segunda-feira, 26 de março de 2012

Banco adota no cheque especial taxa de consignado

Juro mais baixo do País nessa modalidade só está disponível para clientes do Sofisa e seu braço online Sofisa Direto; analista vê estratégia de marketing

ROBERTA SCRIVANO - O Estado de S.Paulo
Matéria publicada em www.estadao.com.br

O Sofisa Direto coloca hoje à disposição dos seus clientes um cheque especial com taxa menor que a de crédito consignado - o mais barato do mercado. Chamado Saque Especial, o produto cobrará 1,95% ao mês. A média do mercado para o cheque especial é de 9,5% mensais. O consignado cobra, também em média, 2% ao mês.

O banco, braço totalmente online do já conhecido Sofisa, iniciou em junho do ano passado as suas operações com a venda de CDBs que pagam, no mínimo, 100% do CDI (taxa de juros de referência do mercado financeiro nacional). O porcentual vale para qualquer valor investidor - um diferencial em relação à prática de outros bancos, que dão melhor rentabilidade para quem tem valores mais altos.

Agora, o Sofisa quer desmanchar a imagem de banco de atacado e mostrar ao cliente que pode oferecer mais. O lançamento do Saque Especial é o primeiro passo nessa direção, explicou Bazili Swioklo, diretor do Sofisa Direto. Embora não tenha antecipado detalhes, o executivo disse que a partir do segundo semestre mais novidades virão.

Para que o uso do cheque especial não seja indiscriminado, sobretudo porque a taxa é baixa, o banco só disponibilizará o limite pré-aprovado para quem já é cliente e, portanto, tem investimentos na instituição. "O risco para nós é muito baixo porque já temos esse cliente na carteira, com dinheiro aplicado aqui", comentou Swioklo para justificar como o banco conseguiu alcançar os 1,95% de taxa por mês.

Competição. Oferecer produtos mais atrativos também é uma forma de atrair a atenção dos clientes e ganhar competitividade diante dos tradicionais grandes bancos. Alcides Leite, professor da Escola de Negócios Trevisan, avalia que oferecer o limite de crédito pré-aprovado pode ser exclusivamente uma jogada de marketing do Sofisa. 

"O perfil do cliente deles não é de tomador de empréstimo. Mas, sem dúvida, ter o limite pré-aprovado é um atrativo."

Fazer a "venda casada" de investimento e crédito também ajuda a assegurar o empréstimo, frisa Leite. Colocar o limite à disposição, diz o professor, não provoca suspeitas contra a instituição. "Mesmo se o banco quebrar, quem estará com o dinheiro é o cliente que, mesmo nesse caso extremo, terá de pagar a dívida", explica. O cuidado, diz ele, deve ser sempre em relação ao investimento. O Fundo Garantidor de Crédito (FGC) assegura aplicações de até R$ 70 mil em CDBs. Portanto, investimentos dentro do limite não têm risco.

O Sofisa Direto não abre conta corrente com cartão de débito, por exemplo. Isso também impede que o limite de cheque especial seja usado com tanta facilidade quanto no banco de varejo. Quem quiser usar o Saque Especial precisa, pela internet, solicitar a transferência do dinheiro para outra conta e, em seguida, fazer o saque. "Não é um empréstimo para consumo, mas para aproveitar oportunidades", detalha Swioklo.

Desta forma, completa o executivo, não há necessidade de o investidor sacar os seus recursos que estão aplicados e desfazer a estratégia inicialmente traçada. "Queremos facilitar a vida do nosso cliente".

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Tags: Banco, cheque-especial, juros, produtos-financeiros, endividamento, investimentos

Fuga de capitais enfraquece o yuan

Matéria publicado no The Wall Street Journal

Para saber quais as perspectivas para a China, siga o rastro do dinheiro. 

Operadores nos mercados de câmbio da China estão relatando duas semanas de vendas de yuans — sugerindo que o capital está saindo do país. Cálculos baseados em dados do banco central chinês sugerem que muito capital especulativo deixou o país em quatro dos últimos cinco meses, totalizando uma fuga de capital de mais de 200 bilhões de yuans (US$ 31,7 bilhões). 

As expectativas menores para a valorização do yuan formam grande parte do quadro. O banco central fixou a cotação do yuan em uma alta recorde frente ao dólar na sexta-feira e na segunda-feira. Apesar disso, a moeda chinesa registrou alta de apenas 0,2% contra o dólar no primeiro trimestre. Isso se compara com uma valorização de 5,1% em 2011. Com poucas esperanças de lucros fáceis por meio da taxa de câmbio, o capital especulativo está rumando para a porta da saída. 

Há implicações políticas importantes. Um êxodo de fundos do sistema financeiro chinês ameaça exaurir a liquidez dos bancos e torna mais provável que o banco central afrouxe sua política, provavelmente reduzindo a proporção de reservas bancárias compulsórias. Não é coincidência que a primeira queda nessa proporção – uma iniciativa que libera os depósitos bancários para empréstimos – ocorreu em novembro, depois de dois meses de fuga de capital. 

Ações destinadas a aumentar a flexibilidade do regime cambial da China podem ser adiadas. O yuan atualmente é negociado contra o dólar em uma faixa de 0,5% acima ou abaixo da cotação fixada diariamente. O banco central deseja ampliar essa faixa para permitir maior flexibilidade nos dois sentidos, reduzindo os estímulos aos investidores que fazem apostas de mão única na apreciação do yuan ao trazer capital especulativo para o país. 

Mas o banco central chinês ainda vive sob a grande sombra da crise financeira asiática, quando repentinas fugas de capital deixaram países vizinhos de joelhos. Ampliar a faixa num momento em que o capital especulativo já está saindo do país poderia provocar uma pressão ainda maior para a venda de yuans. Isso significa que a mudança na política cambial, há muito aguardada, provavelmente ficará em suspenso pelo menos por um pouco mais de tempo.


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