sábado, 15 de outubro de 2011

Bancos públicos ignoram efeitos da crise e reduzem reservas contra calote

Enquanto os bancos privados aumentaram provisões em mais de R$ 1 bilhão em agosto, bancos públicos cortaram R$ 36 milhões

Fernando Nakagawa, de O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA - Mesmo com a crise batendo à porta, os bancos públicos parecem não estar muito preocupados com um eventual aumento da inadimplência. Enquanto os bancos privados separaram mais de R$ 1 bilhão apenas em agosto para reforçar a proteção contra calotes, instituições controladas pelo governo reduziram suas provisões em R$ 36 milhões no mês. 

Dados do Banco Central mostram que, no último trimestre, bancos particulares separaram R$ 1 em provisão para cada R$ 9,10 emprestados. Já os públicos reservaram R$ 1 para cada R$ 34,90 em novos financiamentos. 

Bancos públicos e privados chegam ao atual estágio da crise - considerado o mais grave até agora - com estratégias bem diferentes para se preparar contra uma eventual piora da saúde financeira dos clientes. Desde o início do ano, instituições privadas têm aumentado as provisões em ritmo mais forte que as operações de crédito. Nos públicos, acontece exatamente o contrário: empréstimos crescem mais que as provisões contra calote. 

Enquanto as operações de crédito dos bancos particulares cresceram 3,6% de junho a agosto, a provisão aumentou 6,5%. No mesmo período, empréstimos em instituições como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES avançaram 5,8%, ritmo mais forte que a alta de 3,7% da reserva contra a inadimplência. A diferença se repete em outras comparações desde o início de 2011. 

Ainda que em ritmo diferente, o mesmo movimento é visto desde 2008, quando o governo decidiu que instituições como o BB, Caixa e BNDES deveriam emprestar mais para manter a economia aquecida. A estratégia deu certo e o Brasil saiu mais rápido da crise que outros países. 

Cobertor curto. Parte dessa fatura, porém, aparece agora: proporcionalmente, bancos públicos estão menos "protegidos" contra calotes que os privados. Hoje, uma provisão de R$ 1 cobre R$ 22,50 emprestados nos bancos públicos e R$ 15,40 nos privados. Ou seja, o mesmo cobertor cobre muito mais empréstimos nos públicos que nos privados. 

A situação é oposta à de agosto de 2008, um mês antes da quebra do Lehman Brothers, que deflagrou a crise. Naquele mês, R$ 1 cobria R$ 18,70 nos públicos e R$ 19,10 nos privados. Ao contrário do que se vê agora, o cobertor dos privados era mais apertado naquela época. 

Essa mudança, porém, ainda não provoca desconforto no mercado. Analistas que acompanham o setor bancário dizem que o fenômeno pode ser explicado pela natureza dos empréstimos. Bancos privados podem ter ficado mais conservadores graças ao aumento de empréstimos considerados mais "arriscados", como cartões de crédito e financiamento de veículos. 

Nos públicos, por sua vez, a necessidade de provisão pode ter caído porque ganharam peso financiamentos mais seguros, como o crédito imobiliário e o financiamento a grandes empresas. Realmente, instituições como a Caixa e BNDES atuaram agressivamente para ganhar mercado nesses segmentos. 

Mas, ao mesmo tempo, BB e Caixa também entraram fundo na concorrência com os privados - especialmente em 2008 e 2009 - nas mesmas áreas consideradas "mais arriscadas", como cartões e veículos. 

A provisão contra calotes é regulada pelo BC e há um nível mínimo exigido. Bancos, porém, podem reservar valores maiores para se proteger contra situações de risco de inadimplência. Mesmo com a queda recente, instituições públicas mantêm as reservas dentro do exigido pela lei.

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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Contabilidade atua como ferramenta de prevenção nas empresas

Matéria publicada em http://bagarai.com.br

Independente do segmento de atuação, empresas devem apostar em consultorias contábeis para acompanhar suas atividades e tributos.

Assim como disse Warren Buffett, a “contabilidade é a língua dos negócios”. E, quando o assunto é contabilidade, Buffett é referência. Ele, que é considerado o investidor mais bem sucedido de todo o mundo, foi um dos poucos que conseguir se manter ileso na crise econômica mundial, há dois anos. 

