quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Ford inicia venda antecipada de seu primeiro carro totalmente elétrico nos Estados Unidos

Matéria publicana no Portal Fator Brasil 

Para atender expectativa dos consumidores, montadora anuncia a pré-venda do primeiro carro totalmente elétrico da marca. 

O Focus Electric, novo modelo da linha de médios da Ford, é um dos veículos mais aguardados do mercado norte-americano e para atender à expectativa a empresa iniciou a pré-venda do primeiro automóvel totalmente elétrico da marca. Ele será oferecido inicialmente em algumas regiões da Califórnia, Nova York e Nova Jersey, com preço a partir de US$39.200. 

Em 2012, a Ford espera elevar a produção do Focus Electric para atender também outros mercados dos Estados Unidos. A ampliação das vendas será feita com base em critérios como padrão de deslocamento dos moradores, tendência de compra de veículos híbridos, colaboração das empresas de energia e compromisso dos governos locais com a eletrificação. 

"Hoje é um dia histórico para a Ford. O Focus Electric é um produto importante dentro da estratégia global da marca. Ele traz uma nova opção para os consumidores que querem um carro gostoso de dirigir, fácil de manter e totalmente elétrico", disse Chad D'Arcy, gerente de Marketing do Produto. 

100% elétrico- O Focus Electric não usa uma gota de combustível e seus proprietários também nunca terão de trocar o óleo e fazer outros serviços comuns nos motores a gasolina. A energia do Focus Electric é fornecida por um avançado conjunto de baterias de íons de lítio, com um sistema de refrigeração que ajuda a garantir a durabilidade e o desempenho sob diversas condições de clima e de uso. 

A bateria do Focus Electric pode ser recarregada em apenas três horas usando uma estação de 240 V – cerca de metade do tempo do Nissan Leaf 2012. Ele também pode ser conectado a uma tomada padrão de 120 V, usando o cabo que acompanha o veículo. 

"A Ford acredita que os consumidores não precisam sacrificar a experiência de dirigir ou a qualidade ao optar por um carro elétrico", completa D'Arcy. "O Focus Electric vem com mais equipamentos de série do que qualquer outro veículo da categoria." 

Entre outros itens de série, o Focus Electric vem com faróis de xenônio, rodas de alumínio de 17 polegadas, bancos feitos de material 100% reciclado, câmera traseira e sensor de estacionamento, sistema de navegação com comando de voz, Sync com serviço de informação de trânsito, controle eletrônico de tração e um aplicativo que permite o monitoramento da recarga da bateria por meio de smartphones. Bancos de couro e a cor da carroceria são os únicos opcionais. [ www.ford.com/electric/focuselectric/2012]. 

Eletrificação e sustentabilidade - A eletrificação é uma parte importante da estratégia de sustentabilidade da Ford. Ela inclui o lançamento de cinco veículos elétricos na América do Norte até 2012, e até 2013 na Europa. A marca já lançou a van Transit Connect Electric em 2010 e vai lançar o Focus Electric no final deste ano. Em 2012, esses modelos serão acompanhados do híbrido de nova geração C-MAX Hybrid, com bateria de íons de lítio, e do híbrido "plug-in" C-MAX Energi na América do Norte. A diversidade de modelos elétricos é uma aposta da Ford para atender clientes com diferentes necessidades de uso.


terça-feira, 8 de novembro de 2011

Tempos melhores para investir no Brasil

Matéria publicada no The Wall Street Journal

Antes fortemente aquecida, a economia brasileira esfriou este ano, mas o cenário de longo prazo continua incandescente. 

O investimento estrangeiro no Brasil pode chegar a US$ 60 bilhões este ano, quase o triplo do valor de dez anos atrás. A maior parte desse dinheiro é investimento estrangeiro direto, mas uma fatia tem fluído para os mercados financeiros, onde há várias oportunidades. 

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Bloomberg News - Trabalhadores numa plataforma da Petrobras no campo Marlim Sul. 
Peso da estatal na Bovespa pode dar impressão errada sobre a economia do país. 

Alguns mais otimistas com o Brasil têm comprado dívida de empresas locais, que rendem entre 6% e 10%, ante 3% dos títulos soberanos do país. "Os títulos [de dívida corporativa] ainda são atraentes", diz Michael Conelius, administrador de carteira do T. Rowe Price Emerging Markets Bond Fund. "Quando se leva em conta todos os fatores, o Brasil ainda é a melhor oportunidade de investimento no nível empresarial. A qualidade da administração, os balanços sólidos, os recursos naturais e a demografia positiva são os melhores dos mercados emergentes." 

