segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Como lidar com o impulso consumista

Matéria publicada originalmente em http://www.previ.com.br/

Além do novo cenário econômico, no qual ganhamos poder de consumo, há a questão do estímulo generalizado pela mídia. A receita é organizar o orçamento e planejar.

Nos dias atuais, mal satisfazemos uma vontade, um desejo e já arrumamos outro. O desejo pela aquisição de um determinado produto ou serviço pode ser mais ou menos relevante em relação a outro, mas a necessidade de comprar, de adquirir e conquistar estão sempre presentes e elas podem servir de motivação ou virar frustrações, quando não saciadas.

Nesse sentido, a organização do orçamento familiar, além de ajudar na saúde financeira da família, pode evitar frustrações.

Dificuldade de organização

Segundo a psicóloga Aridinéa Vacchiano, as famílias têm dificuldade em realizar o orçamento familiar por questões culturais. "A estabilidade da nossa moeda é algo recente. Até então não se tinha o hábito de pensar no futuro, pois não havia a garantia do retorno gerando uma ansiedade grande e uma necessidade de se tirar proveito máximo do momento presente", comenta.

Para a profissional, além do novo cenário econômico há a questão do consumismo, estimulado o tempo todo pela da mídia. Tal combinação não favorece a organização do orçamento familiar e tampouco o planejamento.

Frustração

A viagem tão sonhada, o carro novo, a reforma da casa ou a compra de um eletrônico. Nada disso foi possível de ser realizado, ou pior, até foi concretizado, mas, agora, a família carrega dezenas de parcelas e vive com a corda no pescoço, pois a renda da casa não dá conta de pagar todas as dívidas. Situações assim são frustrantes.

"Hoje, a frustração é algo insuportável, pois o tempo todo nos dizem que podemos comprar na hora que queremos. O crédito está ao alcance de todos de maneira facilitada. As pessoas são criadas achando que podem tudo. Os pais querem dar tudo aos filhos", afirma Maria Angélica, coordenadora de psicologia da Unisuam.

Angélica chama atenção para o fato de que, em geral, as pessoas sentem mais a frustração quando percebem que não podem pagar as dívidas assumidas. "É a dívida que gera o estresse, é quando a pessoa se dá conta dos exageros", comenta.

Motivação

E é justamente o estresse que pode se tornar um fator motivador. A pessoa vive uma tensão e por meio dela busca soluções, motivos para reverter situações não confortáveis. Em geral, a palavra estresse carrega sentimentos negativos, mas sendo uma tensão controlável é possível transformar a ansiedade e gerar mudança de comportamento.

Foi o que aconteceu com o universitário Paulo Renato Teixeira. "Sempre vi meu irmão mais velho poupando e abrindo mão de certas coisas para juntar dinheiro para comprar seu próprio carro. Quando ele fez 18 anos, comprou um. Eu não era assim. Torrava todo o dinheiro do estágio e da mesada", comenta.

Renato dependia da boa vontade dos pais para poder sair de carro. "Quando me vi nessa situação tive um misto de sentimentos: inveja, raiva e frustração. Me senti infantil. Depois que assimilei a situação resolvi mudar. Comecei a juntar e pensar nos gastos. Como o estágio de engenharia remunera bem melhor que o da época da escola consegui juntar uma grana e dei uma boa entrada. Estou de carro, claro, com parcelas, mas a serem pagas em um prazo não muito longo", conta orgulhoso.

Mas para Aridinéa, o caso do estudante é raro. A profissional acredita que a frustração provoca uma crença negativa. "É difícil uma pessoa vencer uma frustração sozinha, pois ela passa a crer realmente que é incapaz de conseguir. Com um acompanhamento profissional será mais fácil reprogramar esse sentimento, ficará mais fácil para o paciente se enxergar sob outra ótica, mais positiva", orienta a psicóloga.

sábado, 13 de agosto de 2011

13 DE AGOSTO: DIA DO ECONOMISTA
O TRADE-OFF PARABENIZA TODOS OS ECONOMISTAS BRASILEIROS!


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

ANÁLISE - BB e Bradesco agradam, mas Itaú e Santander frustram no 2o tri

Por Aluísio Alves
Agência Reuters
http://br.reuters.com/

SÃO PAULO (Reuters) - Mais que aumento dos lucros e do crédito, foi o controle dos calotes e dos custos que definiram quais dos grandes bancos no Brasil agradaram ou frustraram o mercado nos balanços do segundo trimestre.

Num cenário menos vistoso, com alta de juros e medidas restritivas nos empréstimos para o consumo, Banco do Brasil e Bradesco se destacaram, ao evitar uma piora da qualidade da carteira e um aumento das despesas.

O BB, o único que conseguiu reduzir levemente o índice de atrasos de 90 dias no balanço trimestral, também entregou novos ganhos da Previ (fundo de pensão dos funcionários do banco), bom desempenho na tesouraria e em redução de custos, combinação que o fez superar com folga as previsões de lucros do mercado.

"A rentabilidade do BB foi significativamente apoiada por receitas fortes e custos comportados", resumiram os analistas do UBS, em relatório.

Já o Bradesco teve o maior ritmo de crescimento do crédito, sem com isso piorar a inadimplência. Sua rentabilidade também surpreendeu analistas.

"Mais uma vez, o Bradesco conseguiu entregar resultados sólidos", resumiu o Credit Suisse em relatório, no qual manteve recomendação de compra para as ações do banco.

O mesmo não aconteceu com Itaú Unibanco e Santander Brasil que, além de despesas maiores para fazer frente crescentes perdas com empréstimos não honrados de clientes, ainda não começaram a entregar os prometidos ganhos de eficiência em seus processos de fusão.

O Itaú admitiu ter "acelerado" demais os empréstimos para empresas de pequeno e médio portes, justamente um dos segmentos que mais tiveram aumento dos calotes. O banco prometeu cortar mais custos administrativos para tentar amenizar os efeitos da inadimplência, que ainda pode ter uma pequena piora no terceiro trimestre. Após o balanço, as ações do grupo despencaram.

"(Estamos) conscientes da mensagem que o mercados está enviando", disse o diretor de relações com investidores, Alfredo Setubal, em teleconferência com analistas.

No caso do Santander Brasil, de pouco adiantou um lucro acima das expectativas, fazendo a unidade ganhar ainda mais peso dentro dos resultados mundiais do grupo espanhol, abalado pela fragilidade da economia na Europa.

Sem conseguir rentabilizar o capital no mesmo nível dos concorrentes, especialmente após a bilionária oferta inicial de ações de 14 bilhões de reais há dois anos, o banco ainda teve crescimento menor da carteira e inadimplência maior do que a média do mercado. Resultado: suas ações voltaram a cair forte.

"O banco tem performado abaixo de seus concorrentes, isso é um dado", disse a jornalistas o presidente-executivo do banco, Marcial Portela. "Mas, se o investidor for paciente, vai recuperar um valor importantíssimo."