domingo, 7 de julho de 2013

Contadores... Precisa-se!


Por Geuma Nascimento
Artigo publicado no Portal Fator Brasil


2013 é o Ano da Contabilidade no Brasil e, coincidentemente, está sendo também um dos períodos mais transformadores com que a atividade já se deparou no país. Vivemos o desafio de concretizar as inúmeras medidas que, nas últimas décadas, vêm sendo cozidas no fogo lento da necessidade de assegurar transparência à gestão dos negócios públicos e privados.
Só para citar algumas das principais mudanças, chegamos ao prazo limite para adoção das normas internacionais nas demonstrações financeiras (IFRS) e espera-se que o poder público comece a por em prática as normas internacionais específicas do setor (IPSAS). O Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) é uma realidade irreversível e se anuncia – em princípio para 2016 – a obrigatoriedade de escrituração digital também para as empresas com apuração do lucro pelo Simples Nacional.

Nesse cenário dinâmico – e temperado por complexidades fiscais e legais menos tensas em outros países –, o centro do palco pertence ao profissional de contabilidade que souber deixar no passado o papel de simples retratista do caixa para se tornar um agente de gestão. Mais do que nunca, a contabilidade tornou-se uma área estratégica, da qual se espera análises e subsídios para diagnósticos rápidos de erros, acertos, adequação de controles e conformidade legal de transações e processos.

Surge aí a necessidade de assegurar contabilistas capazes (e capacitados) para levar adiante as novas exigências. Significa atrair, desde já, os jovens talentos para a carreira, preservando o mercado de um “apagão de profissionais” em um futuro próximo. A necessidade é reforçada pelo fato de que, no Brasil e em qualquer lugar do mundo, toda empresa precisa de escrituração contábil e, portanto, não pode prescindir do apoio de um contabilista. A carreira já é a quinta mais demandada no país. E como anda esse balanço?

Os números dão a resposta. Segundo o Conselho Federal de Contabilidade, havia, em 16 de abril, 484.583 contabilistas registrados. Nesse mesmo dia, porém, o Empresômetro, do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, apontava a abertura de quase 443 mil novas empresas desde o início do ano. Ou seja, a conta praticamente bate e estamos falando apenas dos novos empreendimentos surgidos em 2013. Esse universo pode chegar a 7 milhões de empresas, sendo 99% de micros e pequenas. Para complicar a equação, o Brasil produz uma nova norma tributária a cada 1h41, segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário. Enfim, temos contabilistas e auditores de menos. É um risco, e as estatísticas mundiais mostram que, quando há um número insuficiente desses profissionais, a corrupção pública e privada aumenta de forma assustadora. Que venham os novos talentos!

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sábado, 6 de julho de 2013

O contador que não acredita na lei

Escrito por Jose Carlos de Jesus
Publicado em Mundo Contábil

Durante muitos anos, a contabilidade esteve ligada estritamente á questões fiscais e tributárias. Pois, havia o entendimento de que ela (contabilidade) era utilizada exclusivamente para atendimento ao FISCO. E nesta época o contador passou a ser rotulado de guarda- livros.


Especificamente há uns vinte anos, com a comercialização em larga escala de computadores e acesso a internet para as grandes organizações, além do desenvolvimento da tecnologia, ocorreu o barateamento desses produtos. Com isso, nasceu a possibilidade de utilizar estas ferramentas na maximização dos resultados das atividades empresariais. E no mundo contábil não foi diferente.

A utilização da tecnologia nas atividades contábeis provocou um fenômeno de fundamental relevância para a mutação desta ciência. Na verdade o contador passou a utilizar menos tempo em funções operacionais, que foram substituídos pela tecnologia, e dedicar mais tempo em interpretar os números gerados pelas demonstrações contábeis e utilizá-las como base para tomada de decisão. Assim nasceu o contador gestor.

No entanto, alguns contadores trazem consigo uma grave falha que não foi solucionada com essa inovação. Eles (os contadores) antes da transição entre "guarda-livros" e contadores gestores, utilizavam e muito, consultorias para resolver dúvidas do cotidiano no que diz respeito à legislação, seja ela qual for. Todavia, o uso das consultorias sobre legislação é essencial no sucesso de qualquer negócio. Contudo, é inadmissível que o contador gestor se limite somente às consultorias, não tendo opinião sobre a legislação contábil.

