domingo, 29 de maio de 2011

BB e outras empresas montam sistemas para evitar perdas

BB e outras empresas montam sistemas para evitar perdas com desastres naturais e ataques hackers

Vivian Oswald, O Globo

BRASÍLIA - Desastres naturais e falhas técnicas e humanas, além de apagões elétricos ou de internet, são probabilidades cada vez mais incluídas no planejamento das grandes empresas que não podem parar, como mostrou a pane do Itaú Unibanco na última quarta-feira. Problemas, já corrigidos, no processamento de dados da instituição levaram algumas contas a mostrar saldos menores naquele dia. Duplicações de sistemas e cópias de segurança para evitar a perda de informações são apenas o começo das verdadeiras estratégias de guerra - cujos custos as companhias não revelam - montadas para preservar o imenso arsenal de dados e serviços que circulam no país e no mundo. A ordem, agora, é ter até prédios superblindados, capazes de suportar um terremoto ou a queda de um avião. E, se possível, disfarçados.

VÍDEO :Veja como bancos investem em segurança de dados

A central de dados da sede da Mastercard no Missouri, nos Estados Unidos - que processa 2,3 bilhões de operações realizadas anualmente no mundo inteiro, o equivalente a 3,1 petabytes (3,1 quadrilhões de bytes) - está preparada para terremotos, tem backup e "backup do backup" das informações consideradas críticas.

No Brasil, a Receita Federal, que tem informações fiscais de todos os 25 milhões de contribuintes pessoas físicas e de 10 milhões de empresas, além da base de dados dos cerca de 180 milhões de CPFs que circulam no país, mantém cópias de segurança dessas informações em pontos espalhados pelo país. Os sistemas modernos, com mecanismos antifraude, usados pelo Fisco já despertaram o interesse de outros países.

Responsável por todas as compensações de cheques do país, o Banco do Brasil (BB) não pode se dar ao luxo de perdê-las sob o risco de parar o sistema bancário nacional. Por isso, o plano de contingência da instituição, criado para mantê-la funcionando ininterruptamente, parece seguir o roteiro de um filme de ação.

O "cérebro" do BB fica em Brasília, em um prédio especial sobre o qual pode cair um avião de seis lugares, e que consegue suportar um terremoto de até sete graus na escala Richter. Dezenas de equipamentos protegidos em uma sala-cofre refrigerada, isolada e sem possibilidade de ser atingida por incêndios ou enchentes, mantêm armazenadas todas as operações da instituição, desde as mais simples, como a retirada de um extrato.

O gerente de Gestão de Crise e Continuação de Negócios do BB, Francisco Brito, revelou ao GLOBO que o banco processa 160 bilhões de instruções (ou comandos) por segundo.

- É a maior capacidade da América Latina - afirmou.

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