sábado, 17 de setembro de 2011

Leia a Carta de Bonito

CARTA DE BONITO/MS

CONGRESSO BRASILEIRO DE ECONOMIA - 07-09/09/2011
DESENVOLVIMENTO: INOVAÇÃO, TECNOLOGIA E SUSTENTABILIDADE

Por ocasião da comemoração dos 60 anos de regulamentação da profissão, os Conselhos de Economia, como instância de representação múltipla da Categoria, visando esclarecer e promover uma reflexão sobre o assunto central do Congresso, vêm manifestar-se à opinião pública a respeito do debate recente sobre desindustrialização no Brasil.

Os critérios e as circunstâncias com base nos quais se caracteriza o que é em geral entendido como desindustrialização são diversos. O processo não é novo na História Econômica, mas, de modo geral, pode ocorrer em países que já alcançaram um alto grau de desenvolvimento. Sua caracterização vai desde a redução do nível e da capacidade de produção em termos absolutos até à perda de participação relativa da atividade industrial na geração de renda. Desindustrialização também pode ser entendida como redução da abrangência e da complementaridade dos setores industriais entre si e com o restante da economia. Assim, a inexistência ou fragmentação das cadeias produtivas pode ser vista como uma limitação ao ciclo da industrialização e como uma restrição à alavancagem do desenvolvimento consistente.

Numa perspectiva de longo prazo, o Brasil não pode continuar com o atual processo de aumento da dependência da importação de produtos industrializados. A atual substituição da produção interna por produtos importados ocorre antes que o país tenha alcançado o domínio dos processos tecnológicos estratégicos para assegurar a sustentabilidade de seu desenvolvimento soberano.

A questão se reveste de mais riscos ainda quando à situação antes descrita se associa uma recomposição das pautas de exportação, dependentes, crescentemente, da demanda internacional por produtos primários e de modesto valor agregado. Como é sabido, estes produtos são mais facilmente substituíveis, têm baixo conteúdo tecnológico e as cotações são muito mais voláteis. Esta crescente especialização do padrão de exportação é a chamada reprimarização.

Este é, presentemente, um dos grandes desafios da economia brasileira, ainda mais nas circunstâncias em que o binômio câmbio sobrevalorizado e juros elevadíssimos está fortemente associado, e pesadas resistências e interesses internos se opõem à desativação dessa armadilha, cujos efeitos a médio prazo podem ser devastadores para o projeto nacional de desenvolvimento autônomo, continuado e vigoroso, capaz de tornar o Brasil emergente, enfim, no País do presente.

No entanto, o problema da desindustrialização não se restringe à natureza das políticas macroeconômicas. A questão central é a escolha de estratégias de desenvolvimento que impliquem mudanças estruturais efetivas, inclusive quanto ao deslocamento da fronteira de produção. A simples correção do câmbio real e do juro real não impede, necessariamente, o redirecionamento dos investimentos na direção da “linha de menor resistência” que, no caso brasileiro, é na direção da produção de bens intensivos em recursos naturais.

A correção da gestão macroeconômica deve vir acompanhada de políticas estruturantes de novo padrão de acumulação e alocação de recursos. Os objetivos são impedir o viés na direção da especialização em produtos intensivos em recursos naturais e promover o deslocamento mais equilibrado e abrangente da fronteira de produção. Somente estruturas de produção mais abrangentes, robustas e competitivas permitem a melhora permanente de renda, consumo e distribuição, ou seja, o desenvolvimento econômico no longo prazo.

Nesta perspectiva, cabe considerar que os desafios das medidas macroeconômicas não sejam restritivos à sustentabilidade do desenvolvimento econômico.

Fonte: http://www.cofecon.org.br/

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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Cuidados ao abrir um escritório de contabilidade

Anderson Hernandes
Artigo publicado em http://www.administradores.com.br/

Com o mercado contábil aquecido, a valorização do profissional de contabilidade está em alta. Baseado nesse cenário, quais os cuidados ao abrir um escritório de contabilidade? Nesse artigo vou explanar alguns deles.

A profissão contábil sofreu mudanças que a tornaram hoje muito diferente do que dez anos atrás. Mesmo para profissionais que pretendem abrir um escritório de contabilidade para atender micro ou pequenas empresas, o perfil do contabilista adequado também mudou significativamente.

Falando especificamente de novos escritórios posicionados no mercado de micros e pequenas empresas, destaco o atual cenário desses empresários: aumento da responsabilidade técnica face às novas obrigações acessórias, nível de qualificação profissional exigido mais elevado, dificuldades de adotar a escrita contábil regular nos termos da legislação aplicável e problemas em adequar os clientes para atenderem critérios de controles financeiros necessários para suporte aos serviços contábeis. Tudo isso confronta diretamente com outra realidade: honorários relativamente baixos.

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Como um novo escritório vai concorrer diretamente com um mercado já atendido por profissionais e empresas de contabilidade já atuantes há anos, existe o pressuposto que para formar uma carteira de clientes seja necessário adotarem uma estratégia de preço mais baixo do que o praticado pelo mercado. Além das questões éticas envolvidas, essa estratégia é arriscada, pois formar uma carteira de clientes que buscam preço e não diferenciais não é duradoura. No momento que a empresa contábil decidir readequar os honorários a realidade de mercado a maior parte desses clientes vão migrar para novos entrantes com estratégia semelhante.

