terça-feira, 4 de outubro de 2011

Pressionada, China ameaça EUA com ‘guerra comercial’

Sílvio Guedes Crespo

A aprovação no Senado dos Estados Unidos de um projeto de lei que permite ao país adotar barreiras comerciais contra a China enfureceu autoridades do país asiáticos.

Três órgãos fundamentais do governo chinês pronunciaram-se contra o projeto: o Ministério das Relações Exteriores, o do Comércio e o banco central, observa o “Wall Street Journal“. O primeiro afirmou que o texto viola regras da Organização Mundial do Comércio (OMC); o segundo, que a medida seria desleal, e o terceiro, que ela “afeta seriamente” a reforma contínua que o governo chinês está fazendo no yuan.

O “Journal” publicou em seu site um gráfico (veja reprodução abaixo) que mostra claramente a evolução do yuan em relação ao dólar, como consequência dessa “reforma”, como chamou o BC chinês. A moeda da China, que estava atrelada ao dólar, vem subindo gradativamente desde meados de 2010, enquanto o euro, flutuante, neste momento vale menos do que em janeiro do ano passado.


Além dos órgãos do governo, a agência estatal de notícias Xinhua também atacou o projeto de lei, afirmando, inclusive, que aprovação do texto pode gerar uma “guerra comercial”.

“Com uma doença financeira crônica e uma taxa de desemprego persistentemente alta, que leva manifestantes às ruas de Nova York e mais 50 cidades, alguns legisladores dos Estados Unidos de novo tentam, tediosamente, culpar a moeda chinesa em vez de atacar os reais motivos dos problemas econômicos do país”, afirma a Xinhua.

O projeto teve apoio de senadores democratas e republicanos, sendo aprovado por 79 a 19. No entanto, o texto pode ter dificuldade de passar na Câmara. O líder republicano na Casa, disse que é “perigoso”, para os EUA, “mexer na legislação de modo a forçar alguém a negociar o valor da sua moeda”.


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Tags: comércio-china-eua, comércio-internacional, guerra-comercial, yuna, euro, dólar, crise-americana, crise-zona-euro, economias-emergentes, brics, corrente-comércio

Empresas gastam R$ 20 bi com burocracia tributária

Matéria publicada originalmente em http://www.midianews.com.br/

A cada hora, cinco novas regras tributárias chegam à contabilidade das empresas brasileiras

A cada hora, cinco novas regras tributárias chegam à contabilidade das empresas brasileiras. Para colocá-las em prática, um batalhão de profissionais é acionado, softwares são alterados e planilhas refeitas. No fim do dia, a maratona para ficar em ordem com o Fisco já corroeu 1,16% do faturamento da empresa no período.

Em um ano, a conta fica salgada. Levantamento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) mostra que as empresas gastam R$ 19,7 bilhões só com a burocracia do sistema tributário.

O custo equivale ao que a indústria de transformação desembolsa por ano com a folha de pagamento e supera em 58% o investimento em pesquisa e desenvolvimento, revela o estudo. Intitulado Carga Extra da Indústria Brasileira, o trabalho mostra o quão pesado é o gasto da indústria para preparar o pagamento de um tributo e honrar outros compromissos com a União, Estados e municípios.

"Custa caro manter o complexo sistema tributário brasileiro. Não bastasse a elevada carga de impostos e contribuições, que na indústria chega a 40,3% dos preços dos produtos, as companhias também têm de arcar com essa despesa adicional", afirma o diretor do departamento de competitividade e tecnologia da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho, coordenador do estudo. Segundo ele, até chegar ao consumidor final, considerando a cumulatividade da cadeia produtiva, os gastos com o sistema podem chegar a 2,6% do preço dos produtos industriaisO maior custo das empresas é com pessoal. De acordo com o estudo, são dez funcionários para realizar cada atividade, como folha de pagamento, escrituração fiscal e contabilidade. "Na minha empresa, há um batalhão de pessoas trabalhando pra valer nessas áreas", afirma o diretor Saulo Pucci Bueno, membro do conselho de administração do Grupo Amazonas, que produz solados e saltos de borracha. Ele conta que só na contabilidade são 15 pessoas, que gastam quase 30% do tempo de trabalho preenchendo papéis.

Além disso, como o sistema tributário é complexo e suas regras mudam diariamente, a empresa mantém outros seis funcionários para auditar o trabalho feito pela contabilidade. Apesar de a maioria das atividades serem eletrônicas, Bueno diz que ainda há muita coisa em papel. "Exemplo disso é que mantemos um prédio só para o arquivo morto e dois funcionários para organizar toda papelada. E eles trabalham bastante." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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