sábado, 24 de setembro de 2011

China precisa combater inflação e afastar choques, diz Zhou

Por David Lawder e Frank Tang
http://br.reuters.com/

WASHINGTON (Reuters) - O cenário econômico da China é positivo, mas o país precisa continuar batalhando contra a inflação e estar preparado para repelir qualquer choque externo, afirmou o presidente do banco central do país, neste sábado.

O presidente do BC chinês, Zhou Xiaochuan, afirmou que a China precisa continuar flexível sobre suas políticas econômicas, um sinal de que pode considerar novas medidas de estímulo.

"Alta inflação continua sendo a principal preocupação", disse Zhou em declarações em reunião do Fundo Monetário Internacional.

"Medidas mais flexíveis serão tomadas em resposta a mudanças imprevisíveis na economia mundial e desdobramentos financeiros", afirmou Zhou. "Esforços serão promovidos para reduzir a inflação no curto prazo sem grandes perturbações ao crescimento, enquanto facilitamos a transformação do padrão de crescimento no médio e longo prazos", acrescentou.

A importância da China como motor do crescimento econômico global foi amplificada nas reuniões desta semana do grupo das 20 maiores economias do mundo e o FMI.

Autoridades pediram para a China e outros grandes mercados emergentes para impulsionarem o consumo doméstico e ajudarem a manter o crescimento mundial em meio às turbulências na Europa e fraqueza econômica dos Estados Unidos.

Zhou disse na quinta-feira que os principais mercados emergentes devem encontrar maneiras de aumentar a demanda interna.

Autoridades do G20 e do FMI, em reuniões neste fim de semana, discutiram a necessidade da China de ampliar o consumo doméstico para ajudar a manter o crescimento mundial.

Com 3,2 trilhões de dólares em reservas, Pequim tem amplo poder de fogo se decidir gastar mais, mas precisa ter cuidado para evitar efeitos como aumento da inflação e excesso de investimento em alguns projetos.

Representantes do FMI afirmaram neste sábado que Pequim estaria melhor servida se qualquer novo pacote de estímulo for voltado aos consumidores, não ao aumento de investimento e crédito bancário.

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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Aprendam com o Brasil, diz Eike Batista aos EUA

Por Brian Ellsworth e Daily Matt
http://br.reuters.com/

NOVA YORK (Reuters) - O homem mais rico do Brasil tem uma mensagem para os Estados Unidos -- sigam o nosso exemplo.

Os Estados Unidos devem exigir que uma parcela maior dos produtos que os norte-americanos consomem seja produzida internamente para estimular o crescimento do emprego, como o Brasil tem feito, disse à Reuters o bilionário Eike Batista nesta sexta-feira.

As regras de "conteúdo nacional" na produção brasileira estão ajudando a expandir a construção naval do país e os serviços de petróleo, segundo Eike. Ele disse que empresas como a gigante varejista Wal-Mart devem exigir que os fornecedores chineses produzam parte dos produtos dentro dos Estados Unidos.

"Eu acho que vocês fariam bem, vocês trariam as fábricas de volta à América", disse Eike em entrevista no edifício da Reuters em Nova York. "Se eu fosse americano, eu ficaria bravo com Wal-Mart. Por que 68, 70 por cento dos produtos vem da China?".

Eike disse que, se produtos como vassouras que o Wal-mart terceiriza para a China fossem em grande parte feitos nos Estados Unidos, os maiores custos para os consumidores seriam compensados pelos benefícios mais amplos da criação de empregos locais.

Ele disse que os EUA têm levado ao limite seu modelo econômico, concentrando esforços em lucro a curto prazo às custas de necessidades mais amplas da sociedade, e sem conseguir corresponder aos interesses dos acionistas de empresas norte-americanas.

Enquanto a Europa enfrenta uma crise de dívida e os Estados Unidos podem entrar em recessão, as indústrias de commodities em expansão no Brasil e o forte mercado interno do país devem impulsionar o crescimento econômico brasileiro para cerca de 3,5 por cento este ano.

O Brasil "poderia viver em isolamento esplêndido", disse Eike.

O empresário, considerado a oitava pessoa mais rica do mundo pela Forbes, é o acionista controlador do grupo EBX, cujas empresas operam na mineração, energia e construção naval, entre outros setores.

Regras de conteúdo local podem não criar indústrias mundialmente competitivas imediatamente e os custos podem ser elevados a curto prazo, mas são compensadas por benefícios de longo prazo para o crescimento, disse Eike.

"Você emprega muita gente - é imposto, é criação de empregos e preservação de empregos", acrescentou.

Os Estados Unidos também perderam terreno econômico para países como Brasil ou Alemanha porque suas melhores e mais brilhantes mentes têm buscado trabalho no setor financeiro, em vez de engenharia ou inovação e desenvolvimento, segundo Eike.

Muitas empresas norte-americanas têm sofrido com lideranças ruins que procuram copiar o que outros têm feito ao invés de assumir riscos e responder às mudanças. Executivos das empresas são muitas vezes focados em fazer seus bônus ao invés de inovar, afirmou.

"Há uma desconexão na América, eu sinto, com a falta de alinhamento de interesses", disse ele.

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