quinta-feira, 28 de julho de 2011

Sebrae investe R$ 3,5 mi para realizar o Fomenta

Programação estimula presença dos pequenos negócios nas compras do poder público

Mariana Flores - Agência Sebrae de Notícias
Brasília - O Sebrae vai investir R$ 3,5 milhões para apoiar a realização de 34 edições do seminário Fomenta em 17 unidades da federação. Os projetos aprovados pela instituição serão realizados em versões nacionais (2), estaduais (8), regionais (20) e setoriais (4), até o fim de 2012. Os eventos têm como objetivo incentivar a participação de micro e pequenas empresas (MPE) em licitações feitas pelos governos estaduais e municipais. 

Já estão aprovadas as edições no Distrito Federal, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Goiás, Pernambuco, Ceará, Amazonas, Rondônia, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Alagoas, Paraíba, Bahia, Acre e Piauí. A estimativa é que cada evento estadual conte com a participação de 200 a 300 empresas.

“A Lei Geral da Micro e Pequena Empresa é um dos mecanismos de maior estímulo às compras governamentais. É uma iniciativa importante para que as empresas ampliem suas possibilidades de venda, de negócios e de faturamento ao realizarem contratos com as prefeituras, já que são 5.565. municípios”, afirma o diretor-técnico do Sebrae Nacional, Carlos Alberto dos Santos. 

Rodadas de negócios

A quarta edição nacional do Fomenta será realizada em São Paulo, nos dias 23 e 24 de novembro deste ano. A expectativa é que 1,5 mil empresas compareçam. Os empreendedores participam de rodadas de negócios com representantes dos governos e de empresas públicas. O objetivo desses encontros é fazer com que os donos de pequenos empreendimentos saiam das conversas com uma visão clara das necessidades dos governos, dos requisitos de fornecimento e de seu potencial de atendimento à demanda, para posteriormente participarem das licitações.

“As rodadas de negócios têm como papel aproximar para um melhor entendimento e preparo do fornecedor, de forma que este possa alcançar melhor desempenho nos processos licitatórios e ganhar certames”, afirma um dos responsáveis pelo Fomenta no Sebrae Nacional, Weniston Ricardo de Andrade Abreu.

A ampliação do acesso das MPE às licitações federais está garantido na Lei Geral, que entrou em vigor em 2007. Ela estabelece condições especiais de participação delas nos processos de aquisições de bens e serviços. As MPE passaram a ter exclusividade nas licitações de até R$ 80 mil e preferência no caso de empate em licitações acima desse valor. Os pequenos negócios têm preferência na contratação quando apresentarem proposta com valor igual ou superior em até 10% da proposta melhor qualificada. 

Formato

O incentivo surtiu efeito. Hoje um terço de tudo comprado pelo governo brasileiro vem de micro e pequenas empresas. No primeiro trimestre de 2011, as MPE venderam R$ 2,8 bilhões ao governo federal, 32% do valor total das compras governamentais, segundo dados do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. O crescimento da participação dos micro e pequenos negócios nas licitações é verificado ano a ano. Em 2002, elas respondiam por apenas 14% do valor total, segundo dados do ministério.

O Fomenta é um misto de congresso com feira de negócios. Foram realizadas três versões nacionais do evento, como a que ocorrerá em São Paulo. Assim como nas edições nacionais anteriores realizadas em Brasília (2008), Rio de Janeiro (2009) e Paraná (2010), estão previstos palestras e painéis com especialistas, apresentação das demandas de compras de empresas e órgãos da administração pública, oficinas de capacitação para participação em processos licitatórios, encontros e rodadas de negócios.

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quarta-feira, 27 de julho de 2011

Pague Menos: liderança ameaçada

Por Odelmo Diogo - Blog TRADE-OFF

As redes de farmácias Droga Raia e Drogasil anunciaram nesta terça (26) que uma fusão entre as duas redes está sendo negociada. As duas redes têm suas operações concentradas no estado de São Paulo e, de acordo com a consultoria Euromonitor, a fusão colocaria o grupo na liderança do mercado com 9,5% de participação no mercado operando com 700 lojas espalhadas pelos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e pelo Distrito Federal.

A notícia soa como ameaça para o grupo Pague Menos que atualmente é o líder no mercado varejista de medicamentos. A fusão deslocaria a Pague Menos para o 2º lugar, com uma participação de 5,4% do mercado.

