quinta-feira, 5 de julho de 2012

Como transformar seu negócio em franquia?

Segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), o setor de franquias no país faturou R$ 89 bilhões em 2011

Por Glauco Pinheiro da Cruz
Matéria publicada em www.administradores.com.br

Depois de conseguir consolidar um negócio, é natural a vontade de caminhar a passos largos para expandi-lo. E uma das opções para multiplicar o modelo do seu empreendimento de sucesso é transformá-lo em uma franquia. Para isso, é importante fazer algumas adaptações, de modo que seu negócio possa ser replicado seguindo sempre o mesmo padrão. 

Segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), o setor de franquias no país faturou R$ 89 bilhões em 2011. Em números, são 2.031 redes e 93.098 unidades, que geram 837.882 empregos diretos. E a expectativa é que o faturamento seja 15% maior neste ano. 

Há muitas vantagens em franquear o negócio. Porém, não basta apenas achar que sua ideia é franqueável, é preciso preencher outros requisitos antes de entrar nesse promissor mercado. A essência do sistema de franquia é o que se oferece ao consumidor final, tanto em serviços quanto em produtos. Sendo assim, é fundamental buscar um diferencial no que se vende, para que desperte o interesse dos investidores.

Uma das principais vantagens para o dono da marca é a expansão com baixo investimento de capital, o que acelera o processo de consolidação territorial em comparação à montagem de uma rede própria. Isso porque são os franqueados que arcam com os gastos na instalação de suas unidades, enquanto que ao franqueador cabe a tarefa de fornecer uma estrutura de suporte à rede e também a de fiscalizar se tudo está sendo seguido à risca. Desse modo, a imagem da marca se fortalece e há economia de escala, já que o fato de se trabalhar em rede permite que a matriz negocie melhor com seus fornecedores. E esses benefícios devem ser repassados aos parceiros, claro. 

Há potenciais franqueadores com os mais variados perfis, dos extremamente centralizadores, que gostam de "colocar a mão na massa" e trabalhar no dia a dia do negócio, aos que delegam totalmente a execução para se dedicar à administração do empreendimento. Independentemente do estilo de trabalho, é importante analisar se o know-how é sistemático, transmissível e replicável; ou seja, se o negócio pode ser rentável nas mãos de outras pessoas além do seu fundador e se tem futuro em longo prazo.

A experiência do dono é seu principal atestado de sucesso. Então, quando surge algum tipo de problema em que é necessária a interferência do franqueador, a resposta deve ser rápida e eficiente. Se o franqueado identificar que faltam expertise e competência ao criador da rede, há o risco de cada um começar a tomar suas próprias decisões, com base no que entende que seja melhor para si, e a matriz perde o controle sobre sua marca. 

Para que esse atendimento seja adequado, a franqueadora deve dispor de pessoal. O início até pode ser com uma equipe mais enxuta, mas que deve crescer juntamente com a empresa. Isso para que o quadro de funcionários seja suficiente para atender à comercialização de franquias, ao treinamento e à operação da rede em si. 

Mas o ponto principal é a formatação do sistema de franquia, já que o mercado rejeita profissionais despreparados. Pode até ser que o seu negócio tenha começado sem compromisso e dado certo, mas lembre-se de que não há mais espaço para amadorismo. Na fase de estruturação da rede, o ideal é contratar um profissional do ramo para ajudar. Caberá a ele estudar os impactos de impostos, calcular o número necessário de funcionários, definir a logística do trabalho e as taxas do sistema e pensar na proteção do negócio. Caso este seja baseado em uma marca, pensar no método registrável ou patente de invenção. Isso além de elaborar os manuais de operação da franquia e um business plan. 

Essa formatação inclui também elaborar os documentos jurídicos a respeito da relação entre os franqueados e o franqueador. Um deles é a Circular de Oferta de Franquia, que traz informações básicas sobre o sistema – incluindo a mostra de um modelo de contrato, com todos os serviços, produtos e suporte que o franqueador pretende oferecer aos franqueados, e também de pré-contrato, quando necessário – e determina as obrigações de cada uma das partes. 

Cercar-se de uma boa documentação, que garanta o amparo pela lei, minimiza problemas comuns a esse sistema de negócio, decorrentes do baixo controle sobre os franqueados – que, vale lembrar, não são empregados do franqueador, mas empreendedores independentes, que anseiam gerir sua própria empresa. Para isso, é essencial definir que tipo de perfil você quer para ser seu parceiro, já que a má escolha dos franqueados pode trazer sérios prejuízos e, no limite, levar sua rede ao fracasso. 