As ações podem oferecer um retorno ainda mais atraente, diante de seu declínio este ano e dos valores ainda modestos. "Passei de aplicar pouco a aplicar muito no Brasil", diz Antoine van Agtmael, que administra US$ 8,3 bilhões como presidente do conselho e co-diretor de investimento da Ashmore EMM. Foi Agtmael que criou o termo "mercados emergentes". 

Como o real está valendo cerca de US$ 1,75, ante US$ 1,89 um mês atrás, o câmbio está "mais realista", diz Van Agtmael. 

A maneira mais direta de aumentar a exposição ao Brasil é comprar ações e títulos de dívida locais, mas isso pode ser caro, já que o governo começou a taxar as aplicações em ambos. Mas as ações na Bovespa da Restoque Comércio e Confecções de Roupas SA, uma grife de roupas femininas sofisticadas, e da Companhia Hering SA, dona da segunda maior varejista do país, são apostas atraentes na expansão do consumo interno. 

A Hering é a favorita de Lewis Kaufman, que comprou ano passado ações da empresa para seu fundo Thornburg Developing World. A ação já subiu 33% em reais. Kaufman, cuja firma administra cerca de US$ 8 bilhões em ativos de mercados emergentes em sua carteira internacional, diz que ainda a acha atraente, mesmo com a cotação igual a 16 vezes o lucro previsto por ação para o ano que vem. 

Os ADRs são uma maneira mais fácil de aplicar no Brasil e em muitos mercados emergentes. Entre os principais ADRs brasileiros estão os da Petróleo Brasileiro SA, da Vale SA e da Cia. de Bebidas das Américas, ou AmBev, que lidera o mercado de cervejas com as marcas Antarctica, Brahma e Skol. A Petrobras e a Vale são as ações mais valorizadas da Bovespa e já caíram mais de 20% este ano, em meio a um recuo mundial nas aplicações em commodities. E o rumo tomado pela dupla também é o rumo do índice do mercado brasileiro, o que leva alguns analistas a notar que o desempenho da Bovespa, dominada por ações de empresas de commodities, é um indicativo parcial da saúde da economia brasileira. 

A Barron's previu no fim do ano passado que o crescimento acelerado na China aumentaria o ADR da Vale de US$ 32 para US$ 40. Mas a ação caiu para US$ 25,74 e está oscilando agora em meras seis vezes o lucro previsto por ação. A Vale tem fortes chances de se beneficiar da onda atual de obras de infraestrutura no Brasil. 

Paul Atwood, gerente do Huntington Global Select Markets Fund, está usando a AmBev para apostar no crescimento do consumo. O ADR da empresa já subiu 17% no último ano, para US$ 34. Ele espera que o papel da empresa, hoje negociado a 15 vezes o lucro por ação previsto para 2012, suba para US$ 40 ano que vem. 

Estrangeiros que buscam ampla exposição a ações brasileiras podem escolher entre uma variedade de fundos negociados em bolsa baratos, os chamados ETFs. A Morningstar tem nove ETFs não alavancados focados no Brasil, com o maior de todos sendo o iShares MSCI Brazil Index Fund, que tem US$ 10 bilhões investidos. Ele acompanha o Índice MSCI Brazil: sua maior aposta é na Petrobrás, na Vale e no Itaú Unibanco Holding SA, segundo maior banco do país em ativos. O ETF está em queda de 19% este ano. 

O analista Gregg Wolper, da Morningstar, gosta do fundo BlackRock Latin America, que tem cerca de 70% dos seus US$ 754 milhões aplicados no Brasil. O fundo tem um histórico extenso e administradores experientes, diz ele. Criado há 20 anos, o fundo está em queda de 18% este ano, mas rendeu 23% nos últimos dez anos, melhor que 90% dos ETFs. Sua maior aplicação é na Vale. 

Investidores que buscam exposição a empresas menores e voltadas ao consumo têm que procurar além da Bovespa, com suas empresas de commodities com alto valor de mercado. O Dreyfus Brazil Equity Fund é uma opção; suas duas principais aplicações são na Ultrapar Participações SA, a dona das marcas Texaco e Ipiranga no país, uma empresa diversificada que atua em distribuição de combustível, química e logística, e no Itaú, embora seu foco principal seja em ações de empresas com valor de mercado mediano. O fundo está em queda de 12% este ano, mas isso ainda é melhor que 80% dos ETFs, segundo a Morningstar. A desvantagem é a proporção de 2% do total investido em despesas, relativamente alta. 

O Market Vectors Brazil Small-Cap também se encaixa nesse modelo. O ETF está em queda de 22% em relação a um ano antes, mas Kaufman acha que uma de suas aplicações, na Drogasil SA, cuja rede de farmácias é uma das maiores do país, deve se beneficiar da consolidação e do ambiente de concorrência mais racional no segmento brasileiro de farmácias. 

