segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Acordo entre Japão e China amplia papel do yuan no comércio


Por LINGLING WEI e BOB DAVIS, de Pequim, e TAKASHI NAKAMICHI, de Tóquio
Matéria publicada pelo The Wall Street Journal

Enlarge Image

Um acordo cambial abrangente entre a China e o Japão deve dar ao yuan, a moeda chinesa, um papel mais preponderante no comércio internacional, mas Pequim ainda precisa fazer mudanças substanciais na maneira como administra sua economia antes de o yuan se tornar uma potência monetária na mesma escala do dólar e do euro. 

Os problemas econômicos na Europa e nos Estados Unidos enfraqueceram a confiança do mercado em suas moedas, mas os investidores em busca de um porto seguro para seus ativos têm poucas opções para aplicar. A China, entre outros países, tem criticado a primazia do dólar no comércio internacional e já sugeriu outras maneiras de administrar o sistema monetário mundial, inclusive com um papel maior para o Fundo Monetário Internacional e o yuan. 

A maioria dessas discussões tem sido de cunho teórico. Mas durante uma visita do primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, encerrada na segunda-feira, a China e o Japão anunciaram uma série de acordos para promover o uso do yuan no comércio e no investimento entre a segunda e a terceira maiores economias do mundo, o que levaria a alguma limitação no uso do dólar na Ásia, a região de crescimento mais rápido do planeta. Os dois países aceitaram promover especificamente o comércio direto com yuans e ienes, em vez de converter primeiro as moedas em dólar, e também que o Japão aplique em yuans para suas reservas internacionais, concentradas atualmente no dólar. 

O Japão "parece que está reconhecendo implicitamente que só existirá uma única moeda dominante na Ásia, e que não será o iene", disse Barry Eichengreen, historiador da economia que ensina na Universidade da Califórnia em Berkeley. O economista Jeffrey Frankel, da Universidade Harvard, disse que "isso acelera o surgimento de um mundo com várias moedas, mas ainda é apenas um dos 100 passos necessários". 

Uma autoridade do governo japonês disse que as moedas asiáticas "podem se tornar mais importantes do que são atualmente". Mas o Japão não decidiu necessariamente comprar títulos de dívida do governo chinês com base na visão de que o yuan provavelmente se tornará mais popular e importante que o iene. "O papel do iene na verdade se tornará mais importante para outros países se aprofundarmos o nosso relacionamento com eles", disse a autoridade. 

O pacto sino-japonês surge num momento em que o yuan enfrenta pressão de desvalorização, à medida que as caem as expectativas de investidores e empresários sobre a continuidade da valorização da moeda. Os acordos sugerem que a China quer acelerar seus esforços para incrementar o perfil do yuan no exterior. Isso é especialmente evidente em face da decisão de Tóquio de comprar até US$ 10 bilhões em títulos do governo chinês para suas reservas. Embora isso represente apenas 1% do US$ 1,3 trilhão que o Japão detém em reservas internacionais — a segunda maior do mundo depois da China — é mais importante simbolicamente, como sinal de que o Japão pretende diversificar suas reservas para além do dólar. 

Mas a mudança provavelmente receberá discretas boas-vindas do governo americano, que tem incentivado a China a ampliar a importância do yuan. O motivo é que as autoridades dos EUA sabem — bem como os reformistas chineses — que para o yuan ter um papel maior, a China precisará reformar amplamente suas políticas para o setor financeiro. Morris Goldstein, economista do Instituto Internacional Peterson de Economia Internacional, em Washington, disse que entre as reformas necessárias para que o yuan circule livremente nos mercados mundiais estão uma forte redução das intervenções governamentais no câmbio, a liberalização dos juros, a diminuição das restrições dos fluxos de capital e tornar seu sistema bancário "mais orientado para o mercado". Os acordos com o Japão também estão dentro das metas do G-20, o grupo de 20 países industrializados e em desenvolvimento, de flexibilizar o yuan.


