terça-feira, 18 de outubro de 2011

Investimento: o negócio é começar

Matéria publicada originalmente em http://www.previ.com.br

Investir nada mais é que uma tomada de decisão, mas para muita gente parece algo complexo. Apesar de ser lugar comum esse tipo de impressão, os especialistas vão à contramão dessa ideia e lutam para desmistificar e incentivar o cuidado atencioso com o dinheiro. 

Mestre em psicologia econômica, Flavia Possas afirma que, realmente, as pessoas têm muita dificuldade em planejar, poupar e orçar. Segundo a especialista, há uma tendência a preferir a gratificação imediata. “Temos dificuldade em deixar de consumir agora para poupar, investir e poder consumir mais no futuro. Acabamos focando no presente e fazendo as coisas sem planejar muito. Além disso, muitas pessoas acreditam que lidar com finanças é complicado demais e acabam adiando o assunto indefinidamente”, comenta Flavia. 

Começar a investir 

Dar o primeiro passo é importante para a saúde financeira do cidadão, mas a continuidade é fundamental. De qualquer modo, antes de começar a investir é preciso se informar, ter em mente o seu objetivo, o horizonte de prazo do investimento que quer fazer e diagnosticar o seu perfil de investimento, que determinará quanto risco está disposto a correr. 

“Quando recebemos um cliente novo temos a preocupação de identificar seu perfil, que pode ser conservador, moderado ou arrojado. Também é preciso entender os objetivos e seus horizontes. Em seguida, vamos ajudá-lo a montar uma carteira de investimento. Vale lembrar que diversificar a carteira irá gerar um ganho interessante ao investidor. Os estudos comprovam essa estratégia”, alerta o gestor de investimento da Lecca Financeira, Georges Catalão. 

Manutenção dos investimentos 

Porém, muitas pessoas até começam a investir, mas logo depois de alguns meses fazem saques, mexem no montante e, em alguns casos, chegam a desistir de suas aplicações. Para Flavia Possas, a manutenção do investimento é algo difícil, pois as pessoas, antes de investirem, não planejam com cuidado se o tipo de investimento, o risco e o prazo estão adequados às suas necessidades. “Muita gente investe em renda variável sem informação e acaba levando um susto quando a Bolsa de Valores cai. O que aconteceu nesse ano, por exemplo. Então, fica com medo e tira todo o dinheiro”, diz Flavia. 

Outra situação apontada pela especialista acontece com quem começa a investir, mas ao mesmo tempo não tem uma reserva e, por qualquer motivo, quando precisa de dinheiro acaba tendo que mexer no investimento. “Se o investidor entende melhor o seu perfil em termos de quanto risco ele quer tomar e em quanto tempo ele pretende usar aquele dinheiro, é muito mais fácil manter o investimento”, recomenda Flavia. 

Nesse sentido, o aconselhamento de Catalão é relevante. “É preciso explicar ao investidor as implicações de determinado investimento. Os pontos fortes e fracos. Saber sobre os horizontes e desejos também faz parte do sucesso do investimento”, afirma o gestor de investimento da Lecca Financeira. 

Objetivos 

Para Flavia Possas não importa se o objetivo do investimento é para algo tangível, como a compra de um carro ou imóvel, ou algo para um futuro distante, como a aposentadoria. “O importante é saber o que o investidor deseja para adequar o risco, a liquidez, a questão de imposto etc”, comenta Flavia. 

Catalão comenta que muita gente começa a investir colocando o dinheiro na poupança, independentemente do objetivo almejado. A justificativa pode ser dada pela cultura da inflação vivida por muitos anos no Brasil, mas o gestor não recomenda esse investimento para ninguém. “A poupança sempre perde, por exemplo, para Letra Financeira do Tesouro (LFT). O nível de juros de hoje não é interessante para poupança. Ter um objetivo facilita, mas o que eu considero mais importante em investimento é o horizonte”, explica Catalão.

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