quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Documentário mostra novo ângulo das relações sino-norte-americanas

Por Zhu Wenjun
Matéria publicada em http://portuguese.cri.cn

Em um mundo onde produtos "Made in China" estão por todo o lado, como uma família norte-americana comum pode viver no dia-a-dia sem usar nenhum produto chinês? Este é o tema que o documentário Natal sem China pretende tratar para mostrar, sob novo ângulo, as relações sino-norte-americanas. A família Jones, do Estado de Califórnia, concordou em participar do desafio. 

Tessa Jones, de cinco anos de idade, está jogando fora, junto com seu pai, Tim, e mãe, Evelyn, todos os artigos com a etiqueta "Made in China" que havia na casa. Neste filme que dura cerca de uma hora, o diretor Tom Xia, descendente chinês com nacionalidade norte-americana, pediu a essa família vizinha que tentasse passar o Natal absolutamente sem produtos chineses. 

Qual foi o resultado? Os Jones gastaram cerca de US$ 160 para comprar uma árvore de Natal produzida no México, não conseguiram achar lâmpadas decorativas e tiveram que deixar de jogar videogames durante as férias. Quando a família estava no supermercado e viu produtos tão variados, a dona de casa Evelyn ficou espantada. 

"Isso realmente me choca. Nada aqui é produzido por nós norte-americanos. Em que posição os Estados Unidos estão no mundo econômico de hoje?" 

Quando Tom Xia imigrou aos Estados Unidos com toda a família em 1992, tinha apenas oito anos de idade. Ele sempre se mostra orgulhoso por ser um descendente chinês. Em 2007, a Mattel, produtora norte-americana de brinquedos, fez o recall de todos os produtos fabricados na China devido à falha de qualidade. Isso causou fortes impactos negativos à reputação internacional da China. Foi justamente isso que levou Tom a decidir fazer o documentário. 

"Ao comentar o assunto, veículos de imprensa norte-americanos não falaram nada sobre o problema que a própria Mattel tinha. Eles não pararam de criticar a China, sem levar em consideração que aqueles brinquedos eram também produtos da Mattel." 

Enfim, o problema na maioria dos produtos foi causado por falha no desenho, não pela qualidade de produção. Como a maior parte dos norte-americanos toma conhecimentos sobre a China através da mídia local, Tom Xia sentiu a responsabilidade de fazer algo para que a população norte-americana conhecesse de forma mais abrangente e objetiva o país asiático. 

"De forma geral, documentários ou programas televisivos costumam exibir a relação sino-norte-americana a partir de um ponto de vista sério e crítico. Se adotarmos uma maneira bem humorada, a sensação será completamente nova. Nós queremos aliviar a tensão existente entre os dois países desse jeito. E tentamos explicar ao mundo que temos o mesmo apelo quando a questão está ligada a nós mesmos e às crianças, apesar de falarmos diferentes idiomas." 

Segundo Alicia Dwyer, produtora do filme, a intenção é buscar soluções aos problemas existentes nas relações sino-norte-americanas, que enfrentam tensão de vez em quanto. O filme também quer ajudar a mostrar a fundo o lado ridículo desta nossa época e o temor que os norte-americanos tem de ver a China crescendo. Além disso, Tom Xia disse esperar que os espectadores possam dar mais atenção às estreitas ligações entre a China os Estados Unidos. 

No final do documentário, Evelyn disse que estava pensando em colocar o filho dela para estudar Chinês. Para Tom, a filmagem do documentário deu uma oportunidade de revisar sua "identidade dupla", como um descendente chinês com nacionalidade americana.

Tags: relações-sino-americanas, china-eua, guerra-comercial, crise-americana, economia-chinesa-crescimento, produtos-chineses, made-in-china

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Faltam contadores para atender o mercado

Matéria publicada em http://www.classecontabil.com.br

Atualmente há no País cerca de 500 mil profissionais inscritos no conselho da categoria; segundo especialista, se o número fosse 50% maior ainda assim todos estariam empregados

Profissionais de contabilidade estão entre os mais disputados do mercado brasileiro. Mas não é só no Brasil. A Demanda por estes profissionais é tão grande que vários países, entre eles a Austrália, Espanha, Estados Unidos e a Coréia do Sul, estão importando profissionais para trabalharem em suas empresas. ''Só a Austrália abriu duas mil vagas para profissionais da contabilidade de fora do país'', diz o professor e doutor em contabilidade da Universidade de São Paulo (USP) José Carlos Marion. 

Hoje no Brasil existem cerca de mil cursos de contabilidade. Apenas administração tem mais cursos no País. E ainda há mercado para muitos mais. Segundo Marion, que esteve na quarta-feira proferindo uma palestra durante a Semana de Estudos Contábeis promovida pela Universidade Estadual Norte do Paraná, com o apoio do Sescap-Ldr, há no Brasil 500 mil contadores inscritos no Conselho Federal de Contabilidade. Mas, conforme Marion, se este número fosse 50% maior, ainda assim todos estariam empregados. ''É um dos cursos universitários com maior empregabilidade do mercado. É raríssimo encontrar um contador desempregado'', comenta Marion. 

A valorização do profissional de contabilidade aumentou significativamente a partir do crescimento do mercado e do aparecimento de novas tecnologias que exigem um profissional cada vez mais qualificado para a função. ''Há um bom tempo o contador deixou de ser o ''guarda-livros''. Hoje ele é um consultor empresarial e dos mais requisitados. E o motivo é evidente. É o contador que dispõe de todos os números da empresa. Portanto, na hora de ampliar o negócio, redirecionar o posicionamento da empresa, decidir se é o momento de abrir filiais ou não, o empresário é assessorado pelo contador'', explica o presidente do Sindicato das Empresas de Consultoria, Assessoria, Perícias e Contabilidade de Londrina - Sescap-Ldr, Marcelo Odetto Esquiante. 

