado pela Caixa, financiamento estudantil migra para o BB

Por Murilo Rodrigues Alves
Valor Econômico

BRASÍLIA – O Banco do Brasil (BB) conseguiu abocanhar quase metade do mercado de financiamento estudantil no país. A instituição emprestou R$ 913,2 milhões a universitários em fevereiro, aumentando o volume da sua carteira do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para o acumulado de R$ 3,21 bilhões desde agosto de 2010, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo banco. 

Esse mercado até pouco tempo era exclusivo da Caixa Econômica Federal. Em 2010, quando o BB começou a fazer esse tipo de operação, a fatia do banco no mercado era de apenas 3%. A participação saltou para 30% no fim de 2011 e, com os contratos já formalizados neste ano, subiu para 48%. “O banco tem como objetivo tornar-se o principal operador do Fies”, informou, em nota, o BB. 

No mês passado, foram recebidos quase 25 mil novos contratos, 75% a mais do que os 14,3 mil de janeiro deste ano. Foram formalizadas mais de 40,5 mil operações de Fies no BB no acumulado de 2012 - ou 87% do total registrado em todo o ano passado (46,2 mil). De acordo com o banco público, 88 mil universitários de faculdades privadas já contrataram empréstimos na instituição, com "tíquete" médio de aproximadamente R$ 36,6 mil. 

O Fies permite financiar até 100% do valor da graduação, com prazo de pagamento de até três vezes o período financiado, mais um ano. Os juros são de 3,4% ao ano (ou 0,27% ao mês) para todos os cursos. O pagamento começa um ano e meio depois da formatura.

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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Empresários doam dinheiro ao Ocupar Wall Street

Matéria publicada no The Wall Street Journal

Um grupo de empresários de destaque, incluindo Ben Cohen e Jerry Greenfield, da cadeia de sorveterias Ben & Jerry's, e o ex-manager do Nirvana, Danny Goldberg, estão planejando doar quantias substanciais ao movimento Ocupar Wall Street, na esperança de manter os protestos acesos e promover mudança política. 

O objetivo deles é fornecer algum lastro a um movimento amorfo que capturou a atenção do mundo com protestos ininterruptos em dezenas de cidades, mas que vem tendo dificuldades para manter o impulso inicial. 

Os mais recentes patrocinadores do Ocupar Wall Street se intitulam Grupo de Recursos para o Movimento e já conseguiram levantar cerca de US$ 300.000, que serão divididos em doações para os manifestantes, disse Cohen. O objetivo dos empresários é captar US$ 1,8 milhões. 

Um pouco mais de dois terços foi doado pela Fundação Ben & Jerry's e membros do comitê diretor do grupo, que inclui Dal Lamagna, fundador da empresa Tweezerman, Richard Foos, executivo da indústria entretenimento, e Judy Wicks, fundadora do White Dog Café em Filadélfia, além de Cohen, Greenfield e Goldberg. 

O restante, cerca de US$ 60.000, veio de doadores individuais, incluindo Norman Lear, produtor de televisão e filantropo, e Terri Gardner, ex-diretor geral e executivo principal da empresa de produtos para cabelo Soft Sheen. 

"Muitos de nós vêm trabalhando em prol de uma mudança social progressista", disse na segunda-feira Cohen, um proeminente defensor das causas liberais. "Está faltando um ingrediente crítico." 

Desde o início, o movimento popular gerou críticas em alguns círculos devido à sua mensagem ambígua. Além disso, alguns locais onde os manifestantes acamparam tiveram episódios de violência e levantaram questões de saneamento e segurança pública. 

"Não creio que o movimento Ocupar tenha apresentado um programa específico. O que ele não tem sido é uma força capaz de unir", disse Josh Barro, de 27 anos, membro graduado do Instituto Manhattan, um centro de estudos de Nova York sobre política governamental que promove o livre mercado. 

O grupo vai fazer doações de até US$ 25.000 a manifestantes de todo o país, depois de um processo de seleção dos pedidos, que começa em março. O grupo, juntamente com cinco ativistas do Ocupar, vai examinar os pedidos. 

Cohen e outros membros do grupo se reuniram com manifestantes em uma igreja de Manhattan domingo à noite para lançar a ideia para os ativistas mais dedicados. Nem todos tiveram boa impressão, argumentando que isso iria apenas acrescentar mais burocracia. 