Se todas as empresas contábeis exigissem de seus clientes o cumprimento da obrigatoriedade legal de adoção da escrituração contábil, com plena certeza haveria uma valorização profissional acentuada para todos e seriam necessários muitos mais profissionais para atender essa demanda. No entanto, isso não é o que pensam alguns profissionais e isso tem impactado num número elevado de empresas que encaram o contabilista como agente do fisco, cuidando apenas de aspectos tributários e fiscais e não como um profissional atuante na contabilidade. Aliás, se perguntarmos a essas empresas que não escrituram os livros contábeis obrigatórios, a maior parte dirá que tem serviços de contabilidade, quando na verdade desconhecem o que é na verdade a contabilidade.

Os profissionais entrantes nesse mercado tem que ter plena consciência de um fator importante: quer o cliente pague pouco ou muito pelos serviços ele vai cobrar por qualquer erro cometido pelo profissional ou por seus prepostos. Por isso, leve em conta o risco envolvido na hora de determinar o preço dos serviços. Nesse respeito o profissional poderia perguntar-se: Os honorários são compatíveis com os valores das multas por erros ou atrasos nas obrigações acessórias? Estou prevendo a necessidade de investir em melhorias contínuas em minha estrutura, consultoria de apoio técnico e qualificação permanente minha e da equipe?

Outro erro comum é o de atender todo o tipo de serviço ou cliente. Com isso forma-se uma carteira de clientes desalinhados ou pouco rentáveis para a empresa contábil. O profissional contábil precisa saber dizer não para serviços dessa natureza. Buscar uma especialização dos serviços aumenta o foco, o que diminui o mercado-comprador, mas também diminui a concorrência, podendo ser uma alternativa atraente para novas empresas contábeis.

Diante de tantos desafios para os novos profissionais da contabilidade, deixo um último conselho: cuidado em atuar sozinho no mercado. Ninguém é bom em tudo, o máximo que alguém sem foco de especialização consegue é tornar-se mediano, o que é um perigo profissional. Compor uma sociedade com alguns profissionais poderá permitir ter uma estrutura mínima necessária, troca de experiências, divisão de responsabilidades e foco na qualificação dos sócios, permitindo maior segurança na prestação de serviços.

Diante da importância desse assunto não posso dar por esgotado os conselhos pertinentes a ele, sendo que em breve publicarei novos artigos complementares.

* Anderson Hernandes é empresário contábil, palestrante e escritor especializado em mercado contábil. http://www.andersonhernandes.com.br/

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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Alemães estão animados com perspectivas de investimentos no Brasil

Chico Santos
Valor Econômico
http://www.valor.com.br/

RIO - Se no terreno europeu a Alemanha sofre com o quebra-cabeças de garantir a sobrevivência da Zona do Euro, do lado de cá do Atlântico os investidores alemães estão eufóricos com as perspectivas de investimentos, especialmente no Rio de Janeiro, geradas pela exploração de petróleo no pré-sal, pela Copa do Mundo de 2014 e pelos Jogos Olímpicos de 2016.

O 29º Encontro Econômico Brasil-Alemanha (EEBA), marcado para os dias 19 e 20 (segunda e terça-feira da próxima semana) deverá reunir 15 delegações empresariais alemãs, praticamente o dobro das oito que participaram do encontro no ano passado.

Hoje à tarde, o número de participantes previsto já alcançava 2.200, ultrapassando a previsão inicial de 2.000 feita pelos organizadores. Um dos participantes será o escritório de arquitetura alemão GMP, especializado em projetos urbanos e de arenas multiuso.

Com nove escritórios espalhados pelo mundo, a empresa chegou ao Brasil há três anos, de olho na construção dos estádios para a Copa de 2014, tendo participado dos projetos das arenas de Manaus, Brasília e da reforma do Mineirão. Foi também responsável pelo projeto da reforma do Morumbi, estádio que inicialmente iria sediar o jogo de abertura da Copa.

Segundo Ralf Amann, diretor do escritório, a GMP, que tem no seu portfólio o projeto de uma cidade inteira para 800 mil habitantes na China, está tratando de ampliar seu leque de opções e garantir a permanência do mercado, já tendo desenvolvido o conceito para um centro de exposições em São Paulo e o projeto pré-básico para o novo aeroporto de Natal. As obras para os Jogos Olímpicos de 2016, incluindo hotéis, estão também no foco do escritório alemão.

A EEBA é organizada pela Federação das Indústrias Alemãs (BDI, na sigla em alemão), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e pela Câmara Brasil-Alemanha.

O evento será no Pier Mauá, região portuária do Rio, e discutirá temas como logística, inovação, mobilidade urbana, infraestrutura, saúde e perspectivas para o comércio Brasil-Alemanha.

A corrente de comércio Brasil-Alemanha saltou de US$ 6,95 bilhões em 2000 para US$ 20,69 bilhões em 2010. O Brasil foi deficitário em US$ 4,41 bilhões. A Alemanha foi no ano passado o quinto maior comprador de produtos brasileiros e a Alemanha foi o quarto maior fornecedor das importações brasileiras.

Os principais produtos exportados pelo Brasil são minério de ferro e café em grãos. Da Alemanha para o Brasil as maiores vendas em 2010 foram de automóveis, cloreto de potássio e partes e acessórios para veículos.

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