domingo, 11 de março de 2012

Dominado pela Caixa, financiamento estudantil migra para o BB

Por Murilo Rodrigues Alves
Valor Econômico

BRASÍLIA – O Banco do Brasil (BB) conseguiu abocanhar quase metade do mercado de financiamento estudantil no país. A instituição emprestou R$ 913,2 milhões a universitários em fevereiro, aumentando o volume da sua carteira do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para o acumulado de R$ 3,21 bilhões desde agosto de 2010, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo banco. 

Esse mercado até pouco tempo era exclusivo da Caixa Econômica Federal. Em 2010, quando o BB começou a fazer esse tipo de operação, a fatia do banco no mercado era de apenas 3%. A participação saltou para 30% no fim de 2011 e, com os contratos já formalizados neste ano, subiu para 48%. “O banco tem como objetivo tornar-se o principal operador do Fies”, informou, em nota, o BB. 

No mês passado, foram recebidos quase 25 mil novos contratos, 75% a mais do que os 14,3 mil de janeiro deste ano. Foram formalizadas mais de 40,5 mil operações de Fies no BB no acumulado de 2012 - ou 87% do total registrado em todo o ano passado (46,2 mil). De acordo com o banco público, 88 mil universitários de faculdades privadas já contrataram empréstimos na instituição, com "tíquete" médio de aproximadamente R$ 36,6 mil. 

O Fies permite financiar até 100% do valor da graduação, com prazo de pagamento de até três vezes o período financiado, mais um ano. Os juros são de 3,4% ao ano (ou 0,27% ao mês) para todos os cursos. O pagamento começa um ano e meio depois da formatura.

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Tags: Banco-Brasil, BB, Caixa-Econômica-Federal, CEF, Financiamento-Estudantil, FIES, carteira-crédito, mercado-crédito, universidade, ensino-superior

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Empresários doam dinheiro ao Ocupar Wall Street

Matéria publicada no The Wall Street Journal

Um grupo de empresários de destaque, incluindo Ben Cohen e Jerry Greenfield, da cadeia de sorveterias Ben & Jerry's, e o ex-manager do Nirvana, Danny Goldberg, estão planejando doar quantias substanciais ao movimento Ocupar Wall Street, na esperança de manter os protestos acesos e promover mudança política. 

O objetivo deles é fornecer algum lastro a um movimento amorfo que capturou a atenção do mundo com protestos ininterruptos em dezenas de cidades, mas que vem tendo dificuldades para manter o impulso inicial. 

Os mais recentes patrocinadores do Ocupar Wall Street se intitulam Grupo de Recursos para o Movimento e já conseguiram levantar cerca de US$ 300.000, que serão divididos em doações para os manifestantes, disse Cohen. O objetivo dos empresários é captar US$ 1,8 milhões. 

Um pouco mais de dois terços foi doado pela Fundação Ben & Jerry's e membros do comitê diretor do grupo, que inclui Dal Lamagna, fundador da empresa Tweezerman, Richard Foos, executivo da indústria entretenimento, e Judy Wicks, fundadora do White Dog Café em Filadélfia, além de Cohen, Greenfield e Goldberg. 

O restante, cerca de US$ 60.000, veio de doadores individuais, incluindo Norman Lear, produtor de televisão e filantropo, e Terri Gardner, ex-diretor geral e executivo principal da empresa de produtos para cabelo Soft Sheen. 

"Muitos de nós vêm trabalhando em prol de uma mudança social progressista", disse na segunda-feira Cohen, um proeminente defensor das causas liberais. "Está faltando um ingrediente crítico." 

Desde o início, o movimento popular gerou críticas em alguns círculos devido à sua mensagem ambígua. Além disso, alguns locais onde os manifestantes acamparam tiveram episódios de violência e levantaram questões de saneamento e segurança pública. 

"Não creio que o movimento Ocupar tenha apresentado um programa específico. O que ele não tem sido é uma força capaz de unir", disse Josh Barro, de 27 anos, membro graduado do Instituto Manhattan, um centro de estudos de Nova York sobre política governamental que promove o livre mercado. 

O grupo vai fazer doações de até US$ 25.000 a manifestantes de todo o país, depois de um processo de seleção dos pedidos, que começa em março. O grupo, juntamente com cinco ativistas do Ocupar, vai examinar os pedidos. 

Cohen e outros membros do grupo se reuniram com manifestantes em uma igreja de Manhattan domingo à noite para lançar a ideia para os ativistas mais dedicados. Nem todos tiveram boa impressão, argumentando que isso iria apenas acrescentar mais burocracia. 

"Basicamente, este é um grupo de pessoas muito ricas que escolheram alguém para lidar com o movimento Ocupar Wall Street", disse Ravi Ahmed, de 34 anos, um manifestante que trabalha como administrador acadêmico. "Eles recriaram o que há de errado com as estruturas das organizações filantrópicas e sem fins lucrativos." 

Goldberg, de 61 anos, disse que concorda com a mensagem do movimento. 

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

‘Economist’ aponta sinais de perda da hegemonia dos EUA

Sílvio Guedes Crespo
Matéria publicada no Blog Radar Econômico

A revista britânica “The Economist” enumerou, em um artigo, alguns dados indicando que os Estados Unidos estão perdendo espaço no mercado mundial. Veja abaixo. 

. De 1999 a 2009, a participação dos EUA na indústria aeroespacial mundial caiu 36%. No mesmo período, o país também teve perda nos mercados de tecnologia da informação (queda de 9%), equipamentos de comunicação (8%) e carros (3%); 

. As multinacionais dos EUA têm escolhido outros países para gerar emprego e inovar. Em 1989, 21% dos empregados dessas companhias estavam fora dos EUA; em 2009, essa proporção já estava em 32%. Em 1999, só 9% dos investimentos de multinacionais americanas em pesquisa e desenvolvimento eram feitos fora dos EUA; em 2009, 16% o eram; 

. A Harvard Business School fez recentemente uma pesquisa com seus alunos. Perguntou a eles, entre outras coisas, se as empresas em que eles trabalham têm preferido investir nos EUA ou fora. Os EUA perdiam em dois terços das respostas; 

É verdade que esses dados não dizem tudo sobre a economia americana. Por exemplo, a revista não analisou a evolução da produtividade nos EUA. Sobre a transferência de empregos para outros países, não disse se os funcionários contratados no exterior ganham mais ou são mais qualificados. 

Enfim, não é um estudo completo sobre a perda da hegemonia dos EUA, mas já diz algo. O país perde mercado em setores de ponta, como o aeroespacial e a tecnologia da informação. Isso vai de encontro ao lugar comum segundo o qual o capital só sai dos EUA quando busca mão de obra barata e pouco qualificada. 

Trunfos e dificuldades 

Para o semanário, os EUA têm “trunfos enormes” e alguns empecilhos para enfrentar esse cenário. Os trunfos citados pela publicação são as “universidades imbatíveis” e um mercado altamente diversificado. 

Os problemas seriam a imprevisibilidade da política. Ou, de “Sem um consenso dos partidos [sobre o desequilíbrio nas contas públicas], ninguém pode conter os imensos programas sociais que crescem automaticamente, como o Medicare (de saúde) e a Seguridade Social (aposentadoria e pensão)”, diz. “Dessa forma, os déficits se escancaram e o estado de bem-estar social continuam aumentando, mesmo que as estradas americanas se desfazem. Essa não é uma receita para o dinamismo”, disse a publicação.

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Tags: The-Economist, hegemonia-americana, Economia-americana, potências-econômicas, pesquisa-desenvolvimento, geopolítica-econômica