"Basicamente, este é um grupo de pessoas muito ricas que escolheram alguém para lidar com o movimento Ocupar Wall Street", disse Ravi Ahmed, de 34 anos, um manifestante que trabalha como administrador acadêmico. "Eles recriaram o que há de errado com as estruturas das organizações filantrópicas e sem fins lucrativos." 

Goldberg, de 61 anos, disse que concorda com a mensagem do movimento. 

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

‘Economist’ aponta sinais de perda da hegemonia dos EUA

Sílvio Guedes Crespo
Matéria publicada no Blog Radar Econômico

A revista britânica “The Economist” enumerou, em um artigo, alguns dados indicando que os Estados Unidos estão perdendo espaço no mercado mundial. Veja abaixo. 

. De 1999 a 2009, a participação dos EUA na indústria aeroespacial mundial caiu 36%. No mesmo período, o país também teve perda nos mercados de tecnologia da informação (queda de 9%), equipamentos de comunicação (8%) e carros (3%); 

. As multinacionais dos EUA têm escolhido outros países para gerar emprego e inovar. Em 1989, 21% dos empregados dessas companhias estavam fora dos EUA; em 2009, essa proporção já estava em 32%. Em 1999, só 9% dos investimentos de multinacionais americanas em pesquisa e desenvolvimento eram feitos fora dos EUA; em 2009, 16% o eram; 

. A Harvard Business School fez recentemente uma pesquisa com seus alunos. Perguntou a eles, entre outras coisas, se as empresas em que eles trabalham têm preferido investir nos EUA ou fora. Os EUA perdiam em dois terços das respostas; 

É verdade que esses dados não dizem tudo sobre a economia americana. Por exemplo, a revista não analisou a evolução da produtividade nos EUA. Sobre a transferência de empregos para outros países, não disse se os funcionários contratados no exterior ganham mais ou são mais qualificados. 

Enfim, não é um estudo completo sobre a perda da hegemonia dos EUA, mas já diz algo. O país perde mercado em setores de ponta, como o aeroespacial e a tecnologia da informação. Isso vai de encontro ao lugar comum segundo o qual o capital só sai dos EUA quando busca mão de obra barata e pouco qualificada. 

Trunfos e dificuldades 

Para o semanário, os EUA têm “trunfos enormes” e alguns empecilhos para enfrentar esse cenário. Os trunfos citados pela publicação são as “universidades imbatíveis” e um mercado altamente diversificado. 

Os problemas seriam a imprevisibilidade da política. Ou, de “Sem um consenso dos partidos [sobre o desequilíbrio nas contas públicas], ninguém pode conter os imensos programas sociais que crescem automaticamente, como o Medicare (de saúde) e a Seguridade Social (aposentadoria e pensão)”, diz. “Dessa forma, os déficits se escancaram e o estado de bem-estar social continuam aumentando, mesmo que as estradas americanas se desfazem. Essa não é uma receita para o dinamismo”, disse a publicação.

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domingo, 12 de fevereiro de 2012

Nos EUA, bancos pagam para devedores venderem casas

Sílvio Guedes Crespo
Matéria publicada no Blog Radar Econômico



A economia dos Estados Unidos já está produzindo mais do que em 2007, antes da crise, e também teve uma leve melhora no mercado de trabalho nos últimos meses. Mas o setor imobiliário, que gerou a bolha americana, ainda vai muito mal. 

Isso pode ser constatado de longe, em indicadores como preço de moradias, em queda livre desde 2006, ou de perto, observando as mais inusitadas tentativas dos bancos de se livrarem desse problema. 

A mais recente bizarrice foi noticiada pelo site CNN Money nesta sexta-feira. Os bancos estão pagando para que seus devedores vendam rápido suas casas. Assim, as instituiçoes financeiras recuperam pelo menos parte do que haviam emprestado. Em alguns casos, elas oferecem até US$ 35 mil para os inadimplentes. 

O dinheiro é ofertado a pessoas cuja dívida vale mais do que a própria casa. Em situações normais, o banco tomaria a casa dos devedores. No entanto, durante a atual crise os inadimplentes aprenderam diversas formas de resistir a isso. Há quatro anos, o processo de execução de hipotecas levava 253 dias; hoje, demora 674, segundo uma pesquisa citada pelo CNN Money. 