Quando uma empresa se depara com uma crise, suas atividades sentem as consequências. E, como todos sabem a economia não é uma ciência exata, por isso, não é aconselhável acreditar 100% nas previsões econômicas, mas, sim, elaborar planos preventivos que evitem possíveis problemas às empresas. Segundo o contador Gilmar Rissardi – da Bilanz Gestão Contábil – “se um empresário ou até mesmo investidor querem conhecer uma empresa, o caminho mais fácil e eficiente é analisar suas atividades, seu balanço, independente do contexto econômico”, comenta. 

Mesmo que nos momentos de crise a tendência seja pessimista, os empresários precisam manter o foco e analisar as informações contábeis para ter uma visão realista sobre o futuro da organização. “Um empresário competente sempre será realista e cauteloso quando elaborar um plano de ações, estratégias e um planejamento tributário ou ainda quando tomar alguma decisão de investimento”, acrescenta o contador Gilmar Rissardi.
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Apoio de empresas especializadas 

Em meio à rigorosa legislação brasileira e órgãos eficientes que fiscalizam as empresas no país, é preciso investir na contabilidade para estar sempre à frente no mercado, atuando com segurança e tranquilidade. 

E, para garantir às empresas esse trabalho, existem outras especializadas em consultoria fiscal, financeira e tributária, assim como a paranaense Bilanz Gestão Contábil. Com atuação há vários anos no mercado, a Bilanz conta com profissionais altamente capacitados e infraestrutura completa para atender os clientes. “A economia sempre passa por momentos de instabilidade e, somada à complexidade tributária brasileira, muitos empresários ficam sem rumo na hora de tomar decisões importantes e fazer o balanço do resultado das suas empresas. Aqui no Brasil, por exemplo, mais de 40 normas tributárias são lançadas diariamente no mercado. É impossível estar atualizado sobre tudo. Mas, para isso, existem empresas qualificadas, prontas para dar todo o apoio necessário ao cliente, oferecendo as melhores soluções”, finaliza o contador Gilmar.


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Tags: contabilidade-ferramenta-gestão, ciências-contábeis, língua-negócios, economia-finanças, investimento-análise-balanços

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Bancos dos EUA demolem casas de inadimplentes

Sílvio Guedes Crespo 
Matéria publicada em http://blogs.estadao.com.br


A crise do mercado imobiliário americano gerou uma situação ao mesmo tempo dramática e curiosa. Primeiro, milhões de pessoas tiveram que sair de suas casas hipotecadas porque não conseguiram pagar dívidas. Só no ano passado, houve 1,05 milhão de hipotecas executadas

Agora, como o mercado imobiliário continua fraco, os bancos que ficaram com esses imóveis estão pagando para se livrar deles. “Pagando”, literalmente, porque eles destinam US$ 7,5 mil em média para demolir cada moradia e, em seguida, doam os imóveis a entidades sem fins lucrativos chamadas de “land banks”, que têm a missão de encontrar uma nova função para o endereço, como mostra uma reportagem do “Washington Post“. 

Isso está acontecendo porque o mercado imobiliário ainda não se recuperou e, para os bancos, não vale a pena pagar os impostos e a manutenção dos imóveis vazios. Além do aspecto econômico, a doação dos imóveis é também um trabalho de relações públicas. 

“É ótimo que a gente possa ajudar organizações sem fins lucrativos, ajudar bairros e famílias. [...] Mas é preciso também que faça sentido como negócio”, disse ao “WP” um executivo do banco Wells Fargo, que já doou 300 imóveis no ano passado e deve passar para frente mais mil endereços em todo o ano de 2011. 

Por “ajudar famílias”, ele se refere à decisão de doar as moradias para outras finalidades, o que valoriza os imóveis do entorno. Enquanto elas estão abandonadas, pressionam o preço dos demais imóveis da região para baixo. 

Os “land banks”, que recebem os imóveis, se encarregam de vender a preço baixo para igrejas, hospitais e outras organizações. Em alguns casos, simplesmente transformam o terreno em um jardim. 

“O que era um ímã para roedores, vândalos e mendigos agora virou um lote vazio, cheio de potencial”, disse o “Post”, sobre a demolição de um prédio residencial em East Cleveland (Ohio).

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