O EGShares Brazil Infrastrucutre, um ETF que aplica em infraestrutura, foi criado em fevereiro de 2010. Ele está em queda de 10% este ano e tem ações de cerca de 30 empresas, como a Vale, que podem ter um papel importante no boom da construção no Brasil. 

Não há nenhum fundo de títulos especificamente voltado para o Brasil, mas a Morningstar dá três estrelas para o T. Rowe Price Emerging Markets, administrado por Michael Conelius, por sua diversificação e baixo risco. Seu desempenho tem sido relativamente moderado, mas a proporção de custo é de apenas 0,95% e Conelius está no comando do ETF desde sua criação, em 1994. Ele investiu 16% dos ativos do fundo no Brasil, em títulos de empresas como a BR Malls, a maior operadora de shoppings da América Latina, e General Shopping Brasil, uma importante incorporadora de shoppings. 

O Brasil tem desafios reais que não podem ser contornados facilmente. O país tem uma das maiores cargas tributárias sobre empresas entre os países emergentes, de 34% do lucro. O Citigroup nota que a desaceleração recente na produção industrial pode levar o banco a reduzir sua previsão de crescimento do PIB de 3,3% este ano. Mesmo os mais entusiasmados admitem que um colapso na Europa, que enfrenta a crise da dívida soberana da Grécia, prejudicaria tanto os países riscos quanto os mercados emergentes. 

Alguns investidores, como Rich Bernstein, do Eaton Vance Richard Bernstein Equity Fund, acham que o Brasil e outros mercados emergentes estão às voltas com uma nova bolha de crédito, que começou a estourar. "O Banco Central do Brasil se rendeu [à redução dos juros]", diz Bernstein, que administra mais de US$ 650 milhões. 

Mas Lupin Rahman, administradora de fundos da Pimco, maior firma de renda fixa do mundo, defende os banqueiros centrais. "A inflação não será um grande problema para a economia brasileira", diz ela. "Em vez disso, será importante propiciar um pouso suave para a economia real no cenário mundial atual, mais volátil." 

Os próprios brasileiros não parecem se preocupar muito com o curto prazo, em parte porque o desemprego de 6% continua em queda e está impulsionando os salários. "O brasileiro médio está muito otimista", diz Alan Vinson, que dirige a Brazil Business Solutions, uma consultoria da Flórida, e visita o Brasil uma vez por mês 

A grande aposta é que a maioria dos brasileiros continuará assim. 


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Sob críticas, bancos dos EUA perdem clientes para Walmart

Sílvio Guedes Crespo
Matéria publicada no Blog Radar Econômico


Em meio à irritação de grande parte da sociedade americana com os bancos – não apenas por ideologia, mas também por questões práticas, como a criação de novas taxas – muitos correntistas estão fugindo das instituições financeiras até onde podem e migrando para o Walmart, informa uma reportagem do "New York Times".

“Os americanos dizem que estão fartos dos bancos. Eles protestam em Wall Street e esperneiam por causa de taxas. Agora surge um beneficiário inusitado: o Walmart”, diz o jornal. 

Nos Estados Unidos, a rede de supermercados mantém em mais de mil lojas um setor chamado Money Center, no qual os clientes podem descontar cheques, pagar contas, enviar dinheiro ao exterior e colocar créditos em cartões de débito pré-pagos. 

Os serviços, que já vinham sendo muito utilizados por quem não tem conta em banco, agora têm atraído cada vez mais os bancarizados insatisfeitos. 

Mesmo nas lojas do Walmart em que não há Money Center, conta o “Times”, também existem quiosques ou balcões que oferecem serviços desse tipo. 

Banqueiros temem que Walmart combine suas operações de varejo com as financeiras e esvazie os negócios dos bancos pequenos. A rede de supermercados, por sua vez, argumenta que simplesmente oferece serviços financeiros mais barato do que os concorrentes, assim com produtos do supermercado. 

Indignados 

No fim de setembro, o Bank of American anunciou que criaria uma taxa mensal sobre cartões de débito. Outros bancos, como o Wells Fargo e o JP Morgan Chase, testaram em alguns Estados uma tarifa desse tipo, alegando que a maior regulação do sistema financeiro aumentou os custo dos serviços. No entanto, os bancos desistiram após protesto de clientes indignados. 

A irritação com as taxas bancárias leva clientes a procurarem não só o Walmart, mas cooperativas de crédito. Nas últimas quatro semanas (portanto, logo depois que o Bank of America criou a taxa), 650 mil pessoas aderiram a esse tipo de serviço, segundo a associação do setor.


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