Há devedores que conseguem segurar suas casas por mais de três anos sem pagar. Para os bancos, isso representa uma perda considerável, porque, além de demorar para receber o imóvel, ainda precisam pagar as taxas referentes ao tempo em que a residência ficou nas mãos do inadimplente. 

“Para os bancos, executar hipotecas torna-se uma opção cada vez mais difícil e cara”, afirma a reportagem do CNN Money. 

Mesmo depois que conseguem tomar as casas dos devedores, os bancos continuam tendo perdas. No ano passado, o “Washington Post” noticiou que algumas instituições financeiras estavam demolindo as residências, para vender mais rápido. São soluções tão exóticas quanto as operações financeiras feitas a partir de empréstimos imobiliários de alto risco e que em 2008 se revelaram na forma de “ativos tóxicos”

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Tags: crise-imóveis-americana, EUA-queda-preços-imóveis, crise-hipotecas, bolha-imobiliária, bancos

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Há uma bolha imobiliária?

Escrito por Frederico Porto

Muito se debate sobre a existência de uma bolha no mercado imobiliário do Brasil. Em geral, as bolhas imobiliárias surgem em economias onde há ambiente permanente de juros baixos. Nada mais distante da realidade brasileira. Apesar dos cortes na Selic, a taxa de juros real ainda é das mais altas do mundo, e os percentuais praticados pelo mercado são muito superiores aos observados em países que passaram por esse processo de valorização insustentável do preço dos imóveis. 

Outra característica de mercados suscetíveis à formação de bolhas é a atuação intensa de "flippers", ou seja, investidores que alocam recursos para o mercado imobiliário objetivando um lucro rápido. Eles exploram o setor como alternativa ao mercado de capitais ou como uma fonte de investimento meramente especulativo. Essa atividade aumenta artificialmente o valor do imóvel com o consequente desequilíbrio entre oferta e demanda. 

Em que pese o argumento de que certos compradores de imóveis na planta possam estar especulando, vale notar que a natureza desse tipo de financiamento no Brasil é muito distinta de mercados como o americano pré-crise de 2008. Aqui, via sinal e parcelas mensais, o comprador capitaliza por vezes até 30% do valor do imóvel antes da entrega. Lá, compradores na planta investiam valores muito menores. Muitas vezes, sequer pagavam pela opção do direito de compra. E, quando da entrega do empreendimento, caso houvesse redução do valor de mercado do imóvel, muitos não exerciam a opção de compra, aumentando a oferta de imóveis no mercado. 

Outro aspecto que se observa é a ausência de produtos no mercado de crédito imobiliário brasileiro, onde o devedor possa financiar mais do que o valor de mercado do imóvel, pagar apenas a parcela referente aos juros da parcela (amortização negativa) ou/e obter crédito sem apresentação de documentação comprobatória de renda. Além disso, o arcabouço regulatório brasileiro é menos fragmentado que o americano. O BC regula e fiscaliza as entidades que concedem crédito imobiliário, diferentemente dos Estados Unidos, onde uma sistemática regulatória complexa possibilitava a existência dos chamados "bancos sombra", que concediam créditos sem avaliação devida da capacidade de pagamento do contratante, e operavam alheios à supervisão do regulador. 

No que tange ao mercado de securitização, nota-se que as estruturas existentes no mercado brasileiro não atingiram a complexidade dos instrumentos mobiliários dos Estados Unidos. As estruturas dos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) brasileiros (sênior/subordinado, por exemplo) são claras e chegam a ser consideradas até mesmo pueris quando comparadas aos instrumentos de seguro mobiliário ("monoliners") e as complexas estruturas de "collateralized debt obligations" (CDOs), que contavam com mais de 50 séries e títulos respaldando uma única emissão, fato que inviabilizava uma precificação adequada do instrumento. 

Nota-se ainda que, embora o mercado de capitais brasileiro esteja evoluindo como instrumento de financiamento da produção imobiliária (vide o sucesso e popularização dos fundos imobiliários), não há o excesso de liquidez que provocou desequilíbrio nos mercados financeiro-imobiliário europeu e americano. 

