terça-feira, 26 de julho de 2011

Brindes e mimos são iscas que podem pesar no seu bolso

Notícias Previ
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Em continuidade à série Saúde Financeira publicada às segundas-feiras, confira dicas sobre estratégias de marketing usadas para seduzir o consumidor.

Distribuição de brindes é uma das estratégias de marketing mais populares, mas muitas vezes o mimo é apenas um truque que não agrega nenhum valor ao serviço ou produto a ser comprado e, ainda, pode encarecer a compra.

Em especial no Brasil – população que tem relações mais emocionais com as marcas que consomem –, o brinde pode se tornar uma verdadeira armadilha. Segundo Álvaro Modernell, especialista em educação financeira, o consumidor é seduzido não somente por brindes como também por embalagens e promoções, que funcionam como atrativos.

"Os brindes são objetos de sedução e atuam no aspecto psicológico, confundindo o consumidor que diminui a atenção para os aspectos racionais. É como quando um potencial comprador de um carro de R$ 70 mil entra no veículo e avalia a qualidade do som que custa menos de R$ 500", comenta Modernell.

Em geral, os custos dos brindes estão embutidos no preço do produto principal. O consumidor tem que considerar o valor real do que está comprando. Só assim poderá avaliar se o brinde é um mimo e verdadeiramente gratuito.

"Se tiver brinde, ótimo. Se não tiver, não deve fazer diferença. Se o brinde influenciar na decisão de compra, então está mais para venda casada do que brinde e isso é proibido. O brinde bom é aquele que você recebe de graça, sem comprar nada, ou então aquele que você recebe quando compra alguma coisa independentemente do brinde, e sem pagar mais caro por isso", alerta.

Atenção com as crianças

Por estarem em formação, as crianças tendem a se empolgar com os brindes, mas os adultos não estão de forma nenhuma imunes a eles. Um bom exemplo dessa situação acontece em datas festivas, como na época da Páscoa. Os ovos recheados com brinquedos despertam o interesse dos pequenos e acabam pesando no bolso dos adultos.

O Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) realizou uma pesquisa com 12 ovos de Páscoa de seis marcas. O principal objetivo da pesquisa era avaliar a presença de apelo ao público infantil nas embalagens. Também foram observadas as características nutricionais dos ovos e seu custo médio. O levantamento dos preços ocorreu de 18 a 22 de março de 2011, em lojas de São Paulo.

O Idec constatou que o consumidor paga cerca de R$ 23,53 em um ovo de 180 g com brinde. Já um ovo sem brinde, porém com 60 g a mais, fica em torno de R$ 22,02. Na conta proporcional, o ovo com brinde é 42% mais caro.

A gerente de relacionamento do Idec, Karina Alfano, alerta que a diferença fica ainda maior quando a comparação é feita com uma barra de chocolate de 170 g e um ovo com brinde de 180 g. "Para se ter uma ideia, 100 g desse ovo custas três vezes e meia a mais que a mesma quantidade do chocolate ao leite da barra", informa.

Exemplo sempre é a melhor lição

Os pais precisam ficar atentos aos pedidos e impulsos dos filhos. O melhor ensinamento é o exemplo. "Claro que os pais podem, algumas vezes, atender aos desejos dos filhos para que eles não desenvolvam frustrações, mas também devem acostumar-se a dizer não com naturalidade quando a situação recomendar", explica Modernell.

O especialista em educação financeira ainda recomenda: "É importante esclarecer, orientar e permitir que as crianças façam escolhas para perceberem os benefícios e os ônus de cada decisão de comprar ou não alguma coisa motivada pelo brinde. Acompanhar o que as crianças fizeram com os brindes que receberam em situações anteriores ajuda. Se os brindes foram aproveitados o indicativo é que valeu a pena, mas se os brindes ficaram jogados, sem uso, a situação é oposta. Essa resposta deve servir de base para os pais e pode servir como argumento com as crianças".

Tentação

Para não cair em tentação, o melhor remédio é a educação financeira. Quem tem consciência do seu poder de compra e dos impactos de cada real gasto, consome de maneira mais seletiva e responsável. Pesquisar, comparar qualidade, analisar preço real do produto/serviço são ações que ajudarão a descobrir quando realmente vale a pena considerar a compra de um produto que esteja em promoção.

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Fiéis oram por um acordo nos EUA sem cortes sociais

Desde 11 de julho, eles se reúnem todos os dias, às 12h30, num jardim nos fundos do Capitólio

Denise Chrispim Marin, de O Estado de S. Paulo
http://economia.estadao.com.br/

WASHINGTON - Debaixo de chuva e sob sensação térmica de 40 graus Celsius, um grupo de cerca de 30 pessoas leu ontem os versículos 1 a 12 do capítulo 58 do Livro de Isaías no pequeno jardim em frente da sede de cinco igrejas protestantes em Washington.