Acredito no franchising como um excelente sistema para expandir negócios. Com boas ideias e estratégias podem nascer ótimos conceitos, possíveis de se consolidar no mercado, permitindo a expansão. É claro que, como todo processo de mudança e crescimento, requer muito trabalho. Meu principal conselho: cerque-se dos melhores profissionais para evitar erros nas etapas essenciais e, assim, garantir o sucesso de sua marca.



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Tags: franquia, abf, Franchising, vantagens-franqueado-franqueador, negócios, economia, empreendedor

terça-feira, 12 de junho de 2012

Emissão de FIDC cai 65,3% e prejudica captação de bancos


Por Ernani Fagundes
Matéria publicado no DCI - São Paulo

A emissão de cotas de fundos de investimentos em direitos creditórios (FIDCs) caiu 65,3% nos cinco primeiros meses de 2012 para R$ 1,966 bilhão, ante R$ 5,672 bilhões registrados no mesmo período do ano passado, sinal de que os bancos pequenos e médios estão com dificuldades para securitizar recebíveis e captar recursos para novos empréstimos.

"A credibilidade do instrumento acontece por razões conjunturais, como o aumento da inadimplência, e por isso, a securitização sai prejudicada. É um mercado em que as pequenas e médias empresas dependem dos bancos pequenos e médios para conseguir crédito" alerta o professor do Insper, Ricardo Rocha.

Em maio, a emissão de FIDCs foi de apenas R$ 2 milhões, de acordo com dados do boletim mensal da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

A queda aconteceu nas ofertas por esforços restritos de colocação, aquelas dedicadas ao número limitado de 50 investidores qualificados e geridas pela Instrução n. 476 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), sinal de que os investidores com mais de R$ 1 milhão em aplicações estão recusando os papéis.
"Se a inadimplência está alta, o risco aumenta, e o investidor qualificado vai pedir uma taxa muito alta. É quando o próprio emissor prefere arcar com o risco da inadimplência", explica o professor do Insper, sobre o baixo volume atual de emissões. 

Em exemplo de como os preços altos pedidos pelos investidores estão travando o mercado, basta citar que a última oferta pública de FIDCs realizada em abril ofereceu a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo mais 8,5% ao ano. O risco em questão eram duplicatas de crédito corporativo para empresas de middle market (médio porte) atendidas pelo Grupo Sifra. 

Para colaborar no destravamento do mercado, a presidente da CVM, Maria Helena Santana, diz que órgão regulador prepara mudanças na legislação dos FIDCs. "A CVM já vem se dedicando aos aspectos da transparência das estruturas. Nesta rodada, vamos tratar das questões de conflitos de interesse e de controles dentro da estrutura de securitização por meio de FIDCs. As alterações devem sair até o final do mês", afirmou Maria Helena, após evento de educação financeira do Banco Mundial na sede da Bolsa de Valores, em São Paulo. 

"Esperamos que a CVM não tome nenhuma medida isolada. Não pode ser uma instrução que engesse o mercado. Os FIDCs apenas devem ser tomados pelos investidores com moderação", avalia o professor do Insper, referindo-se indiretamente aos problemas com o FIDCs do Banco Cruzeiro do Sul, em intervenção pelo Banco Central. 

Das oito ofertas de FIDCs em análise na CVM, apenas duas estão com prospectos preparados e participantes financeiros definidos. A primeira em prospecto definitivo, administrada pela Safdié DTVM no valor de R$ 60 milhões, terá a Ber Capital na gestão e o Deutsche Bank na custódia, e promete ganhos de 118% da taxa de certificado de depósito interbancário (CDI), cuja taxa DI calculada pela Cetip estava ontem em 8,36% ao ano. 

Entre os recebíveis que estão na carteira desta oferta, estão: contratos de faturização com cheques pré-datados; contratos de financiamento de vendas a prazo; duplicatas mercantis e de serviço; cédulas de crédito bancário (CCBs) com 70% de duplicatas mercantis e de serviço. 

A outra oferta, em prospecto preliminar, é o FIDC Banco GMAC Financiamento de Concessionárias, no valor de R$ 250 milhões, que terá o Citibank como administrador; o Banco Votorantim como coordenador líder; a Votorantim Asset como gestor; a GMAC em cobranças; e o Crédit Agricole como participante especial. Já entre as ofertas que estão em compasso de espera, vale citar o FIDC do Banco Volkswagen, no valor de R$ 1 bilhão, cujo pedido foi solicitado em 24 de outubro do ano passado. 

Não por mera coincidência, a inadimplência no segmento de automóveis dobrou nos últimos doze meses e é recorde: está em 5,9%, segundo dados do Banco Central (BC). Já a inadimplência em desconto de duplicatas apurada pelo BC está em 8,1%.

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Tags: FIDC, captação-recursos, bancos-sistema-financeiro, risco-inadimplência, recebíveis, securitização, pequenos-bancos, cruzeiro-sul