Nesse sentido, dados de abril de 2011 do Banco Central do Brasil indicam que a porcentagem do mercado de crédito imobiliário em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) é de menos de 5%, muito inferior do que mercados como o espanhol (61%) e americano (70%). Mesmo crescendo, a disponibilidade do crédito imobiliário no Brasil seguirá sendo, por algum tempo, muito pequena quando comparada a outros países. 

Houve um inegável aumento nos preços dos imóveis, em especial nos maiores centros metropolitanos, como Rio de Janeiro e São Paulo. Aí reside a suspeita da existência de uma bolha. Todavia, em vez de especulativa, tal valorização reflete o crescimento e estabilização da economia brasileira, o gatilho da chamada janela demográfica e o crescimento da capacidade de consumo e tomada de crédito de uma parcela considerável da população, que até então estava alheia ao mercado financeiro-imobiliário. Além disso, a inflação, embora estável, ainda impacta no mercado da construção civil com aumentos nos custo da matéria prima e mão de obra. 

Sabe-se que as bolhas especulativas são inerentes ao capitalismo e infelizmente sua identificação normalmente ocorra apenas com o benefício da retrospectiva. Embora não se observe sinais de que o mercado brasileiro esteja sob a égide de um processo especulativo, é importante que haja instrumentos para avaliação quantitativa da evolução dos preços dos imóveis para que reguladores, autoridade monetária e demais participantes do mercado financeiro-imobiliário monitorem a apreciação dos ativos imobiliários e enderecem os excessos adequadamente. 

Os índices hoje existentes no Brasil muitas vezes refletem os preços de venda ofertados (ou pedidos) por construtoras e corretores imobiliários, carecendo de uma metodologia que corroborem uma análise robusta e precisa. Um bom exemplo seria a adoção de um índice semelhante ao Case-Shiller Index dos Estados Unidos, com metodologia de âmbito nacional, porém representando a oscilação de preço em milhares de localidades, respeitadas as peculiaridades de cada região. Tal índice é alimentado por todos os participantes do mercado financeiro-imobiliário americano e reflete operações efetivamente realizadas em uma determinada área ou cidade. Naturalmente, a mera existência de tal índice não significa uma proteção contra processo especulativo, como se depreende da própria experiência americana. Porém, a existência de instrumentos e réguas adicionais permitirá que se aprenda com os erros e eventualmente mitigando, ou mesmo evitando, um processo especulativo no Brasil. 

Frederico Porto é executivo da BFRE-Brazilian Finance & Real Estate. Graduado em direito pela PUC-SP, mestrado na University of Pennsylvania Law School.

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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Gabrielli deixa para trás uma Petrobras transformada

Por MICHAEL J. CASEY
Matéria publicada no The Wall Street Journal

Depois de quase sete anos à frente da Petróleo Brasileiro SA, José Sergio Gabrielli vai deixar em breve a estatal, uma gigante petrolífera que, sob a sua liderança, aumentou enormemente a produção brasileira e criou um novo modelo de exploração e produção. 

Com sua arrojada incursão na perfuração em águas ultra-profundas dando altos dividendos, a Petrobras ofereceu algo que seu executivo principal, que este mês será oficialmente desligado da empresa para assumir uma secretaria no governo da Bahia, descreve como uma "visão de como as petrolíferas podem crescer no futuro". A empresa também provavelmente vai colocar o Brasil no ranking dos principais países exportadores de petróleo. E como sua produção de gás natural deve aumentar, é provável que também alcance a tão cobiçada auto-suficiência de combustíveis para uma população de 195 milhões de habitantes. 

Respondendo por quase um quarto de todos os poços mundiais em águas de mais de 400 metros de profundidade, a Petrobras domina essa "nova fronteira" da produção petrolífera, disse Gabrielli em uma entrevista recente. Agora, seguindo sua liderança, outras empresas de prospecção estão perfurando em locais de águas profundas na costa ocidental da África, no Caribe colombiano, ao sul de Portugal, no Golfo do México e no Mar do Norte. 

Ao contrário de outras estatais do setor, como a venezuelana PDVSA, que encontra dificuldades de produção, a Petrobras costuma ser aplaudida pelas firmas de Wall Street, apesar de que o governo brasileiro, que detém 56% do capital votante, nomeia tanto o presidente do conselho como o executivo principal. 

