sábado, 11 de junho de 2011

Indústria reduz investimento, mas quer manter inovação

Investimentos das empresas devem cair 4,7% em relação 2010, porém recursos destinados à inovação devem dar um salto de 16,6%'32

Marcelo Rehder, de O Estado de S. Paulo

Pressionada pela desaceleração da atividade econômica e pelo avanço dos produtos importados, a indústria brasileira de transformação deverá reduzir seus investimentos este ano, menos em inovação. Levantamento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) indica que os investimentos das empresas do setor deverão somar R$ 167,15 bilhões, o que representará redução de 4,7% em relação aos R$ 175,4 bilhões de 2010.
Os recursos para a inovação de processos e produtos, no entanto, deverão crescer 16,6%, de R$ 17,4 bilhões, no ano passado, para R$ 20,3 bilhões, agora.

As projeções têm como base uma pesquisa feita com 1.220 empresas com fábricas em todo o País. Desse total, 33% disseram que não pretendem fazer nenhum investimento em 2011. O número é consideravelmente maior que o do ano passado, quando só 23,6% declararam que não fariam investimentos.

O investimento em máquinas e equipamentos ainda é a principal parcela dos investimentos empresariais. Deverá representar 73% do total previsto para 2011, apesar da redução de 7,3% no valor, de R$ 133,1 bilhões para R$ 122,4 bilhões. Também deverá haver queda de 8,2% dos investimentos em gestão e de 1,5% em pesquisa e desenvolvimento.

"As empresas adotaram estratégias mais defensivas em 2011, voltando-se mais para a eficiência produtiva em detrimento da expansão", diz o diretor do departamento de competitividade e tecnologia da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho, coordenador do trabalho.

Os empresários reclamam do aumento dos juros, da excessiva valorização do câmbio e da elevada carga tributária, entre outros fatores que encarecem o custo de produção no País e favorecem as importações.

Se em 2003 os produtos importados eram responsáveis po 12,5% do consumo interno brasileiro, em 2010 essa parcela quase dobrou, para 21,8%, frisa Roriz.

Diferenciação

No setor de couros e calçados, a diferenciação parece ser a única opção, pois concorrer com os importados via preço é cada vez mais ineficaz para o produto brasileiro.

"Só não abandonamos os investimentos em inovação", diz o empresário Wayner Machado da Silva, sócio diretor da Free Way Calçados e dono do Curtume Tropical, de Franca (SP). "Essa é a área que hoje garante a empresa em funcionamento."

A busca de produtos mais baratos deu lugar ao desenvolvimento de novos produtos. Apesar da sobretaxa de US$ 12,85 o par, os calçados chineses continuam a entrar no Brasil, por meio de operações ilegais de triangulação com países como o Vietnã.

Investimento cai, gasto de pessoal sobe

Segundo Mansueto Almeida, do Ipea, houve ajuste fiscal expressivo de janeiro a maio de 2011, mas com um padrão que não é sustentável

Fernando Dantas, de O Estado de S. Paulo

RIO - O ajuste fiscal nos primeiros cinco meses do ano, que de fato foi expressivo, baseou-se numa desaceleração drástica dos investimentos, que tiveram queda real de cerca de 4% de janeiro a maio, comparado a igual período de 2010. Ao mesmo tempo, as despesas de pessoal subiram mais nos cinco primeiros meses de 2011 do que em 2010, comparando-se a igual período do ano anterior. Na Previdência, o gasto real estimado cresceu 3,9% (menos da metade da expansão ocorrida de janeiro a maio de 2010), mas sem aumento real das aposentadorias.

Para o economista Mansueto Almeida, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que calculou esses números, "esse padrão de ajuste é claramente insustentável, porque os investimentos terão de voltar a crescer, e o salário mínimo será reajustado em 14% em 2012, puxando os gastos da Previdência".

De janeiro a maio de 2011, a despesa do governo federal (inclui os três Poderes e o Ministério Público, mas exclui estatais)atingiu R$ 284,5 bilhões, com um avanço em termos reais (descontada a inflação) de 3,4% ante igual período de 2010. "Houve de fato uma freada forte, e a despesa total está crescendo abaixo do PIB", diz Almeida. Em 2010, no mesmo período, a despesa real cresceu 13% ante 2009.

A reviravolta mais dramática em 2011 foi nos investimentos do governo federal, que a presidente Dilma Rousseff sempre disse que iria preservar. Eles atingiram R$ 17,2 bilhões de janeiro a maio, com queda real de 4,1% (R$ 733 milhões) ante igual período de 2010. De janeiro a maio de 2010, o investimento havia dado um salto real de 72%, ante igual período de 2009.

"Essa contenção dos investimentos não tem como continuar por muito tempo, com Copa, Olimpíada, carência de infraestrutura e necessidade de elevar a taxa de investimento para 23% do PIB, para se ter um crescimento sustentável perto de 5% ao ano", avalia Almeida.

Por outro lado, ele reconhece que houve avanços notáveis no custeio, que atingiu R$ 80,8 bilhões de janeiro a maio, com crescimento real de apenas 2,5% ante 2010, comparado com 20% em igual período do ano anterior (comparado a 2009).

No mesmo critério, foi expressiva a redução do ritmo de expansão das despesas da Previdência, estimado por Almeida em 3,9% de janeiro a maio - menos da metade dos 8,8% dos cinco primeiros meses de 2010 (sempre em relação a igual período do ano anterior). O custeio foi de R$ 80,8 bilhões de janeiro a maio, e a estimativa do gasto de Previdência foi de R$ 109,7 bilhões.

Para calcular esses números, Almeida usou dados oficiais do Tesouro até abril, e extraiu os dados já fechados de maio do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) para investimentos, custeio e pessoal. No caso da Previdência, cuja extração do Siafi é mais complicada, ele optou por uma estimativa que considera conservadora, extrapolando para maio a média de janeiro a março. Ele excluiu abril, por ser um mês em que houve pagamentos de sentenças judiciais pela Previdência de mais de R$ 3 bilhões.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Gol e Uno continuam sendo os mais vendidos


Por Odelmo Diogo - Blog TRADE-OFF

Os modelos Gol e Uno, fabricados pelas montadoras Volkswagem e Fiat respectivamente, continuam sendo os destaques de vendas ocupando 1º e 2º posição no ranking de emplacamento da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores – Fenabrave.

No período de janeiro a maio de 2011, conforme dados da Fenabrave, foram emplacados aproximadamente 117 mil automóveis modelo Gol e 107 mil Unos. A terceira posição é do Celta, modelo da GM, que aparece com pouco mais de 58,5 mil automóveis emplacados.

A novidade no mercado de veículos de passeio é a atuação das montadoras chinesas no Brasil abocanhando rapidamente parte do mercado de veículos importados que é dominado pela Argentina. Um desses modelos chineses é o J3 da montadora JAC que já aparece com mais de 3 mil veículos emplacados em pouco mais de dois meses de atuação no mercado brasileiro.