segunda-feira, 6 de junho de 2011

Varejo brasileiro já atrai mais que o chinês

Pela primeira vez, País lidera ranking de atração de investimentos estrangeiros

Márcia De Chiara, de O Estado de S. Paulo
Acessada em http://economia.estadao.com.br/

SÃO PAULO - O Brasil desbancou a China e assumiu pela primeira vez a liderança do ranking dos países em desenvolvimento com maior potencial de atrair investimentos estrangeiros para o varejo, aponta a pesquisa da consultoria americana A.T.Kearney.

"O aumento da renda do brasileiro e a formação de uma grande classe média foram fatores decisivos para que o País atingisse essa posição", afirma Markus Stricker, sócio da consultoria.

Desde 2001, a A. T. Kearney avalia as condições de um grupo de 30 países em desenvolvimento para atrair investimentos de redes varejistas estrangeiras que já atuam em mercados maduros. Nesses mercados, as perspectivas de crescimento são menos favoráveis por causa da saturação do consumo, agravado nos últimos tempos pela estagnação econômica decorrente da crise financeira internacional.

O ranking mostra que entre os dez países mais atraentes neste ano, além do Brasil, três são da América do Sul: Uruguai e Chile, na segunda e terceira posições, respectivamente, e o Peru em oitavo lugar. Stricker destaca que o passaporte desses mercados para ascender na lista foi o fato de as suas economias terem passado muito bem pela crise e registrado no ano passado crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) na casa de 6%.

O consultor explica que são avaliadas 25 variáveis de cada país, reunidas em quatro grupos: atratividade do mercado, risco econômico e político, saturação do mercado e em quanto tempo novos players estarão presentes na região. Esse indicador é uma espécie de "farol" que orienta os executivos de grandes redes varejistas internacionais no momento em que eles avaliam onde serão feitos os investimentos.

Tombo. A China, que encabeçava o ranking desde de 2001, e a Índia, que ocupava as primeiras posições, perderam atratividade. A China caiu para o sexto lugar no ranking deste ano e a Índia saiu da terceira para a quarta posição. Segundo Stricker, esse tombo ocorreu em razão da saturação de mercado. Isto é, várias companhias que se estabeleceram nesses países enfrentaram na prática as dificuldades de se sair bem no mercados asiáticos que, apesar de terem uma grande população, a renda média é menor que a brasileira e o consumo foge dos padrões ocidentais, no caso da Índia. Ele destaca que as empresas constataram que não fácil se dar bem na China.

"O mercado varejista brasileiro está entrando de verdade na agenda das redes internacionais", afirma o consultor. Entre os segmentos que ele considera os mais promissores, estão o de vestuário, móveis e eletroeletrônicos, apesar de a pesquisa avaliar o setor em termos globais.

Na sua opinião, há oportunidades para companhias nesses segmentos porque a participação estrangeira ainda é muito tímida, ao contrário do que ocorre no setor de supermercados.

No varejo de alimentos, por exemplo, as três gigantes do setor – Grupo Pão de Açúcar, Carrefour e Walmart, ou são de origem estrangeira ou têm sócios internacionais.

Apesar de o mercado brasileiro ser promissor, um dos desafios para os investidores estrangeiros de varejo é o crédito. Tanto no Brasil como em mercados desenvolvidos, o crédito é peça fundamental para o compras. Mas o comportamento do consumidor brasileiro em relação ao uso de financiamentos é muito diferente do de outros países.

domingo, 5 de junho de 2011

Resultados das avaliações educacionais ainda são subutilizados pelas escolas, aponta estudo

Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil

Brasília – No segundo semestre de 2011, alunos do 5° e 9° ano do ensino fundamental participam da Prova Brasil, uma das principais avaliações do Ministério da Educação (MEC). É a partir dos resultados do exame que é calculado o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), indicador que aponta em uma escala de 0 a 10 qual é a qualidade de cada escola, rede municipal ou estadual.

Apesar de servir de parâmetro para que as escolas possam detectar problemas e modificar sua atuação, muitas ainda não sabem como utilizar esses resultados. Pesquisa da Fundação Carlos Chagas com 400 coordenadores pedagógicos de 13 capitais apontou que muitos desconheciam o índice.