Mas Gabrielli também deixa a Petrobras com desafios a enfrentar. Ela precisa investir a estoteante soma de US$ 225 bilhões nesta década a fim de quadruplicar sua produção em águas profundas e aumentar a distribuição em terra e sua capacidade no setor de refino e comercialização de combustíveis. O programa inclui alguns projetos monumentais em alto mar, como um terminal petroleiro flutuante e uma usina de liquefação de gás. Tudo isso faz parte do plano para mais que dobrar a produção brasileira de petróleo e gás, para 6.000 mil barris de óleo equivalente (BOE) diários. 

O programa prevê que o Brasil, que se tornou exportador líquido de petróleo em 2009, se torne também auto-suficiente em gás. A produção doméstica de gás deve aumentar de 40 milhões de metros cúbicos por dia para 70 milhões de metros cúbicos em 2014, superando o consumo atual de 50 milhões de metros cúbicos e permitindo que o Brasil dependa menos das importações da Bolívia. 

Até US$ 149 bilhões dos fundos necessários virão de lucros futuros, disse Gabrielli, citando o balanço de caixa da empresa do final de 2011, de US$ 26 bilhões, como um indicador positivo. Outros US$ 13,6 bilhões virão da venda de ativos de produção e exploração na Ásia, participações minoritárias em ativos não centrais e de direitos a alguns recebíveis. Para o restante, a empresa vai recorrer a instituições de crédito, tanto credores privados como o banco de desenvolvimento BNDES. 

Essas projeções se baseiam em preços médios de longo prazo do petróleo cru entre US$ 85 e US$ 95 o barril — um preço hipotético que está abaixo da previsão real da empresa, segundo a qual os preços vão oscilar, de modo volátil, em uma faixa entre US$ 105 e US$ 125 no futuro previsível. A base dessas projeções de preços, disse Gabrielli, é a crescente demanda de milhões de consumidores de mercados emergentes, bem como as compras especulativas estimuladas pela política monetária permissiva do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, e o Banco Central Europeu. 

Quanto à atual diretora da Petrobras para gás e energia, Maria das Graças Foster, nomeada pelo ministro das Finanças, Guido Mantega, como sucessora de Gabrielli, o executivo estima que ela seguirá a sua fórmula. "Ela é membro do conselho há quatro anos e está na empresa há mais de 40 anos", disse ele. "Ela está bem alinhada com o planejamento estratégico. Não prevejo grandes alterações para a empresa."

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domingo, 29 de janeiro de 2012

Brasil apresenta os piores resultados em retorno de serviços públicos à população pelo 2º ano consecutivo, aponta IBPT

Matéria publicada no Portal Fator Brasil

O estudo do IBPT foi realizado com 30 países de maior carga tributária, onde o Brasil figura na última posição. 


Mesmo com a alta carga tributária de 35,13% em relação ao PIB e a arrecadação de impostos ultrapassando a marca de R$1,5 trilhão em 2011, o Brasil continua não aplicando de forma adequada os valores arrecadados em serviços públicos à população, para a melhoria da qualidade de vida. É o que revela o “Estudo sobre Carga Tributária/PIB X IDH” concluído pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário – IBPT, no último dia 16 de janeiro. Pelo segundo ano consecutivo, o Brasil aparece na última posição entre os 30 países que registram maior carga tributária em todo o mundo. 

Para chegar a essa conclusão, o Instituto criou o Índice de Retorno de Bem Estar à Sociedade (IRBES), resultado da somatória da carga tributária segundo a tabela da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) de 2010 e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), conforme dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com a previsão do índice final para o ano de 2011. Quanto maior o valor do IRBES, melhor é o retorno da arrecadação dos tributos para a população. 

A Austrália lidera o ranking, sendo o país que melhor retorna os recursos arrecadados para o bem estar da população, seguida pelos EUA, que caiu para a segunda posição em relação ao ano passado, e a Coreia do Sul. Já o Japão e Irlanda, que ocuparam, respectivamente, as 2 e 3ª posições na pesquisa anterior, caíram para 4º e 5º lugar no ranking de 2012. 