Entre as orações, os fiéis pediram aos Céus que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e os líderes do Congresso ouçam a palavra de Deus. Desde 11 de julho, todos os dias às 12h30, o grupo reza por um acordo fiscal até 2 de agosto. Porém, sem sacrifícios para os americanos mais pobres e vulneráveis.

"Acreditamos que o orçamento federal é um documento moral. Enfatizamos o papel dos governos de servir ao bem comum, e rezamos para que a economia mundial e o orçamento nacional acabem com o jugo da injustiça, da pobreza, da fome e do desemprego em todo mundo", leu um dos oradores, antes do hino de louvor, acompanhado por uma violonista.

O ponto de encontro está justamente nos fundos do Capitólio, a sede do Legislativo americano e ao lado da Suprema Corte, em frente à chamada "caixa de Deus", o prédio de quatro andares compartilhado pelos Metodistas Unidos. Mas o pequeno rito é ecumênico. Duas freiras católicas estavam presentes, assim como funcionários públicos de diferentes credos, com o lanche e o celular nas mãos.

A preocupação primária do grupo está no prazo de 2 de agosto, quando um acordo para elevar o teto da dívida pública americana deve ser aprovado, sob risco de provocar a suspensão de pagamentos pelo Tesouro. Mas, em essência, as pessoas temem o "desequilíbrio" do pacote de ajuste das contas dos EUA nos próximos dez anos. Ou seja, que preserve as reduções de impostos dos mais ricos e das grandes empresas e corte despesas com programas de assistência social.

"As isenções para os mais ricos devem acabar. Isso foi criado na época de superávit fiscal, no governo de George W. Bush. Agora, estamos em tempos de déficit profundo", afirmou Margareth Killmer, mulher de um funcionário publico em serviço em Washington.

Douglas Grace, coordenador da Ecumenical Advocacy Days, disse que a iniciativa é desconectada das propostas partidárias. Porém, as preces sintonizam o grupo de fiéis com as mesmas exigências de Obama e dos democratas. "Vínhamos de um período de abundância. Agora, temos de compartilhar os sacrifícios, e os mais abastados têm obrigação de dar mais, conforme receberam e desfrutaram."

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domingo, 24 de julho de 2011

‘Loucos de direita’ dos EUA ameaçam sistema financeiro, diz ministro britânico

BBC Brasil

O ministro de Negócios, Inovação e Treinamento da Grã-Bretanha, Vince Cable, criticou neste domingo o impasse do Congresso americano para a elevação do teto de sua dívida, afirmando que alguns poucos “loucos de direita” ameaçam o sistema financeiro mundial.

Em entrevista à BBC, ele disse que a disputa no governo americano representa um risco maior aos mercados globais do que a crise na zona do euro.

“A ironia da situação no momento, olhando para a abertura dos mercados amanhã é que a maior ameaça para o sistema financeiro mundial vem de alguns poucos loucos de direita no Congresso americano e não da zona do euro.”

As negociações fracassaram na sexta à noite, quando o líder da Câmara dos Representantes (deputados federais) dos Estados Unidos, o republicano John Boehner, se retirou das negociações com a Casa Branca sobre um acordo.

Segundo o governo americano, caso o Congresso não autorize a elevação do teto da dívida - atualmente em US$ 14,3 trilhões (cerca de R$ 22,2 trilhões) - até 2 de agosto, os Estados Unidos terão de parar de cumprir seus compromissos financeiros.

Prazo final

Esta sexta-feira marcava o prazo final estabelecido por Obama anteriormente para que um acordo fosse fechado e pudesse tramitar no Congresso e ser aprovado a tempo de evitar o calote.

Outro encontro de emergência no sábado entre Obama e os líderes do Congresso também não chegou a um consenso.

Há divergências entre os dois partidos sobre a profundidade dos cortes e que programas devem ser afetados.

Um dos principais pontos de discórdia se refere ao pagamento de impostos. Obama quer que o pacote inclua o fim dos cortes de impostos concedidos à camada mais rica da população ainda durante o governo de seu antecessor, George W. Bush.

Os republicanos se recusam a aprovar qualquer medida que inclua aumento de impostos.

Calote ‘impensável’

No entanto, o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, disse nesse domingo que está confiante em um acordo.

“É impensável a ideia de que esse país não cumprirá com suas obrigações”, disse Geithner em entrevista à rede americana CNN. “Isso não vai acontecer.”

Ele afirmou ainda que a proposta republicana de primeiro elevar o limite da dívida e só então negociar os cortes era “irresponsável” e não seria aceita pelos democratas.

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