Percebe-se nesse profissional que não há, até então, "afinidade" com as normas, leis e tudo que regula as atividades contábeis. Isso acaba gerando uma distancia que faz com que a única segurança que se tem para resolver assuntos ligados à legislação contábil é a busca por consultorias contábeis. Neste cenário surge outro fenômeno, ou seja, quando este tipo de contador lê uma nova Lei contábil ele não acredita naquilo, mesmo que esteja escrito de forma explicita. Assim, ele (o contador) vai buscar tranqüilidade, confiança e o conforto das consultorias contábeis.

Cabe destacar que consultorias sobre legislação contábil aliado à opinião do contador formam uma parceria de grande utilidade. Pois, a discussão que se tem neste artigo é o afastamento do profissional contábil da sua própria legislação e a utilização única e exclusivamente do auxilio terceiros. Salienta-se, que esta espécie de profissional está com os dias contados. Tendo em vista que, excluído a possibilidade de consulta externa, este contador se torna um mero guarda-livros, porque não tem opinião para ser um gestor que leve vantagem competitiva para a empresa.

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sábado, 29 de junho de 2013

O Nordeste no Brasil e no mundo



Artigo escrito pelo Economista Cláudio Ferreira Lima
Publicado no Jornal O Povo

Cadernos do Desenvolvimento é publicação do Centro Internacional Celso Furtado. O de nº 11 traz, sob o título Relações comerciais do Nordeste com o Brasil e o mundo, artigo de Odair Lopes Garcia, Jair Amaral Filho e outros, que revela, pelo ângulo comercial, as desigualdades regionais no País.

O Nordeste tem 18,2% da área, 13,5% do PIB, 27,8% da população, porém apenas 48,6% do PIB per capita do Brasil. E, se fosse um país, seria, no mundo, o 20º em superfície, 26º em PIB, 24º em população, mas 145º em PIB per capita. A ONU, no 1º relatório sobre o Projeto do Milênio, o coloca, ao lado do Oeste da China, do Sul do México e dos estados do Norte da Índia, entre os quatro principais bolsões de pobreza no mundo.

Até os anos 1950, o comércio do Nordeste era mais com o exterior e entre os estados que o compõem. No entanto, depois das BRs, ligando as regiões, a serviço da indústria sudestina, o quadro mudou. E, a partir dos anos 1960, impulsionada pelos incentivos fiscais da Sudene, a produção diversificou-se, intensificando as trocas entre o Nordeste e o resto do Brasil.

No final dos anos 1980, acirrou-se a competição nos mercados globalizados, e indústrias intensivas em mão-de-obra procuraram o Nordeste, instalando-se nos estados que lhes ofereceram condições mais vantajosas.

Atualmente, observam-se transformações, que decorrem de investimentos em grãos e frutas, no turismo e em complexos industriais e portuários. Decorrem também dos programas de transferência de renda, de microcrédito e de valorização do salário mínimo. E nem por isso o Nordeste deixou de ser mercado cativo do Sudeste.

Pois bem: o intercâmbio entre os estados do Nordeste somam 37% das compras e 45,2% das vendas, mas a principal articulação da Região, que envolve 63% das compras e 54,8% das vendas, se dá com as outras regiões. A balança é historicamente negativa; hoje, em mais de R$ 30 bilhões, metade do valor somente com São Paulo.

O comércio internacional, ao longo dos anos, ora superavitário, ora deficitário, responde por 11,5% das compras e 18,5% das vendas totais do Nordeste e é dominado pela Bahia, que concentra 58,2% das exportações e 50,5% das importações.

Os últimos governos trocaram a política regional pelos programas sociais, e o Nordeste cresceu com redução das disparidades de renda, sim, o que é meritório, porém insuficiente, pois, além de boa parte da nova demanda ser atendida por outras regiões (vejam o gigantesco déficit comercial), o crescimento puxado pelo consumo tem fôlego curto e efeito multiplicador limitado.

Para enfrentar a reconfiguração industrial da globalização, evitando, assim, a perda de cadeias produtivas, que conduz à perigosa desindustrialização, o Brasil deve investir pesadamente na estrutura produtiva, na educação, na pesquisa e inovação no Nordeste, que, apesar de maior bolsão de pobreza do País e um dos maiores do mundo, possui enormes potencialidades econômicas não aproveitadas e localização geográfica estratégica, próxima dos grandes mercados mundiais.

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