”O Brasil, com arrecadação altíssima e péssimo retorno desses valores à população em serviços como segurança, educação e saúde, fica atrás, inclusive, de países da América do Sul, como Uruguai, na 13ª posição e Argentina, na 16ª colocação”, relata o presidente executivo do IBPT, João Eloi Olenike, que coordenou o estudo. 

Quadro ranking final dos 30 países pesquisados e o IRBES: 


20 anos do IBPT-Ao comemorar os seus 20 anos de existencia e atuação, o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário – IBPT, firma-se como o maior e mais representativo Instituto brasileiro no segmento de análises, interpretações e divulgação dos temas tributários no Brasil. Pioneiro na análise da conjuntura econômica, tributária e social do País, este ano, o IBPT desenvolverá diversas ferramentas voltadas ao esclarecimento das questões tributárias aos contribuintes. Sendo que uma delas será lançada no próximo mês de fevereiro: o Impostopédia, que é o maior dicionário livre de tributação e finanças públicas. 

São estudos já tradicionais do IBPT: Carga Tributária, Dias Trabalhados para Pagar Tributos, Quantidade de Normas, Observatório de Governança Tributária, Sonegação Fiscal, Parcelamentos e Dívida dos Contribuintes.

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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Imobiliárias estrangeiras expandem na Paraíba

Somente no ano passado, duas das maiores imobiliárias do mundo, Century 21 e Remax, tiveram franquias abertas em João Pessoa.

Natália Xavier
Jornal da Paraíba

O mercado imobiliário paraibano está mesmo atrativo. Uma das provas disto, além do boom da construção civil no Estado, é a chegada de franquias de imobiliárias internacionais à Paraíba. 

Somente no ano passado, duas das maiores imobiliárias do mundo, Century 21 e Remax, tiveram franquias abertas em João Pessoa. O sucesso foi tão grande que os empresários responsáveis pelas franquias já planejam expansão, com a abertura de novas unidades no Estado. 

Se por um lado o mercado de venda de imóveis mostra-se atrativo para a instalação de novas empresas, por outro, a chegada destas empresas aumenta a concorrência no setor, o que é bom para o consumidor, que ganha com qualidade e mais opções para fechar negócios. 

Para o presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis da Paraíba, Jarbas Araújo, a abertura de franquias que seguem padrões de empresas internacionais potencializa o mercado imobiliário da Paraíba, que já possui empresas locais com alto nível de qualidade. “Empresas como estas estão sempre em busca da melhoria de qualificação e isto é muito bom para o mercado. Os corretores passam a se preocupar mais com capacitação”, diz. 

Para o diretor da franquia da Remax na Paraíba, Henrique Costa, além de mexer com a qualificação dos profissionais no mercado, os consumidores podem ficar mais tranquilos com relação à qualidade dos serviços oferecidos. “Aqui só temos profissionais capacitados e, com isto, os corretores que trabalham em outras empresas ou por conta própria também vão em busca de mais qualificação. A chegada da Remax na Paraíba veio ajudar também na busca de qualificação pelos profissionais que já atuavam na área”, acredita.

Segundo Henrique Costa, que é português e mora na Paraíba há alguns anos, neste ano está programada a abertura de quatro novas unidades da Remax em João Pessoa. “A Remax é uma marca de sucesso no mundo inteiro. Estamos em João Pessoa há apenas seis meses, mas já vamos começar a expansão da marca. 

Um dos diferenciais da empresa para o consumidor é que aqui só negociamos imóveis totalmente regularizados e com a documentação completa”, ressaltou. 

Outra franquia de imobiliária internacional que também já tem sua fatia no mercado paraibano é a Century 21. Há menos de um ano na Paraíba e chefiada por dois paraibanos que se associaram a um casal de americanos, a empresa já recebeu prêmios por faturamento e por velocidade de vendas no ano passado. Para este ano, o plano já é abrir três novas unidades na Paraíba, sendo uma em João Pessoa, uma em Campina Grande e uma em Guarabira. 

Um dos diretores da empresa, o empresário paraibano Eduardo Gadelha, que já possuía uma imobiliária na Paraíba, mas há seis meses fundiu a marca com a Century 21, revelou que, seguindo padrões internacionais, o faturamento da imobiliária aumentou. “Com a Century 21 ganhamos mais visibilidade no mundo inteiro e vimos o nosso faturamento crescer cerca de 200%”, revelou. 