O professor José Carlos Marion dá outros números que reforçam esta procura por profissionais da contabilidade. Segundo ele, duas disciplinas são as que mais reprovam candidatos em concursos públicos: língua portuguesa e contabilidade. Ou seja, o contador leva certa vantagem sobre os demais concorrentes nestes concursos. 

''O profissional de contabilidade não trabalha apenas a organização dos números da empresa. Até recentemente, todas as empresas com Faturamento superior a R$ 300 milhões/ano, eram obrigadas a realizar auditorias internas e externas. Com o crescimento econômico, já são mais de dez mil empresas com esse Faturamento no Brasil. E este trabalho é executado por contadores'', explica Marion. 

Outro fator que está mudando este mercado é a implantação do Padrão Internacional de Contabilidade por vários países. O objetivo é harmonizar as regras para que todas as empresas apresentem números claros em seus balanços sendo entendidos independentemente do país de origem. 

Os países da União Européia deram início a implantação das normas internacionais em 2003 e os Estados Unidos prevêem que até 2014 também estarão adequados às normas. No Brasil todas as empresas de Capital aberto já são obrigadas a seguir as novas regras. No setor público as normas devem ser implantadas até o final do próximo ano. ''É um novo mercado. É a globalização da contabilidade e dos profissionais da contabilidade'', comenta o presidente do Sescap-Ldr, Marcelo Esquiante. 

Fonte:
=> Sindicato das Empresas de Consultoria, Assessoria, Perícias e Contabilidade de Londrina - Sescap-Ldr

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Americanos levam Nobel por pesquisas empíricas na macroeconomia

Por Manoel Castanho 
Mtéria publicada em http://www.cofecon.org.br

Os economistas norte-americanos Thomas J. Sargent, da New York University, e Christopher A. Sims, da Princeton University, foram anunciados hoje (10) como ganhadores do Prêmio Nobel de Economia 2011. Eles foram escolhidos "por suas pesquisas empíricas de causa e efeito na macroeconomia". Ambos são Ph.D. em Economia pela Universidade de Harvard, curiosamente no mesmo ano: 1968. A cerimônia de premiação será realizada em 10 de dezembro na capital sueca. 

"Thomas Sargent mostrou como as estruturas macroeconômicas podem ser usadas para analisar mudanças permanentes na política econômica", expressou a Real Academia Sueca de Ciências em comunicado. "Sargent examinou a era pós-Segunda Guerra, quando muitos países inicialmente tendiam a implementar uma política de alta inflação, mas eventualmente introduzindo mudanças sistemáticas na política econômica, revertendo o quadro para uma baixa inflação". 

O comunicado também falou sobre a contribuição do outro laureado: "Christopher Sims desenvolveu um método para analisar como a economia é afetada por mudanças temporárias na política econômica e outros fatores. Sims e outros pesquisadores aplicaram este método para examinar, por exemplo, os efeitos de um aumento na taxa de juros. Normalmente leva um ou dois anos para que a inflação caia, enquanto o crescimento econômico declina gradualmente já no curto prazo e não retorna ao seu ritmo normal senão depois de um par de anos". 

O comunicado informa também que Sargent e Sims desenvolveram suas pesquisas de forma independente, mas que suas contribuições se complementam de várias formas. "O trabalho deles durante os anos 70 e 80 foi adotado por pesquisadores e fazedores de política econômica em todo o mundo. Hoje, os métodos desenvolvidos por Sargent e Sims são ferramentas essenciais na análise macroeconômica", finaliza o comunicado. 

Para saber mais sobre o trabalho dos premiados, clique AQUI

O Prêmio Nobel 

O Prêmio Nobel foi criado em 27 de novembro 1895, no testamento de Alfred Nobel, cientista sueco que ficou muito rico com a invenção da dinamite. As áreas premiadas eram: Física, Química, Medicina ou Fisiologia, Literatura e Paz. Os prêmios começaram a ser entregues em 1901. 

Em respeito ao testamento de Alfred Nobel, nenhuma outra área de atuação é acrescentada nas premiações. A única exceção foi a Economia. Isso porque em 1968 o banco sueco Sverige Riksbank, comemorando seu tricentenário, instituiu o "Prêmio Sverige Riksbank de Ciências Econômicas em memória de Alfred Nobel", patrocinado pelo próprio banco. Por esta diferença, ele não leva o nome de "Prêmio Nobel" em sua nomenclatura oficial, mas é anunciado e entregue juntamente com os outros Prêmios Nobel (embora não na mesma semana), além de ter o ganhador escolhido pela Real Academia Sueca de Ciências. 

O primeiro Prêmio Nobel de Economia foi entregue em 1969 para o norueguês Ragnar Frisch e para o holandês Jan Tinbergen. Nesta área, a maioria dos premiados são norte-americanos (alguns deles naturalizados). Outra curiosidade: o mais velho ganhador de um Prêmio Nobel foi o economista Leonid Hurwicz (nascido na Rússia, naturalizado norte-americano), aos 90 anos, em 2007. E apenas uma vez uma mulher ganhou o Nobel de Economia: foi Elinor Ostrom, em 2009. 

Além disso, há uma tendência recente de divisão do prêmio: desde 2000, houve apenas dois prêmios individuais: Edmund Phelps, em 2006, e Paul Krugman, em 2008. Nos outros anos deste período os prêmios foram divididos entre dois ou mais ganhadores, como ocorreu em 2010.

Tags: prêmio-nobel, economia-finanças, ciência-econômica, teoria-econômica, economistas, universidades-economia, literatura-econômica