Confira as últimas postagens
Rede virtual que simplificará abertura e fechamento de empresas...
Toyota deve perder a coroa de maior montadora do mundo
Só sobreviverá a pequena empresa que souber reter talentos
Turistas brasileiros batem recorde de compras nos EUA
Brasil é prioridade para o Santander, diz presidente
‘FT’: Com Bolsa Verde, Rio pode virar polo financeiro alternativo
BID lança linha de crédito para bancos que desejam expandir empréstimos a setores de alto...
Município baiano apresenta o maior PIB per capita do país em 2009
Itaú espera ter licença para atuar na Colômbia em junho de 2012
Pacote da Receita inclui fim da declaração anual do Simples em 2013
Impostos federais poderão ser pagos com cartão de crédito...
Espanha estuda meio rápido para limpar seus bancos


Tags: China-Eua-Japão, yuan-moedas-mundo, economia-global, maiores-economias-globo, crescimento-desenvolvimento-econômico

sábado, 24 de dezembro de 2011

Rede virtual que simplificará abertura e fechamento de empresas começa a funcionar em 2012

Daniel Lima
Matéria publicada pela Agência Brasil

Brasília – O processo de abertura, fechamento, alteração e legalização de empresas deverá ser totalmente integrado em um único ambiente virtual a partir de 2012, informou à Agência Brasil a Receita Federal. É que está prevista para o próximo ano a entrada em funcionamento da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Redesim). Criada pela Lei nº 11.598, a Redesim é composta por órgãos federais, estaduais e municipais que estejam direta e indiretamente ligados aos registros de empresas. 

“O empresário irá se comunicar com esse ambiente em que todos os órgãos estarão interligados: juntas comerciais, cartórios de registro de empresas, administração tributária federal, estadual, meio ambiente, órgão de regulação e controle, entre outros”, informa subsecretário de Arrecadação e Atendimento da Receita Federal, Carlos Roberto Occaso. 

De acordo com Occaso, bastará o empresário fazer o cadastro na junta comercial, que seria uma das “portas de entrada” à rede, para passar a ter acesso a todos serviço disponíveis em uma página na internet. Embora a rede seja gerida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a Receita Federal é parceira no projeto com todos os sistemas informatizados integrado ao ambiente do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), explica Occaso. 

“Imagine que o empresário procure a junta comercial. Ele formaliza o contrato de constituição da empresa e depois tem acesso a todos os aplicativos para órgãos de meio ambiente, de postura, das administrações federal, estaduais, municipais etc”, detalha Occaso. 

As informações serão distribuídas pelos sistemas integrados de forma a permitir que cada órgão receba os dados do interessado, além de formalizar a abertura, regularização, fechamento de uma empresa de forma direta e com a apenas uma comunicação do empresário com a administração pública. 

“Será liberado tudo. Alvarás, agendamento das vistorias dos bombeiros. Tudo estará nesta estrutura. O [sistema] integrado nacional passará a ser gerido pela Receita, com mais 27 integradores estaduais que, por sua vez, terão integração com sistemas nos municípios”, explica o subsecretário. 

Occaso afirma que, além de ser um dos maiores problemas quando se trata de abertura ou fechamento de empresas no país, a burocracia é um dos fatores que elevam o chamado custo Brasil. Com as mudanças, a Receita Federal espera que o tempo de registro de uma empresa seja de cinco dias úteis. 

Inicialmente prevista para março de 2012, a data para a Redesim ser disponibilizada para pessoas jurídicas ainda não está, entretanto, prevista pela Receita. Segundo Occaso, a Receita se empenhará para que a rede passe a funcionar no ano que vem. Ele assegura que muitos integradores estaduais estão prontos, com sistemas já desenvolvidos por empresas privadas de tecnologia da informação e só esperam um sinal verde do governo federal para participar da integração. 

“Muitos estados já estão preparados e aguardam que Receita finalize o projeto do integrador nacional com os demais núcleos regionais de integração para ter todo o modelo integrado ao CNPJ”, concluiu.


Confira as últimas postagens
Toyota deve perder a coroa de maior montadora do mundo
Só sobreviverá a pequena empresa que souber reter talentos
Turistas brasileiros batem recorde de compras nos EUA
Brasil é prioridade para o Santander, diz presidente
‘FT’: Com Bolsa Verde, Rio pode virar polo financeiro alternativo
BID lança linha de crédito para bancos que desejam expandir empréstimos a setores de alto...
Município baiano apresenta o maior PIB per capita do país em 2009
Itaú espera ter licença para atuar na Colômbia em junho de 2012
Pacote da Receita inclui fim da declaração anual do Simples em 2013
Impostos federais poderão ser pagos com cartão de crédito...
Espanha estuda meio rápido para limpar seus bancos
Crise econômica entra na pauta das turnês de rock


Tags: Receita-Federal, arrecadação, abertura-fechamento-empresas-Brasil, burocracia-desburocratização, rede-virtual