Para o tecnólogo em negócios imobiliários e corretor de imóveis Fábio Henriques, a concorrência trazida pela chegada e pela expansão destas duas multinacionais na Paraíba, será benéfica para o mercado. “Normalmente, os estrangeiros são mais perfeccionistas e exigentes e isto fará com que o nível de competitividade do mercado cresça. Se estas franquias se instalaram em João Pessoa é porque já deram certo em outros países”, comentou. 

Segundo Henriques, o motivo da abertura de franquias de duas das maiores imobiliárias do mundo na Paraíba está relacionado também “ao bom momento do mercado imobiliário. João Pessoa é um dos mercados imobiliários emergentes promissores do país”, ressaltou.

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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Quatro das dez maiores empresas do mundo são estatais

Sílvio Guedes Crespo
Matéria publicada no Blog Radar Econômico



Quando a respeitada revista “The Economist” não consegue mais do que lamentar o avanço do capitalismo de Estado, podemos suspeitar que o livre mercado esteja, de fato, ameaçado. 

Com o revolucionário russo Vladimir Ilitch Lenin na capa da sua atual edição, o semanário mostra o avanço, mundo afora, das empresas estatais de países emergentes – e dos governos que as dirigem. Em seguida, expõe os principais problemas desse modelo e afirma que ele tende a ruir no longo prazo. Mas o fato é que, com todas as suas distorções, esse modelo está ganhando espaço justamente por causa da crise dos países onde reina o livre mercado. 

Poder do Estado 

A revista apresenta alguns dados que mostram o poder do capitalismo de Estado: 


- Das dez empresas de capital aberto do mundo que mais faturam, quatro são estatais: as chinesas Sinopec, Corporação Nacional de Petróleo da China e State Grid e a japonesa Japan Post (veja abaixo reprodução de gráfico publicado na revista); 

- As dez maiores empresas de petróleo e gás do mundo, medidas pelo tamanho das reservas, são estatais; 

- Juntas, as companhias controladas pelo Estado têm um valor de mercado correspondente a 80% do mercado de ações chinês, 62% do russo 38% do brasileiro, considerando o índice de ações MSCI, calculado pelo banco Morgan Stanley; 

- Dos investimentos estrangeiros diretos em países emergentes previstos para 2012 e 2013, um terço tende a ir para empresas estatais. 


E o avanço do Estado em territórios tradicionalmente liberais não para. No dia em que a “Economist” publica essa reportagem, a rede pública de TV britânica informa que o Fundo Soberano da China comprou 9% da Thames Water, a maior empresa de tratamento e fornecimento de água do Reino Unido. 

Fraquezas do novo modelo 

É mais do que sabido que o capital estatal é menos eficiente que o privado. Mesmo assim, a “Economist” reforça esse argumento, explicando que as estatais costumam crescer mais devagar do que as empresas privadas e seus custos tendem a aumentar mais rapidamente. Acrescenta que o capital público promove menos inovações. 

Mesmo assim, as companhias gigantes controladas pelo Estado, como a Corporação Nacional do Petróleo da China, acabam “roubando” a cena no mercado local, atraindo grandes investimentos e profissionais de talento, sobrando pouco para o setor privado. “Pode levar muitos anos para as fraquezas desse modelo se tornarem óbvias.” 

É verdade. Principalmente enquanto não encontrarmos uma solução razoável para a crise provocada pela radical liberalização (ou desregulamentação) do mercado financeiro – cujas fraquezas, essas sim, já estão mais do que evidentes desde pelo menos 2008, com a quebra do banco Lehman Brothers. 

A revista espera que, no longo prazo, os problemas do modelo chinês apareçam com força e provoquem a normalização da economia de mercado. “Ao transformar empresas em órgãos do governo, o capitalismo de Estado simultaneamente concentra o poder e gera corrupção. Ele introduz critérios comerciais em decisões políticas e decisões políticas em negociações comerciais.” 

Mas por que esperar que esse modelo entre em colapso num momento em que os países que teoricamente defendem o livre mercado crescem pouco, engalfinham-se em guerra cambial e ameaçam, ainda que veladamente, aumentar o protecionismo comercial?

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