Quase metade (47%) deles, ao ser perguntado qual era o Ideb da sua escola, citava um número superior a 10. “Sabendo que o índice pode servir para o planejamento e ações de todos educadores da escola e que há metas governamentais a cumprir, esse desconhecimento é preocupante”, revela o estudo.

Para Amaury Gremaud, professor da Universidade de São Paulo (USP) e presidente do Conselho Consultivo da Avalia Educacional [empresa de avaliação de escolas e sistemas de ensino do grupo Santilla], as avaliações ainda são subutilizadas pelas escolas. “Isso melhorou muito, as secretarias de educação estão bem próximas dos dados, eles não vão só para a gaveta de quem produz. Mas do ponto de vista do planejamento das escolas, ainda há muito espaço para trabalhar essas informações”, afirma.

Na opinião do especialista, que foi diretor do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), as escolas precisam aprender a analisar os resultados da avaliações para alterar suas práticas. Comparar o Ideb da escola com a média nacional, por exemplo, pode não ser um bom parâmetro. “Quando a escola ou rede vai analisar os resultados é preciso olhar criticamente e levar em consideração coisas que os indicadores escondem”, aponta o especialista.

O índice, por exemplo, não leva em conta o contexto social e econômico dos alunos – fator que pode influenciar o processo de aprendizagem e o desempenho final do estudante. Ele mede o "ponto de chegada", mas não o "ponto de partida" da escola, explica Gremaud. Por isso uma estratégia interessante é comparar os resultados da escola com outras unidades da mesma rede de ensino que atendam um público semelhante.

“Se você procura uma escola que tem condições próximas, mas um desempenho melhor, é sinal de que é preciso avaliar alguns processos. A direção pode comparar, por exemplo, se a equipe da outra escola passou por algum processo de treinamento diferenciado ou se o currículo é organizado de uma forma diferente. É olhar um pouco o que está dando certo em outros lugares”, recomenda Gremaud.

O especialista aponta que os índices educacionais não são “perfeitos”, mas são um bom parâmetro. “Indicadores são limitados, a Prova Brasil é uma prova de português e matemática, ela não leva em conta que as condições socioeconômicas dos alunos são diferentes. Por isso as escolas têm que ler os indicadores com uma certa calma”, explica.

A consulta ao Ideb de uma escola da rede municipal ou estadual e as metas que devem ser atingidas a cada dois anos estão disponíveis para consulta na internet.

Edição: Fernando Fraga

O belo crescimento da indústria da beleza

 Por Odelmo Diogo - Blog TRADE-OFF

A indústria brasileira de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos apresentou crescimento de 10,7% no ano de 2010, conforme informações divulgadas pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos – ABIHPEC. A associação divulgou ainda que nos últimos 15 anos o crescimento médio do setor foi de 10,4%, sendo maior que a média do PIB do período (3,1%).

A maior participação da mulher brasileira no mercado de trabalho, a utilização de tecnologia de ponta e o aumento da produtividade estão entre os fatores que contribuíram para o ótimo crescimento observado no setor, segundo a ABIHPEC. Cabe destacar que a variação positiva da renda do brasileiro e a ampliação da classe C em aproximadamente 30 milhões de pessoas foram determinantes para o crescimento da “indústria da beleza”.

No comércio exterior, o saldo também é positivo. Apesar da variação positiva do Real, o setor obteve um superávit de US$ 20,2 bilhões no ano de 2010. Contudo, este superávit já atingiu US$ 46,5 bilhões em 2006 e vem decrescendo ao longo dos últimos 05 anos, principalmente, em virtude da desvalorização da moeda brasileira.

O panorama divulgado pela ABIHPEC mostra ainda que 63% das indústrias do setor estão instaladas na região Sudeste. O Nordeste possui 139 indústrias, dentre as quais, apenas 22 estão localizadas no Ceará.

Fonte: Relatório “Panorama do setor – 2010” divulgado em http://www.abihpec.org.br/

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