quinta-feira, 2 de junho de 2011

Devemos apostar somente nas commodities?

Por Odelmo Diogo - Blog TRADE-OFF

O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, afirmou ontem que a economia brasileira poderá se beneficiar dos altos preços das commodities para se modernizar e aumentar sua produtividade. Segundo ele, o país precisa de investimentos privados para obter melhorias na produtividade e assim trilhar o caminho do crescimento sustentável.

Ele acrescentou que o País deve encontrar soluções para aumentar a taxa poupança e de investimento e citou ainda os casos de Índia e China que possuem taxas de investimento superiores a do Brasil. Comentou que o Brasil já sente a pressão dessas economias concorrentes e que deve criar soluções com vistas a melhorar a competitividade. 

A aposta de Robert Zoellick nas commodities como possível solução para a geração de poupança, que serviria para alavancar o investimento e assim gerar elevação do grau de competitividade, é preocupante se for levado em consideração que o Brasil, ao longo de sua história, vem utilizando essa política sem, contudo, conseguir consolidar uma economia de crescimento sustentável.

Assim, mesmo que a aposta das commodities seja válida, a elevação do nível de capital humano, ou seja, o investimento em educação ainda se apresenta como possível solução para a construção de um crescimento sustentável da economia brasileira.

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quarta-feira, 1 de junho de 2011

Aposentadoria: apenas 51% dos brasileiros fazem planos financeiros para o futuro

Por Odelmo Diogo - Blog TRADE-OFF

Pesquisa realizada pelo banco HSBC mostra que 25% dos brasileiros não sabem qual será sua fonte de renda na aposentadoria. Constatação mais preocupante é que 10% presumem que a renda do trabalho remunerado será seu apoio nos últimos anos de vida, ou seja, acreditam que terão que trabalhar até seus últimos anos.

A pesquisa destaca ainda que 51% das pessoas possuem planos financeiros, percentual acima da média mundial que é 50%. No entanto, apenas 43% buscaram alguma espécie de consultoria financeira profissional. O apoio profissional para a maioria dessas pessoas é feita por consultores financeiros independentes (22%). Já bancos e contadores representam a segunda opção de aconselhamento com percentual de 18%.

O estudo concluiu ainda que os indivíduos que fazem planos financeiros para o futuro possuem 28% a mais de recursos que a média do Brasil e comportam-se de forma mais otimista em relação a suas perspectivas. Merece destaque ainda a informação de que, conforme a publicação, apenas 60% dos entrevistados estão poupando dinheiro suficiente para a aposentadoria, percentual abaixo da média de 88% observada nos demais países onde é realizada a pesquisa

Nas palavras de Fernando Moreira, CEO do HSBC Seguros do Brasil, a pesquisa “é uma iniciativa pioneira que visa auxiliarnos a alcançar o nosso objetivo de oferecer o melhor em gestão de riquezas no mundo”.

Fonte: Relatório “O Futuro da Aposentadoria” publicado em www.hsbc.com.br



BRF negocia joint venture para avançar na China

Empresa comunica que está conversando com o grupo Dah Chong Hong e planeja instalar fábrica no país em 2012
 
Raquel Landim, de O Estado de S. Paulo
 
SÃO PAULO - A Brasil Foods (BRF) comunicou nesta terça-feira, 31, que iniciou negociações para formar uma joint venture com a companhia Dah Chong Hong, sediada em Hong Kong. É o primeiro passo de um ambicioso plano de expansão na China, que pode culminar com a construção de uma fábrica em 2012. A BRF foi formada após a fusão de Sadia e Perdigão, mas o negócio ainda espera a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Em fato relevante divulgado ao ercado nesta terça no fim da tarde, a BRF informou que o propósito das negociações é o estabelecimento de uma joint venture "para distribuição no mercado chinês, processamento local, desenvolvimento da marca Sadia na China e alcance dos canais de varejo e food service".

"Se concretizadas, as operações deverão abranger os mercados de Hong Kong, Macau e China continental", explica a companhia brasileira na nota. Como o documento de intenções assinado é preliminar e os detalhes da proposta ainda estão em discussão entre as empresas, o valor do negócio não foi informado.

O parceiro escolhido é a Dah Chong Hong (DCH) Limited. A empresa tem capital aberto na Bolsa de Hong Kong e faz parte de um conglomerado que se tornou um dos maiores distribuidores de automóveis, alimentos e produtos de consumo na China. Atualmente, a DCH é controlada pelo Grupo Citic Pacific, que é 57,5% estatal.

As negociações entre Brasil Foods e Dah Chong Hong começaram há algum tempo, porque a empresa já é a distribuidora da BRF em Hong Kong, mas avançaram na visita da presidente Dilma Rousseff a Pequim em abril. O presidente da BRF, José Antonio do Prado Fay, acompanhou a comitiva presidencial e aproveitou a oportunidade para um jantar com a diretoria da DCH.

Na viagem, o governo brasileiro obteve de Pequim a permissão para que alguns frigoríficos brasileiros exportem carne suína e derivados para o país asiático. A negociação foi longa e exigiu intenso lobby do setor privado, mas está sendo fundamental para a investida da BRF.

Conforme uma fonte próxima ao negócio, a lógica é aliar a matéria-prima e a tecnologia brasileira com a forte distribuição do grupo de Hong Kong. A DCH já possui até estrutura para distribuir produtos congelados e refrigerados no território chinês.

Fases. O investimento da BRF na China terá três fases, caso as negociações prosperem. No começo, a DCH vai apenas distribuir os produtos. Até o fim do ano, seria iniciada a industrialização local, que pode ser o fracionamento e reembalagem dos produtos. E, em 2012, o processo culminaria com a instalação de uma fábrica. Seria a terceira unidade da BRF no exterior - já está presente na Argentina, Inglaterra e Holanda.

O objetivo é vender produtos processados, com a marca Sadia, no mercado chinês. Hoje, a BRF apenas exporta carne in natura congelada para a China, principalmente asas e pés de frango.
Em conversa com analistas e investidores quando foi divulgado o balanço do primeiro trimestre, os executivos da BRF já haviam sinalizado que estavam interessados em entrar no mercado chinês, mas diziam que isso só seria possível por meio de parcerias locais./COLABOROU SUZANA INHESTA