domingo, 9 de outubro de 2011

Seguro de risco político

Vinícius V. Jorge
Matéria publicada em http://www.capitalaberto.com.br

O crescente número de companhias brasileiras com investimentos em países estrangeiros, em especial os emergentes, tem levado à mesa de diretores e conselheiros um tema cada vez mais difícil de mensurar: o risco político. 

Guerra, terrorismo, imposição de medidas de caráter seletivo e discriminatório contra os interesses estrangeiros e expropriação têm o potencial de desencadear uma recessão na economia mundial, bem como afetar os investimentos de empresas cujos ativos sejam impactados por esses eventos. Contudo, é extremamente difícil para uma companhia prever o nível de perdas resultantes desses eventos. 

Muitos desses riscos podem ser resolvidos ou minimizados através do seguro de risco político. Esse produto é comercializado há bastante tempo nos Estados Unidos e na Europa, devido ao grande número de empresas multinacionais com exposição em diversos países ao redor do mundo. Essa ferramenta, já disponível no Brasil, baseia-se em três principais coberturas: expropriação, violência política e impossibilidade de conversão de moeda. 

As apólices de risco político podem chegar a até 15 anos de vigência. Esse longo período proporciona aos acionistas e investidores mais confiança, mesmo porque os cenários de curto prazo podem ser mensurados com base em projeções e estudos de mercado. As companhias, normalmente, adquirem uma única apólice cobrindo todas as operações existentes em território estrangeiro, podendo durante a vigência do seguro, serem incluídas ou excluídas novas localidades. 

Podemos dividir o público-alvo desse seguro em dois grupos: indústria e instituições financeiras (bancos privados e públicos). 

Segundo estudos realizados em países em que o seguro de risco político é mais difundido, podemos eleger os eventos prováveis de acontecer conforme a natureza da companhia: 

a) Indústrias: podem sofrer perdas ou danos em seus investimentos devido a atos políticos cometidos por governos estrangeiros (incluindo expropriação, nacionalização e confisco). A segurança dos colaboradores localizados nesses países também pode ficar comprometida caso a situação política deteriore-se. Outra possibilidade é o fabricante ser obrigado a abandonar as suas operações no país estrangeiro. Além disso, procedimentos como remissão de lucros das operações locais, sob a forma de dividendos, empréstimos intergrupo, pagamentos de licenças e benefícios poderiam ser frustrados em situação de dificuldade econômica ou políticas existentes no país de controle de saída de recursos. 

b) Instituições financeiras: o não cumprimento de uma obrigação por parte de um devedor com o banco pode estar diretamente relacionado com um evento de risco político, como ações expropriatórias do governo anfitrião, violência política, guerra civil e incapacidade de transferência de lucros e amortizações de empréstimos fora do país estrangeiro. 

c) Exportadores de bens e serviços: estão expostos a prejuízos em virtude de atitudes políticas tomadas por governos soberanos dos países com os quais tem relacionamento. Os investimentos em países emergentes, especialmente os que apresentam boas oportunidades para a realização de grandes obras e projetos de infraestrtura, atraem prestadores de serviço de todo o mundo. Estes, por sua vez, podem correr riscos de expropriação e violência política, fazendo com que abandonem o serviço em pleno curso e deixem para trás maquinários, equipamentos e demais ativos. 

Uma característica importante dessa modalidade de seguro é que o mesmo não pode ser cancelado pela seguradora, em razão de não pagamento de prêmio. Essa condição é importantíssima, uma vez que, independentemente de qualquer evento fortuito que atinja o país onde a companhia segurada tem operação, tal evento não irá interferir na cobertura da apólice. 

Para análise e estudo de viabilidade de cobertura, a seguradora avalia basicamente os seguintes fatores: 1) segmento e países em que a companhia atua; e 2) valor total dos ativos em países estrangeiros. 

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Impulsionado por inadimplência, spread bancário atinge maior nível em dois anos

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A queda da taxa Selic, que indica os juros básicos da economia, não está se refletindo em juros menores para os tomadores finais de empréstimos e financiamentos. Esse movimento contraditório está sendo impulsionado pelo spread bancário (diferença entre as taxas que as instituições financeiras pagam para captar recursos e as que cobram do cliente final) que está no nível mais alto em dois anos, de acordo com o Banco Central (BC). 

Em agosto, segundo os dados mais recentes divulgados pelo BC, o spread atingiu 27,8% ao ano, percentual mais alto desde maio de 2009. Se for considerado apenas o crédito para as pessoas físicas, a diferença entre os juros de captação e aplicação correspondeu a 34,4% ao ano, maior nível desde julho de 2009. Em relação aos empréstimos para as empresas, o spread bateu recorde e alcançou 19% ao ano. 

A diferença pode ser observada quando se compara a evolução das taxas usadas na captação, quando as instituições financeira pegam dinheiro emprestado dos correntistas e oferecem juros em aplicações como poupança e CDB, e nos juros cobrados na concessão de crédito. A taxa média de captação caiu de 12,3% ao ano em julho para 11,9% em agosto. 

Esse movimento foi influenciado pelo corte de 0,5 ponto percentual na taxa Selic para 12% ao ano decidido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central no fim de agosto. Os juros médios pagos pelos tomadores de empréstimos e financiamento, no entanto, não tiveram a mesma trajetória. A taxa média de aplicação, como o BC chama os juros dos clientes finais, permaneceu em 39,7% ao ano em agosto. 

