sábado, 9 de julho de 2011

Economistas norte-americanos querem adotar código de ética

Por Kristina Cooke e Emily Flitter
http://br.reuters.com/

NOVA YORK (Reuters) - A maior associação de economistas do mundo está considerando adotar diretrizes éticas depois da divulgação de casos de conflitos de interesse. Apenas alguns de seus 18 mil membros, porém, se deram ao trabalho de propor alguma norma.

A Associação Americana de Economia (AEA, na sigla em inglês) no começo do ano incumbiu um painel composto por cinco pessoas de estudar ética e economia - em parte em resposta ao documentário "Inside Job", de 2010, que vilipendiou uma série de figurões da economia que defendiam a desregulamentação da economia ao mesmo tempo em que recebiam dinheiro de Wall Street.

O filme também fritou notadamente o ex-governador do Federal Reserve Frederic Mishkin, que escreveu um artigo elogioso sobre o sistema financeiro da Islândia em 2006 - pelo qual foi pago pela Câmara de Comércio islandesa. Dois anos depois, o sistema financeiro do país entrou em colapso.

O painel, presidido pelo economista laureado pelo Prêmio Nobel Robert Solow, pediu sugestões dos membros, com um prazo de entrega para o final de junho. Até agora, porém, disse Solow, ele recebeu no máximo doze respostas.

Essa não é uma surpresa para David Card, professor de economia da Universidade da Califórnia em Berkeley e membro do comitê de ética ad-hoc da AEA. "Há algumas pessoas que têm uma opinião firme sobre isso, mas essa não é uma grande questão para a maioria dos economistas", disse Card.

"Talvez haja algumas pessoas em finanças que ganhem muito dinheiro. Eu sou economista do trabalho. Nós não ganhamos nenhum dinheiro. Isso não é relevante para as pessoas com quem eu trabalho."

Em janeiro deste ano, cerca de 300 economistas, incluindo a ex-assessora econômica da Casa Branca Christina Romer e o vencedor do Prêmio Nobel George Akerlof, assinaram uma carta pedindo que a AEA adote um código de ética. Nenhum dos membros do comitê de ética, que inclui Derek Bok, William Nordhaus e Nancy Stokey, estava entre os signatários.

A carta citou um estudo feito por 19 economistas financeiros que descobriu que a grande maioria não revela suas filiações particulares ao escrever artigos acadêmicos sobre reforma financeira ou artigos nos jornais.

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