A fusão entre Droga Raia e Drogasil tornaria mais difícil a ampliação da participação da Pague Menos no mercado do Sudeste. O grupo Pague Menos possuí sua base de atuação ancorada no mercado nordestino e nos últimos anos tem tentado fortalecer sua posição no mercado do Sudeste. No entanto, fortes resistências dos concorrentes tem impedido a ampliação da atuação da Pague Menos no Sudeste do País.

Veja abaixo o fato relevante publicando a negociação da fusão entre as duas empresas.


FATO RELEVANTE

São Paulo, 26 julho de 2011 — Nos termos da Instrução nº 358, de 3 de janeiro de 2002, da Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”), a Drogasil S.A. (Bovespa: DROG3) (“Drogasil”) e a Raia S.A. (Bovespa: RAIA3) ("Raia") vêm informar o seguinte:

1. Drogasil e Raia vêm mantendo tratativas para a realização de uma associação entre as duas empresas, contemplando a reunião da totalidade de seus acionistas em uma única companhia, listada no Novo Mercado da BM&FBOVESPA. No contexto dessas tratativas, as duas companhias vêm estudando alternativas de estrutura para a operação, bem como negociando um acordo de associação, para regular seus termos e condições. Além disso, os acionistas que exercem o controle das duas companhias vêm negociando um acordo de acionistas.

2. A associação está sujeita à conclusão bem-sucedida das tratativas ora em curso entre as duas companhias e tais acionistas.

3. Drogasil e Raia manterão o mercado informado sobre a evolução das tratativas de associação ora em curso.

Cláudio Roberto Ely                                 Eugênio De Zagottis
Diretor de Relações com Investidores        Diretor de Relações com Investidores
Drogasil S.A.                                           Raia S.A.



terça-feira, 26 de julho de 2011

E o consumo do crédito pelos brasileiros?

Por Odelmo Diogo - Blog TRADE-OFF

O crescimento do crédito no Brasil nos últimos 10 anos foi significativo. O volume de crédito na economia brasileira avançou de aproximadamente 25% do PIB em 2001 para cerca de 47% em maio de 2011.

O aumento do crédito torna mais urgente a absorção de noções de organização e planejamento financeiro por parte dos brasileiros. Para “tocar” suas vidas, as pessoas precisam tomar decisões que, na maior parte das vezes, estão relacionadas ao planejamento financeiro voltado para o atingimento de objetivos pessoais e para a realização de sonhos.

Numa economia desenvolvida e com significativa disponibilidade de crédito, as pessoas tendem naturalmente a recorrer ao empréstimo, utilizando-o como ferramenta importante no seu cotidiano, principalmente na aquisição de bens duráveis e na realização de seus planos pessoais mais complexos.

As novas “necessidades” e o forte apelo ao consumo estimulam as pessoas a buscarem a antecipação do consumo, ou seja, a satisfação de desejos através da figura do “crédito fácil”. São diversas as situações que levam os indivíduos a contratarem operações de crédito. Dentre as mais comuns podemos citar a aquisição de veículos, a compra da casa própria, as novidades tecnológicas, as viagens, etc.

No entanto, o crédito não pode ser visto como um vilão. Ele representa um importante mecanismo estimulador da economia e é fruto da canalização de recursos entre os agentes econômicos superavitários e os deficitários. Cabe lembrar que a finalidade mais nobre do crédito é financiar o investimento numa economia, ou seja, é tornar possível a implantação e expansão das unidades produtivas gerando assim uma capacidade de oferta compatível com a demanda.

O financiamento ao consumo deve ser visto como uma ferramenta limitada e que não pode implicar em excessos em decorrência do risco de comprometer a renda disponível e capacidade de consumo futuro da sociedade.

No caso brasileiro, onde o crescimento do crédito com foco no consumo cresceu significativamente na última década, é importante que haja preocupação com a educação financeira das pessoas. O consumo consciente de crédito contribui para uma melhor qualidade de vida dos indivíduos e para o melhor funcionamento do sistema financeiro. Destaca-se inclusive que o “crédito saudável” implica em menores índices de inadimplência que, por sua vez, influencia na formação de menores taxas de juros.

Assim, de olho nas próximas gerações, seria de grande valia que as famílias e as escolas buscassem incluir noções básicas de finanças e planejamento financeiro na formação das crianças. Essa atitude contribuiria para que esses jovens chegassem à fase adulta tendo clareza de que no capitalismo “não existe almoço grátis”, como afirmou Friedman, e que todas as suas despesas precisam ser pagas com suas próprias receitas.

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