De acordo com o professor de Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV) Fabio Gallo, a alta do spread bancário é explicada pelo aumento da inadimplência, que em agosto atingiu o maior nível desde maio de 2010 para as pessoas físicas e o maior nível desde outubro de 2009 para as empresas. “A inadimplência atinge fortemente o spread bancário. Sempre é assim, os bancos cobram de todos o que alguns clientes não pagam”, diz. 

As medidas de contenção do crédito tomadas pelo Banco Central no fim do ano passado, segundo o professor, influenciaram o aumento do spread no início do ano. Ele, no entanto, diz que essas ações atualmente têm pouco peso na diferença das taxas usadas na captação e nos empréstimos. “As medidas macroprudenciais já estão refletidas na taxa”, explica. 

Na avaliação do especialista, o aumento da inadimplência é consequência da expansão do crédito experimentada nos últimos anos, acompanhada da falta de planejamento financeiro dos tomadores. “Os brasileiros, principalmente a nova classe C, se endividaram demais para consumir e não conseguem arcar com os financiamentos”, declara. O principal erro apontado pelo professor consiste em calcular a prestação com base nos anúncios das lojas, desconsiderando despesas extras como impostos, seguro e emplacamento de veículos. 

O economista afirma que o cadastro positivo, que relaciona os bons pagadores e está em vigor desde junho, deve frear o spread bancário. No entanto, ele diz que os efeitos levarão pelo menos um ano para serem sentidos. “É uma questão cultural. O cadastro positivo só se consolidará à medida que as pessoas e empresas aderirem [a ele].”

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Tags: spread-bancário, cadastro-positivo, inadimplência-mercado, sistema-financeiro-nacional, economia-brasileira, crise-global

sábado, 8 de outubro de 2011

Geração Y investe mais em Previdência Privada

Matéria publicada originalmente em http://www.revistafator.com.br/

Cresce em 65% o número de investidores entre 20 e 33 anos que buscam esse tipo de aplicação financeira na Seguros Unimed.

Jovens entre 20 e 33 anos estão investindo mais em previdência privada. É o que mostram os números da Seguros Unimed - empresa que atua nos ramos Vida, Saúde e Previdência Privada e conta com uma carteira de 17 milhões de clientes em todo o País. Essa faixa de investidores já representa 5% do faturamento total da companhia, um percentual cerca de 65% maior do que o registrado em 2008.

A participação de jovens em planos de previdência privada confirma estudos recentes de mercado, que apontam que 20% dos investidores dessa faixa etária, a chamada geração Y, já possuem esse tipo de aplicação financeira. Além disso, embora sejam ousados em diversas atitudes que adotam na vida profissional e pessoal, quando se trata de investimento, os jovens são conservadores, optando por colocar a maior parte dos seus recursos na poupança (82,1%).

Entende-se como geração Y os “nativos digitais”, ou seja, aqueles que cresceram na era da internet. Na Seguros Unimed, essa faixa da população representa cerca de 15,8% dos clientes da Previdência Complementar. Já os nascidos entre 1966 e 77, de 34 a 45 anos, integrantes da geração X, somam quase 26% dos que tem Previdência Complementar, a mesma média apontada na pesquisa citada.

“Esse comportamento da geração Y encontra perfeita sintonia com a necessidade estratégica do país de aumentar a cultura da sociedade em reconhecer a poupança interna promovida pelo acúmulo da previdência privada”, avalia Alexandre Ruschi, diretor-técnico da Seguros Unimed.

Perspectivas de mercado -O atual momento de incerteza na economia mundial reforça o comportamento dos investidores que buscam aplicações financeiras mais conservadoras, incluindo a geração Y. Adicionalmente a esse panorama, os jovens percebem os seguros de vida e de previdência complementar aberta como importante elo na cadeia dos mecanismos de proteção contra perdas do poder aquisitivo na aposentadoria.

No Brasil, há algumas décadas, esse risco era inexpressivo, tendo em vista a grande participação dos jovens no conjunto da população, com contribuições que financiavam as aposentadorias e pensões dos idosos.

Hoje, a realidade é diferente: a população brasileira com mais de 65 anos, que se mantivera em torno dos 3% do total até 1970, pode alcançar os 13% em 2020, níveis de União Europeia em 2050. Os seguros de vida e a previdência privada aberta são fundamentais na preparação que as pessoas fazem de seus futuros e como complemento à previdência oficial.

Perfil - A Seguros Unimed iniciou suas operações em 1989, com o objetivo de atender as demandas do Sistema Unimed, formado pelas 373 cooperativas, 110 mil médicos cooperados e 17 milhões de clientes em todo o Brasil. Com matriz em São Paulo e 26 escritórios regionais estrategicamente distribuídos pelo Brasil, a empresa visa expandir os seus negócios e atender as necessidades do mercado em geral por meio da melhoria contínua de seus processos, da valorização de seus colaboradores e do compromisso com os clientes. Com 6,1 milhões de clientes, 33 produtos nos segmentos de Vida, Previdência e Saúde, a seguradora está entre as maiores do setor, sendo a 4ª em Saúde, 13ª em Vida e a 14ª em Previdência Privada. Além disso, ocupa a 9ª colocação no ranking das onze maiores seguradoras do Brasil não ligadas a bancos, de acordo com o jornal O Estado de S. Paulo.